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terça-feira, 11 de julho de 2017

LUIZ RUBEN UM DOS GRANDES ESPECIALISTAS DO TEMA CANGAÇO É QUEM CHEGA AGORA EM MAIS UM.


... sensacional documentário produzido por Aderbal Nogueira (Laser Vídeo - Fortaleza/CE).

Nesse micro documentário, se assim podemos dizer, Luiz Ruben F. A. Bonfim (Escritor e Pesquisador) fala sobre uma das mais temidas e respeitadas Forças Policiais Volantes que deram combate ao cangaceirismo/banditismo durante o auge do cangaço lampiônico. Uma Força Volante que cuja valentia e destemor de seus membros era reconhecido até mesmo pelo Rei do Cangaço, considerado o inimigo número um da Força de Nazaré (Nazaré do Pico/PE).

Vocês podem ter certeza que estão sendo privilegiados, afinal depoimentos e trabalhos de qualidade como esse produzido por Aderbal Nogueira, não serão encontrados em nenhum outro local se não em seu canal do Youtube, cujo o link segue logo abaixo para que vocês acompanhem e façam a devida inscrição.

Assistam... Curtam e Compartilhem.

Publicado em 11 de jul de 2017
Luiz Ruben, pesquisador e escritor de temas como Estrada de Ferro e Cangaço, nos fala um pouco de Lampião e das volantes.
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ADENDO - http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Autor Luiz Ruben Bonfim
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Não deixe de adquirir esta obra. Confira abaixo como adquiri-la.

Lembre-se que se você demorar solicitá-la, poderá ficar sem ela em sua estante. Livros que falam sobre "Cangaço" a demanda é grande, e principalmente, os colecionadores que compram até de dezenas ou mais para suas estantes.

Valor: R$ 40,00 Reais
E-mail para contato:

luiz.ruben54@gmail.com
graf.tech@yahoo.com.br

Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia


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FEIJOADA DA IGREJA CATÓLICA SAGRADA FAMÍLIA. EM PROL DA CONSTRUÇÃO DA IGREJA. SERÁ NA E. E. JERÔNIMO ROSADO MAIA ( 3A ETAPA DO CONJUNTO VINGT ROSADO - MOSSORÓ/RN)


A AMORVIR convida a todos!!! Dia 16/07 as 11hs - FEIJOADA da Igreja Católica SAGRADA FAMÍLIA. Em Prol da construção da igreja. Será na E. E. Jerônimo Rosado Maia ( 3a Etapa do Conjunto Vingt Rosado - Mossoró/RN). Apenas R$ 5,00 seu almoço.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero Araújo Cardoso

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MAR VERMELHO

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

          Olhando para o movimento turístico em Alagoas temos destaque para Maceió, Marechal Deodoro ─ cidade do entorno ─ e Maragogi no litoral norte, como polos mais fortes ultimamente. A propaganda lá fora valoriza muito o litoral e não é à toa dizer que a região norte litorânea está repleta de italianos. Dólares, euros, cruzeiros, ônibus e aviões vão sustentando essa atividade que passou a ser a segunda renda do estado. No interior surge Penedo perto da foz do rio São Francisco, primeiro núcleo habitacional fundado em Alagoas. O turismo ali baseia-se na sua história propriamente dita e nos velhos casarões que glorificaram o seu passado. O rio São Francisco é fonte de atração perene marcando indelevelmente a região. Depois de uma novela na rede Globo, Piranhas, mais acima, foi mostrada ao Brasil inteiro e as visitas se intensificaram por ali baseadas em suas belezas naturais.
Mar Vermelho (divulgação)

Mas nessa política devagar na busca da interiorização surge o Festival de Inverno de Mar Vermelho. Município que antes pertencia a Anadia tem uma população de cerca de 3.674 habitantes. Ultimamente vem se destacando mais pela sua posição geográfica uma vez que sua altitude permite clima de serra e já está sendo conhecida como “Suíça alagoana”. Antigamente o povoado era rodeado de gravatás que deixa cair suas folhas avermelhadas. E como havia depressão com água pelos arredores, as folhas foram colorindo a superfície tanto que chamou atenção de certo criador de gado e que chamou o lugar de Mar Vermelho. A cidade também é conhecida por suas fontes de águas minerais e por possuir um clima favorável para quem sofre de certos problemas de saúde.
Seu clima é frio e seco no inverno podendo chegar aos 10 graus; e sua padroeira é Nossa Senhora da Conceição.
Para quem procura se divertir e gosta desse atrativo, o Festival de Inverno que se destaca como um dos melhores do Nordeste fica à disposição. Para quem gosta de Natureza e tranquilidade, poderá enfrentar suas serras e pontos mais altos consagrados, além da calma de uma cidade com tão poucos habitantes.
Enquanto isso continua a luta de formiguinhas de outros interiores em busca de um lugarzinho no turismo para pegar as migalhas turísticas que caem do gigantismo litorâneo. Ô Brasil!


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LAMPIÃO, O CANGACEIRO! NOVO LIVRO DE JOÃO DE SOUSA LIMA. (2ª TIRAGEM)


LAMPIÃO, O CANGACEIRO! Sua ligação com os coronéis baiano, Raso da Catarina e outras histórias.

Esse é o mais novo lançamento do historiador e escritor João de Sousa Lima que tem sua 2ª tiragem agora dia 29 de fevereiro de 2016.

O livro faz um breve relato sobre quem foi Lampião; Traça sua ligação com os dois mais famosos coronéis da Bahia, o coronel Petronilio de Alcântara Reis e o coronel João Sá; Nos remete as histórias acontecidas dentro do Raso da Catarina e cita várias histórias colhidas pelo autor e que foram vinculadas no blog:www.joaodesousalima.blogspot.com.

O livro tem 232 páginas e dezenas de fotografias incluindo muitas inéditas sobre o cangaço. E
stá sendo lançado no valor de R$ 40,00 e pode ser adquirido diretamente com o autor;


O livro já com o frete para todo Brasil fica por R$ 45,00 e é só depositar na conta:

  João de Sousa lima
B. Brasil
Ag-0621-1
CC- 25293-X 

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JOÃO: MAIOR QUE LAUTREC

Por Cid Augusto - Texto publicado na revista "Nós, do RN".

Nasceu João, em Mossoró. Nome usual numa cidade aparentemente comum do sertão do Rio Grande do Norte. Poderia ter sido batizado com os sobrenomes do pai, Jeremias da Rocha Nogueira. Talvez algum de sua mãe, Izabel Benigna da Cunha Viana. Mas, como se diz para lá da Reta Tabajara, Mossoró é outro país, o “País de Mossoró”, e João, que nem teve batismo católico, internacionalizou-se. Virou Escóssia.


João da Escóssia Nogueira com dois “esses” no costume da era pseudoetimológica da língua portuguesa, veio ao mundo aos 27 de maio de 1873, durante profunda crise, digamos, político-clérigo-maçônica. Nada específico de sua terra quente e seca, coisa mesmo de âmbito nacional, que ali, onde chove bala e Lampião leva cacete há 90 anos, toda rusga tem contorno ideológico e alcança proporções de batalha.


No centro da polêmica, em posições antagônicas, o vigário Antônio Joaquim Rodrigues, líder conservador, deitando falação no púlpito da Catedral de Santa Luzia; e Jeremias, um dos chefes liberais, retorquindo no O Mossoroense, jornal que fundou com José Damião de Sousa Melo e Ricardo Vieira do Couto, aos 17 de outubro de 1872, sob a denominação: “Semanário, político, comercial, noticioso e antijesuítico”.

Para completar, o jornalista descrito pelo historiador Raimundo Nonato da Silva como o “Marat das ruas de Mossoró”, por seu estilo “incendiário”, que anunciava a morte do poder dos papas e o fim da “bárbara Roma”, era maçom integrante do grupo incumbido de erguer, naquele chão, as colunas da Loja Maçônica 24 de Junho, inaugurada justa e perfeitamente nessa data, no ano de nascimento do menino.

Batizar o infante na Igreja? Só se o genitor e o padrinho, Targino Nogueira, renunciassem à Maçonaria, primeira instância do inferno depois do Partido Liberal, na ótica do vigário jesuíta. Jeremias reagiu e, aberto o templo dos pedreiros livres, batizou-a no simbolismo em homenagem a São João da Escóssia, então considerado patrono do rito “Escocês Antigo e Aceito”. Por isso, João da Escóssia Nogueira.

Hoje, o menino pagão nomeia Loja Maçônica e avenida importante, que liga o Rabo da Gata aos condomínios de luxo dos extremos da Nova Betânia. Quem passa, além da associação à política partidária, pela militância de vários Escóssias, desde os anos 1960, talvez nem imagine tratar-se da homenagem a um gênio: artista plástico, autor teatral, cenarista, repórter, publicitário, xilógrafo, desenhista, tipógrafo.

Fundou o jornal O Echo (lê-se O Eco), em 1901. Reabriu, em 1902, o periódico fundado pelo pai dele, trazendo páginas ilustradas com xilogravuras, cujas matrizes João talhava em madeira, utilizando um canivete. Eram paisagens, caricaturas, crítica social, sátira política, ilustrações comerciais e cenas urbanas, como um assassinato na vila de Grossos, em 1903, e a famosa explosão do Pax no céu de Paris, meses antes.

Introduziu a imagem na imprensa potiguar e foi também um dos pioneiros na publicidade, conclusão esta a que chego a partir das aulas de Cassiano Arruda Câmara, de quem guardo o privilégio de haver sido aluno no curso de jornalismo da UFRN. Segundo narrava, Toulouse-Lautrec revolucionou a ilustração de cartazes para os cabarés franceses, no final do Século XIX, época em que João estava em plena atividade.

O Atelier Escóssia, de sua propriedade, misto de tipografia e loja de variedades, além das ilustrações para O Mossoroense, e o próprio jornal, produzia cartazes destinados a empresas e eventos, rótulos de produtos e remédios, entre os quais Antinevrálgico Rosado (para dor), Viperina (antiofídico) e Peitoral de Joatonca (contra tosse). Seu portfólio oferecia outros itens, como cartões e até um laboratório fotográfico.

Perdoem-me o bairrismo – o mossoroísmo! –, mas João é maior que Lautrec, mesmo sem art nouveau. Isso, comparando oportunidades de quem nasceu no semiárido nordestino, à “margem setentrional de um rio seco”, na descrição de Henry Koester traduzida por Cascudo; e na capital cultural do mundo, na Belle Époque, expressão que me remete a Tarcísio Gurgel, professor com quem tanto aprendi. E aprendo.

Anchieta Fernandes, em Desenhistas Potiguares, afirma que João da Escóssia Nogueira apresentou o gênero caricatura ao Estado, com “virtuosismo próprio” que mesclava o clássico ao seu espaço social. De tanto esmero, os desenhos, de certo modo influenciados por revistas da época – O Malho, Careta, Fon-Fon, Ilustração Brasileira –, surgiam “plenas de movimento e plasticidade”.

Para Jeová Franklin, jornalista do O Povo, de Fortaleza-CE, característica maior de João da Escóssia “era a precisão, aliada à leveza do traço, dificilmente encontradas em imagens de madeira”. Chegava, segundo diz, “a dar movimento às figuras e a destacar planos com a técnica do sombreamento, como se em lugar do canivete, estivesse trabalhando com bico-de-pena sobre o papel”.

Dr. Jaime Hipólito Dantas

Na análise do escritor Jayme Hipólito Dantas, esboçava “o senso da observação dos detalhes mais diminutos. Parecia ser ágil, sutil e penetrante”. Era “Uma vocação, sem dúvida, de puro retratista, que a província, na pequenez das suas proporções, no incolor da sua vida no princípio do século, não pôde devidamente valorizar”, desabafa o autor de Aprendiz de Camelô e Estórias Gerais.

Registro, por dever de honestidade e de ofício, a desconfiança do grande pesquisador Alcides Sales, que publicou artigo sobre a história da xilogravura norte-rio-grandense, na segunda edição da revista Galante, atribuindo ao jornal A República, a primazia no uso de imagens, em 1889. Assevera, entretanto, que, devido à falta de informações, não poderia negar esse feito ao mossoroense.

João da Escóssia morreu aos 14 de dezembro de 1919. Parada cardíaca, sugere o noticiário da época. Produziu pouco no fim de sua breve existência, em razão da doença reumática que lhe tirou os movimentos das pernas e, não raro, causava-lhe inchaços e dores. Na mão direita, em especial, pelo esforço repetitivo no entralhe de centenas de xilogravuras. A maioria perdida, infelizmente.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero Araújo Cardoso

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BEATAS E REZADEIRAS

*Rangel Alves da Costa


Sou sertanejo, lá das distâncias onde o sertão é mais longe. E que bom ter nascido num lugar que ainda não perdeu seu encantamento humilde e singelo de ser. Que bom continuar – quando permitem os afazeres da capital - convivendo com o bucólico, o simples, o afetuoso. Ainda se ouve o galo cantar, ainda se colhe fruta caída no sopro da madrugada. Há purrão no quintal e mastruço no cantinho do cercado.
Um mundo assim somente é possível onde o progresso ainda não espanou tudo de vez. Enquanto a roupa vai secando no varal, a cadeira de balanço dança debaixo do umbuzeiro. E nela a velha senhora cheia de saudade dos tempos idos. Bem ao lado o cachorro magro adormecendo sua solidão. Na ventania, as folhagens secas sujando tudo. Mas tudo muito bonito assim mesmo.
Verdade que muito já foi mudado, mas nem tudo foi transformado de vez. Compadres ainda conversam debaixo de pés de pau, comadres tomam conta da vida dos outros enquanto varrem as calçadas, o leiteiro anuncia o seu litro logo ao amanhecer. Verdura fresca à venda bem na porta de casa, queijo de coalho e requeijão de quintal. Nada melhor que a raspa na junção da goiabada.
Grande parte das pessoas, principalmente as mais humildes e empobrecidas, encontram nas palavras e nos cumprimentos provas de amizade e de valorização do outro. Avistar e abraçar um morador das brenhas matutas ou dos arredores mais esquecidos, e com ele começar uma prosa descompromissada, é o mesmo que adoçar seu coração para o dia inteiro. Para muitos, nada mais precioso que um bom dia, um boa tarde, um boa noite.
Até os sinos ecoam diferentes nas distâncias matutas. Geralmente na boca da noite, cada badalar é como um chamado ao fervor da prece, da oração, do diálogo ajoelhado perante o oratório. Mas também quando tocam mais entristecidos, mais compassados, e assim para anunciar a partida de alguém. Sinos que ecoam a fé e também as dores da despedida. E cortando os silêncios chegam aos lares tomados de espanto ou enquanto o café cheiroso vai se espalhando nos arredores.
Mas as matrizes ou igrejinhas sertanejas nunca silenciam. Mesmo que os sinos descansem seus chamados e avisos, ainda assim as vozes da fé continuam entoando cantos, rezas, ladainhas e orações. E tudo ecoado pelas vozes das beatas e rezadeiras. Como se fossem de um coro orquestral, tais mulheres elevam suas vozes como se estivessem perante os portais de um paraíso e em busca da salvação do mundo.
 Ainda cedo do dia, enquanto a cidade apenas desperta, a igreja já está de portas abertas para ecoar os cantos de fé, os hinos religiosos, as orações e as rezas do povo sertanejo: “Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte. Amém”.
Durante as missas e outros ofícios religiosos, quando a igreja está tomada de fiéis e as devoções pulsam nos corações com maior intensidade, um grupo de senhoras nas proximidades do altar, com feições contritas e olhares voltados à Cruz do Senhor, entoam: “Dai-nos a bênção, ó Virgem Mãe, penhor seguro de sumo bem. Dai-nos a bênção, ó Virgem Mãe, penhor seguro de sumo bem. Vós sois a rosa de puro amor, encheis a terra de puro odor...”.
Nas distâncias interioranas, ouvir os cantos de fé possui significação especial.  É como se a igreja tristemente silenciasse se tais vozes não forem ouvidas e seus timbres não sejam reconhecidos. Como que sonolenta, de cabeça baixa, ecoa a velha beata em máxima devoção: “A nós descei divina luz, a nós descei divina luz, em nossas almas acendei o amor, o amor de Jesus, em nossas almas acendei o amor, o amor de Jesus...”.
De suas vozes, e todas as vozes sertanejas, as canções e os hinos tão sublimemente enaltecedores como tristonhos, eis que também ecoados nos ofícios de despedidas, nas sentinelas e incelenças, como se aquelas vozes fossem ecos de um além tão próximo de nós e a nos chamar à reflexão da vida, da morte, da fé, da valorização das verdades cristãs. Assim como o Ofício da Imaculada Conceição:
“Agora, lábios meus, dizei e anunciai os grandes louvores da Virgem Mãe de Deus. Sede em meu favor, Virgem Soberana, livrai-me do inimigo com o vosso valor. Glória seja ao Pai, ao Filho e ao Amor também, que é um só Deus em Pessoas três, agora e sempre, e sem fim. Amém... Ouvi Mãe de Deus, minha oração. Toquem vosso peito os clamores meus... Sede em meu favor, Virgem Soberana, livrai-me do inimigo com o vosso valor...”.
E que doçura na alma ouvir “Tu és a razão da jornada”: “Um dia escutei teu chamado, divino recado, batendo no coração. Deixei desta vida as promessas e fui bem depressa no rumo da tua mão. Tu és a razão da jornada, Tu és minha estrada, meu guia e meu fim. No grito que vem do teu povo, Te escuto de novo chamando por mim...”.
Assim o canto das velhas beatas, das rezadeiras. Um céu ecoado da terra.

Escritor
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HISTÓRIA DOS BAIRROS DE MOSSORÓ - BAIRRO DE SÃO MANOEL

Por Geraldo Maia do Nascimento

Antes era apenas uma região de agricultura e criação de gado conhecida como Poços das Pedras, que pertencia ao senhor Marcolino dos Santos, pai de Manuel Cirilo dos Santos, que foi comerciante, Intendente (cargo equivalente ao de vereador), vice-presidente e presidente da Câmara de Intendência de Mossoró (cargo equivalente ao de Prefeito), no período de 1887 a 1890. 

Igreja de São Manoel no bairro Alto de São Manoel

Tudo começou quando Manuel Cirilo doou um pedaço de terra da sua propriedade, no Poços das Pedras, a Diocese de Mossoró, para construção de uma capela. O Bispo Dom Jaime de Barros Câmara retribuiu a gentileza dando o nome de São Manoel à pequena capela, doando, inclusive, a imagem do orago. Depois da capela, a região passou a ser conhecida como Alto de São Manoel. No início, o bairro enfrentou grandes dificuldades, principalmente por estar separado do centro da cidade pelo rio, tendo os seus moradores que atravessa-lo pela barragem, isso quando o rio estava seco, ou de canoa, no período das cheias. Outro problema grave que enfrentavam era o de alagamento provocado pelas cheias do rio nos períodos de inverno. Isso sem falar da falta de estrutura. Segundo o depoimento de um antigo morador do bairro, “ali só existia mato. A gente carregava tudo em lombo de jumento ou na carroça. O milho, o feijão, toda a produção passava por ali através dos animais”.  Mas com o tempo, os problemas foram sendo solucionados. Com a construção da ponte “Jerônimo Rosado”, e posteriormente a “Costa e Silva”, o Alto de São Manoel foi incorporado à parte urbana da cidade. O problema das cheias foi resolvido com a dicotimização do rio Mossoró. A área de educação é uma das mais desenvolvidas da cidade. São várias escolas estaduais, municipais e particulares, além de creches e núcleo de apoio à família. É também no Alto de São Manoel que está localizado o Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, e ainda o Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET. O que diferencia o Alto de São Manoel de outras partes da cidade é o seu formato. O bairro abrange vários conjuntos residenciais e outras comunidades menores, formando o que se convencionou chamar de “Grande Alto de São Manoel”. De todos os bairros de Mossoró, o Alto de São Manoel (zona Leste) é, de longe, o que apresenta maior desenvolvimento e independência, com relação ao restante da cidade. Com cerca de 50 mil habitantes, ele também está entre os mais populosos, perdendo apenas para o Santo Antônio (zona Norte). A principal via de acesso ao bairro é a Avenida Presidente Dutra. Ela corta toda a extensão do Alto de São Manoel a partir da ponte Jerônimo Rosado, no centro da cidade, até a rodovia BR-304, já no giradouro que dá acesso a Natal. Na extensão da Avenida Presidente Dutra estão instaladas algumas das principais concessionárias de veículos de Mossoró.  

Nota: O autor não proíbe que o leitor use este material, desde que seja usado nome do autor e a fonte pesquisada.

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ARRAIÁ DA INCLUSÃO - GRANJA DE SEU ARI ARAÚJO - MOSSORÓ/RN .DIA: 15 DE JUNHO DE 2017














Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero Araújo Cardoso

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AFINAL QUEM MATOU LAMPIÃO?

Por Geziel Moura

A versão oficial sobre os primeiros disparos em Angico, dão conta do seguinte: Eram três volantes envolvidas, a do Sargento Aniceto Rodrigues, Aspirante Chico Ferreira e a do Tenente João Bezerra, há também algumas concordâncias, por exemplo, o primeiro tiro deferido no coito de Angico, naquela manhã de 28 de julho de 1938, foi realizada pelo soldado Abdon Cosme de Andrade, da volante de Chico Ferreira, pois estava na vanguarda do ataque, em cima do cangaceiro Amoroso, este conseguiu escapar.


Outro autor de disparos, cuja autoria é pouca questionada, é o Soldado da mesma volante de Abdon, ou seja, José Panta de Godoy creditado a ele, os tiros em dois momentos, sobre D. Maria.



No que tangencia ao tiro que atingiram o Rei do cangaço, tivemos por muito tempo, seu algoz oficial no soldado Antônio Honorato da Silva, o Noratinho que também estava na vanguarda, juntamente com Abdon e Panta, sendo inclusive, esta autoria, legitimada pelo jornalista Melchiades Rocha, da Revista A Noite Ilustrada.



Entretanto, conta-se que depois do tiro de Abdon em Amoroso, a fuzilaria disparou, ficando difícil identificar quem era os executores dos cangaceiros.Por ora fico com as palavras do ex - soldado Antônio Vieira da Silva, que esteve naquele dia, em Angico, em depoimento ao escritor Antônio Amaury de Araújo, que se manifestou da seguinte maneira: "Quem diz: Fui eu que matei, é mentiroso".

Fonte: facebook
Página: Geziel Moura
Grupo: Historiografia do Cangaço
Link: https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/?multi_permalinks=1799291787049991&notif_t=like&notif_id=1499795850807239

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A CIVILIZAÇÃO DA SECA

Rita de Cássia Rocha (1) José Romero Araújo Cardoso (2)

Podemos considerar Civilização da Seca, conforme definição do próprio idealizador teórico (MENDES, 2010), como sendo a existente na vasta área seca e quente do sertão nordestino.
          
A Civilização da Seca caracteriza-se por ter sido capaz de:

“Originar um cangaceirismo, uma medicina caseira, uma culinária, uma prática religiosa, uma poesia popular, uma música regional, um tipo de arte, um tipo de arquitetura e uma engenharia empírica diferentes, próprios do povo dessa região, que, em seu conjunto, forma a identidade cultural dessa civilização ímpar, pioneira e criativa, que existe no semiárido nordestino”.

Elaborada pelo Prof. Dr. Benedito Vasconcelos Mendes, inspirado em obra de autoria do engenheiro agrônomo Paulo de Brito Guerra (1981), esta proposta teórica possui a versatilidade de buscar entender o processo de formação sócio-cultural sertanejo de forma holística, pois analisa a influência exercida pelas etnias constitutivas do homem do semiárido, amalgamada com os ditames estabelecidos pelas condições mesológicas regionais, sobretudo no que tange à convivência com as estiagens periódicas (MENDES, 2009).
           
O cangaceirismo expressou, em muitos casos, a revolta da população marginalizada em busca de justiça social. MELLO (1985) classificou o movimento em três categorias: Cangaço-Meio de vida, cujos representantes foram Antônio Silvino e Lampião; Cangaço-Vingança, cujo expoente foi Sebastião Pereira e Silva, o célebre Sinhô Pereira e Cangaço-Refúgio, sendo que neste inseriu-se o famoso Ângelo Roque, o qual ficou conhecido no cangaço pela alcunha de Labareda.
           
A farmacopéia sertaneja, também profusamente utilizada pelos cangaceiros, formalizou-se a partir do empirismo, sendo herança dos índios tapuias, quando da observação acerca do valor medicinal presente na fauna e flora locais, incorporando ainda recursos oriundos do criatório, a exemplo da utilização da banha de galinha e sebo de carneiro capado.
          
A culinária do semiárido é fruto também do aproveitamento da flora e da fauna do bioma caatingueiro, enriquecida com frações não destinadas ao abastecimento litorâneo através da pecuária, somada à utilização de criatório de pequeno porte, razão pela qual surgiram pratos hoje tradicionalíssimos como a buchada, a panelada, o baião-de-dois, etc.
           
A prática religiosa da Civilização da Seca agrega elementos culturais do colonizador, católica em essência, com manifestações populares bem complexas, muitas advindas do Velho Mundo, a exemplo do Sebastianismo que caracterizou o episódio da Pedra Bonita, ocorrida no ano de 1836 no sertão de Pernambuco, enumerando-se grandes fatos de nossa História, como Canudos, na Bahia e Caldeirão, no Ceará.
           
A poesia popular fez surgir estilo impar, marcado pelo cordel e desafios de viola enquanto expressão da cultura do povo do semiárido, símbolo da originalidade presente em ermos esquecidos do sertão nordestino. Notavelmente influenciada pelos feitos heroicos de antigos personagens medievais, a Civilização da Seca registrou o surgimento de celebres difundidores da cultura popular, como o paraibano Leandro Gomes de Barros, considerado pelo literato erudito Carlos Drummond de Andrade como o verdadeiro “Príncipe dos Poetas Brasileiros”.
          
A música regional, forjada no calor das intempéries, tem em Luiz Gonzaga ícone supremo de sua produção e divulgação, o qual levou o Nordeste da Civilização da Seca a ser reconhecido em todos os quadrantes.
       
A forma de arte estabelecida na região, a qual, diferente do litoral açucareiro, pautou-se no aproveitamento dos recursos da flora nativa a fim de estabelecer recursos que garantissem a sobrevivência. Exceção à parte, a arte do mestre Vitalino de Caruaru mostrou-se contemplativa, sendo a maioria das manifestações artísticas do semiárido voltada para a melhor forma de implementar a luta cotidiana por melhores condições de vida, fazendo surgir bolandeiras de casas de farinha, de descaroçar algodão, prensas de cera de carnaúba, alambiques de cachaça, engenhos rústicos de fabricação de rapadura, etc.
           
A arquitetura que caracteriza o sertão semiárido é a casa de taipa, típica do homem regional, cuja construção era realizada aproveitando matérias-primas locais, como o barro vermelho e a folhagem de plantas nativas a fim de cobri-las.
           
A seca exerce extraordinária influencia na civilização firmada na hinterlândia nordestina, pois o ritmo da vida social é ditado pela forma como esta se manifesta, assumindo dimensão irretorquível em toda sociedade, quando de sua ocorrência.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do Sol: O Banditismo no Nordeste do Brasil. Recife: Editora Massangana, 1985.

MENDES, B. V. Arte e cultura do sertão. Mossoró: DNOCS/BNB-ETENE, 2009. 202 p., il.
_____________. Manifestações Artísticas da Civilização da Seca. Anais da 62ª Reunião Anual da SBPC. Natal, Julho de 2010. Mimeo.


Rita de Cássia Rocha (1). Discente do oitavo período do Curso de Licenciatura em Geografia do Campus Central da UERN . Discente Rita de Cássia Rocha









José Romero Araújo Cardoso (2). Geógrafo (UFPB). Escritor. Professor-adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UERN). Membro do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e da Associação dos Escritores Mossoroenses (ASCRIM). Prof. Msc. José Romero Araújo Cardoso (UERN/FAFIC/DGE)

Enviado pelo autor

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APÓS A VITÓRIA ESMAGADORA CONTRA UMA SUPER FORÇA VOLANTE NA SERRA GRANDE EM PERNAMBUCO NO ANO DE 1926...

Material do acervo do pesquisador Geraldo Júnior

... a moral e a autoestima de Lampião se elevaram ao ponto dele se atrever a escrever uma carta endereçada ao então Governador de Pernambuco, Julio de Melo, propondo a divisão do estado de Pernambuco. Onde ele Virgulino Ferreira "Lampião" seria a partir de então Senhor absoluto do sertão pernambucano.

Confiram o texto contido na carta na íntegra.

"Senhor governador de Pernambuco,

Suas saudações com os seus.

Faço-lhe esta devido a uma proposta que desejo fazer ao senhor para evitar guerra no sertão e acabar de vez com as brigas. (...) Se o senhor estiver no acordo, devemos dividir os nossos territórios. Eu que sou capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do Sertão, fico governando esta zona de cá por inteiro, até as pontas dos trilhos em Rio Branco. E o senhor, do seu lado, governa do Rio Branco até a pancada do mar no Recife. Isso mesmo. Fica cada um no que é seu. Pois então é o que convém. Assim ficamos os dois em paz, nem o senhor manda seus macacos me emboscar, nem eu com os meninos atravessamos a extrema, cada um governando o que é seu sem haver questão.

Faço esta por amor à Paz que eu tenho e para que não se diga que sou bandido, que não mereço.

Aguardo a sua resposta e confio sempre.
Capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do Sertão"

Fonte: Livro "Lampião - Seu tempo, seu reinado - Vol. III de Frederico Bezerra Maciel. Editora Vozes.
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)

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