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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

CHOCALHOS DOURADOS DE LAMPIÃO

 Por José Mendes Pereira


A inveja está presente em todas as classes sociais e até mesmo, em todas as espécies de animais, porque, quando um ver outro capturar uma presa, quer tomar de imediato, como se dissesse: “- Você pegou, mas é meu!”. E parte para o ataque do toma.


Se você observar o comportamento de um animal, por exemplo, uma rês (eu vivi no campo e conheço as astúcias de muitos deles), que geralmente tem ao seu lado uma amiga ou amigo, ali, o ciúme doentio está presente, que não quer nem que outra rês fique perto do amigo ou da amiga. E assim caminha os seres vivos completamente tomados pelo ciúme. A inveja nasce até mesmo por coisas que não têm valor nenhum. E o ser humano é assim mesmo, pior do que os próprios animais. Inveja até o lugar que o outro se senta, se deita, faz refeições, frequenta, e ainda debocha para acabar uma amizade...

O difícil é nós sabermos o que leva um sujeito ter inveja de um simples objeto, quase sem valor, chamado chocalho, que só serve mesmo para ser colocado no pescoço de uma rês e soltá-la no campo, e com o seu som, indicar ao vaqueiro em que direção está ruminando o animal chocalhado. 

Rostand Medeiros
 
O historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros escreveu o que segue sobre a grande inveja do fazendeiro José Saturnino, que teve dos Chocalhos dos animais de seu José Ferreira da Silva, pai dos famosos cangaceiros Lampião, Antonio, Livino e Ezequiel Ferreira.

José Saturnino primeiro inimigo de Lampião

Vamos apreciar o que diz o Rostand Medeiros:

Ferreiras e Nogueiras eram vizinhos. Um parente dos Nogueiras José Saturnino se mostrou “despeitado” quando viu que o gado dos Ferreiras andava na caatinga com uns chocalhos bonitos, dourados, comprados em Juazeiro do Norte, no Ceará. 

Chocalho dourado

Até então, todos os chocalhos que chegavam à fazenda Serra Vermelha eram negros e sem graça. No sertão, onde o gado é criado sem cercado, o chocalho funciona como um meio de o vaqueiro localizar bois, vacas e cabras. Saturnino invejando, amassou o chocalho do gado dos Ferreiras e sem eles nas suas reses perderam bois e vacas.

Vaqueiro e seu amado cavalo

Para não ficarem por baixo os Ferreiras deram o troco, amassando chocalho do seu gado. Saturnino não gostou; capou o cavalo de Virgulino. Virgulino cortou os rabos das vacas de Saturnino. A briga cresceu e o juiz de Vila Bela obrigou os Ferreiras a se mudarem. Foram morar no distrito de Nazaré, hoje Carqueja, com uma condição; nem visitavam Serra Vermelha, nem Saturnino entrava em Carqueja. Mas José Saturnino quebrou o acordo e os Ferreiras não gostaram.

Lampião e seu irmão Antonio Ferreira

Começaram a fazer arruaças em Carqueja. Foram obrigados a se mudarem, desta vez para Alagoas, onde um amigo de Saturnino, a pedido deste, matou o pai de Virgulino e feriu um irmão. 

Tenente Zé Lucena responsável pela morte de José Ferreira da Silva pai dos Ferreiras.

Virgulino decidiu vingar-se.

Integrou-se ao bando do cangaceiro Sinhô Pereira e depois começou a agir por conta própria, com seu próprio bando. Seu poder cresceu, ele passou a ser temido até pelos governadores.

Sinhô Pereira - https://br.pinterest.com/pin/483925922460968767/

Em 1926, chegou a propor ao governo de Pernambuco dividir o Estado em dois: à capital caberia a administração do litoral, enquanto ele reinaria sozinho, no Sertão. De cangaço em cangaço, Lampião terminou por ter a cabeça colocada a prêmio por 50 contos de réis.

Cabeças decepadas dos cangaceiros Lampião, Maria Bonita e seu bando

Em 1938, seu bando foi desarticulado, ele e seus companheiros foram degolados e suas cabeças exibidas em praça pública.

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MORTO O HERDEIRO DO REI DO CANGAÇO.

Acervo do pesquisador do cangaço Guilherme Velame Wenzinger 

Notícia da morte de Corisco dada pelo jornal “Estado da Bahia” no dia 27 de Maio de 1940.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/2347510102124587/

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O CHOCALHO DA BRIGA ENTRE LAMPIÃO E ZÉ SATURNINO.

 Por Kinko Peregrine.

https://www.youtube.com/watch?v=J2KjeSbGGyg&ab_channel=KinkoPelegrine

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FILHOS DE LUIZ PADRE, PRIMO DO SINHÔ PEREIRA E AMBOS, AMIGOS INSEPARÁVEIS.

Por José Mendes Pereira 

Da esquerda para a direita: - Vilar, Wilson e Hagahus

Esta foto foi enviada para o nosso blog por Moema Covello Araújo, no dia 20 de janeiro do ano de 2017. Ela é neta do famoso cangaceiro Luiz Padre, que era primo legítimo de Sebastião Pereira da Silva, também famoso cangaceiro Sinhô Pereira.

Em janeiro, alguns dias antes, Moema me comunicou o falecimento do seu tio Vilar Araújo e Póvoa.

Veja o seu e-mail abaixo:
Amigo José Mendes,

no dia 17 de janeiro de 2017, faleceu em Palmas/TO, meu tio Vilar Araújo e Póvoa, irmão do meu pai Hagahus e terceiro filho do casal Luis Padre e Amélia Póvoa.

O sepultamento ocorreu na cidade em que morava: Dianopolis/TO, dia 18/01/2017.

Abraço
Moema Araújo.

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ANTÔNIO DA GRAÇA MACHADO

Por Relembrando Mossoró

EM 05 DE JANEIRO DE 1939 – Nasceu no município de Areia Branca-RN, Antônio da Graça Machado; Filho de Alberto Lira Machado e Adalgiza de Oliveira Machado. Este professor era casado com a professora Maria Lenice de Oliveira Machado e, desse matrimônio nasceram cinco filhos.

Ele foi gerente da Rádio Rural de Mossoró, onde nesta emissora era também redator do programa “Encontro Marcado”, “Carro de Praça 1.080”, além de outros. “Dentre os programas que produzia na Rádio Rural (então Emissora de Educação Rural de Mossoró-ZYI-28) nos seus primórdios, Antônio da Graça Machado escrevia um chamado “Você tem a Palavra”, horário de 11 horas e voltava-se para a crítica dos problemas cotidianos. Como Machado não possuía à época qualquer pratica em datilografia, ele escrevia o texto manualmente, com uma caligrafia magistral e, no horário devido, Emery Costa e ele, lado a lado, faziam a interpretação (a leitura). Num determinado dia, ele relatou um episódio, fez o comentário crítico e, ao final, colocou a expressão latina “Ó têmpora, Ó moris”, (traduzindo “Ó tempos, ó costumes”). O danado é que caiu pra cima de Emery Costa anunciar a dita expressão e, não tendo visto o texto antes, visualizou, balançou para um lado para o outro, e tascou mesmo depois do saudoso Professor Antônio da Graça Machado ter balbuciado a tal pronúncia e Emery Costa ter permanecido na mesma: “Ó tempora e... tudo mais...”. Nesta hora o professor deu uma sonora gargalhada de microfone aberto, com aquele seu característico vozeirão e assim, nesse dia, o programa ficou impossibilitado de continuar. Lá se vão 38 anos.”
Ele foi seminarista em Mossoró, pois quando falta pouco tempo para ser ordenado desistiu do sacerdócio. Antônio da Graça Machado foi assassinado no dia 04 de julho de 1982. Depois vieram as homenagens durante a gestão do Prefeito Dix-huit Rosado e da Prefeita Rosalba Ciarlini Rosado; primeiro foi construída a Escola Municipal Professor Antônio da Graça Machado, inaugurado no dia 31 de maio de 1984; depois foi construída uma praça, que recebeu seu nome, situada no bairro Abolição IV, inaugurado no dia 28 de setembro de 1992.
ADENDO: José Mendes Pereira.
O professor Antônio da Graça Machado foi meu professor quando eu fazia ginásio, na Escola Técnica de Comércio União Caixeiral. Naqueles idos, a escola mantinha o curso ginásio "pago", e eu fui agraciado com uma bolsa da CONAB, que recebi do senador Duarte Filho. 
https://www.facebook.com/groups/768856323197800/?multi_permalinks=6851001848316520%2C6850988701651168%2C6849189735164398%2C6849180341832004&notif_id=1704404267170311&notif_t=group_activity&ref=notif
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AOS 98 ANOS FEZ AMEAÇAS.

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=Kavqx3-Ukvs&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Nesse terceiro vídeo, João Souto fala de seu pai, o ex-cangaceiro Moreno, e conta que ele fez ameaças aos 98 anos de idade. Para participar da Expedição Rota do Cangaço entre em contato pelo e-mail: narotadocangaco@gmail.com Seja membro deste canal e ganhe benefícios:    / @aderbalnogueiracangaco   Parcerias: narotadocangaco@gmail.com #lampiao #cangaço #maria bonita #cangaceiros

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ENTREVISTA CADIM MACHADO, ÚLTIMO COITEIRO DE CORISCO

 Por Geziel Moura

https://www.youtube.com/watch?v=Vs9kLhbDokU&ab_channel=GezielMoura

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OS OSSOS DE CORISCO | O CANGAÇO NA LITERATURA #134

Por Cangaço na Literatura 

https://www.youtube.com/watch?v=x-uMb7AoKhA&si=TAAOgsMhse_QiQms&fbclid=IwAR1E-ZW98OiUMroz_OR1GJkdZq9slEn2kho8kKBtXJN4qnoY2urXm3kvFrA&ab_channel=OCanga%C3%A7onaLiteratura

Fomos até o cemitério de Miguel Calmon ver se ainda existem vestígios do sepultamento de Corisco. E aí? Gostou?

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𝐄𝐌 𝐒𝐀𝐋𝐕𝐀𝐃𝐎𝐑

Acervo do Jaozin Jaaozinn

Fotografia dos cangaceiros (da esquerda para a direita) Sebastiana, Boa Vista (companheiro de Laura), Moita Brava e Laura (companheira de Boa Vista), em Salvador, após se entregarem em Jeremoabo-BA, no ano de 1938.
Depois da morte de Lampião, o cangaço já estava por uns fios; sem coiteiros, sem mantimentos, sem proteção e sem a antiga confiança nos que o rodeiam. Uns seguiram ainda em bandos, suportando até o final, outros decidiram se entregar, sendo uma segunda chance de retornarem para a sociedade.
Foi o caso dos dois casais que estão na fotografia.
Ambos estiveram presentes no fatídico 28 de julho de 1938, ocasião esta que João Bezerra e demais militares emboscaram e aniquilaram Lampião, Maria e mais nove bandoleiros, tendo apenas o Soldado Adrião como baixa na força volante.
✢ 𝑩𝑶𝑨 𝑽𝑰𝑺𝑻𝑨, 𝑴𝑶𝑰𝑻𝑨 𝑩𝑹𝑨𝑽𝑨 𝑬 𝑺𝑼𝑨𝑺 𝑪𝑶𝑴𝑷𝑨𝑵𝑯𝑬𝑰𝑹𝑨𝑺
Antônio Alves dos Santos, o Moita Brava, nasceu por volta da década de 1910 (possivelmente em 1912) na Várzea da Ema/BA, sendo irmão de José Alves dos Santos, o cangaceiro Carrasco, e primo do cangaceiro Azulão (segundo o jornal Diário da Noite/RJ).
Entrou no cangaço em 1929, participando de inúmeras invasões, combates e espancamentos. Fez parte dos grupos de Lampião, Corisco, Português, Labareda e Moreno. Fazia parte do grupo de Português em 1934, cometendo roubos e ataques nas regiões de Santana do Ipanema-AL; esteve presente no Combate a Serrinha/PE, em 1935, quando era do grupo de Lampião; esteve junto com o grupo de Corisco no massacre do Jaburu, onde morreram três agricultores, em 1935; e esteve no grupo de Moreno, em abril de 1938, quando morreram os cangaceiros Catingueira e Pontaria pela força volante de João Bezerra.
Moita Brava teve duas companheiras: a primeira foi Maria Xavier, a Lili, do Raso da Catarina/BA (que fora companheira dos cabras Lavandeira e Mané Moreno), foi morta pelo mesmo, após o trair com o cangaceiro Pó Corante; a segunda foi a sergipana Sebastiana, prima das cangaceiras Aristéia e Quitéria. Em 10 de outubro de 1937, nasceu o seu filho, Joaquim Manoel Calumbi, onde foi entregue para o promotor Manoel Cândido, de Água Branca/AL.
Manoel Francisco dos Santos, o Boa Vista, nasceu possivelmente no ano de 1916, em Santana do Ipanema-AL. Entrou no mundo das armas em 1936, após tentar surrar uma amante de seu pai, sendo denunciado à polícia pelo mesmo e fortemente espancado na cadeia, conseguindo escapar e se refugiou nas hostes do cangaço.
Segundo o mesmo, acompanhou o grupo de Moreno por oito meses, participando de muitos combates, bem como o confronto com a força do Tenente João Bezerra, em 1938, ocasionando a morte de Catingueira e Pontaria.
Era companheiro de Laura Alves, de Alagoas, onde se conheceram na residência da moça (que era "aprisionada" pelo pai por sentir que sua filha estava desmoralizada, após o namorado a abandonar bem no período do seu casamento). De primeira, a jovem alagoana tentou acompanhar Moita Brava, sendo logo rejeitada por ele, depois veio a conversar com Boa Vista, seguindo-o para uma vida dura e difícil que era o cangaço.
• 𝑬𝑴 𝑨̂𝑵𝑮𝑰𝑪𝑶/𝑺𝑬
Ambos os casais estavam presentes na Grota do Ângico no ano de 1938. Presenciaram a morte dos bandoleiros, do chefe e também da correria dos demais que estavam acampados na "preparada cova coletiva".
Depois de alguns meses, os dois casais se entregaram para as forças baianas em Jeremoabo-BA, no dia 07 de dezembro de 1938, com a ajuda de um coiteiro por nome Odilon, levando-os para a localidade destinada. Afirmaram que a força da Bahia era mais camarada com eles, por isso a decisão e preferência da cidade. No dia da entrega, Laura estava esperando um filho. Após isso, foram escoltados para a cadeia de Salvador.
Em liberdade, Moita Brava e sua companheira foram para São Paulo, onde permaneceram até os últimos dias; Boa Vista e Laura, seguiram para o Sul da Bahia.
𝐎𝐁𝐒: Não confunda o paraibano Manoel Moreno com o baiano Mané Moreno, dos Ingrácias.
𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬𝑺: 𝑱𝒐𝒓𝒏𝒂𝒍 𝑨 𝑻𝒂𝒓𝒅𝒆/𝑩𝑨 - 1938, 𝑱𝒐𝒓𝒏𝒂𝒍 𝑫𝒊𝒂́𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒂 𝑵𝒐𝒊𝒕𝒆/𝑹𝑱 - 1938, 𝑩𝒍𝒐𝒈 𝒅𝒐 𝑴𝒆𝒏𝒅𝒆𝒔, 𝑹𝒖𝒃𝒆𝒏𝒔 𝑨𝒏𝒕𝒐̂𝒏𝒊𝒐 𝒆 𝒐 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑪𝒂𝒏𝒈𝒂𝒄𝒆𝒊𝒓𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝑨 𝒂 𝒁 - 𝑩𝒊𝒔𝒎𝒂𝒓𝒄𝒌 𝑴𝒂𝒓𝒕𝒊𝒏𝒔.

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