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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Esperada visita dos meninos da banda. A volante do sargento bezerra, no museu do Gonzagão de Serrinha. no primeiro salão baiano de turismo em Salvador = Bahia.


O  Pesquisador Guilherme Machado e o Cantor Carlinhos Pajeú, da Volante do Sargento Bezerra.


A volante do sargento Bezerra no Memórial de Luiz Gonzaga, com o pesquisador Guilherme Machado.

A volante do sargento Bezerra, formada por Kleber Aguiar, Gabriel Dominguez, Kiko Lisboa, André Tiganá, Carlinhos Pajeú, Binho Cunha, Kiko Souza e Ricardo Hardmann, traz em sua bagagem um misto de música tradicional nordestina e pop...

A banda surgiu em salvador em 2004, e traz na sua concepção e arranjos a tendência da nova música popular brasileira, mantendo a essência rítmica em perfeita combinação com elementos de vários ritmos do mundo, com uma base musical nordestina acrescentada de elementos da música pop, o resultado é um som que não deixa ninguém ficar parado por onde passa. O tradicional a serviço do novo e sintonizado com o mundo. Logo que surgiu no cenário baiano chamou a atenção e participou de alguns eventos importantes, como o projeto música no parque, fórum cultural mundial em São Paulo e vi mercado cultural latino americano.

A volante do sargento Bezerra realizou diversos shows nas principais casas de salvador, cidades do interior do Estado e em São Paulo. Teve como destaque as temporadas no galpão cheio de assunto - BA, SESC SENAC Pelourinho – Ba e Grazie a Dio – Sp, eleita pela revista veja, como uma das melhores casas de shows de São Paulo.

Em Salvador destaca-se dois grandes shows, um com Armandinho e Aroldo Macedo, onde a cultura da música da Bahia foi exposta com a mistura do “pop nordestino” d’a volante e a guitarra baiana de Armandinho, outro com Dominguinhos, no projeto, sua nota é um show, onde a volante fez a concha acústica – Tca em peso cantar seu “hit” da janela pro terreiro, encerrando o ano levando uma canção de amor para todos se lembrarem.

Ainda em 2007 a volante fez apresentações em São Paulo no CTN– Centro de Tradições Nordestinas, SESC – Ipiranga, SESC – Pompéia (projeto prata da casa), sendo escolhida como uma das melhores bandas do 2º semestre desse projeto.

Em novembro de 2007, concorrendo com o Show “Mais Mundo”, arrebatou três dos seis prêmios, aos quais foi indicado no maior prêmio de música do nordeste, troféu Caymmi: melhor banda, cantor revelação e melhor direção artística.

Postado por:
Acervo Gonzagão em Serrinha - Bahia


Enviado pelo pesquisador:
Guilherme Machado

http://Portaldocangacodeserrinha - Bahia


Não deixe de ler:

Direito que Anathália Cristina Queiroga não teve, "o direito de usufruí-lo"

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Luitgarde em destaque



Em sua mais recente visita a Fortaleza, a professora Luitgarde Oliveira Cavalcante Barros, uma das mais destacadas pesquisadoras e escritoras da temática Cangaço, no Brasil,  participou nos Estúdios da FGF TV, sob o comando de Jonas Luis de Icapuí, do Programa Destaque, que hoje o
Cariri Cangaço traz para você.

Manoel Severo


Roteiro Histórico e Cultural de Mossoró - 28 de Maio de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento

A partir de hoje estaremos traçando um roteiro histórica/cultural e porque não dizer também turístico da cidade de Mossoró. Descreveremos alguns lugares e monumentos que contam a história da cidade.
               

Hoje começamos a falar sobre a construção do Hotel Thermas de Mossoró e da descoberta do petróleo em campos terrestres no Rio Grande do Norte. Parece, a primeira vista, estranho, mas os dois fatos estão interligados. Vamos conhecer essa história.
               
No final dos anos 70 o governo do Estado do Rio Grande do Norte passou a elaborar um plano de interiorização do turismo no Estado, já que até aquela ocasião, só a capital Natal recebia turistas. Como a iniciativa privada não tinha interesse em construir hotéis pelo interior, o próprio governo tratou de munir algumas regiões de acomodações adequadas para viabilizar o turismo. Algumas cidades praieiras e serranas foram beneficiadas com esses equipamentos. Para essas cidades, o principal atrativo para os turistas seria a própria natureza.
              
A cidade de Mossoró, segunda maior do Estado, também deveria receber um hotel para incrementar o turismo. O problema é que Mossoró, por se encontra em pleno sertão nordestino, não oferecia nenhum atrativo natural que pudesse atrair turistas. Sabia-se, no entanto, da existência de águas térmicas na região, em temperatura que chegava a atingir 50°C. Essa seria a solução: construir um hotel com piscinas de águas térmicas. Em 1979 o DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral – perfurava o poço que alimentaria o hotel. Sabia-se que o lençol de águas térmicas estava a uma profundidade de aproximadamente 1000 metros. O poço foi concluído, toda a tubulação instalada e a bomba foi ligada para o enchimento das piscinas. No dia seguinte, para surpresa de todos, as piscinas estavam cheias de uma mistura de água com óleo, mistura essa indesejável para um hotel que já tinha até a festa pronta para a sua inauguração.
               
A Petrobras foi chamada e constatou que havia uma camada de petróleo a pouco mais de trezentos metros de profundidade. Perfurou outro poço para o hotel, bem isolado para não ser contaminado pelo óleo, e declarou a existência de um campo petrolífero em solos mossoroenses. Esse primeiro poço está em atividade até hoje no interior do hotel.
               
É comum se brincar com esse episódio, dizendo que em Mossoró é mais fácil achar petróleo do que água. 
               
É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Fonte:
Autor: Geraldo Maia do Nascimento

A Dinâmica do Cangaço

Por: Paulo Medeiros Gastão

Alguns dados sobre cangaceiros que atuaram na década de 20, do século passado


Félix da Mata Redonda, também conhecido como Félix Caboge. Era pardo, alto, desdentado, apresentando ter trinta e cinco anos de idade, no ano de 1925. Residente na localidade Mata Redonda, situada no município de Triunfo, estado de Pernambuco. Fez parte do grupo que assaltou Mossoró. Assaltou com seu grupo a cidade de Triunfo e tornou-se famoso. 

Esteve ligado aos acontecimentos dos Sítios Alagoa do Serrote e Caboré (detalhes logo abaixo), ambos no município de Princesa, estado da Paraíba. Participou dos bandos que atacaram Mossoró em 1927. O cangaço não se resume à figura de Lampião.



Sabino Gomes identificado também, como Sabino Gore, Sabino Barbosa de Melo, Sabino Goa, Sabino das Abóboras. É na fazenda Abóboras no sopé da Serra de Triunfo, Pernambuco que está localizada a origem deste cangaceiro que recebeu a   patente de tenente na cidade do Juazeiro do Norte, estado do Ceará.

Era Sabino baixo, pardo, corpulento, de trinta anos de idade, mais ou menos, quando visitou o Rio Grande do Norte. Participou do fogo do Gavião, dos assassinatos ocorridos nos Sítios Alagoa do Serrote e Caboré, no município de Princesa, Paraíba, juntamente com Lampião, Antonio Ferreira, Horácio Novaes, José Cavalcante (vulgo Dé Araújo), Belarmino Novaes, André Sepahuba, Inácio de Tal (vulgo Jurema), Félix Caboge da Mata Redonda, Carolino (vulgo Juriti), Jorge de Tal (vulgo Maçarico), Manoel Izabel, José Rachel, Vicente - filho da negra Penha -, Sebastião Valério, Ricardo de Tal (vulgo Pontaria), Eleno (vulgo Asa Preta), Hermino de Tal (vulgo Chumbinho), José Cesário, Luiz Berto de Lima, Juvenal Porfiro, José Porfiro, Luiz Pedro, Raimundo Novaes, Damásio (vulgo Chá Preto), Antonio de Tal (vulgo Sabiá), Luiz - filho de Nominata - e outros.

Seus familiares residem atualmente nos Estados de São Paulo, Ceará, Bahia, Pernambuco e Paraíba. Um livro sobre sua vida, está sendo escrito por uma de suas netas, que reside atualmente no estado da Paraíba. Visita Mossoró e retorna para morrer em tiroteio na Piçarra, município de Brejo dos Santos, estado do Ceará. Era homem valente e da extrema confiança de Lampião. Continua em aberto o número de cangaceiros que atacaram Mossoró. Em discussão. Você pode habilitar-se. Aproveite o momento.


Luiz Pedro, também conhecido como Luiz Pedro Cordeiro, Luiz Pedro da Canabrava e ainda Luiz Pedro do Retiro. Não aceitou a retirada do seu nome, que indica o local de origem. O Retiro está localizado no município de Triunfo, estado de Pernambuco. Desta comunidade saíram muitos cangaceiros que ganharam fama e outros ficaram no anonimato. Localidade produtora de farinha - a melhor do mundo - e de punhais tão bem feitos, quanto os produzidos no Juazeiro do padre Cícero.

O cangaceiro esteve ligado ao bando dos Ferreira desde que adentrou ao cangaço. Esteve na cidade de Mossoró e foi dos raros que chegaram a Serra da Baixa Verde, em Triunfo, e de lá após algum tempo, seguem em busca do território baiano, quando vão viver a segunda fase do cangaço lampiônico.

Luiz Pedro está registrado nos anais de Princesa, como cangaceiro que atacava aquela região, em represália à forma de tratamento que lhes era dada pelo Coronel Zé Pereira, líder da comunidade que, outrora, era identificada como Lagoa do Pecado. Tinha aproximadamente vinte e três anos de idade, quando da sua passagem pelo município de Princesa, deixando com seus companheiros, os seguintes mortos: Antonio Valdivino, Joaquim Alves - velho de 96 anos de idade -, Manoel Rodrigues de Melo, Ananias Alves, Antonio Zuza, Belizário Zuza e o menino Pedro Valdivino, de doze anos de idade. Fazia Luiz Pedro parte do comando maior de Lampião, valente, bravo e de extrema confiança do chefe. Sua morte em Angico e dos outros dez continua em discussão.
Mossoró, 13.06.08.

Paulo Gastão é escritor, pesquisador. Assessor de Comunicação da SBEC.

Se você quiser ler o artigo completo clique neste link:

A temerosa invasão de Lampião


Ao saber da morte do seu mais respeitado cangaceiro, Zé Baiano, morto em emboscada ardilosamente planejada pelo coiteiro Antônio de Chiquinho, na Lagoa Nova em Alagadiço. Tendo o corpo do cangaceiro sido jogado em um formigueiro, o seu líder, Virgulino Ferreira da Silva, reuniu seu bando e partiu com destino a Frei Paulo para por em prática um sórdido plano de vingança. Ele planejara uma sangrenta invasão de nossa cidade. Isso ocorreu nos anos 30, durante a famosa seca que assolou o sertão sergipano. Além das aflições causadas pela longa estiagem, a população vivia apreensiva com a eminência desse ataque. O interventor federal Eronildes Ferreira de Carvalho, proprietários da Fazenda Jaramatáia, determinou a criação de uma “Força Volante” que permaneceu acampada por meses na antiga praça do mercado, atualmente Praça Capitão João Tavares. O grupo dormia em dezenas de redes armadas e os mantimentos eram cozinhados em panelões.
O povo de Frei Paulo ainda hoje acredita que foi a espada do padroeiro São Paulo que impediu a entrada do bando de Lampião. Segundo uma lenda contada em prosa e versos pelos mais antigos, toda vez que o cangaceiro tentava entrar em Frei Paulo, era acometido de uma terrível dor nos olhos e nos ouvidos e uma caganeira que o deixava muito debilitado. O Padre Madeira mandou virar para cima a espada da imagem de São Paulo, que era voltada para baixo. Foram tempos difíceis e o medo imperava.
Meu pai relata que viu Lampião e seu bando na feira de Ribeirópolis no anos de 1927, como ele era uma criança, passou por baixo das pernas dos adultos que se aglomeravam para ver de perto o rei do cangaço, imponente, com suas indumentárias, olhar de mau, taciturno e sério. Armado de punhais, parabelo nos quartos, ostensivas cartucheiras em forma de xis e em uma das mãos um rifle papo amarelo. Era a lenda viva dos sertões bem ali na sua frente, cercado de outros cangaceiros e sua mulher Maria Bonita.
Mas em Frei Paulo ele jamais pisou os pés, graça a bravura de seus habitantes que voluntariamente se juntavam à "Força Volante" para enfrentar os cangaceiros. Logo os rumores de atrocidades praticadas pelo bandoleiro começaram a chegar. Ele já teria invadido fazendas em Carira, Cipó de Leite e Mocambo, sua chegada a Frei Paulo seria uma questão de tempo. Lampião mandou um bilhete para o intendente Maurício Ettinger com o seguinte teor: “Quando menos isperá nois invade sua cidade; num vai iscapá nem menino de 9 mês, a cabeça do delegado Germino vai rolar”
Germino Góes era o pai de Antônio de Germino, dono do Alambique da Imbira, que fabricava a Ibiracema, a melhor cachaça da região. Ele teve que fugir para o sul da Bahia para não ser morto, pois sua fazenda fora diversas vezes saqueada pelos bandos de Lampião e Zé Baiano. Fez isso porque se recusava a ser coiteiro de Lampião. O seu neto, Germino Neto é casado com minha irmã Selma. A morte de Zé Baiano, planejada por Antônio de Chiquinho não trouxe paz, pelo contrario, deu início a uma guerra que por pouco não se consumou.
Lampião e seu bando ainda ficaram alguns dias acampados às portas de Frei Paulo, o local onde ele se preparava para a invasão era ali, onde fica hoje o Curral do Açougue, no pé da ladeira que dá acesso à cidade. Felizmente o bandido bateu em retirada, ao saber que teria uma resistência à altura. Rumou para a Bahia e tempos depois foi morto numa troca de tiros com a volante na gruta de Angicos, próximo de Propriá.

http://magnopapagaio.blogspot.com.br/2012/03/ao-saber-da-morte-do-seu-mais.html

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ROCK, ROCK e ROCK....Sheldon e Marcelo Adnet

Por: Mascos Costa
HQ
DR. PLINK PROYD





Rock 1.

Cazuza (Barão Vermelho) criticava a burguesia e meninas mimadas; Paralamas o regime militar; Titãs questionavam o poder truculento da polícia; Ira não deixou pra trás a repressão; tantos outros, Legião, Lobão, Plebe Rude,.... E hoje? Com Cachoeira, mídia usando e abusando como 4º Poder e que não permite ser criticada (em plena democracia)... eu pergunto... 

O QUE TEM FEITO O ROCK NACIONAL ???? 
O tempo que não parava.. parou???? 
A pergunta continua... "Que País é Esse?"


Rock 2. 
Maio de 1962 -  Inglaterra. 

Mick, Keith, Stu e Brian se reuniam sempre. Ouviam discos de vinil. Muito Blues e ensaiavam muito tocando seus instrumentos. Tanto que dispensavam outros compromissos para fazer um som incrível tendo como referência Muddy Waters, Bo Diddley, Buddy Guy, Little Walter e outros para que em junho formassem uma banda de rock que ultrapassou gerações.

Então, saiu na mídia e no Wikipédia brasileiro que The Rolling Stones foram fundados em 25 de maio de 1962, coisa que não é verdade. 

Mês que vem vou postar toda semana algo de homenagem a banda que completa meio século este ano. 

Então e isso. "É só Rock ´n Roll e eu gosto. Gosto. Gosto sim." 





IMPERDÍVEL: 

BOA SEMANA, AMIGOS.


 Enviado por: Marcos Cost@
Do blog: da Cost@ 

JARDINEIRO NO OUTONO (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*

Rangel Alves da Costa

 

JARDINEIRO NO OUTONO

Outono é estação de entristecimento nos jardins, nos arvoredos, nos pomares, nos vasos e xaxins de plantas. As flores somem, as folhas vão murchando, mudando de cor, perecendo até ficar à mercê do sopro do vento.

 

Acostumado com cores vivas e maravilhosas no jardim, com o encantamento matinal dos roseirais, das violetas, dos jasmins, dos crisântemos, dos girassóis, o jardineiro começava a padecer feito condenado quando o outono se aproximava.

 

A paisagem ia se tornando dolorida, cruel demais ao seu olhar. E de repente as pétalas caindo, tudo murchando, tudo mudando de cor, tudo emagrecendo, tudo se esvaindo e se esvaziando, tanta vida transformada. E ficava sem suportar aquelas cores cinzentas, ocres, amareladas, marrons, cores quase sem cor.

 

E mais tarde a palidez, o encurvamento, o sumiço lento, o toque do vento, a queda, o esvoaçar. E no chão, o chão de jardim onde a grama divide espaço com pequenas veredas e canteiros, um manto de pétalas e folhas mortas, restos se movendo como algo que dá o último suspiro antes do desfalecimento.

 

Folhas secas e mortas por cima dos bancos, dentro da fonte, nos canteiros, nos caminhos, por cima dos troncos das plantas, por todo lugar. E na visão do jardineiro tudo era uma mortificante colcha de saudade estendida de lado a lado. De canto a canto porque os restos caíam e se estendiam por todo o espaço do jardim. E nem parecia mais jardim, senão uma pintura de natureza-morta inacabada, de marrom pálido e triste.

 

Com vassoura e gadanho na mão, sem saber por onde começar a varrer e recolher ao menos parte daquilo tudo, começava a olhar mais para o alto e ia descendo o olhar até o chão. E desde lá de cima as árvores nuas se mostravam sem qualquer imponência, seus galhos nus pareciam braços finos, ossudos, curvados, e mais abaixo a poeira da estação em tudo ali depositado.

 

Perto do muro um monte maior ainda de folhagens, vez que o vendo batia e ia levando aqueles espectros que se amontoavam. Mais tarde, feito vítimas de um holocausto da natureza, seriam prensadas em sacos e queimadas em qualquer vala comum. E do fogo crepitante subia uma fumaça de cheiro tão forte que muitos pensavam se tratar de um incêndio de grandes proporções na mata.

 

Mas era sina do jardineiro passar por tudo isso todos os anos, renovando sempre o mesmo sofrimento. Ficava contando os dias para passar aquela medonha estação tão inimiga dos seus sentimentos e chegar logo o inverno com suas temperaturas mais amenas, suas constantes chuvas, seu poder de reflorescimento sobre o jardim.

 

Mas enquanto o inverno não chegava ficava recolhendo aqueles restos mortais dos amigos. E ao fazer isso chorava e sofria. Cada pá cheia de folha que ia recolhendo era como se ouvisse vozes dando o último adeus. E muitas vezes, no ato de desespero e prova de quem tanto amava as plantas, as flores, o seu jardim, colocava bem no meio de tudo um caqueiro enorme com planta e flores de plástico.

 

Ainda assim as borboletas passeavam ao redor, os passarinhos pousavam para cantar, um beija-flor chegava para o seu beijo. Mas não podia colocar ali o néctar inexistente no outono. Aproximava-se de sua planta artificial e chegava a pedir para que ganhasse vida, farfalhasse igual a planta viva, exalasse o aroma florido e de leveza espiritual.

 

Mas um dia, quando o outono chegou e o jardim aos poucos foi retomando suas feições verdejantes e alegres, de tão contagiado pelos novos tempos o jardineiro nem se lembrou de recolher a sua planta de plástico. Então ela foi ficando ali se misturando com as outras, com o mesmo aspecto e a mesma vivacidade.

 

E um dia o jardineiro encontrou uma flor estranha, totalmente diferente daquelas tão conhecidas por ali. Era azul, era rosa, era violeta, num misto aromático de tudo. Era o plástico ganhando vida em meio ao jardim e recebendo o nome de flor de outono.

 

Não haveria como ser diferente, era esse o nome da flor. Flor de outono.

Poeta e cronista

e-mail: rangel_adv1@hotmail.com

blograngel-sertao.blogspot.com

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Direito que Anathália Cristina Queiroga não teve, o direito de usufruí-lo

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A casa do vento (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa*

A casa do vento


Sempre foi uma casa
casa de jardim e pomar
de visitante e carteiro
de chegadas e partidas
de silêncios e vozes
de portas e janelas
tudo num abrir e fechar
e ela continua casa
mas apenas casa do vento

na manhã ou entardecer
passava olhando a janela
jogava a flor e o poema
ficava esperando o olhar
talvez um sorriso no lábio
preservando a esperança
da correspondência no amor
até cantei uma bela canção
de menino apaixonado
que não sabia que a letra
falava num certo adeus

um dia a janela fechou
para nunca mais se abrir
o jardim envelheceu
minha esperança morreu
escrevo um poema bonito
e jogo naquela direção
sem ter quem receba e leia
meu verso sem rima
de estrofe de tanta tristeza
falando em tormento
ao passar pela casa do vento.


Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com