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segunda-feira, 1 de março de 2021

UM ÍCONE PARA HISTORIOGRAFIA DO CANGAÇO POR FELIPE PASSOS

 

Felipe e Marcos Passos ao lado de Antônio Amaury no Cariri Cangaço 2011

Amanheci hoje com um notícia muito triste. Faleceu ontem (26/02/2021) em São Paulo o DR. ANTONIO AMAURY CORREA DE ARAÚJO um ícone para historiografia do CANGAÇO. Tema que pesquisei por um bom tempo e tenho muito orgulho.

Conheci o Dr. Amauri em 2011 justamente na viagem que fiz ao Nordeste com o meu pai. Nesta viagem levei uma bolsa cheia de livros pra serem autografados pois além de visitar lugares incríveis eu também iria participar do CARIRI CANGAÇO o maior congresso que há sobre o tema e é realizado anualmente. Lá, além do Dr. Amaury, tive a oportunidade de conhecer os maiores pesquisadores do cangaço e fiz amizades que, apesar da distância e do tempo, perduram até hoje.

Vai com Deus Dr. Amaury, sua alma era leve assim como sua fala e seu trabalho é, sem dúvidas, um legado indescritível para a historiografia do cangaço.

Obras:

Assim Morreu Lampião

Lampião, as Mulheres e o Cangaço

Maria Bonita a Mulher de Lampião

Lampião: Segredos e Confidências do Tempo do Cangaço

Gente de Lampião: Corisco e Dadá

Gente de Lampião: Sila e Zé Sereno

e outros em co-autoria com vários pesquisadores.

Felipe Passos, Rio de Janeiro

 https://cariricangaco.blogspot.com/2021/03/um-icone-para-historiografia-do-cangaco.html

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EU NÃO SERIA O MESMO PESQUISADOR SE NÃO TIVESSE A CHANCE DE TER CONHECIDO, DR. ANTÔNIO AMAURY CORREIA DE ARAÚJO.

 Lívio Ferraz, Antônio Amaury e Kiko Monteiro em dia de Cariri Cangaço

Hoje me despeço de uma das mais gratas amizades que fiz nesta vida. Eu não seria o mesmo pesquisador se não tivesse a chance de ter conhecido, Dr. Antônio Amaury Correia de Araújo.

De 2000 até 2015, último Cariri Cangaço qual participamos juntos, foram várias e intensas oportunidades de estar de olhos e ouvidos atentos para absorver o máximo o que pude do mestre. Jamais esquecerei um dia inteiro que passei em sua residência em São Paulo e de poder conhecer e tocar em seu acervo único e inigualável.

Queria poder expressar toda a importância deste ilustríssimo desconhecido para tantos aqui, então, para facilitar a descrição e a noção, entenda-se que Amaury está para a historiografia e literatura do cangaço como Tom Jobim está para a Música Popular Brasileira, como Pelé para o futebol...

Mesmo não sendo nordestino, foi um cabra da peste, que a partir dos anos 60 palmilhou os caminhos de Lampião como poucos, e como mais ninguém, teve as oportunidades que todos nós, apaixonados pelo tema e seus personagens queríamos ter alcançado. Mesmo contra vossa vontade, Vai com Deus, mestre soberano da Cangaçologia. Externo minhas condolências ao meu amigo Carlo Araujo, a sua mãe dona René e aos seus irmãos.

27 de fevereiro de 2021

Kiko Monteiro, Lagarto - SE

https://cariricangaco.blogspot.com/2021/02/eu-nao-seria-o-mesmo-pesquisador-se-nao.html

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ANTÔNIO AMAURY CORREA DE ARAUJO, O CANGACEIRO DESARMADO

 Por Manoel Neto

Soube agora pela manhã do falecimento de Antonio Amaury Correia de Araújo. Trata-se do mais conceituado autor e pesquisador sobre a história do cangaço. Amaury, ao contrário do que inicialmente poderíamos pensar não era nordestino. Nasceu em Boa Esperança do Sul, interior de São Paulo. De formação acadêmica era odontólogo, mas aproximou-se do cangaço através da sua profissão, quando cuidou de pacientes ligados ao semiárido nordestino de forma direta e indireta. Fez-se amigo e recolheu depoimentos na capital paulista de personagens históricos como Zé Sereno, Balão, Sila, e tantos outros que agora me fogem da memória - aliás, a dele era prodigiosa - indo também como rastreador incansável bater alpercatas nos territórios nordestinos assolados pelo homens que vestidos de mescla azul percorreram os ásperos terrenos das caatingas, em busca de ouro, dinheiro e , também, de liberdade, de espaços que ocupavam e desocupavam longe da tutela dos coronéis. Amaury, podemos dizer, não os perseguia, desejava reconstituir seus caminhos para conhecê-los melhor, desvendá-los, humanizá-los e auscultar aqueles, familiares, amigos, adversários, que assistiram, participaram como parceiros ou algozes ou ouviram dos seus antepassados as façanhas de Lampião, Corisco, Zé Baiano, Gato, Zé Sereno, Mariano, Luis Pedro, Antonio e Ezequiel Ferreira, Maria Bonita, Dadá, Ignacinha, Lídia, Nenê de Luis Pedro, Enedina, Sila e muitos mais.

Gastando do próprio bolso, aventurando sucesso ou frustração, meteu-se caatingas adentro em busca de suas fontes. Arrostando desconfortos, eventuais perigos e a dureza do clima, certamente muito hostil para ele, paulistano dos climas temperados, Amaury preencheu lacunas historiográficas, desvendou mistérios inerentes ao cangaço, pois que história forjada afrontando as leis e seus executores, deu guarida a fala popular com dignidade e tornando-a crível pelo aval que lhe conferia, antes muito questionado por intelectuais e acadêmicos. Estive com esse mestre notável em muitas ocasiões, inclusive em sua residência em São Paulo, gravando com ele para nosso documentário "Feminino Cangaço", comigo estava Lucas Viana, colega e amigo, cineasta e historiador, dele colhemos precioso depoimento, disponível no canal Youtube. Fica a saudade e um sentimento de perda, não só para mim, mas para todos aqueles que amam e desejam preservar a historia popular, sobretudo, para os que se dedicam em aprender sobre o cangaço, acontecimento histórico que legou imagens, poesia, narrativas, escritos acadêmicos. Neste universo, para onde quer que olhemos lá sereno e sombranceiro, encontraremos a figura e as digitais de ANTONIO AMAURY CORREIA DE ARAÚJO. Adeus velho mestre! Em seus livros que guardo e consulto na minha estante continuarei aprendendo contigo!

Professor Manoel Neto

UNEB - Salvador BA

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LIVRO...

 Por Jose Irari

Saindo da gráfica, um inquilino que acaba de chegar!! Livro raro, saindo em parceria com outro. Aos amigos do cariri cangaço, desejar adquirir, entrar em contato com o professor Francisco Pereira Lima. Franpelima@bol.com

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MISSÃO VELHA - O PALACETE DE ISAÍAS ARRUDA, O CORONEL METEÓRICO.

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=rTNC6YwN5jY&ab_channel=CariridasAntigas-VLOG

MV MAIS

A casa abriga um grande mistério. É uma das unica que tem tuneis subterrâneos, atualmente fechados, seu porão foi usado de abrigo para o famoso cangaceiro Lampião. Conheça mais sobre essa historia.

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CANGACEIROS...

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SEU FALECIMENTO ENLUTECE A TODOS E PROFUNDAMENTE CONSTERNA A CASA DE ALCINO: O SERTÃO E O MEMORIAL ALCINO ALVES COSTA.

Por Alcino Alves Costa

O Memorial Alcino Alves Costa informa com pesar o falecimento de Antonio Amaury Corrêa de Araújo, um dos maiores historiadores do fenômeno Cangaço. Ao longo de sua trajetória como pesquisador, palestrante e escritor, Antonio Amaury foi se tornando uma das vozes mais acreditadas entre pesquisadores e estudiosos do Cangaço. Com quase duas dezenas de livros publicados, certamente era o historiador que mais possuía gravações pessoais com ex-cangaceiros, ex-volantes, com testemunhas e outras pessoas envolvidas na saga cangaceira e nordestina. Seus livros foram se tornando como necessários manuais a todos aqueles que desejavam conhecer os meandros e as verdades sobre o banditismo e seu contexto.

Antônio Amaury e Alcino Alves Costa no Cariri Cangaço 2010

Foi também responsável por proporcionar ao tema um conhecimento específico dos diversos fatos e a valorizar os depoimentos e testemunhos pessoais dos seus personagens. Reverenciado por todos, igualmente reconhecido como verdadeiro mestre. Amigo do saudoso escritor Alcino Alves Costa, e com este costurando os retalhos soltos da história do Cangaço, agora os dois dialogam na eternidade. Seu falecimento enlutece a todos e profundamente consterna a Casa de Alcino: o Sertão e o Memorial Alcino Alves Costa.

27 de fevereiro de 2021, Rangel Alves da Costa

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DO JORNAL DO RECIFE (PE), EDIÇÃO DE 08.03.1928:

Do acervo do Antônio Corrêa Sobrinho

- Amigo Lampião, por onde tens andado, ultimamente?

- Sei lá! São tão desencontradas as notícias a respeito do lugar onde estou, que eu, afinal, já não sei por onde ando...

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VIVI MINHA ADOLESCÊNCIA E JUVENTUDE ENTRE OS IGAPÓS DO PARAÍBA, DOS PEREIROS E DOS ALAGADIÇOS DO ALTO DA CONCEIÇÃO.

Por José Mendes Pereira

Foi por estes belos bairros de Mossoró (Paraíba, Pereiros e Alto da Conceição) que vivi a minha adolescência e uma boa parte da minha juventude juntamente com tantos outros que comigo moravam numa Instituição de Menores. Quem já passou por instituições apoiadoras de menores é que sabe o quanto é divertida, faz viver, crescer, educar-se e lá, não forma, mas informa a vida como ela deve ser vivida por qualquer adolescente que pensa no futuro. Uma vida crescida numa repartição desta erra se quiser, porque os cuidados pelos seus hóspedes estão presentes a todo instante. Cada educador está de olho no aluno interno, justamente para que ele não erre nunca. Se errar, será punido, mas uma punição que não deixará o interno com o fator psicológico arreado.

Lembro-me dos valiosos apoios que eu recebi de todos aqueles funcionários que trabalhavam naquela repartição educacional. Todos de bons comportamentos, nenhum abuso, nenhuma ignorância e nenhuma violência praticada contra internos.

Do meu tempo e do tempo dos manos Raimundo Feliciano, do Railton Melo, do Jorge Braz, do João Augusto Braz, do Francisco José Caldas da Silva, do Manoel Flor de Melo, do Francisco Gurgel, do Walter, do Francisco de Sousa (já falecido) do Tigá (Wilame), do Zé Lira (já falecido), do Galdino meu primo, do França, do Batista e do padre José de Anchieta, além de outros, tínhamos como pessoas do nosso convívio que faziam tudo para nós (mas lembrando que nenhuma delas era nossa empregada, apenas era servidora do Estado), como a Maria Beatriz de Melo (faleceu este ano) a mãe do Railton Melo uma verdadeira mãe adotiva que faleceu recentemente, a dona Maria de Lourdes de Medeiros mãe do Jorge e do João Augusto (também já está na casa do Senhor), dona Maria engomadeira que me parece também já ter feito a sua viagem em busca de Deus, o seu Néo, o Vicente, a Joselita, A Terezinha (Tetê) tia do Francisco Gurgel e do Walter, o José Fonseca que também foi visitar o nosso pai celestial, a dona Joana que há anos foi participar do ministério do criador... Borrega e mais outras e outros funcionários, todos estes eram pais e mães para nós, que mesmo fazendo parte da nossa educação e se um errasse, jamais entregariam o erro daquele aos superiores. Mas um erro praticado por um interno jamais foi cabeludo. Praticava apenas como uma maneira de disfarçar a ausência de familiares, principalmente aqueles que eram totalmente órfãos de pais e parentes.

Lembro-me quando o inverno era farto e o rio Mossoró enchia tanto que transbordava aos arredores dos bairros e avançava também pelo centro da cidade, dificultando o movimento do comércio e da indústria. na Rua Benício Filho cruzamento com a Presidente Dutra, na grande Ilha de Santa Luzia, formava um rio raso com correnteza forte, e atrapalhava o movimento de quem se deslocava para o centro da cidade e assim vice-versa.

No bairro Paraíba as águas cobriam todo chão da Rua Cunha da Mota, invadindo os bairros Pereiros e uma boa parte do bairro Alto da Conceição, mas neste último só eram atingidas as casas que ficam mais próximas do rio.

Lembro-me que ali, alguns alunos da Casa de Menores saíam sem permissão, digamos assim, “às escondidas”, para verem de perto as águas preenchendo os espaços de algumas ruas. Ali, pela Churrascaria “O Sujeito”, bem próximo ao leito do rio, o seu assoalho já estava totalmente coberto pelas águas, mas em pequena quantidade.

Descendo para o bairro Paredões já na região Norte de Mossoró, aqueles que moravam bem próximos ao leito do rio as águas já tinham dispensado quase todos os moradores, e através da Prefeitura Municipal de Mossoró, eram levados para os órgãos públicos, escolas do município e do Estado.

Mas, posteriormente o prefeito Dr. Jerônimo Dix-huit Rosado Maia acabou com este problema, não todo, mas uma boa parte. Contratou uma empresa para aprofundar o leito do rio e dos córregos que passam por dentro da cidade, fazendo com que os mossoroenses que sofriam com este problema ficassem tranquilos quanto às enchentes de Mossoró.

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ERA A REFERÊNCIA, O FAROL, O MODELO A SER SEGUIDO...

Por Luiz Ruben

Antônio Amaury e Luiz Ruben

Ainda estou assimilando a triste notícia da partida de um grande homem que foi o maior pesquisador sobre o tema cangaço, Antonio Amaury. Sinto-me órfão, não somente pela perda do grande pesquisador, mas pelo amigo de duas décadas. Apesar de estarmos em estados distantes, estávamos sempre em contato quase que diário pelo telefone. Por muito tempo, nas minhas férias, ia a São Paulo onde passávamos longas horas de passeios pelos sebos e livrarias da cidade e outras longas horas de conversa na sua casa com sua família onde eu e minha esposa sempre fomos recebidos com a gentileza e o carinho tão peculiar de toda família. Certa ocasião fomos juntos até Ribeirão Preto num encontro de Ferromodelismo, eventos que eu costumava frequentar. Sinto-me órfão daquela presença mesmo que distante fisicamente, ele estava lá. Era a referência, o farol, o modelo a ser seguido. Perdemos o grande pesquisador, o mestre dos mestres, aquele que abriu os caminhos do conhecimento do cangaço para os outros pesquisadores, mas que vai deixar para essa geração de estudiosos e pesquisadores e para as próximas que virão um legado a ser seguido.

Perdi um amigo, leal, correto, sincero, virtuoso, que vai deixar muita saudade. Agradeço a Deus que colocou no percurso da minha vida um ser humano da qualidade de Amaury. Descanse em paz meu amigo...Abraço fraterno meu e de Angela a toda família: Dona René, Amaury Junior, Carlos Elydio, Sérgia Reneé, Henrique e Marcelo.

27 de Fevereiro de 2021

Luiz Ruben Bonfim

Pesquisador e Escritor

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CABACEIRAS NA ÉPOCA DO CANGAÇO 👉VILA CABACEIRAS 1885 a 1900.

 Por NCastro

Depois de algumas reformas administrativas no Brasil da época, aqui vamos falar um pouco do que acontecia em Cabaceiras. Entre anos 1885 a 1900. Período em que foi alterado o nome da sua sede municipal. Antes: Vila Federal de Cabaceiras (1835) passou para denominação de: “Vila Cabaceiras (1885)”.

Só para rememora as histórias, muito antes desse período já citado, Cabaceiras também foi palco de outros movimentos de protestos. A exemplo da Confederação dos Cariris, quando o Capitão Inácio de Barros Leira combateu os revoltosos. E supostamente comandou um massacre em 1824, na região. Bem como na épocas dos revoltosos dos “Quebra-quilos”, em 1874. Liderado por Manezinho ou Néco (Manoel Barros) também da estirpe “Barros Leira de Cabaceiras”. Segundo as histórias teria ele se tornado um fora das leis por ter se vingado do assassino de sua mãe, em 1870. De acordo com as histórias narradas por Apolônia Barros, após 1874, Manezinho acompanhou um grupo de cangaceiros.

Durante esse espaço de tempo (1885/1900), se ouvia falar em Cabaceiras de alguns movimentos de revoltas no Brasil. Entre os quais, contra e a favor do Imperador D. Pedro II. Em que protestos obrigavam na época ele ir embora do Brasil. E sem resistência. Sem participação popular o Imperador foi deposto e banida toda família real do país. E se aproveitando desse momento difícil, o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República do Brasil. E isto no dia 15 de novembro de 1889. Se instalava no Brasil um Governo Provisório, com nova administração. Mas cá pra nós, que administração? Em Cabaceiras nada mudou com a chegada da República. Continuou o mesmo esquema administrativo regional. O município comandado tradicionalmente pelos “donos dos poderes (“Barros Leira / Pereira Castro(Tejo)”. Onde eles dominavam as repartições dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Pessoas com patentes de Alferes, Tenentes, Coronéis, Major e Capitães.

Entre os “donos dos poderes” se encontrava o Capitão Antônio de Barros Leira Júnior. Presidente do Conselho Municipal. Função antes também executada pelo seu pai: Capitão Antônio de Barros Leira Neto (1835 a 1853). Anexado a este domínio de poder na região de Cabaceiras, também se encontrava o Coronel Manoel Melchiades P. Tejo (Castro). Conservador moderado. Tendo esse assumido o comando geral como chefe político do município. Passado pelas mãos do seu parente: Padre Renovato Pereira de Castro (Tejo), em 1874. Mas acusado também pelo Capitão Jovino Dinoá, de na época do cangaço ser um dos coiteiros de Antônio Silvino. O Coronel Manoel Melchiades hoje, é considerado o maior líder político das histórias de Cabaceiras. Vindo a deixar o comando após sua morte, em 1916.

Voltando ao período citado (1885/1900) o município de Cabaceiras era composto pelos seguintes povoados: Cabaceiras: que era a sede das atrações; Alcantil, Bodocongó (Barra de Santana); Carnoió (Boqueirão); Ledo (Boa Vista); Potira (Barra de São Miguel) e Santo Antônio (Riacho de Santo Antônio). Permanecendo este quadro até 1887. Quando teve início a fundação de mais um povoado denominado: “Conceição de Cabaceiras” (hoje Município de Caturité). Tendo sido no mesmo fundada uma capela no ano 1897. Salientamos aqui que o povoado de “Ledo”, no dia 9 de novembro do ano 1887, havia sido elevado à categoria de distrito e passou a ser chamado de “Boa Vista”.

Depois dos manifestos dessa época, alguns religiosos católicos da região também se interessaram pelos movimentos sociais da política partidária. Em 1889, alguns padres chegaram a disputar funções políticas. Entre coronéis e fazendeiros do gado. Entre documentos arquivados em cartório do município de Cabaceiras podemos citar o de nome: Padre Joaquim Enéas Cavalcante. Sendo esse natural de Taperoá, descendente de alemão. Nessa época vigário da Paróquia de Cabaceiras. Eleito nesse ano (89) a Deputado Provincial. Para a Legislatura seguinte 1890 a 91. Contudo o dito padre não chegou a tomar posse devido às novas reformas administrativas da Proclamação da República do Brasil. Tendo sido este fato muito repercutido em Cabaceiras da Paraíba.

O Padre Enéas também se tornou no final deste período (1885/1900), início da época do cangaço na região em um dos coiteiros de Antônio Silvino. Proprietário de terras e gados na região de Cabaceiras, chegou a “possuir” duas das maiores fazendas: Charneca (do antigo proprietário Capitão Antônio de Barros Leira Junior, vendida em 1857) e Pedrinhas (onde criava muitas reses em sua maioria gados. De acordo com as histórias e, segundo matéria publicada pelo jornalista e funcionário público Federal: João Gomes Pereira, esse padre também havia sido acusado de um escândalo na região. Delatado pelo seu próprio administrado (José), em dia de missa dentro da Igreja Matriz de Cabaceiras. Após acusar o padre com suposta revelação, “José” também pediu seu perdão por ter falado a verdade em público. Padre Enéas permaneceu em sua função de sacerdote da Vila Cabaceiras até 1903. E seu falecimento se deu no dia 5 de outubro de 1904.

Em 1890, uma reforma administrativas do Estado da Paraíba, fez com que alguns municípios se adequasse ao novo sistema administrativo. Entre eles Cabaceiras. Sendo assim, o Decreto Lei Estadual nº 7(sete) dissolveu a Câmara Municipal. O antigo Sistema Administrativo deu lugar a um novo “Conselho de Intendência”. Onde continuou o Presidente Capitão Antônio de Barros Leira Jr. com os mesmos poderes: Executivo e Legislativo. Onde seus conselheiros tinham vencimentos anuais de (300,000$) mil réis. Respondendo nessa época pelo Judiciário em Cabaceiras o Juiz Dr. João Lopes da Costa (1890/1891).

No dia 15 de dezembro de 1892, foi aprovada na Paraíba outro Sistema de Administração. E de acordo com a Lei Estadual n° 9, excluiu os Conselhos de Intendências. Assim sendo, excluído o Conselho de Intendência de Cabaceiras, deu lugar ao novo Conselho Municipal Constituído de 7 (sete) Conselheiros. Por um mandato de 4 (quatro) anos. Tendo o Presidente que responder pelos Poderes: Executivo e Legislativo. Mas quem respondia pela Presidência? Capitão Antônio de Barros Leira Jr. Passando o dito Conselho a funcionar em seu próprio prédio. Fundado em 30 de Janeiro de 1893. E era formado esse Conselho Municipal pelos seguintes cidadãos: Capitão Antônio de Barros Leira Jr., Francisco de Assis Pereira de Sousa, Caetano Cavalcante de Albuquerque, José Paulo de Freitas Cavalcante, Capitão Manoel Vicente Guimarães, Agostinho Clemente de Borja Castro e Justino de Freitas Guimarães. E para secretariar o dito Conselho Municipal foi nomeado o cidadão; Antônio José Moreira.

Vale salientar que no mesmo período, o prédio denominado de Paço Municipal foi transformado em “Prefeitura Municipal de Cabaceiras”, de acordo com o Decreto Lei Municipal nº 24/96 art. 1º, Pág. 7 (sete), Livro 20, data de 11 de Janeiro de 1896. Respondendo desde 1895 como Prefeito de Cabaceiras: Capitão Tito Carneiro de Melo.

Início dos anos 1900... Cabaceiras passava por alguns movimentos, contra e a favor o Sistema Político Administrativo Municipal. Na verdade, o que existia eram as contestações políticas atrapalhando o desenvolvimento do lugar. Desacordos entre Conservadores Moderados e os Liberais. Além disso, Cabaceiras passava aceitar na época situações complicadas pra o sistema. Facilitar (acoitar) as transações do cangaceiro Antônio Silvino pela região. Cabaceiras passou a ser citada algumas vezes nos anais da Casa Legislativa do Estado sobre a sua situação econômica e política. Onde se declarava na época que apenas o Distrito da Barra de São Miguel era mais prospero da região. Assim sendo e, entre outros interesses a Lei Estadual nº 66, fez com que fosse transferida os status de Sede Municipal (Cabaceiras) e seus órgão para Barra de São Miguel. Em 10 de julho de 1900. Entretanto, Cabaceiras entre os anos: 1900 e 1907, havia passado a ser distrito do seu antigo Distrito: Barra de São Miguel. Tendo esse que responder pelo quadro administrativo do municipal. Durante essa época: Coronel Manoel Melchiades Pereira Tejo (Castro) - 1901/1905 e o Coronel Tranquilino Correia de Araújo - 1905/1908, foram os cidadãos que responderam nas funções de Prefeitos. Entretanto, Barra de São Miguel (sede municipal) respondia pelos distritos de: Cabaceiras, Alcantil, Boqueirão, Barra de Santana, Caturité e Riacho de Santo Antonio. Sendo nomeado para secretariar os trabalhos do Conselho Municipal o cidadão: Francisco de Assis Pereira Tejo Sobrinho. E para administrador das Rendas o Sr. João Mendes da Rocha.

E por fim, após outras confusões políticas... Aconteceu mais uma reforma administrativa. A nova Lei Estadual nº 264, de 17 de setembro de 1907, reestabelece a condição de Sede Municipal a Cabaceiras. Mas, sem conseguir se reestabelecer. Vale salientar que por esses tempos o envolvimento político e econômico de Cabaceiras, se dava mais transitável com o Estado de Pernambuco. E não com o da Paraíba. Daí pressupomos que, não foi à toa que a região de Cabaceiras tornou-se berço de descanso para o cangaceiro Antônio Silvino (entre 1900/1914).

Texto: NCastro

Histórias baseadas em documentos de arquivos do Cartório Registral de Imóveis.

Arquivos do Fórum da comarca.

Arquivos do autor NCastro.

Arquivos de João Gomes Pereira “O Grito”, pg.5, Ano 2000.

Cabaceiras na época do cangaço: pág. 92/3/4/5. Ano 2018.

https://www.facebook.com/groups/508711929732768

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O HORROROSO RESGATE DA AMADA - CONTOS DO CANGAÇO - CANGACEIRO LAMPIÃO

 Por Contos do Cangaço

https://youtu.be/dJcmnGZDgVg

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

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QUELÉ DO PAJEÚ FILME COMPLETO - 1969

https://www.youtube.com/watch?v=eoZmCEJsrNo&ab_channel=JorgeMascarenhas 

Quelé do Pajeú.!.

Filme de cangaço, raro e completo. 1969. Assista-o.

Obs:Tarcísio Meira no papel principal.

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ROMANA A BIZUNGA DE BOMFIM ATUAL SENHOR DO BONFIM.

Por Rubens Antonio
 

Romana, a "Bizunga", de "Bomfim", atual Senhor do Bonfim, estuprada por Lampeão, em 9 de abril de 1931. Estágio atual das minhas retificação e colorização.

Cores aplicadas pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.

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