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domingo, 6 de agosto de 2017

“PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS”


Recebi hoje do Francisco Pereira Lima (Professor Pereira) lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba uma excelente obra com o título "PAJEÚ EM CHAMAS O CANGAÇO E OS PEREIRAS - Conversando com o Sinhô Pereira" de autoria do escritor Helvécio Neves Feitosa. Obrigado grande professor Pereira, estarei sempre a sua disposição.


O livro de sua autoria “Pajeú em Chamas: o Cangaço e os Pereiras”. A solenidade de lançamento aconteceu no Auditório da Escola Estadual de Educação profissional Joaquim Filomeno Noronha e contou com a participação de centenas de pessoas que ao final do evento adquiriram a publicação autografada. Na mesma ocasião, também foi lançado o livro “Sertões do Nordeste I”, obra de autoria do cratense Heitor Feitosa Macêdo, que é familiar de Helvécio Neves e tem profundas raízes com a família Feitosa de Parambu.

PAJEÚ EM CHAMAS 

Com 608 páginas, o trabalho literário conta a saga da família Pereira, cita importantes episódios da história do cangaço nordestino, desde as suas origens mais remotas, desvendando a vida de um mito deste mesmo cangaço, Sinhô Pereira e faz a genealogia de sua família a partir do seu avô, Crispim Pereira de Araújo ou Ioiô Maroto, primo e amigo do temível Sinhô Pereira.

A partir de uma encrenca surgida entre os Pereiras com uma outra família, os Carvalhos, foi então que o Pajeú entrou em chamas. Gerações sucessivas das duas famílias foram crescendo e pegando em armas.

Pajeú em Chamas: O Cangaço e os Pereiras põe a roda da história social do Nordeste brasileiro em movimento sobre homens rudes e valentes em meio às asperezas da caatinga, impondo uma justiça a seus modos, nos séculos XIX e XX.

Helvécio Neves Feitosa, autor dessa grande obra, nascido nos Inhamuns no Ceará, é médico, professor universitário e Doutor em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal), além de poeta, escritor e folclorista. É bisneto de Antônio Cassiano Pereira da Silva, prefeito de São José do Belmonte em 1893 e dono da fazenda Baixio.

Sertões do Nordeste I

É o primeiro volume de uma série que trata dos Sertões do Nordeste. Procura analisar fatos relacionados à sociedade alocada no espaço em que se desenvolveu o ciclo econômico do gado, a partir de novas fontes, na maioria, inéditas.

Não se trata da monumentalização da história de matutos e sertanejos, mas da utilização de uma ótica sustentada em elementos esclarecedores capaz de descontrair algumas das versões oficiais acerca de determinados episódios perpassados nos rincões nordestinos.
Tentando se afastar do maniqueísmo e do preconceito para com o regional, o autor inicia seus estudos a partir de dois desses sertões, os Inhmauns e os Cariris Novos, no estado do Ceará, sendo que, ao longo de nove artigos, reunidos à feição de uma miscelânea, desenvolve importantes temas, tentando esclarecer alguns pontos intrincados da história dessa gente interiorana.

É ressaltado a importância da visão do sertão pelo sertanejo, sem a superficialidade e generalidade com que esta parte do território vem sendo freqüentemente interpretada pelos olhares alheios, tanto de suas próprias capitais quanto dos grandes centros econômicos do País.

Após a apresentação das obras literárias, a palavra foi facultada aos presentes, em seguida, houve a sessão de autógrafos dos autores.

Quem interessar adquirir esta obra é só entrar em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br
Tudo é muito rápido, e ele entregará em qualquer parte do Brasil.

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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS VENDIDO EM BANCA DE ARTESANATO

Por José Bezerra Lima Irmão
Escritores José Bezerra Lima Irmão e João de Sousa Lima

Nestes tempos bicudos, em que só se fala em crise, as livrarias falindo, o pais falindo (ou falido?), livros têm que ser vendidos onde for possível. 

Recebi um e-mail do amigo Claudio Muniz informando que neste São João ele viu meu "Lampião a Raposa das Caatingas" numa banca de artesanato, junto com peças de couro, na feirinha organizada pela cooperativa de Brejo do Tracupá. 


Se você não sabe onde fica Brejo do Tracupá, não sabe o que está perdendo. É um arraial aprazível, na beira do Rio Itapicuru, ao lado da Serra do Pai Miguel. Lampião está lá. 

Um abraço aos amigos Zeinho e Sérgio. Viva São João!!!

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REUNIÃO DO GPEC (GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO) 05/08/2017. HOJE PELA MANHÃ.

Narciso DiasCatarina VenancioJorge RemígioJair TavaresJoão BezerraNereuda GuedesEmmanuel ArrudaGilmar LeiteCélia MariaQuirino SilvaLuma Holanda, Luiz Firmo Ferraz.

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LAMPIÃO EM PARIS

*Rangel Alves da Costa 


Eu estava em Exu, na região do Araripe pernambucano, para o Cariri Cangaço Exu/Serrita 2017, quando na pousada fui surpreendido com o professor Afrânio dizendo que após o evento iria ainda percorrer outras cidades do Nordeste e que certamente passaria em Poço Redondo para conhecer o Lampião em Paris. Havia ouvido falar neste local e estava com muito interesse em conhecê-lo.

Fiquei surpreendido com tal afirmação, principalmente por que jamais imaginaria que um professor universitário mineiro já tivesse ouvido falar num bar e choperia recentemente inaugurado em Poço Redondo, no sertão sergipano, município onde está localizada a Gruta do Angico e onde Lampião e parte de seu bando foram emboscados ao alvorecer de 28 de julho de 38.

Realmente não sei como o professor Afrânio ficou sabendo. Talvez algum poço-redondense que também estava lá houvesse comentando sobre a existência de tal ambiente com tão inusitado e instigante nome: Lampião em Paris. Sendo um espaço novo, recentemente inaugurado, até aquele momento eu também não sabia o porquê da denominação Lampião em Paris. Somente depois, dias após retornar a Poço Redondo é que fiquei sabendo acerca das justificativas para que o bar e choperia recebesse tal nome. E mais adiante direi o que fiquei sabendo.

Mas não ficou só nisso não, pois o Lampião em Paris parece já ter atravessado outras fronteiras e causado verdadeiro rebuliço. E assim por que ao redor do nome se formou como uma legião de defensores e de ferrenhos críticos. Significa dizer que o nome Lampião em Paris está provocando tamanha discussão que chega ao extremo de xingamentos. Mas também defesas encantadoras.

De um estudioso do cangaço me chega uma estranha reclamação: “Mas Rangel, como é que você deixa que aí em Poço Redondo, terra de Alcino, de Adília, de Sila, de Cajazeira, Zabelê e tantos outros, além de guardar no seu território a Gruta do Angico, que coloquem num bar um nome tão injurioso. Falar de Lampião em Paris é o mesmo que dizer que o maior cangaceiro era afrancesado, trejeitoso, afeminado. Já pensou Lampião falando francês e fazendo biquinho? Já pensou Lampião passeando de calça apertadinha ao redor da Torre Eiffel?”.


E prosseguiu o indignado amigo: “Logo vão chamar esse bar de Lampión en Parrí, com biquinho e tudo. Avistar esse bar com tal nome é o mesmo que avistar o Capitão Cangaceiro de camisa florida e cachecol no pescoço, sentado de perna passada, todo mimoso, num daqueles cafés parisienses de artistas e afrescalhados. Não, isso não. É até um crime uma coisa dessas. Se Lampião estivesse vivo certamente iria ter uma conversinha com quem fez isso com o seu nome. Ia fazer com que o dono desse lugar engolisse seu bar com Paris e tudo. E mais, o que esse dono acha que Lampião foi fazer em Paris? Peça pra mudar o nome pra Lampião em Poço Redondo, na Maranduba ou no Angico, mas não em Paris. Dizer de um Lampião em Paris é corromper a história do cangaço e dizer que o cangaceiro maior vivia se abanando igual uma gazela louca”.

Já outro amigo, desta feita um renomado escritor, telefonou-me para afirmar totalmente o contrário, pois revelou: “Estranho é, mas não deixa de ser uma bela homenagem a um homem cuja história desde muito ultrapassou as mais distantes fronteiras. Hoje Lampião é francês, é norte-americano, é russo, é latino-americano. Lampião hoje está em Paris, em Quebec, em Nova Iorque, em Moscou. Dizer de Lampião em Paris é reconhecer o além-fronteiras desse nordestino que hoje é lido e relido pelo mundo inteiro, é estudados nas maiores e mais importantes universidades do planeta, é cidadão universal, e tanto para o ódio como para a afeição. Coisa boa, pois, saber que em Poço Redondo, na Capital Mundial do Cangaço, há não só Lampião e seu bando por todo lugar, mas também em Paris. Uma Paris sertaneja, certamente, mas um reconhecimento de que ele ainda vive e está por todo lugar”.

Do meu alado, apenas a surpresa do quanto o Lampião em Paris de Poço Redondo tanto rebuliço vem causando. Mas a maioria não sabe, contudo, o que realmente justificou a colocação de tal nome num bar e choperia. Segundo fiquei sabendo, a ideia nasceu do gosto de Lampião pelos perfumes, principalmente franceses. Sabido é que o rei cangaceiro, mesmo vivendo debaixo do mundo sertanejo escaldante e suarento, apreciava derramar sobre si fragrâncias importadas que lhes eram presenteadas pelos coronéis e suas madamas. Assim, o Lampião em Paris seria uma homenagem a essa perfumada vaidade do Capitão.

Mas também por que Lampião pode ser encontrado em todas as ruas, esquinas e cafés de Paris. Cartazes, livros, folhetos, sempre confirmam a presença do rei do cangaço em meio a um mundo tão perfumado. Ainda que por lá não se goste muito de tomar banho.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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CAUSOS DO CANGAÇO PEGA O CAPOTE!

Por Noádia Costa
O capote ou guiné é bicho ligeiro. Não é fácil pegá-lo à mão. Na fazenda Canadá, em Uiraúna, José Fernandes Sobrinho trazia uma dessas aves para ser preparada para o almoço. De repente, viu-se cercado por Lampião e sua tropa de cangaceiros. Com o susto, deixou o animal fugir. 

O capitão caolho, aos gritos, e de punhal em riste, lhe gritou:

- Você tem dois minutos pra pegar o capote, cabra! Vá! Ligeiro!


Sem querer contrariar o maioral da caatinga, tremendo de medo, Fernandes sai em perseguição à ave fujona. Em menos de um minuto, voltava , radiante. Trazia, debaixo dos braços, dois capotes e mais uma codorniz de contrapeso.

Extraído do livro: Lampião e o Rio Grande do Norte A história da grande jornada

Nota: O texto trata de depoimento colhido durante pesquisa de campo pelo autor, não podemos lhe atribuir absoluta veracidade.
Foto de Lampião: Benjamin Abrahão
Foto dos capotes: site do globo rural

https://www.facebook.com/

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07. "DELMIRO GOUVEIA" - O TREM DA HISTÓRIA (PARTE 1)

https://www.youtube.com/watch?v=zmG9gNMzUmQ

Publicado em 17 de set de 2009
TVE Alagoas - 2009 ®

Sétimo episódio da primeira temporada do programa alagoano "O Trem da História", apresentado por João Marcos Carvalho.

Exibido em: 20.07.2009
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"Ingenuo" por Jacob Do Bandolim 

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CONCLUINTES DO CAMPUS CENTRAL RESSALTAM O PAPEL TRANSFORMADOR DA UERN

Por Adriana Morais

Quase 200 concluintes de 11 cursos de graduação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) colaram grau em cerimônia realizada na noite desta quinta-feira, 3. A solenidade ocorreu no Ginásio de Esportes Deputado Jerônimo Vingt Rosado Maia, localizado no Campus Central.

A cerimônia foi presidida pelo vice-reitor da UERN, o professor Aldo Gondim Fernandes, e contou com a presença do Secretário Municipal de Planejamento, Aldo Fernandes, representando a prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini; o deputado estadual Manoel Cunha Neto, Souza; o Pró-reitor de Graduação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Prof. Dr. Rodrigo Nogueira de Codes, representando o reitor da UFERSA, José Arimatea de Matos; a coordenadora de Acessibilidade do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UERN), Camila Morais Rocha; professores e servidores da UERN. Familiares, parentes e amigos dos formandos também prestigiaram o momento.

Pela primeira vez na história recente da UERN, a oradora da turma não estava na relação de formandos da noite. A graduada Sabrina da Silva Neves, do curso de Educação Física, colou grau antes de sua turma para poder assumir vaga no concurso da Prefeitura Municipal de Russas (CE). Em um discurso emocionado, ela exaltou a importância da educação e da UERN para a transformação de vidas de milhares de pessoas.

“É através da educação que podemos mudar de vida. É pela educação que um jovem pobre do interior do Rio Grande do Norte tem a oportunidade de vencer na vida e chegar a ser o primeiro professor de Educação Física da região a se tornar vice-retor de uma Universidade”, disse a graduada, em alusão à história de vida do professor Aldo Gondim Fernandes, a quem ela prestou homenagem. “O professor Aldo Gondim Fernandes é um exemplo de mestre, um exemplo de vida. A FAEF (Faculdade de Educação Física) e a UERN sentirão sua falta. Para o senhor, nosso muito obrigado”, declarou.

O vice-reitor Aldo Gondim, que presidiu na noite desta quinta-feira sua última colação de grau em Mossoró antes de se aposentar, parabenizou e os formandos os convidou a permanecer na UERN através das oportunidades em cursos de especialização, mestrado e doutorado. Ele enfatizou a importância que a Universidade tem no processo de desenvolvimento da região. “Sintam-se orgulhosos por serem formados por essa instituição. Vocês que estão aqui são vencedores. Agora formados, que vocês sejam agentes de transformação social”, declara.


Os concluintes Ildérica Lopes da Silva, de Ciências Econômicas; Ayonnara Rocha de Medeiros, do curso de Ciências Contábeis/Matutino; Alana Karem Fernandes Pereirra, do curso de Ciências Contábeis/Noturno; Karla Adriana Meira da Silva, de Serviço Social; Daiane Duprat Serrado, Ciências Sociais/Licenciatura; Átilla Negreiros Maia, Ciências da Computação e Francisca Paula Vírgínia Ferreira de Oliveira, Direito/Noturno receberam a comenda de Mérito Acadêmico. “Foi um curso muito difícil, mas fui superando os obstáculos. É muito gratificante poder terminar na UERN, sempre tive um sonho de me formar aqui. Agora, é seguir adiante na minha carreira acadêmica”, diz Ildérica Lopes.

Durante a cerimônia, Felipe de Lima Fernandes, do curso de Química, fez o juramento da turma, Jéssica Santos Gonçalo de Souza, do curso de Administração, solicitou o grau ao profesor Aldo Gondim, e a graduada Thalyne Nathanyele da Silva Oliveira, do curso de Ciências Biológicas, entregou a homenagem ao paraninfo, o professor Dr. José Hélio de Araújo Filho. Colaram grau os concluintes dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Gestão Ambiental, Turismo, Serviço Social, Educação Física, Ciências Biológicas, Química, Ciências da Computação e Direito.

Thalyne Nathanyele entregou a homenagem ao professor José Hélio de Araújo – Foto: Rodrigo Oliveira

“A UERN é o maior patrimônio do RN”, diz o paraninfo da turma

O paraninfo da turma, professor Dr. José Hélio de Araújo Filho, da Faculdade de Ciências Naturais (FANAT), enfatizou o papel da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) na formação de profissionais de qualidade e na transformação social na região potiguar. Em seu discurso, ele lembro vários casos de destaque regional e nacional conquistados pelos egressos da instituição.

“A coreógrafa Roberta Chumara, referência em coreógrafa na região, é egressa da UERN. Os melhores advogados, juízes e promotores são da Uern. Nossos estudantes estão fazendo residência nos maiores hospitais do Brasil. Nossos alunos são destaques em premiações e concursos. O curso de Biologia, por exemplo, está entre os 18 melhores do país. Entre outros tantos exemplos que atestam a qualidade de Universidade”, diz o professor.

José Hélio de Araújo Filho diz que o diploma é uma identidade que “liga os graduados a uma das melhores universidades do Brasil”, diz. Ele enfatiza que apesar de todas as dificuldades financeiras, os egressos da UERN se destacam em todas as áreas. “Isso é motivo de orgulho. A UERN é o maior patrimônio do RN e vocês fazem parte disso”, frisa.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O CANGACEIRO CANÁRIO

Por Noádia Costa

O cangaceiro Canário

Natural de Poço Redondo Sergipe, se chamava Bernardino Rocha, e no Cangaço recebeu a alcunha de Canário. Era um cangaceiro valente e corajoso.Sempre de cara fechada e jeito truculento.

Teve como companheira a cangaceira Adília, com quem teve um filho. Foi chefe de subgrupo, do qual fazia parte alguns parentes de sua companheira Adília. Foi morto no dia 6 de setembro de 1938 pelo cangaceiro Teodomiro dos Santos, que no Cangaço era conhecido como Penedinho, e que fazia parte do subgrupo de Canário.

Adília e Canário

Canário levou uma punhalada na região das costelas, de forma covarde, enquanto enchia uma cabaça de água, na fazenda Curupipe. Em seguida teve a cabeça cortada. Além de tirar a vida de Canário, Penedinho se apropriou de seus armamentos e pertences, retirando o dinheiro que tinha em seus bornais.


Em seguida partiu com a cabeça do cangaceiro para entregar a polícia em Serra Negra, como prova de que queria regenerar-se. 

Após receber as informações, Zé Rufino e sua volante se deslocaram à fazenda Cururipe, local em que estava o corpo de Canário.

Tenente Zé Rufino quem mais matou cangaceiro

No local encontraram seu cachorro, que protegia o corpo do dono e latia para os desconhecidos de forma intensa. O animal é abatido com um tiro por um soldado e tomba ao lado do corpo do dono. Asim terminava a trajetória do cangaceiro Canário.

Bibliografia Consultada:
Lampião a Raposa das Caatingas
Foto 1: Cangaceiro Canário
Foto 2: Cangaceiro Canário e sua companheira Adília
Fotos de Benjamin Abrahão
Foto 3: Penedinho com a cabeça de Canário e a cabeça de Canário exposta em Serra Negra

https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/?multi_permalinks=1811935885785581%2C1811736579138845%2C1811886135790556&notif_t=group_activity&notif_id=1502019841735285

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100 ANOS DA ENTREVISTA DA CANGACEIRA ANÉSIA CAUAÇU AO JORNAL A TARDE

Por  Domingos Ailton

Há exatos 100 anos, dia 25 de outubro de 1916, coincidentemente data do aniversário de Emancipação Política de Jequié, o Jornal A TARDE trazia como manchete JEQUIÉ, Cauassus, Marcionilio e Zezinho dos Laços. A empreitada dos crimes. Narrativa de uma Cauassu ao nosso repórter, com uma foto da cangaceira Anésia Cauaçu ao lado de uma criança. Na primeira página e nas páginas internas do jornal, Anésia narra a trajetória da família Cauaçu cuja grafia da época se escrevia Cauassu, dando conta de que seus familiares eram simples agricultores e comerciantes e que se tornaram cangaceiros por conta de uma vingança.


Em Ituaçu, antigo Brejo Grande, na Chapada Diamantina, duas famílias disputavam o poder local: os Silvas, chamados de "rabudos", e os Gondins, denominados de "mocós”. O major Zezinho dos Laços (um dos líderes dos “rabudos”) exige que Augusto Cauaçu acompanhe seu grupo de jagunços em uma emboscada contra a família Gondim. Por conta da recusa de Augusto, este é assassinado a mando de Zezinho dos Laços. Então, a família Cauaçu se reúne e resolve vingar a morte, assassinando Zezinho dos Laços seis anos depois em uma tocaia na Fazenda Rochedo. Chefes dos “rabudos”, a exemplo do coronel Marcionílio de Souza e de Casseano do Areão passam a perseguir e matar membros da família Cauaçu e de seus aliados, comandados por Anésia e seu irmão José Cauaçu. Pressionado pelos coronéis, o então governador da Bahia, Antônio Muniz, denomina o movimento armado dos Cauaçus de "conflagração sertaneja” e envia para Jequié mais de 240 soldados em três expedições da polícia militar da Bahia, com participação inclusive de oficiais que combateram na Guerra de Canudos, a exemplo do tenente-coronel Paulo Bispo. Ocorre então a Guerra do Sertão de Jequié, conflito envolvendo os cangaceiros Cauaçus, policiais militares e jagunços dos coronéis. A força policial pratica uma série de atos violentos não só contra os cangaceiros, mas também contra a população inocente de Jequié e região. O alferes Francisco Gomes – Pisa Macio obriga um homem a comer lama no povoado do Baixão, crucifica outro nas margens do Rio das Contas e lança crianças para o ar,que são amparadas com a ponta das baionetas e levava suspeitos para um pequeno morro no Curral Novo onde eram sangrados com requintes de perversidade. O local ficou conhecido como Morrinho da Matança.

https://www.youtube.com/watch?v=6nwsAXveeLQ

O genocídio é denunciado pelo Jornal A TARDE, que envia um repórter para fazer a cobertura das expedições policiais em Jequié e na ocasião entrevista Anésia Cauçu, dando destaque a sua narrativa a respeito da história do bando e do histórico conflito daquele ano de 1916.

Anésia Cauaçu foi uma mulher que esteve à frente do seu tempo. Foi a primeira mulher nordestina a ingressar no cangaço, uma vez que em 1911, ano do nascimento de Maria Bonita, Anésia já lidera um bando de mais de 100 bandoleiros. Ela também foi a primeira no sertão de Jequié a praticar montaria de frente, já que as mulheres de sua época montavam de lado em uma sela denominada silhão, e a pioneira das terras jequieenses a vestir calças compridas (as mulheres do período em ela viveu apenas usavam vestidos e saias), para facilitar o combate em cima do cavalo. O historiador Emerson Pinto de Araújo, que registou a história da cangaceira assim a descreve: “era uma mulher branca, de olhos azuis, bons dentes, alta e delgada, que tomava suas pingas, sem que ninguém ousasse faltar-lhe com respeito. Numa época em que não existiam academias de defesa pessoal, ela tinha ginga de corpo, conhecia- ninguém sabe com quem aprendeu - os ´rabos-de-arraia da capoeira, batendo forte nas fuças de muitos valentões que tentavam avançar o sinal. Manejando armas de fogo com uma pontaria invejável, jogava pra escanteio os melhores atiradores. Certa feita, bafejada pelo acaso, numa distância de trezentos metros, cortou o dedo do sargento Etelvino, quando este indicava aos seus comandados a direção em que deveria atacar”. Com base na memória coletiva de tradição oral, em documentos escritos e no meu imaginário, escrevi um romance histórico que tem como protagonista Anésia Cauaçu. Inspirado neste texto ficcional, o poeta e cordelista José Walter Pires produziu um livro de cordel e o compositor e cantor Jonas Carvalho compôs uma música sobre a saga de Anésia Cauaçu. Diversos estudos acadêmicos foram e estão sendo desenvolvidos sobre essa guerreira do sertão de Jequié. A entrevista publicada em 25 de outubro de 1916 e as matérias publicadas pelo Jornal A TARDE há 100 anos sobre os conflitos na região de Jequié constituem relevantes documentos da história do coronelismo e do cangaço na Bahia.

Por, Domingos Ailton

http://www.juniormascote.com.br/blog/100-anos-da-entrevista-da-cangaceira-an-sia-caua-u-ao-jornal-a-tarde/

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