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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

AMENIZANDO O DIA DE FINADOS

Por Clerisvaldo B. Chagas - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.584

É grande o imaginário do povo brasileiro. E para contar coisas de assombrações, o sertanejo é mestre, mesmo no parece, mas não é. 

Ilustração

Dois adolescentes não conseguiam colher os manguitos da árvore de um cemitério. O vigia era implacável. Os garotos, então, resolveram roubar os manguitos à noite. Silenciosamente colhiam os frutos maduros. Um sujeito que vinha do centro da cidade resolveu sentar no pé do muro do cemitério, para descansar, uma vez que estava calibrado da “branquinha”. Enquanto isso, dentro do cemitério, um fruto do galho mais alto cai para fora do muro. O garoto mais perto percebeu e gritou para o outro: “O do lado de fora é meu!”. Pense na carreira avantajada do bebum!

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Anoitecia. Queria chover na estrada de terra sertaneja. O rapaz acenou, o motorista parou o caminhão e ofereceu carona na carroceria. Ali conduzia um caixão de defunto para entrega rápida. O rapaz não se impressionou e subiu.  Adiante começou a chover. A alternativa do moço foi abrigar-se dentro do caixão onde conseguiu tirar um bom cochilo. Na estrada, um grupo de cinco pessoas ia para uma novena, pediu carona e subiu também para a carroceria. Todos espiavam desconfiados para o esquife, quando de repente o rapaz desperta do cochilo, abre o caixão e pergunta: “Parou a chuva?”. Amigo, todos saltaram do caminhão numa velocidade ímpar, com o veículo a toda.

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Na minha terra, os capetas sobrinhos do padre Bulhões retiraram o miolo de uma abóbora, fizeram uma cara de bruxa, acenderam uma vela dentro e deixaram-na bem no poste da estreita passagem da única ponte do bairro. Cidade às escuras, a meia-noite dos retardatários foi um festival de galopes que até os aleijados não quiseram parar de correr diante do bicho do bocão. 

Sente aí, camarada, para ouvir mais. 


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G U E R R E I R O T O G A D O

Por Teócrito Moura Maciel Malheiros

Leitura concluída!

Recomendo-a aos colegas Juízes, aos Promotores de Justiça, aos advogados, aos Bacharéis em Direito, aos historiadores/pesquisadores em geral e, sobretudo, àqueles que apreciam a boa literatura do gênero.
"GUERREIRO TOGADO"

Preciso, imparcial e surpreendente, o relato inserto na obra epigrafada - de autoria do escritor pernambucano, PEDRO NUNES FILHO - aborda e enfoca a controvertida figura do Bel. AUGUSTO SANTA CRUZ DE OLIVEIRA, brilhante advogado, homem destemido, "guerrilheiro" por força das circunstâncias políticas da época e, "a posteriori", Juiz de Direito do Estado de Pernambuco.

As cenas se desenrolam no início do Século XX, no lugar então denominado "LAGOA DO MONTEIRO" ( hoje, cidade e município de MONTEIRO ), localizado na região do Cariri paraibano.

O Dr. Santa Cruz, personagem principal do épico telado, recebeu epítetos diversos, dentre os quais, "Bacharel Cangaceiro" e "Cangaceiro Doutor"!

No que concerne ao autor da obra, Dr. Pedro Nunes Filho, trata-se, ele, de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito Tributário pela UNIVERSIDADE DO RECIFE. 

Especializou-se, outrossim, em TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL, é membro da Sociedade Paraibana de Arqueologia e sócio do Instituto Histórico e Geográfico. Inobstante nascido em plagas mauricéias, Pedro viveu durante a sua infância e adolescência, entre os municípios tabajarinos de Prata e Monteiro. Na minha época de criança, tive o privilégio de ser seu companheiro, no Seminário Diocesano Cura D'Ars, em Campina Grande, onde dividíamos a mesma mesa no imenso refeitório do aludido "internato".

Orgulho-me disso!

O livro "sub-examine", além de poder ser encontrado nas boas livrarias, consegue igualmente ser adquirido junto a "GRÁFICA FAC FORM - RUA BARÃO DE ÁGUA BRANCA, 521, BOA VIAGEM - RECIFE - PE - FONE 55 81 3339-6566.

Os "MONTEIRENSES", sobretudo, não devem, jamais, prescindir da leitura dessa monumental obra literária. Afinal, ela constitui-se uma imersão na história das suas próprias origens.

(THEÓCRITO MOURA MACIEL MALHEIROS)

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A VOZ DA PEDRA

*Rangel Alves da Costa

Jamais pensei em acreditar nisso. Mas dobro-me à sabedoria para rever minhas opiniões. Eis que de três pessoas eu já ouvi que a pedra fala, que a pedra tem voz. E mais: sentimentos.

O velho sertanejo me disse: A pedra fala e fala muito. Basta sentar em riba ou ao lado e logo a pessoa escuta sua voz. É como se não ouvisse nada, mas ela vai falando por dentro da pessoa. E com ela também converso. E muito. Por isso mesmo que tanto dizem que converso sozinho.

O velho sábio me confidenciou: Doce e meiga, ruidosa e gritante, é a voz da pedra. Tudo depende de quem vai ouvi-la. Não adianta chegar junto à pedra com estupidez e ignorância e desejar ouvir uma palavra branda. A brandura da palavra da palavra será sempre uma resposta àquela voz que chega mais silenciosamente íntima do que bradando ao vento.

O velho filósofo me afirmou: Oh se soubessem os segredos das pedras. Oh se imaginassem a sabedoria das pedras. De endurecido semblante, de impenetrável feição, de insensibilidade e desdém, é o que erroneamente pensam da pedra. Ora, não conhecem seu íntimo, seu coração, sua voz. E nem será preciso colocar ouvidos rente ao seu corpo, bastando olhá-la ao longe e já compreender quantos séculos de sabedoria ali guardados.

Imaginem-se, então, as esculturas talhadas na pedra. Seus silêncios não dizem nada. Suas aparências não dizem além de uma feição petrificada. Contudo, basta que o olhar se alongue em observação, que a compreensão procure se aprofundar um pouco mais sobre aquele significado, e então a mera visão logo se transforma em achado, em proximidade, em contato. Então será possível um diálogo.

Mesmo a pedra bruta, a pedra do mato, dos escondidos, não deixa de revelar uma significação especial. O tempo passando, os anos se somando, a natureza ao redor se transformando, e ela ali como em estado de eternidade. E sempre um testemunho do novo e do velho, sempre uma lição aprendida no tempo e somente revelada quando a pessoa procura avistá-la com outro olhar.


Nos rochedos pedregosos assim também. Não são apenas pedras sobre pedras ou uma junção delas em imensidões de tamanhos. Como faróis que se acendem sobre as águas e que tudo conhecem de suas histórias e seus segredos, assim também com a imponência pedregosa que se lança acima das margens dos rios, que pontuam entre os caminhos, que estão nos impenetráveis caminhos.

Não são apenas pedras. São pedras vivas. Possuem células, possuas microrganismos, possuem partículas, possuem veias, possuem pulsações, sentimentos, corações. E falam e ouvem, e cantam e choram, e adormecem e despertam sempre no mesmo lugar, noite a noite e dia a dia, sob sol e lua, sob brisa e ventania. Até que um dia morrem e viram pó. E ao pó retornam na lei cristã da existência.

Confesso que sou muito amigo das pedras, principalmente daquelas desoladas no meio do tempo. Mesmo sem perceber, todo ser humano acaba sendo amigo da pedra. Depois de uma caminhada, de o corpo pedir um instante de repouso, logo procura uma pedra para sentar e descansar. E a pedra sempre acolhe. É neste momento que um diálogo mais próximo tem início.

Depois de sentar e se sentir mais descansado, daí em diante a pessoa começa a pensar em coisas, em pessoas, em situações. É um diálogo do consciente, da memória, da recordação. A pessoa não sabe, mas a pedra espera que o diálogo também se volte a ela. Como um bom sacerdote em confissão, espera que o fiel vá se revelando.

Então, é chegado o instante que a palavra, mesmo em pensamento, seja voltada à pedra. Ela ouvirá cada silenciosamente. E silenciosamente responderá. A pessoa nunca levanta de uma pedra sem a sensação de ter reencontrado um velho amigo. Da pedra levanta com a lição, com a solução de problemas, pronto para seguir em frente.

Escritor
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O CANTOR JOÃO MOSSORÓ FARÁ SHOW NO DIA 05 DE NOVEMBRO DE 2016 NO RIO DE JANEIRO


O cantor João Mossoró fará show no dia 05 de novembro de 2016,  no Rio de Janeiro, no bairro Benfica, no"Mercadão Cadeg".
Uma festa portuguesa  no "Cantinho das Concertinas".


Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

Cantará também a canção "Tocando em frente" do cantor Almir Sater, gravada por ele na mais linda interpretação. 

https://www.youtube.com/watch?v=jY-i9bFRhW4

Será uma festa portuguesa com muita concertina(sanfona é só alegria). O artista entrará  às 11:45.

Você que mora no Rio de Janeiro e é nordestino, prestigie o artista, participando do seu show.

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CANGAÇO NO PIAUÍ


 Mais um livro do escritor e fundador da SBEC -  (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço) Paulo Gastão.


Entre em contato com o autor através deste e-mail: paulomgastao@hotmail.com

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br
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O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO


LANÇAMENTO do livro nesta sexta-feira (4), às 17h, no Instituto Histórico Geográfico do Distrito Federal (IHGDF).

“O Sertão Anárquico de Lampião” é uma pesquisa histórica que retrata o Nordeste no início do século XX e seus personagens míticos. A obra publicada pelo professor de Português e Literatura, Luiz Serra, costura acontecimentos importantes do início do século XX no Nordeste – Cangaço, Canudos, Padre Cícero, Coluna Prestes, coronelismo e Estado Novo – em uma só história.

Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serra atuou também como revisor na Câmara dos Deputados e em obras relevantes na área técnica e administrativa, dentre elas: o projeto "Governança em Ação, de Caio Marini, e no livro didático "Provas Discursivas: Estratégias", de João Dino.

Sobre o livro

Nesta obra, o escritor apresenta sua visão pessoal sobre o sertão de Lampião, "anárquico", considerando as crônicas e os mitos épicos construídos ao longo do tempo. A narrativa fundamentada em estudos culturais tem informações inéditas e uma possível teoria sobre a misteriosa morte do Rei do Cangaço e seu bando.

A mistura de literatura e história em “O Sertão Anárquico de Lampião” inspira o leitor a pensar os acontecimentos históricos dentro de uma perspectiva social, filosófica, política e não apenas factual. Mais do que buscar a compreensão de um fenômeno social, o livro retrata a alma do brasileiro e seus conceitos de violência.

O cangaço não morreu com Lampião, como diz Maurício Melo Júnior no texto de orelha do livro, " é um erro pensar que o cangaço morreu com Lampião em 28 de julho de 1938. A partir de então ele se urbaniza e até o final do século XX, com os pistoleiros de aluguel, aterrorizava o Nordeste. Atualmente está travestido de milícias nos morros do Rio de Janeiro e outros tantos recantos do país".

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira: 
franpelima@bol.com.br
Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína, pelo e-mail: 
Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 

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ARQUITETURA DO CANGAÇO: AS CASAS DECORADAS PELA BISNETA DE LAMPIÃO

Gleuse Ferreira e sua avó, Expedita Ferreira, numa casa decorada com referências ao cangaço.

Nas veias da arquiteta Gleuse Ferreira, corre o sangue de Lampião e Maria Bonita – em sua arquitetura, também estão traços dos cangaceiros.


A arquiteta Gleuse Ferreira cresceu rodeada por repórteres, fotógrafos e turistas na casa de sua avó, uma velha residência de alvenaria na capital do Sergipe, Aracaju. Eram profissionais e curiosos em busca das memórias de seus bisavós, o casal mais famoso do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva e Maria Bonita. Gleuse não chegou a conhecer os responsáveis pelo alvoroço em sua casa (Lampião morreu quando sua avó, Expedita Ferreira, tinha apenas cinco anos, em 1938), mas a proximidade com roupas, armas e até fios de cabelo do casal criou uma intimidade entre eles.

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Casa da Filha de Lampião. Gleuse Ferreira foi a arquitetura responsável por reformar a casa de sua avó, Expedita Ferreira, a filha de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Na decoração dos ambientes, a profissional primou colocar à mostra homenagens ao mais conhecido cangaceiro que o Brasil já conheceu. São quadros, xilogravuras, porcelanas etc. espalhados pela casa.


Quando se formou em Arquitetura, Gleuse pegou o diploma e, da noite para o dia, resolveu vender o carro e comprar uma passagem para conhecer outros países. “Como diria minha mãe, calcei as ‘percatas do seu bisavô’ e fui, de cidade em cidade, conhecer gente e tentar me encontrar”, afirma. Morou em São Paulo, Barcelona, Salamanca, Madri, Sevilha e Berlim. Voltou à sua cidade natal e abriu um escritório de Arquitetura, o Gleuse Arquitetura. “Minhas andanças pelo mundo me colocaram em contato com pessoas de diferentes nacionalidades, costumes e crenças. Isso se reflete no meu próprio trabalho já que sempre busco, em primeiro lugar, ouvir o que meu cliente deseja e não projetar uma casa baseada no que eu quero”, conta.

Um dos primeiros trabalhos no novo escritório foi reformar a casa onde sua avó, filha de Lampião, morava com o yorkshire Virgulino. “Sempre tento preservar a identidade do morador. Foi exatamente o que fiz na casa de minha avó ao decorá-la com porcelanas, fotografias, xilogravuras e quadros que têm referência ao cangaço. São todos os presentes que ela ganhou dos fãs do meu bisavô, as memórias que colecionou ao longo da vida”, diz a profissional. Se os presentes estão expostos, longe do público ainda está a herança dos cangaceiros, a qual inclui armas, vestimentas, livros e um cacho do cabelo de Maria Bonita. A família tenta, junto a um museu de Salvador, um espaço adequado para expor permanentemente o material.

Perfil profissional de Gleuse Ferreira

As referências de Gleuse Ferreira estão longe de serem apenas personagens do cangaço brasileiro. Tendo viajado por diferentes países, seus mestres são de diferentes nacionalidades. Entre os brasileiros, estão Isay Weinfeld, Dado Castelo Branco e Marcio Kogan. Ela conta que revistas, feiras de decoração como o Salão de Móvel de Milão e aplicativos como o Pinterest também lhe ajudam na hora de pensar novos projetos.

A frente do escritório Gleuse Arquitetura, a arquiteta assina projetos em Sergipe e em estados da região Sudeste. Conhece bem o cliente de cada região. O sergipano, por exemplo, é muito vaidoso e, em sua casa, não pode faltar a associação entre beleza, conforto e funcionalidade. “Os homens também costumam solicitar uma casa com rede, uma exigência que não agrada muitas mulheres, já que a casa perde um espaço”, ela conta. Entre os materiais, informa que sempre opta por pisos frios, como o porcelanato, devido ao clima quente; devido à forte maresia, Gleuse evita usar espelhos porque sabe suas bordas oxidam com o tempo, ficando pretas. Varanda e climatização são dois pedidos sempre presentes nos projetos sergipanos.


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PADRE CÍCERO, O “SANTO DO POVO ".


O Padre Cícero do Juazeiro foi um líder católico brasileiro. Foi ordenado padre em Fortaleza no ano de 1870. Realizou um trabalho pastoral, com pregações e visitas domiciliares. Conquistou a simpatia dos católicos. Foi punido pelo Vaticano, com a suspensão da ordem. Foi acusado de manipulação da crença popular. Exerceu cargos políticos em Juazeiro do Norte. Em 1977, foi canonizado pela Igreja Católica Apostólica Brasileira. Hoje Juazeiro é ponto de peregrinação de seus fieis.

Padre Cícero Romão Batista nasceu no dia 24 de março, na cidade do Crato, Ceará. Filho de Joaquim Romão Batista, comerciante, e Joaquina Vicência Romana. Foi estudar na Paraíba, mas em 1865, com a morte de seu pai, voltou para o Crato. Estudou na Prainha, em Fortaleza, onde foi ordenado Padre, em 1870. Dois anos depois, foi designado vigário para a cidade de Juazeiro do Norte no Ceará, onde começou um trabalho pastoral com pregações e visitas domiciliares. Recuperou a capela, comprou imagens e ganhou a simpatia dos moradores, passando a exercer grande liderança na comunidade.

Um "milagre" ocorrido em 1889, transformou a vida do religioso e da cidade. Ao participar de uma comunhão geral, na capela de Nossa Senhora das Dores, a hóstia sangrou na boca da beata Maria de Araújo. Logo a notícia do milagre se espalhou. A cidade passou a receber peregrinos de vários lugares. Em 1894 foi punido com a suspensão da ordem. Dois médicos foram chamados para testemunhar e confirmaram o milagre, fato que só fortaleceu a crença do povo.


Padre Cícero foi chamado ao Palácio Episcopal. O bispo mandou investigar, a igreja não aceitou o milagre e o padre foi punido. Em 1894 foi suspenso da ordem, acusado de manipulação da crença popular pelo Vaticano. Inconformado, sem poder celebrar missa, foi ao Vaticano, em 1898, pedir revogação da pena, ao papa Leão XIII. Saiu de lá com a vitória, mas o bispo não aceitou e pediu revisão do resultado.

Sem poder seguir na carreira religiosa, entrou para política e em 1911, foi nomeado prefeito. Participou da Revolta do Juazeiro, em 1914, junto com grandes coronéis. A revolta foi motivada pela vitória de Franco Rabelo para governador do Estado e a derrota de Antônio Pinto Accioli. Padre Cícero, Pinheiro Machado, Floro Bartolomeu e grandes coronéis, se uniram na luta e restauraram o poder de Accioli. Padre Cícero foi eleito ainda vice-governador do Ceará.

Padre Cícero foi o grande benfeitor de Juazeiro do Norte, levou para a cidade a Ordem dos Salesianos, doou o terreno para construção do aeroporto, abriu várias escolas, entre elas a Escola Normal Rural, construiu várias capelas, estimulou a agricultura e ajudou a população pobre, nos períodos de secas na região.

Quando sua vida pública chegou ao fim, seu prestígio de santo deu grande impulso, e com sua morte a devoção aumentou. Todos os anos, no dia de finados, uma multidão de romeiros, vinda de várias partes do Nordeste, chega a Juazeiro para visitar o túmulo do santo, na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. No alto da Colina do Horto foi erguida uma estátua do padre, sendo ponto de peregrinação.

O Padre Cícero visitou o município de Belmonte várias vezes, e várias vezes foi recepcionado pelo Sr. Manoel Desidério do Nascimento na fazenda Boa Esperança, pelo Sr. Antônio Cassiano Pereira da Silva na fazenda Olho d’Água e pelo Sr. Manoel Lopes da Silva Barros na fazenda Santa Cruz. No ano de 1892, inesperadamente, o Padre Cícero surgiu na Vila de Belmonte, ocasião de uma desforra entre as famílias Carvalho e Pereira, e conseguiu naquele momento dissuadir as mesmas da velha contenda familiar, traçando então um pacto de paz entre ambas.

Padre Cícero Romão Batista faleceu no dia 20 de julho de 1934, em Juazeiro do Norte, Ceará. Seu corpo está sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

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MOSSORÓ RIO GRANDE DO NORTE


"Porque existem momentos em nossas vidas que merecem ser para sempre lembrados e quando fazemos algo que nos agrada o resultado é sempre satisfatório".

Abaixo podemos observar uma fotografia do incansável escritor e pesquisador do Cangaço Paulo Gastão (Paulo Medeiros Gastão) que há décadas se dedica em resgatar e consecutivamente preservar a história do cangaço nordestino, percorrendo todo o sertão em busca de histórias, fotografias e resquícios que ajudem a montar o quebra-cabeça da história cangaceira.

Na fotografia abaixo Paulo Gastão (Esquerda) aparece ao lado do senhor José Cordeiro (Direita) que foi um dos bravos defensores da cidade de Mossoró/RN durante a tentativa de invasão à cidade por parte de Lampião e seu bando no dia 13 de junho de 1927.

Fica aqui registrada a nossa homenagem e o nosso reconhecimento ao trabalho executado pelo Dr. Paulo Medeiros Gastão.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)

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ANTONIO CORRÊA SOBRINHO NOS PRESENTEA COM A ENTREVISTA DE FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELO

Antônio Corrêa Sobrinho‎Lampião, Cangaço e Nordeste

Compartilho com os amigos o texto que acabo de ler: a entrevista concedida pelo pesquisador e escritor Frederico Pernambucano ao jornal O GLOBO, de 04 de setembro de 2004. Nela, o notável estudioso do cangaço, honesta e humildemente, revê seu conceito sobre o cangaceiro Virgulino Lampião.

NEM BANDIDO, NEM MOCINHO

Historiador diz que o cangaço não deve ser visto como monstruosidade, e sim como resistência.

Há mais de 30 anos pesquisando o cangaço, o historiador Frederico Pernambucano de Mello acaba de lançar “Guerreiros do sol” em Paris, o que motivou a produção de um documentário por um canal franco-alemão sobre a vida de Lampião. Publicado pela primeira vez há duas décadas o livro ganhou edição revista ampliada e cheia de novidades, graças a um esforço conjunto das editoras Massangana e A Girafa. “Guerreiros do sol” foge da cômoda e clássica explicação pela ótica marxista, segundo a qual o cangaço seria apenas uma reação ao coronelismo vigente no sertão nordestino e à concentração de terras. Em entrevista ao GLOBO, o autor revê seu conceito sobre Lampião, a quem não considera mais um “rebelde sem causa”.

Letícia Lins

O GLOBO: Lampião, o rei do cangaço, suscita sempre discussões maniqueístas e apaixonadas. Para uns é um herói, para outros um bandido. O senhor ainda o define como um rebelde sem causa com fazia há 20 anos?


FREDERICO PERNAMBUCANO: Eu estava errado. Sou um cientista social que foi salvo no momento em que foi assaltado pela arte. Foi a estética do cangaço que me revelou que eu não poderia trabalhar um tema a partir somente de um conceito jurídico ou sociológico. Mas sim a partir de alguma coisa muito mais profunda que sintonizava com a alma do brasileiro, com sua formação colonial. Posso dizer que como cientista social fui assaltado pela estética. Não diria mais que Lampião foi um rebelde sem causa. Nesse momento isso fica resolvido dentro do conceito irredentismo.

- Por que irredentismo?

FREDERICO: Porque eram grupos que pretendiam manter a todo custo, até pelas armas, seus padrões de existência e não queriam trocá-los pelos do invasor ou pelos do colonizador. O cangaço é apenas uma das muitas rebeldias brasileiras, e é importante que não seja mostrado simplesmente como uma monstruosidade, de uma teratologia, porque não foi. O cangaço é um fenômeno tão digno de estudo na História do Brasil quanto o levante indígena, o quilombo negro, a revolução social profana ou religiosa, como a Pedra do Reino, Caldeirão, Serra do Rodeador, Canudos e outras.

- Então, nem herói, nem bandido, mas um resistente?

FREDERICO: Era um resistente a favor dos valores arcaicos da sociedade sertaneja, a exemplo dos que agiram no litoral em defesa dos valores tradicionais da sociedade brasileira, que é extremamente violenta na sua formação por todos os lados que você possa se valer para defini-la.

- Como a estética do cangaço mudou seu conceito sobre Lampião?

FREDERICO: O que caracteriza alguma nobreza por parte do cangaceiro é que enquanto o criminoso comum tende à ocultação, o cangaceiro é fascinantemente o oposto disso. O cangaceiro tinha indumentária tão especial que se compara em elaboração apenas à usada por algumas tribos indígenas em dia de festa. Não conheço outro grupo social no Brasil cujos trajes se comparem à imponência do cangaceiro Corisco, de Lampião. O traje era ostensivo, imponente, declarador da condição de cangaceiro. Por essa estética chega-se à conclusão de que eles não eram simplesmente criminosos que tendem à ocultação. Os cangaceiros estavam imbuídos de valores maiores do que a simples ideia da prática do crime.

- Por que os cangaceiros evitavam a ocultação?

FREDERICO: Eles se sentiam investidos de um mandato mais antigo e mais profundo do que a lei litorânea queria brandir contra eles no sertão. Esse mandato vai sintonizar com a ideia do mito primordial do brasileiro de que aqui era possível viver sem lei nem rei e ser feliz.

- Enxergar o cangaço pelo ângulo do materialismo histórico é um equívoco?

FREDERICO: É. Quando escrevi o livro estava entre o referencial teórico acadêmico no curso de direito e a minha convivência de afilhado com o ex-cangaceiro Medalha, amigo de infância de Lampião. No sertão, havia uma realidade. No litoral onde eu me encontrava, o marxismo prêt-à-porter dominava o meio acadêmico. Para os marxistas, a montagem do fenômeno era simples: precisamos de um opressor, é o coronel; precisamos de um oprimido, é o cangaceiro. Já estava tudo metodologicamente resolvido. Medalha me fez ver que interpretar o cangaço pela metodologia do materialismo histórico não me conduziria a explicar o fenômeno em sua completude. Como toda concepção estrutural em História, a do cangaço sob a ótica marxista pode parecer empobrecedora.

- Como é que Medalha, um ex-cangaceiro sertanejo, pode mudar um conceito filosófico?

FREDERICO: Quando eu conversava com Medalha, ele me dizia que Lampião era louco por coronéis sertanejos, que os coronéis também eram loucos por ele e que muitas vezes agiam de conluio. Lampião tinha um trato urbano agradabilíssimo, era um sedutor de coronéis e seu braço era longo para muitas missões. O polo de conflito era entre os litorâneos e os sertanejos, mas não entre coronéis e cangaceiros sertanejos.

- Então, apesar de ser cangaceiro, Lampião sonhava mesmo era em ser um coronel?

FREDERICO: Ele quis e chegou a ser um cangaceiro dos mais bem-sucedidos, um coronel da caatinga. Não tendo na terra a sua fonte de poder, substituiu a terra pelo fuzil, e o fuzil é inexoravelmente uma fonte de poder em qualquer lugar. Os cangaceiros foram coronéis sem-terra e se relacionavam como eles de igual para igual. Havendo motivo pessoal, eles rompiam e aí se tratava uma espécie de guerra entre coronéis.

- Se o cangaço não foi uma reação ao coronelismo, teria sido uma forma de suprir a ausência do Estado?

FREDERICO: Essa travessia das formas de criminalidade grupal acontece realmente no momento em que não há presença do Estado no sertão. De certa forma, esses grupos armados protagonizavam um tipo de ordem. Nessa época os coronéis eram a lei onde não havia lei nenhuma. Quando o Estado aparecia, o grupo se tornava intolerável e passava a ser a expressão da criminalidade. Convém assinalar também que o cangaço aflorava nos momentos de maior desorganização social, como nas secas. Nos momentos de conflito político também aflorava.

- Como no caso da passagem da Coluna Prestes pelo sertão?

FREDERICO: Lampião recebeu um dramático chamado do Padre Cícero, porque o “revoltoso” (prestes) estava seguindo para o Ceará, onde poderia “arrancar a batina do padre velho e desmoralizá-lo”. Lampião compareceu a Juazeiro do Norte, mas o álter ego do padre, o deputado Floro Bartolomeu da Costa, adoeceu e viajou para o Rio de Janeiro. O funcionário mais graduado da cidade era o inspetor do Ministério da Agricultura, que dialogou com Lampião, que receberia a patente de capitão honorário das forças legais contra os revoltosos. A patente é assinada pela única autoridade federal presente à cidade, Pedro Albuquerque Uchôa, que estava em Juazeiro combatendo a praga da lagarta rosada. Lampião, portanto, passa a ser um legalista por alguns momentos. Chega a trocar o chapéu de cangaceiro – símbolo máximo do irredentismo – pelo chapéu de feltro dos batalhões patrióticos, e se investe na condição de representante do governo federal, já que Bartolomeu era amigo íntimo do então presidente Artur Bernardes.

- É incrível como Lampião valorizava a aparência. Ele era bom marqueteiro?

FREDERICO: Com certeza. Ele tinha muita consciência da importância da imagem. Era um homem inteligente. Defini-lo como vulgar é um erra clamoroso. Ele tinha consciência da importância da imagem e por isso nunca desdenhou de fotógrafos e cinegrafistas. O ciclo do cangaço é um dos mais bem documentados fotograficamente. Lampião produzia sua própria imagem não só do ponto de vista estético, mas também a partir do imaginário que se difundia sobre ele.

- Além de Lampião e seu bando, quantos outros grupos de cangaço atuaram no Nordeste?

FREDERICO: Descrevo 44 grupos de cangaceiros nessa edição, mas a próxima já sai com 54, todos devidamente documentados.

- O cangaço pode ressurgir no Brasil? A guerrilha urbana seria o cangaço do asfalto?

FREDERICO: Quando a lei oblitera, quando não há eficácia na ação do Estado, volta-se à ideia de que é rentável viver sem lei nem rei. Se o cangaço pode ter sio endêmico, a criminalidade hoje é epidêmica. O escudo ético utilizado pelos cangaceiros era a vingança, muitos alegavam ter sido essa a primeira motivação para ingressar nos bandos. Hoje também se vê o escudo ético, do tipo “estou nessa vida porque sofri aquilo”. 

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DEPOIS DE QUASE 20 ANOS DE PERSEGUIÇÕES VIRGOLINO FERREIRA DA SILVA O LAMPIÃO ESTÁ MORTO

 Por José Mendes Pereira

Segundo o que eu tenho lido histórias sobre os últimos dias de Lampião ele continuava confiante nos seus coiteiros, amigos, e que em nenhum momento, pensava que logo, teria uma perseguição mortal. A sua Central Administrativa estava armada na Grota de Angico, em terras da cidade de Poço Redondo, no Estado de Sergipe, e que, ali, confiante, ninguém iria mexer com a tranquilidade da sua “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”, muito menos desrespeitar a sua Central Administrativa.


Assim como eu, que antes de iniciar um estudo sobre "cangaço", muitos não acreditam que Lampião foi morto na Grota de Angico no Estado de Sergipe, mas o que está faltando, é apenas que as pessoas que continuam na dúvida, adquiram livros escritos por pesquisadores e historiadores que escreveram e continuam escrevendo as verdades sobre o tema, e não acreditem em conversas fundidas por pessoas que não têm nenhum conhecimento, acompanham apenas, as invenções criadas por pessoas que tentam causar risos sobre os cangaceiros. 


Eu acredito que Lampião foi mesmo assassinado na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota de Angico, no Estado de Sergipe, e que certas conversas, que ele e sua rainha Maria Bonita escaparam da chacina de Angico, foi apenas criação de pessoas sem compromisso com a verdade, no intuito de ganharem dinheiro com livros.

Não me atrevo em dizer que as informações que segundo o livro do escritor José Geraldo Aguiar foram criadas por ele, de forma alguma, ele escreveu o que o seu depoente disse, mas este suposto Lampião era na verdade, um verdadeiro mentiroso, querendo ser Lampião até fisicamente.


Este é o livro do escritor José Geraldo Aguiar, que afirma que Lampião e Maria Bonita fugiram do cerco de Angico e foram morar no Norte de Minas Gerais, mas aos familiares do escritor, nada contra ele, apenas não acredito no que informou o suposto Lampião (Lampião de Buritis), que era realmente o verdadeiro Lampião de Pernambuco, lá de Serra Talhada. 

O suposto Lampião de Pernambuco ainda afirmou ao escritor que, fugiu do cerco de Angico através de ajuda de algumas pessoas, inclusive, ajuda  do padre Cícero Romão Batista. Vejam bem! Quando Lampião foi morto na Grota de Angico, mesmo que ele tenha fugido do cerco na madrugada de 28 de julho de 1938, já faziam 4 anos que o Padre Cícero estava morando no seu túmulo, porque ele faleceu em 1934.

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NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


Devido o pouco tempo, só agora terminei de ler  o livro "O PATRIARCA". É uma excelente obra. Peça logo este livro, antes que os colecionadores o arrebatam É um rico trabalho. Vale a pena tê-lo em sua estante.

O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
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LAMPIÃO: O MITO DO HERÓI-BANDIDO


Tido como um facínora, homem sem piedade, bandido sanguinário, monstro e até como a própria encarnação do diabo, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, marcou a história do Nordeste e até a do Brasil.

Todo brasileiro já ouviu algum causo sobre Lampião. Quem nasceu no sertão há de ter ouvido milhares deles. Cada um reconta o que se julga verídico sobre a personalidade do Rei do Cangaço. E de todos estes enredos é possível extrair alguns aspectos muito marcantes. Lampião é sempre representado como um sujeito forte e destemido, quase um gigante. Não são apenas histórias ou fatos incomprovados. Lampião era muito mais do que um líder de bando.

Naquelas pedras de Angico, não ficaram somente as marcas de um extermínio. Aliás, o extermínio de Lampião não passou de uma transição de tempo e espaço: morto, ele não poderia mais ser caçado, não poderia servir a nenhum achincalhe, nem sofrer qualquer violência. Arrancando-lhe a cabeça, os oficiais cumpriram um ritual quase que de descontentamento: Lampião se transmutava em mito. Do que valia uma cabeça conservada?

Os cangaceiros que escaparam da fúria das volantes recontaram suas aventuras. A infinidade de livros biográficos sobre Virgulino Ferreira da Silva demonstram o quanto esta mitologia é acompanhada pelas gerações que se seguem. Ela se perpetua no espaço da história reservado aos corajosos cangaceiros. Eles não são tomados como herói, afinal de contas, duelaram no sertão contra a República e o Estado de Direito. Impuseram medo aos poderosos, especialmente aos grandes fazendeiros e proprietários de terras. E sempre que alguém tenta enfrentar os mais poderosos neste país acaba sucumbindo. Vide Canudos.

O Brasil talvez jamais reconheça a heroicidade de Lampião. E depois ele não precisa de reconhecimento institucional. No nordeste do Brasil há quem o relembre com satisfação, como se conta a história de Robin Hood ou de um herói incompreendido pela sociedade. Nos tempos de hoje é impossível pensar numa figura como a dele. Nos tempos de hoje é impossível pensar em qualquer tipo de herói, seja ele meio bandido ou não. Na década de 1930 o sertão teve um capitão, um líder, um mito. Angico não nos deixa esquecer.

Do blog: Nossa Política


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