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quinta-feira, 10 de março de 2022

ENEDINA ESPOSA DE CAJAZEIRA

 Por José Mendes Pereira

Cangaceira Enedina

Enedina era cangaceira e esposa do facínora José de Aleixo, alcunhado no mundo do crime por Cajazeira. Ambos faziam parte da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia" do afamado, perverso e sanguinário capitão Lampião.

https://www.youtube.com/watch?v=XyCO3uaEriU

Na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, terras que antes pertenciam a Porto da Folha, e posteriormente passou a fazer parte da área territorial de Poço Redondo, Enedina foi assassinada no momento da chacina aos cangaceiros, mas o seu esposo José de Julião conseguiu escapar e fugiu até alcançar lugar seguro para se proteger. 

ENEDINA ERA ALEGRE

Enedina nasceu em Poço Redondo no Estado de Sergipe, que fica bem perto da Grota do Angico, onde o bando de Lampião foi atacado e morto.

Segundo os pesquisadores, Enedina sempre estava afogada no meio da alegria, e bastante risonha, bonita e prestativa. Casada civilmente com o cangaceiro Zé Julião ou Cajazeira. 

Zé de Julião havia se  metido em questões e foi obrigado fugir da sua residência, devido as perseguições policiais. Como estava sem rumo, entrou no  bando do capitão Lampião. E assim que ele armou a sua rede no coito do capitão, Enedina foi também, porque lá já haviam outras mulheres no bando. O casal de cangaceiros gostava mais de acompanhar o grupo do facínora Zé Sereno, que era um braço de Virgolino.

A alegria da Enedina desapareceu com o massacre da volante do tenente João Bezerra da Silva. Ela foi atingida por uma rajada de balas na cabeça, que chegou a estourar os “miolos” e ainda, a massa cefálica colou no vestido da companheira Sila, que era esposa do Zé Sereno. Sila e Zé Sereno não foram atingidos e se salvaram daquela guerra de balas.

Cangaceiro Zé de Juliaõ esposo da Enedina.

ZÉ JULIÃO O CANGACEIRO CAJAZEIRA

José Francisco do Nascimento era o nome de pia do cangaceiro Zé Julião, que no cangaço, ganhou a alcunha de Cajazeira. Nasceu em Poço Redondo, município Sergipano, situado no micro região do baixo São Francisco, e onde fica a nascente do rio Sergipe. Filho do fazendeiro Julião Nascimento e Constância. Cresceu em meio a um sertão de exploradores e explorados, soldados desumanos e jagunços atrevidos, nesse quadro, faria brotar no jovem um destino do que ser simplesmente herdeiro da riqueza de seus pais.

Naqueles idos de 1928, ter qualquer coisa que se afeiçoasse a riqueza, era também involuntariamente submeter-se à exploração da volante e dos bandos cangaceiros. Ora, era sempre mais confiável garantir a vida doando ou outros bens. Contudo, foram as continuas explorações que fizeram com que o pai de Zé Julião se mudasse para outra localidade. Mesmo casado com Enedina ele segue o pai.

De certa vez, foi reconhecido por soldados da volante quando jogava baralho, e que era acostumado a extorquir seu pai, a mesma prática tentaram com ele, isto o revoltou profundamente; passou a ter profundo ódio por aquele tipo de gente. Porém,o fato mais marcante foi a decisão que tomou diante daquilo que tinha por absurdo: criou impulso e encorajamento para entrar no bando de lampião, acompanhado por Enedina. Ao ser aceito no bando de Virgulino, ganhou o apelido de Cajazeira. Ao lado da fiel companheira na aridez das caatingas, faziam planos para conquistas maiores, vez que imbatível naquela guerra sertaneja.

E talvez por isso mesmo jamais passou pela cabeça o que viria acontecer naquela manhã triste e sonolenta de 28 de julho de 1938,na gruta do Angico.Quando a volante comandada pelo cabo João Bezerra atacou e matou Lampião e Maria Bonita e mais nove cangaceiros,sua querida Enedina prostou-se como uma das vitimas. Desesperado,conseguiu romper o cerco e fugir. Lampião, o líder estava morto; o verdadeiro cangaço tinha morrido ali também. Nesse contexto de tristeza e luta com o outro lado da realidade, o que faz Cajazeira é fugir, passando a viver na clandestinidade. Vagueou algum tempo pela Bahia até voltar a sua terra querida, Poço redondo. Lá, casou novamente com a irmã de Enedina.

A tão sonhada paz não o acompanha, continuou a perseguição da volante, não teve alternativa a não ser partir prá outras terras, foi morar em Nova Iguaçu, no então estado da Guanabara. Por lá tinha parentes e conhecidos, fixou residência e não tinha maiores problemas. Mas, como bom sertanejo não aguentou a saudade e voltou às terras Sergipanas para residir em uma das tantas fazendas herdadas do pai. Conhecido como era ver sua influência política crescer na região. Com o desmembramento de Poço Redondo de Porto da Folha em 1953, o ex cangaceiro lança-se candidato a prefeito pelo PSD nas eleições de 3 de outubro1954, tal era sua influência que ele não acreditava em opositor,as forças políticas do novo município estava unida em torno do seu nome e aquela eleição seria apenas um ato confirmatório.

Contudo como sempre acontece em política,ledo engano. Eis que aparece um político de Porto da Folha, Artur Moreira de Sá, como candidato pelo PR. apoiado por alguns políticos da esfera estadual. Havia ainda um candidato da UDN, porém ouve a polarização entre Zé Julião e Artur. A grande surpresa veio com a abertura das urnas, resultado 134 x 134. Todavia, sendo Artur Moreira de Sá mais velho do que Zé de Julião, o candidato foi aclamado vitorioso e nessa condição toma posso como primeiro prefeito de Poço Redondo. Contaminado pela febre da política, seu nome ficou fortalecido para o próximo pleito. Porém, o judiciário buscava deliberadamente dificultar a vida do ex-cangaceiro. As manobras que foram sendo verificadas, todas elas no sentido de favorecer o opositor. Tal situação indignou parte da população e principalmente de Zé de Julião.

E foi nesse contexto que o tino do cangaceiro tomou o lugar do político. O que fazer se as ações fraudulentas estavam escancaradas e nenhuma autoridade séria se posicionava diante daquela vergonha toda? Não tinha jeito era derrota na certa. Pensou, se seus eleitores estavam impedidos de votar, os corregionários do outro candidato sería impedido também, e assim articulou no dia da eleição acompanhado de afamados vaqueiros, roubaram as urnas da sede do município e do distrito de Bonsucesso. a ação não era mais obra de um candidato indignado,mas do cangaceiro cajazeiras. Tamanha ousadia soa como uma bomba no meio político e na justiça eleitoral Sergipana. Agora como vitima o candidato Eliezer tinha tudo nas mãos para ser declarado eleito. E assim foi declarado prefeito pela segunda vez de Poço Redondo.

As ações perpretadas por Zé de Julião naquela revolta sertaneja lhe trouxeram duas consequencia, foi preso e colocado em liberdade alguns meses depois. Nova Iguaçu é novamente seu rumo, ao menos sería, se ao chegar em Salvador não resolvesse retornar.Não se sabe as circustâncias, as intenções ou motivo desse retorno. São muitas as suposições, e se confirmadas estas, os motivos seriam outros senão vingança. Tinha motivações para isso. Sabe-se apenas que esta foi sua última aventura,pois na manhã de 1961 foi encontrado morto,assassinado, nas terras do seu Poço Redondo. A tragédia da gruta do Angico, para ele, foi apenas adiada. http://blogsolvermelho.blogspot.com/2011/01/

A foto acima de Enedina foi encontrada pelo saudoso escritor Alcino Alves Costa que a adquiriu através de um dos seus amigos pois até então não existia foto da cangaceira Enedina. Leia o que ele falou sobre a foto:

(...)

"Pois bem! Meus amigos e companheiros dizia Alcino Alves no rastejar a história dos povos sertanejos, em especial a história do cangaço e de Lampião, neste mês de fevereiro de 2011, eu tive uma grandiosa surpresa. Surpresa que me deixou pleno de felicidade. Emocionado mesmo. Conversando com Antônio Neto, um grande artista de Poço Redondo, neto da falecida Maninha, que era irmã de Enedina, a Enedina de Zé de Julião, a Enedina que morreu em Angico ao lado de Lampião, ele me disse que sua mãe, dona Antonieta, tinha uma foto da esposa do cangaceiro Cajazeira de pouco antes dela ter ido para o cangaço. Ainda mais. Que aquela foto havia sido tirada no dia de seu casamento que aconteceu na igrejinha de Poço Redondo, em 15 de Agosto de 1937.

Fiquei atarantado com aquela inesperada novidade. Ter esta foto em minhas mãos era algo de um valor extraordinário. Tonho Neto se comprometeu em ir buscá-la na Pia do Boi, fazendinha do município onde a sua mãe reside. A minha expectativa era enorme. Eis que no dia 20 deste mês, este meu querido amigo me entregou a foto, esta foto que tenho a felicidade de mostrá-la a todos os que pesquisam e estudam o cangaço.


Vejam meus companheiros, o quanto Enedina era bela. Uma menina-moça que carregava em seu corpo e em seu espírito uma lindeza incomparável. E saber que uma jovem e linda mulher, como Enedina, no fulgor de sua mocidade, perdeu a vida, com a sua cabeça esbagaçada por uma infeliz bala, na subida de uma das serras de Angico, é um acontecimento que ainda hoje, após tantos anos, nos deixa tristes e desconsolados". - http://cariricangaco.blogspot.com/2011/02/beleza-da-mulher-cangaceira-poralcino.html

Alcino Alves Costa sendo entrevistado pelo Cariri Cangaço

Esta foto acima é a única que existe da cangaceira Enedina esposa do cangaceiro Cajazeira.
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O EX-GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE, GERALDO MELO MORRE AOS 86 ANOS

 Por José Mendes Pereira

Geraldo Melo governou o Estado do Rio Grande do Norte pelo PMDB (hoje MDB) entre 1987 e 1991.

Claro, que como ser humano foi um homem que tinha seus admiradores, mas como governador do Rio Grande do Norte, eu fui um que sofreu na sua administração. Dava o aumento aos professores quando ele queria. Greve nenhuma tirava ele de tempo. Mas mesmo com todo sofrimento, eu não queria que ele tivesse falecido.

"Que Deus o mantenha vivo por muitos e muitos anos, mas longe de nós!"

Escrevi em 2013.

Nunca o Rio Grande do Norte elegeu um governador tão perverso e arrogante quanto o senhor Geraldo Melo. Usineiro que acumulou tantas riquezas (parabéns), que pobre para ele, tem que ser pisado e repisado com sapato de aço.


Para que valem estas mãos póstumas se não sabe respeitar os pobres?

Foi o período em que nós, professores, vivemos  mais aperreados. Foi o tempo em que proprietários de granjas venderam mais ovos, já que o ovo era o nosso  bife, contra gosto e contra vontade; "bife do olho grande". 


No seu tempo, o funcionário menos valorizado, sem dúvida, era o miserável professor. Pagamentos atrasados, e quando resolvia entregar o nosso soldo, jogávamos lá para o "Estádio Leonardo Nogueira" em Mossoró, e lá, sol, chuva, poeira  eram os nossos alimentos. Todos teriam que ser pagos durante às 24 horas daquele dia. E ainda mais, para infernizar a vida do professor, um avião sobrevoava a área do Estado Leonardo Nogueira. Se ele estava dentro do avião, é outra história.

Veja como eram magros os professores no tempo de Geraldo Melo

Lembro-me das dificuldades que me visitaram, quando uma roupa eu não podia comprar; vivia na base do "Chico tira Mané veste". Muitas vezes, alguns alunos chegaram a me perguntar, porque eu só usava aquela roupa. Para não deixar lacunas, eu lhes dizia que era uma farda. Mas que farda que nada! Dinheiro pouco, atrasado.

O único sapato que eu tinha privava-me de passar a perna sobre a outra dentro da sala de aula, com medo que os alunos vissem o seu solado, que era tão fino, que se eu pisasse em uma moeda de cinquenta centavos, dava para saber o lado pisado, "se era cara ou coroa".

Geraldo Melo foi o governador dos atrasos. A educação atrasou-se por mais de vinte anos. Não valorizou nenhum pouco. Sempre usava o seu ridículo bordão: "Quem manda no Rio Grande do Norte sou eu".

O professor que por uma razão qualquer, "negar isto", é porque vivia de outra  fonte de renda, e tinha a educação como bico, ou certamente é um verdadeiro apaixonado pelo partido que Geraldo Melo participa.

Aluízio Alves e Dr. Dix-huit Rosado - www.azougue.org

Sua vida política sempre foi em Ceará-Mirim; colaborou com o governo de Aluísio Alves, (grande político), (1961-1966), foi funcionário do DNOCS. Foi indicado vice-governador do Rio Grande do Norte, quando o titular era Lavoisier Maia Sobrinho (1978-1983).

Ex-governador do RN - Lavoisier Maia Sobrinho - neyjrnamidia.blogspot.com

Havia saído do grupo de Aluízio Alves. Mas lá por onde andou, não achou apoio, voltou se humilhando aos  Alves. Coordenou a campanha vitoriosa de Garibaldi Alves Filho, para a Prefeitura de Natal, no ano de 1985. 

Garibaldi Alves Filho - www.robsonpiresxerife.com

Isso lhe serviu de credencial para disputar o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, em 1986. Com o slogan "Novos Tempos, Novos Ventos" e uma maioria de 14 mil votos, conseguiu eleger-se.

Em paralelo a isso, montou uma estação de Rádio Novos Tempos AM, em Ceará-Mirim e obteve uma concessão de emissora de TV, a TV Potengi, ligada à Rede Bandeirantes de Televisão, ao término dos anos 1980.

Em 1993, rompeu com o PMDB e passou para o PSDB, onde foi presidente estadual, em seguida migrou-se  para o PPS. Elegeu-se senador em 1994 e tentou renovar seu mandato em 2002 e 2006. Contudo, não obteve êxito, pois a maioria dos funcionários públicos não lhe deu chance.

Se era desonesto, isto não me pertence, (e acredito plenamente na sua honestidade), mas, malvado, vingativo, autoritário, isto eu sei, e mais outros e outros adjetivos que ele merece.

Como político,  está sempre montado no galho mais forte. Se perceber que um determinado grupo político fracassará, já prepara o seu pulo para o galho mais resistente.

Certa vez, ele disse em seu programa de  rádio:

"-Dizem que todo político calça 40, mas não é verdade. Eu calço 39".

Ao ex-governador do Rio Grande do Norte eu desejo: Saúde, paz, muita riqueza e muitos anos de vida. Mas nunca mais seja eleito para qualquer cargo público, e longe de nós.

http://www.folhadodelegado.jex.com.br/artigos+de+outros+autore/deus+me+livre+de+presenciar+mais+outra+violencia+daquela+contra+seres+humanos

Minhas Simples Histórias

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Autor:
José Mendes Pereira

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LAMPIÃO NÃO MORREU EM ANGICO?

Por José Mendes Pereira - Trabalho feito em janeiro de 2011.

Lampião

O escritor Alcino Alves da Costa, em seu texto “Os 70 anos da morte de Lampião" – Publicado em 18/06/2008, diz o seguinte: 

“Jaques Cerqueira, subeditor do Viver do Jornal Diário de Pernambuco, é o autor de um artigo intitulado “A outra morte de Lampião”, que saiu no jornal Página Certa, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, afirmando com convicção, de que Lampião não morreu em Angico, e sim, em setembro de 1981”. 

Continua o escritor: “Lampião e Zé Saturnino – 16 anos de luta”, de autoria de José Alves Sobrinho, que era sobrinho em segundo grau de José Saturnino, o inimigo número 1 do capitão Lampião, este respeitável senhor atesta com convicção que, Lampião não morreu em Angico, e sim, aos 83 anos de idade, na fazenda Ouro Preto, em Tocantinópolis, Goiás”. 

Continua o escritor: “José Alves ainda afirma: O Capitão Virgulino tinha o olho esquerdo com pálpebra arriada, e não o olho direito fechado como o da cabeça decepada pela polícia e mostrada no Museu”. 

O José Alves Sobrinho, o fotógrafo José Geraldo Aguiar e o Jaques Cerqueira, eu não os conheço, mas com certeza são talentosos. Mas em minha humilde opinião, os depoentes que cederam informações a estes senhores, fundiram respostas fantasiadas. Quem é que não quer ser famoso? Alguém que na época parecia com Lampião, se dizia ser realmente o rei do cangaço, como foi o caso do Lampião de Buritis, que se dizia ser o próprio Lampião de Vila Bela. 

O ex-cangaceiro Sinhô Pereira, primo legítimo do ex-cangaceiro Luiz Padre e ex-patrão do capitão Lampião, afirmou a uma repórter que Lampião estava morto. Pois se ele estivesse vivo, com certeza, teria o procurado. 

Essa história é idêntica à que se passou em Mossoró, nos anos 70. Em um dia de finados, um senhor muito parecido com Lampião, estava no cemitério, dizendo ser Lampião. E tinha vindo visitar a cova do cangaceiro Jararaca. Até o ex-cangaceiro Asa Branca, teria dito ao jornalista Tomislav R. Femenick que havia se encontrado com ele dentro do cemitério São Sebastião em Mossoró.

Ora, se Lampião estivesse vivo e a cova fosse do cangaceiro Corisco, Mariano Lauriano Granja ou Luiz Pedro, até que dava para se acreditar, por eles terem sido muito amigos na sua época da velha guarda. Mas o Jararaca que só passou um ano e meio como chefe de bando de Lampião, isso não passou de uma brincadeira do sósia de Lampião.

Por tanto, respeitando o senhor José Alves Sobrinho, o José Geraldo Aguiar e o Jaques Cerqueira, que me desculpem, jamais os senhores e nem ninguém, me alienarão com uma história dessa.                        

O capitão Lampião morreu mesmo na grota de Angico. Se ele tivesse escapado da chacina de Angico, com certeza, teria voltado às suas origens, e ter dito para todos:

 "- Eu, Lampião ou capitão Virgulino, estou vivo, gordo e sadio". 

Ele nunca temeu nenhuma autoridade policial quando vivia no mundo do crime, por que temeria depois que o governo Getúlio Vargas perdoou os erros de todos que participaram do cangaço?

Ninguém me convencerá que Lampião não morreu em Angico. Mesmo que dissessem  os escritores (jamais disseram): Alcino Alves da Costa, Frederico Pernambucano de Melo, Antonio Amaury, capitão Bonessi, Rostand Medeiros, Ivanildo Alves da Silveira, Ângelo Osmiro, Romero Cardoso, Paulo Gastão, Chagas Nascimento, Geraldo Maia do nascimento, Aderbal Nogueira, Múcio Procópio, Antonio corrêa Sobrinho, Tomislav R. Femenick, Francisco Pereira Lima, José Bezerra Lima Irmão, Juliana Pereira, Kydelmir Dantas de Oliveira, João de Sousa Lima, Rubens Antonio, Antonio Vilela, Luiz Ruben, Luis Bento, Kiko Monteiro, Manoel Severo, Vera Ferreira, Maria de Lourdes Ferraz, Archimedes Marques Elane Marques, Lemuel Rodrigues, Rangel Alves da Costa, Verluce Ferra e outros tantos, que vivem nas caatingas, comendo do pão que o diabo amassou, na finalidade de registrarem fatos verídicos, eu não acreditarei. Se eles um dia forem favoráveis (coisa que eu acho difícil), a não acontecida morte do rei na grota de Angico, não me renderei. Lampião foi morto na Grota de Angico em 1938.

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ÁGUA DO POTE

 Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.67

“Puxa! Seus cabelos como estão bonitos, mulher! O que você usou?”.  “Água do pote, comadre”. Quantas e quantas vezes ouvimos esses fraseados no Sertão! Será que as águas de cacimbas do rio Ipanema, tinha mesmo esse poder mágico de embelezar os cabelos? Que as caboclas sertanejas tinham lá seus truques, tinham. Óleo disso, óleo daquilo, deixavam os cabelos brilhantes para a estreia da festa de Senhora Santana. Mutamba, babosa... Mas como a água salobra das cacimbas poderiam realizar esse desejo? Seria a cacimba de lugares específicos? O enigma estaria na armazenagem da água? É até bom que a gente não saiba tudo sobre as mulheres e seus segredos. Quanto mais misteriosas, mais atraentes elas ficam.

Mas como falamos em armazenagem d’água, ainda hoje quebramos a cabeça com cisterna, tonel de plástico rígido, caixa de banheiro e outros babados. Sem água encanada em Santana do Ipanema e em todas as cidades sertanejas, usávamos a armazenagem em recipiente de barro. Para o uso do cotidiano, era o pote, a jarra e o purrão. O pote, mais leve, arredondado, tanto servia para o transporte da água, quanto para a armazenagem. As mulheres mais humildes usavam uma rodilha e pote à cabeça em procura do rio. A jarra era comprida e pesada. Ficava em local da cozinha, escorada à parede com pedras ou tijolos soltos ajudando o equilíbrio. Depois vinha o “purrão”, uma jarra muito maior que complementava na cozinha das residências mais abastadas, o trio famoso de barro que fazia feliz a dona de casa.

Todas as três peças de argila, tinham obrigatoriamente um pano na boca para servir de coador. Depois, outro pano definitivo para cobrir jarra, pote, purrão, contra poeira, insetos e rãs. Depois de algum tempo a água ficava fria e gostosa. Pessoas que gostavam de beber, na falta de geladeira colocava a cerveja no pé do pote ou dentro do recipiente. “Quem não tem cão, caça com gato”, diz o povo. É só lembrar a música de Luiz Gonzaga, onde ele pede cerveja fria do pé do pote, no forró. O Sertão não tem condições de pagar tantos favores prestado pelos seus exímios artesãos, do barro, da palha, do couro e de um sem fim de material que serviu e encantou gerações. Ainda hoje o filtro de barro brasileiro é considerado o melhor do mundo. Não falta um filtro de barro de marca São João em nossa casa.

Zero água de geladeira. E seus cabelos como estão?

 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/03/aguado-pote-clerisvaldob.html

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DORES DA GUERRA

 *Rangel Alves da Costa

As imagens são fortes demais. Mil textos e reportagens não traduzem uma imagem de uma família morta pelos russos em pleno corredor de fuga.

Velhos e velhas saindo dos escombros para depois caminhar levando somente uma trouxa de roupas ou de qualquer coisa. Cabeças abaixadas, talvez tanto faz que mais um ataque lhes tire de vez a vida. Ela já está sendo retirada.

Pais e mães carregando filhos sem qualquer direção. Filas e mais filas de pessoas sem qualquer direção. Ao longe e pelos arredores, somente a fumaça das ferozes investidas e os destroços do que historicamente existiu.

Roupas grossas tentam proteger do frio ou dos infortúnios de mais adiante. Dificilmente se avista alguém levando mala ou uma porção maior de suas posses. As pessoas apenas seguem e tudo vai ficando para trás. E com a terrível incerteza de algum dia voltarão.

Edifícios grandes atingindo por foguetes. Prédios históricos sendo derrubados pela insana artilharia. Escombros e restos por todos os lugares. Incêndios e chamas são avistados pelos horizontes. E os ataques avançado sobre vidas.

Mas quem está fazendo tudo isso? Quem está matando um país inteiro? Os comandantes e os poderosos não estão ali, não estão nas frentes de batalha. São jovens, quase meninos, que são forçados a investir e matar outros jovens e meninos, mas também pessoas de todas as idades.

 

Putin está em sua fortaleza de proteção nuclear. Seus principais comandantes apenas dão ordens sem sair da proteção. Mas pelas estadas e ruas da Ucrânia milhares de enviados levando a morte em seus tanques e armas. Muitos desses jovens sequer sabem os reais motivos de estarem ali ceifando tantas inocentes vidas.

A salvação é a fronteira. Todos fogem e todos correm para as fronteiras. Casas, bens, roupas, móveis, vidas longamente construídas, tudo vai ficando para trás. Tenta-se salvar apenas a vida, o sopro no espírito que ainda lhes resta.

Um filho vai carregando a mãe nas costas. Um pai vai tentar conter o choro, a fome e a sede do filho. Não há nem tempo de olhar para trás ou de retornar para pegar o pão e a garrafa de leite. Sua casa já está em chamas.

As ruas parecem vazias, com apenas os focos de incêndios e os escombros marcando presença. Mas assim porque as fotografias não falam, não gritam, não agonizam, não choram a dor do espanto e da morte. Por todo lugar, quantos gritos, quantos choros, quantos berros aflitos?

E quantos sons ensurdecedores de tiros e bombardeios, de aviões mortais que passam rasantes, dos mísseis cruzando os ares, do terror avassalador por todo lugar? E pelos canais televisivos o “filho da putin” mandando avançar mais, ordenando mais ataques e mais mortes.

Como dito, as imagens que chegam são suficientes para mostrar a dimensão desumana e terrificante dessa guerra forjada objetivando a usurpação de um povo e sua pátria. As imagens, contudo, não mostram os olhos das crianças e dos idosos ucranianos.

Mas vejo e sinto cada face e cada olhar. Não há palavra que expresse o que vejo e sinto, contudo. Não há mais olhar, apenas a reflexão do medo, a profundidade da dor e o negrume da desesperança.

E eu aqui sabendo que logo estarei em minha cama, que tenho comida quente e uma porta e janela para fechar. E eu aqui pensando que tenho pouco e que me falta muito. E eu aqui pensando que sou infeliz.

Escritor
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HÁ 73 ANOS UM DOS MAIORES CANGACEIROS DA ÉPOCA FOI ENTERRADO EM CAMPINA GRANDE

 Por TV Brasil.

https://www.youtube.com/watch?v=iQrgYPBuzNY&ab_channel=TVBrasil

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A VINGANÇA IMPLACÁVEL DE LAMPIÃO CONTRA O CANGACEIRO MORENO I.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=S3S7S0cMBH0&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Vingança é um prato que se come cru e Lampião sabia bem disso. Nesse vídeo dona Madalena Maria fala a respeito da "vingança" cometida por Lampião e seus homens contra seu pai, Moreno I, no ano de 1936 no estado de Alagoas. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações e publicações. Forte abraço! Atenciosamente: Geraldo Antônio de S. Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia, Cangaçologia Shorts e Arquivo Nordeste. Seja membro deste canal e ganhe benefícios: https://www.youtube.com/channel/UCDyq...

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VOLANTE ELIZEU LOBATO MATA CANGACEIRO PAI VÉIO

 Por Aderbal Nogueira


Quer ajudar nosso canal? Nossa chave Pix é o e-mail: narotadocangaco@gmail.com Primeiro vídeo com o ex-volante Elizeu Lobato.

- Ele participou junto com 2 irmãos do combate da Lagoa do Mel - A morte do cangaceiro Pai Véio - A valentia de Zé Sereno e do volante Bem-Te-Vi - Corisco baleado e Dadá bota os soldados pra correr - Cangaceiros dançavam equipados - Delegado Pedro Gomes

https://www.youtube.com/watch?v=C24AJim3DPI&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Link desse vídeo: https://youtu.be/C24AJim3DPI

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