Seguidores

segunda-feira, 10 de abril de 2017

“PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS”


Quem interessar adquirir esta obra é só entrar em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br
Tudo é muito rápido, e ele entregará em qualquer parte do Brasil.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 
Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:   
franpelima@bol.com.br
Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CURSO: GEOPROCESSAMENTO APLICADO À ESTUDOS AMBIENTAIS PROFº. MSCº. FILIPE DA SILVA PEIXOTO (UERN/FAFIC/DGE)


UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS – FAFIC
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA - DGE
XXIII ENCONTRO ESTADUAL DE GEOGRAFIA DO RIO GRANDE DO NORTE (EGEORN)

MINI – CURSO: Geoprocessamento Aplicado à Estudos Ambientais
Profº. Mscº. Filipe da Silva Peixoto
Duração: 8 h/aula

Objetivo:
Desenvolver os conceitos básicos para a aplicação de dados geográficos em SIG e Sensoriamento remoto à estudos ambientais.

Público Alvo:
Estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais e docentes da rede pública de ensino.

Justificativa:
O geoprocessamento tem sido desenvolvido como uma área de abrangência de ferramentas de gestão de dados e informações geográficos. O SIG e o sensoriamento remoto são umas dessas ferramentas e possuem vasta e notável aplicabilidad à estudos ambientais. Estes precisam, antes de tudo, serem compreendidos conceitualmente para serem aplicados de acordo com suas potencialidades.

Pré-requisitos:
Noções básicas de cartografia geral

Metodologia:
Aula expositiva utilizando Datashow e apresentação básicas dos softwares ARCGIS 10.1 e ENVI 4.5 e suas aplicabilidades em estudos ambientais.

Tópicos:
1º dia
Representações do espaço geográfico:
- A natureza do dado geográfico
- Conceitos de espaço, escala e modelos de representação
- Sistema de Informação Geográfica (SIG)
          - O ambiente ArcGis 10.1
          -Tipos de dados geográficos
          -Estrutura de dados em SIG
          - Potencialidades
- Sensoriamento Remoto
         - O ambiente Envi 4.5);
         - Noções básicas de Sensoriamento Remoto
         - Potencialidades

2º dia
- Ambientando-se ao SIG
- Integração entre dados espaciais e não espaciais
- Composição de bandas e aplicações do satélite dos sensores do satélite Landsat-8.
- Aplicações de integração SIG – Sensoriamento remoto.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

FAZ BEM SEU BELARMINO, FAZ MUITO BEM...

*Rangel Alves da Costa

Tem gente que simplesmente renega a realidade presente por justas razões pessoais. Diante do mundo desconsertado dos pés à cabeça, perante um cotidiano cada vez mais brutal, injusto e cruel, ante todas as hipocrisias humanas, acaba não acreditando mais em nada. Ou não deixando de acreditar, porém agindo sem qualquer preocupação com o novo ou com o espanto surgido a cada instante.

E também muita gente que de tanto conviver com uma realidade de injustiças, de bajulações, de perseguições, de descasos, de aberrações rotineiras, apenas prefere seguir adiante sem dar a mínima importância. Estranho que assim aconteça, vez que os acontecimentos acabam afetando a vida de grande parte da população, mas ainda assim justifica suas ausências dessa realidade pelo simples fato de já estar cansado de tanta mesmice desalentadora.

Todo dia surge uma nova notícia - ou mesmo repetindo a de ontem - dando conta de um acontecimento pior que o outro. A fome continua matando muita gente no mundo, o terrorismo ataca mais uma vez e faz jorrar sangue de dezenas de inocentes, a terra novamente tremeu em algum lugar, os governos continuam massacrando as minorias dentro de seus próprios territórios, mais um barco que naufragou com velhos e crianças em busca de refúgio em terras estrangeiras, mais uma vez a ONU aplica sanções que jamais são cumpridas, governos prometem guerra, outros guerreiam contra os próprios governados.

Tudo isso - e se repetindo sempre - faz qualquer um desacreditar que o mundo ainda possa encontrar uma solução ao menos de sobrevivência. E por isso mesmo chega um instante que ou faz de conta que nada disso acontece ou tende a enlouquecer como o próprio mundo. Viver para o que acontece lá fora acaba levando a pessoa a negligenciar ou se esquecer de sua própria realidade. E muitas vezes uma praga devasta o resto da plantação por que o pensamento estava voltado para outras pragas.

Surge então a necessidade de fechar esse livro de dor e sofrimento. É um afastamento dessa realidade cruel pela necessidade de se pensar na própria vida, na existência sobre a terra, nos afazeres do dia a dia. Não há como compartilhar o viver próprio com os absurdos que estão mais adiante e muito além. E assim porque tem gente que já endoidou de tanto ouvir notícia ruim, de tanto presenciar tragédias, de tanto se preocupar com as misérias humanas que pontuam a cada instante.


Por isso mesmo que Seu Belarmino desde muito que não está nem aí para o que ocorre lá fora de sua porteira. E coitado de Seu Belarmino se continuasse acompanhando as realidades do planalto, os lamaçais da política e dos políticos, as ladroeiras anunciadas a todo instante, as prisões em cardume de peixes grandes, as novas operações da federal e seus mandados de prisão e de busca e apreensão, as falcatruas e as mentiras, os venenos das jararacas e as maluquices de políticos desesperados. Sem falar no aumento desmedido da violência, no valor absurdo da cesta básica, na falta de segurança da população, da saúde e da educação sendo tratadas como retalhos remendados pelos governantes.

E Seu Belarmino tem razão. Faz muito bem em desacreditar de muito da vida de agora, da política e dos políticos, das promessas de candidatos, do que diz a televisão, do que ouve de boca a outra. Segundo ele, desistiu de ser besta. E por não mais querer pactuar com as mentiras e ilusões de um mundo que não se ajeita de nenhum, é que o homem renegou de vez de sequer querer ouvir falar dessas coisas. Para ele, tanto faz que entre e saia governante, que esse ou aquele seja prefeito, vereador, senador ou deputado.

Para Seu Belarmino, tanto faz chegar uma moda ou não, tanto faz que lhe venham com notícias ou não, tanto faz que lhe digam que o mundo está assim ou assado. Não acredita mais em nada dessa realidade perversa, mas somente no sentido de dar ouvidos ou crédito ao que tanto de ruim acontece. Enquanto sua vaquinha padece de fome e sede, não há como se preocupar se alguém chega para dizer que ninguém vai mais se aposentar ou que de agora em diante o governo vai secar o bolso de todo mundo para encher outros cofres. Seu Belarmino tá cansado disso tudo.

Decidiu que sua vida não mais pertence ao mundo nem a qualquer realidade que não seja a sua. Político pode ser preso ou solto que ele não tá nem aí. Sequer assiste televisão ou ouve notícia de rádio. Sua vida é sua casinha, sua malhada, sua pequena cria, seu pé de planta e sua pequena colheita. E pronto. Amanhecer e anoitecer de bem com a vida e consigo mesmo. Come na cuia, bebe na moringa, sorri e sonha deitado na velha rede. Faz bem Seu Belarmino, faz muito bem...
  
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ANTECEDENTES HISTÓRICOS DE UMA “BATALHA PELA CULTURA”

Por Agaciel Lima
https://www.youtube.com/watch?v=-JVm38UvxTg

Todo o movimento cultural começa pela ideia da criação de uma Biblioteca Pública Municipal sugerida pelo professor Vingt-un Rosado como parte integrante de um programa de campanha política, do candidato ao governo municipal seu irmão Dix-sept Rosado, nos idos de 1948.

Eleito prefeito municipal da cidade de Mossoró, Dix-sept Rosado cumpre com o compromisso assumido na campanha eleitoral e cria após cinco dias de empossado, mediante o Decreto Executivo de n º 04, em 05 de abril de 1948 a Biblioteca Pública Municipal de Mossoró, com 1.138 obras em 2.131 volumes, elevando esse número para 10.181 volumes, em 1956, além de 2.166 folhetos e 2.523 periódicos. De primeiro de outubro de 1948 a 23 de setembro de 1949 foram emprestados 4.950 livros. Essa construção foi considerada como o feito iniciador de um maior programa cultural acontecido numa administração pública, para a época.

Criada mediante ato oficial, começa o processo de estruturação e organização da Biblioteca incluindo-se pessoal e implementos, cujos encargos passam a ser de responsabilidade de uma comissão nomeada pelo então prefeito. Os nomeados assumiram seus encargos competindo a cada um, de acordo com suas habilidades, as tarefas requeridas para a devida organização e estruturação da biblioteca.

Além dos encargos de redação de ofícios, da classificação e catalogação de títulos, de estudos e consultas pelos membros da comissão sobre o assunto biblioteconomia, outras providências foram sendo tomadas como a solicitação do registro da Biblioteca Pública no Instituto Nacional do Livro (INL), aquisição de títulos para compor o acervo cultural, aquisição de equipamentos e mobiliários necessários ao uso (mesas, birôs, estantes), e a conquista da liberação de uma sala no antigo Clube Ipiranga, para o seu real funcionamento.

O empenho de Dix-huit Rosado junto à pessoas da capital chegou a arrecadar cerca de aproximadamente 2 mil volumes.

Com vistas à sua implementação várias campanhas para a doação de livros foram encetadas, destacando-se na época, conforme citam os registros, o empenho de Dix-huit Rosado junto à pessoas da capital, chegando a arrecadar cerca de aproximadamente 2 mil volumes, merecendo também destaque Rafael Bruno Fernandes de Negreiros que enviando ofícios circulares por todo o Brasil, consegue resultados exitosos.

A dinâmica da vida da Biblioteca começa a eclodir através da confecção de boletins, mediante a participação de vários voluntários, sendo numerados por assuntos específicos, como por exemplo, os registros de todas as atividades culturais exercidas no programa do governo municipal de Dix-sept Rosado e continuadas pelo governo municipal do Prefeito Vingt Rosado.

Ao assumir o governo do Estado do Rio Grande do Norte o então governador Dix-sept Rosado continua a se comprometer com a impressão do Boletim pela Imprensa Oficial, sendo o de número 31 a ser o primeiro impresso. Cabia à Prefeitura Municipal a colaboração com a doação de papel, já que a impressão era gratuita.

Na formatação e impressão dos Boletins, de início, houve uma variação de órgãos que se responsabilizavam por sua tiragem, sendo alguns feitos tanto pela Imprensa Oficial (dos números. 37 a 40), sendo outros custeados pela Prefeitura Municipal de Mossoró (dos números 41 a 100).

Outros documentos passam a surgir como os folhetos avulsos, sendo alguns custeados pelos próprios autores, outros pela Prefeitura, além dos livros de autoria de diversos autores como: José Otávio, Luís da Câmara Cascudo, Raimundo Nonato da Silva, José Martins de Vasconcelos, editados à base de colaboradores com dinheiro, com o apoio da Imprensa Oficial, da Prefeitura Municipal através da doação de papéis, dinheiro, responsabilizando-se pela maioria das publicações.

COMEÇA O TEMPO DE PENSAR A “COLEÇÃO MOSSOROENSE”

Com a estruturação de um acervo bibliográfico composto de títulos, boletins, periódicos, cordel, a “Coleção Mossoroense” se institui nos abissais do âmago de uma Biblioteca Pública que passava a parir os seus rebentos, começando a dar uma forma mais enfática ao movimento da “Batalha pela Cultura”. Visando uma melhor performance do controle na sua organização a “Coleção Mossoroense” sistematiza-se mediante uma divisão definida por séries, entre: Série “A”, “B” e “C”, até 1956, além dos trabalhos avulsos sobre o “Padre Longino”, “Lampião” (de autoria de Veríssimo de Melo) e “Centenário do Município” (de autoria de Raimundo Nonato).

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

ABC DA GEOGRAFIA, CORDEL DE ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA BARRETO

Antonio Carlos de Oliveira Barreto

ABC da Geografia, cordel de Antonio Carlos de Oliveira Barreto, é um dos lançamentos da Cordelaria Flor da Serra e ocorrerá às 17 horas do dia 15 de abril, na Bienal Internacional do Livro do Ceará. Antonio Barreto Cordel, nome artístico como é mais conhecido o poeta e professor do interior da Bahia, será um dos convidados especiais da Cordelaria nessa Bienal. O folheto de Antonio Barreto é uma das propostas da Cordelaria a ser trabalhado no ambiente escolar. Relevo, florestas, mares e os aspectos social, político e econômico das diversas regiões são temas trabalhados no poema do poeta baiano. Leia os versos iniciais do folheto e para ter acesso a obra completa faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9.99569091.


A Geografia é
Uma bela disciplina
Tanto para quem estuda
Quanto para quem ensina
Leia então esse ABC
Que eu fiz para você
Estudante, gente fina!

Basta olhar pra Natureza
E o espaço em que habitamos
Que vamos compreender
Como nos relacionamos
Com o meio ambiente
De maneira consciente
E assim nos situamos.

Com Atlas, Enciclopédia,
Internet, dicionário,
Livro, curiosidade,
Professor e um bom cenário
Pouco a pouco o aluno
No momento oportuno 
Terá novo itinerário.

Devemos compreender
Sem nenhuma acanhação
Que a Geografia estuda
Com bastante precisão
A superfície da Terra
Descreve, mostra e não erra
Toda nossa integração.

Estudamos, caro aluno,
Coisas de muita valia:
Clima, relevo, países
Também fontes de energia.
Fenômenos sociológicos
Econômicos, geológicos
Além da ecologia.

ADENDO - José Mendes Pereira

"Não li completo porque não tenho este cordel, mas o pouco que eu li, achei muito bom. Um cordel com sete sílabas sem alteração de sílabas poéticas. Excelente! Parabéns ao poeta cordelista Antonio Carlos de Oliveira Barreto!"


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

CERTIFICADO DO III CONCURSO LITERÁRIO


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ERONILDES DE CARVALHO, NO CADASTRO DE SERGIPE DE 1933 - ACERVO PEDRO SOUZA.


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1470739402998301&set=gm.1526767840669662&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CID AUGUSTO DA ESCÓSSIA ROSADO: UM DOS GÊNIOS DA RAÇA!

Por José Romero Araújo Cardoso

Minha família é extremamente apegada, muito ligada, pois sempre dedicaremos amizade eterna uns aos outros. Também, por tudo que passamos no passado, quando nossa união significou sobrevivência, como na grande seca de 1877-1879, a ligação afetivo atravessa gerações. Esse carinho segue ao longo dos tempos. 


Meu primo Cid Augusto exemplifica bem todo esse carinho, essa amizade que nos une. Através dele, homenageio todos os primos e primas. Pessoa extraordinária, culto, inteligentíssimo, profissional competente, deixando marcas indeléveis em tudo que faz, Cid Augusto é um dos gênios da raça!

Enviado pelo professor José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NAS ‘REBARBAS’ DA FAZENDA TAPERA


No tempo do cangaço, muitas mentiras foram ditas a fim de livrarem-se da morte ou, pior, para provocarem a de alguém. Interessante é que mais mentiras foram e são contadas em muito, das entrelinhas de autores que não estavam, nem estão comprometidos com a real história. Eles elaboraram suas obras, talvez pensando em que nunca surgissem pesquisadores descentes e de responsabilidades. Coisa que, felizmente, de um tempo para cá, apareceram.


Horácio Cavalcanti de Albuquerque, nascidos aos 23 dias do mês de agosto de 1891, que, ao longo da sua vida passa a ser conhecido por duas alcunhas: ‘Horácio Grande’, devido sua estatura, e ‘Horácio Novaes’, esse veio depois do seu casamento com a senhora Alice Cavalcanti Novaes. Horácio era de uma família grande e bem sucedida, porém, seguiu pelo caminho tortuoso do banditismo. Devido ao seu temperamento, ninguém nas redondezas de onde morava, e praticava seus crimes, tinha peito de denuncia-lo nem tão pouco enfrenta-lo num combate.

Talvez pela força que a família nas redondezas demonstrava.

Alguns familiares de Horácio, na tentativa de fazê-lo enveredar pelo caminho do bem, da honestidade, fizeram de tudo. Quando o mesmo vai ao Estado vizinho do Ceará, na cidade de Porteiras, eles conseguiram um cargo de Delegado, devido à influência que tinham naquela região. No entanto, em vez de exercer o ofício dignamente, ele passa a fazer pior, e dessa vez, acobertado pelo cargo. Não podendo mais ficar por lá, pois até em homicídio se envolve, retorna para o Pajeú das Flores.

Chegando às terras em que nascera, continua praticando vários delitos e, um deles, é roubar vários animais de uma propriedade rural no município de Floresta, PE, denominada de ‘Tapera’, pertencente a uma família por todos conhecido como ‘Os Gilo’, e vende-los em terras cearenses para o trabalho de carregar cana de açúcar. O proprietário sai em busca de seus animais e termina por achar e traze-los de volta. Ao retornar, comunica as autoridades locais o ocorrido. Horácio é preso e processado. Ganhando a liberdade, ele em vez de procurar corrigir-se, junta alguns companheiros bandidos, cangaceiros, e vão tentar matar o dono dos animais que o denunciou. Leva tromba, não consegue seu intento e, pior, perde alguns amigos na bala, outro foge e ele mesmo é baleado no “saco escrotal”, tendo que ir para a Capital pernambucana fazer o tratamento.

Ciente da disposição daquela família que ele tinha roubado os animais e que teve a coragem, não só de denunciá-lo, mas de trocar tiros com ele e os seus capangas, não abrindo de jeito nenhum, ele planeja um macabro plano para acabar com eles junto ao “Rei do Cangaço”, pois depois que retorna da viagem para o tratamento, passa a fazer parte do bando dele.


Sabedor do temperamento de Lampião, Horácio manda sua esposa escrever uma missiva como sendo o dono da fazenda Tapera endereçada ao chefe, e nela, além de o desaviar, coloca em dúvida sua coragem. Naquele tempo, homens da têmpera de Lampião não aguentavam certas provocações, e iriam tirar satisfações com a pessoa que as fizera, e isso, Horácio sabia de cor e salteado. Viu aí, uma forma, maneira, de colocar em prática uma vingança usando um artifício nefasto, mesquinha e covarde, que só os covardes usam, a mentira.

“(...) A carta foi endereçada a Lampião e seu conteúdo não só insultava como também colocava em dúvida a coragem do cangaceiro (...).” (“AS CRUZES DO CANGAÇO” – SÁ, Marcos Antonio de. E FERRAZ, Cristiano Luiz Feitosa. (nossos amigos Marcos De Carmelita Carmelita e Cristiano Ferraz). Floresta, 2016)

Esse ‘desaforo’ fora aceito pelo “Rei Vesgo” como planejara antecipadamente Horácio Novaes. A preparação, ao ataque à sede da fazenda, nós já contamos em outra matéria, e tornaremos a conta-la em outra oportunidade, pois sempre surgem detalhes que passam despercebidos. Nesse texto, nos limitaremos a tentar levar para os amigos os acontecimentos, não no local da principal batalha, luta, enfrentada pelos valorosos ‘Gilos’ contra a caterva sanguinária de Lampião, onde foram vítimas de uma chacina, no terreiro da sede da fazenda.

Como sempre, vemos as estratégias arquitetadas por Virgolino Ferreira em ação. O ‘Cego’ escolhe para o dia do ataque, um dia de ‘feira’ na sede do município, Floresta, PE, um sábado, 28 de agosto de 1926. Sabia que sendo o dia da ‘feira’, a maioria das pessoas que moravam na zuna rural iriam para a ‘rua’, cidade, venderem, trocarem e/ou comprarem mercadorias. Ficando assim, menos gente nas redondezas. Se os vizinhos dos ‘Gilo” estivessem na ‘rua’, não poderiam ajuda-los.

Em toda estrada que levava a sede do município, Lampião distribuiu seus homens, e em cada vereda, estrada ou rodagem ficou um pequeno grupo de cangaceiros dando proteção. Aquelas pessoas que viriam à feira, ordenou que os ‘cabras’ as prendessem.


É costume das pessoas que moram nos sítios, nas propriedades rurais, nas fazendas, levantarem-se cedo, no quebrar da barra, ou mesmo antes, diariamente. No dia da ‘feira’, esse horário é antecipado para que, além de fazerem os costumeiros serviços como tirar leite, cortar ração, moer milho e etc., pegarem seus animais, darem um bornal de milho seco pra eles se alimentarem, os selarem, partirem e chegarem cedinho na ‘rua’, pegando a feira no começo.

Nas últimas horas da madruga, já os galos cantando, dando suas bem vindas a claridade e despedindo-se da noite, prevendo o raiar de um novo dia, todo aquele roceiro que se dirigia para Floresta, para a feira, era aprisionado pelos cangaceiros dispostos nos ‘piquetes’ das estradas.

Em determinada estrada vinham alguns tropeiros com suas mercadorias nos lombos da burrarada. Esses foram pegos e seus animais amarrados por perto. Nada de ter começado, ainda, o fogaréu de balas na fazenda dos ‘Gilo’. Os tropeiros foram ‘detidos’ debaixo de uma quixabeira e um deles foi amarrado pelo pé. A ‘prisão’ desses tropeiros chama atenção por ter ocorrido com membros de uma família só. Muitos eram irmãos, primos e/ou amigos.


“(...), um, a um, os viajantes iam ficando presos e embaixo de ordem no córrego do Arcanjo, em uma quixabeira, como é o caso dos irmãos “João do Monte” (João Pereira Lima), “Mestre Orcino do Monte” (Orcino Pereira Lima – era carpinteiro e pedreiro) e o amigo deles “Manoel Maria do Monte” ( Manoel Vicente de Sá), que percorreram cerca de vinte quilômetros tangendo uma tropa de animais (...).” (Ob. Ct.)


Após esse acontecido. Surge, de repente, um cavaleiros tangendo alguns jegues, e nos lombos desses, amarrados nas cangalhas, costais de rapaduras. Tudo fora apreendido pelos cangaceiros e a carga divida entre eles. Rapadura, alimento que eles levavam em seus bornais para as longas caminhas dentro da caatinga. Depois disso, um senhor, “Pedro Alexandre Gonçalves Torres”, que morava num povoado próximo, “Barra do Silva”, trazia uma carga de aguardente, cachaça, ‘cana de cabeça’, no lombo de um burro, que também fora parado pelos homens de Lampião...


Assim, nas cercanias dos limites da fazenda Tapera, foram ocorrendo fatos, mesmo antes da deflagração do tiroteio ter início no terreiro da sua sede.

O clarão do dia vem surgindo, espantando para longe o manto escuro da noite, quando de repente, duas pessoas saem de dentro da casa da fazenda Tapera, e, tomando rumos diferentes, vão para o mato defecar e/ou urinarem. Um deles, aquele que segue para o riacho que passa ali perto, é avistado e feito alvo pelos cangaceiros, que estavam espalhados em volta da casa, e um dos lugares era a barreira do riacho, e é o primeiro a tombar sem vida. O outro, quando o tiro ecoou, fez finca pé e danou-se em direção uma cerca que tinha na frente. Na velocidade que ia, salta e agarra nas varas da cerca, porém, cai na besteira de olhar para trás, perdendo segundos preciosos, segundos que valeram sua vida. Também é atingido e cai por terra, morrendo em seguida.


Numa propriedade próxima, onde seus habitantes não tinham ido à feira, em determinado momento, alguns notam a aproximação dos cangaceiros. Essa propriedade também era denominada Tapera. Pois bem, procurando salvarem a ‘pele’, a vida, dois cidadãos procuram refúgio entre os porcos que estavam num chiqueiro. Perda de tempo, foram vistos e mortos.

“(...) vizinho da Tapera, em outra propriedade que tinha esse mesmo nome e pertencente a Ezequiel Damião(...) os sertanejos João Gabriel de barros (Janjão) e Francisco Damião de Souza ( Chico de Rufina)(...), ao verem os cangaceiros cercando a casa onde eles estavam, resolvem se esconder dentro de um chiqueiro de porcos, onde foram localizados e mortos (...).” Ob. Ct.)


Entre o pessoal que estava aprisionado debaixo da quixabeira, um que estava amarrado pelo pé, faz menção de querer fazer alguma necessidade fisiológica. Os cangaceiros não querem soltar ele. Dizem para ele fazer ‘as coisas’ mesmo amarrado. Nisso, um outro prisioneiro intercede e pede para que ele seja solto afim de ir fazer suas necessidades no mato. Os ‘cabras’ o soltam. Ele, se estava necessitado ou não, deu foi no pé, fugindo numa carreira danada. Não teve xique xique, mandacaru, favela, jurema, catingueira ou outra árvore do bioma caatinga que o fizesse parar, nem as balas dos cangaceiros conseguiram detê-lo. Pior para o senhor que pediu por ele. Quando os cangaceiros retornaram para a quixabeira, ele é executado friamente.

No terreiro da fazenda Tapera, dos “Gilo”, a coisa estava pegando fogo. O tiroteio estava cerrado. O som dos disparos era levado pelo vento, como um pedido de socorro a quem os escutassem... Num sítio próximo, na fazenda Lagoinha, morava Alexandre Ciríaco, que era amigo de Manoel Gilo, e tinha lhe prometido de que, se algum tiroteio começasse, ele iria em seu socorro. Quando escutou o som dos disparos, avexou-se, pegou as armas e um bisaco de balas, foi até junto de sua amada esposa, que estava grávida, e após fazer suas orações, despediu-se dela dizendo:

“- Muié, eu tô indo mais num volto; os Gilo estão sendo atacados, mas eu dei minha palavra que ia e eu vô.”

A mulher ainda suplicou:

- Num vá não.” (Ob. Ct.)

Juntaram-se a Alexandre, seu irmão “Manoel Rosa” e um primo chamado ‘Antônio Inês’, pegaram as armas e os bisacos, bornais, com balas e desceram rumo à fazenda na esperança de salvar, socorrer, o amigo Manoel Gilo. Como dissemos antes, Lampião colocou um cerco nas redondezas da fazenda Tapera, quase que intransponível. Os três homens vão ligeiro por uma vereda que dava acesso a sede da fazenda Tapera dos Gilo, onde o que se escutava a todo o momento era estampidos de arma de fogo, quando, de repente, uns homens começam a fazer-lhes sinais para que se aproximassem. Essas pessoas que acenavam, estavam dentro de uma espécie de cercado, embaixo de um umbuzeiro, e a sombra nela impedia de Alexandre, seu irmão e o primo, visualizassem quem era. Para entrar no cercado, havia um passador, coisa que Alexandre logo transpôs. Nesse momento recebeu uma saraivada de balas que o mataram. O irmão e o primo, vendo o que aconteceu, não contaram conversa, deram meia volta, e bateram em retirada.


Na cidade de Floresta, onde se realizava a feira, todos escutavam o som dos disparos. Não vendo atitude alguma tomada pelo comandante do Batalhão, capitão Antônio Muniz de Farias, que tinha prometido ao Patriarca dos “Gilo” ir a seu socorro se por acaso fossem atacados pelos cangaceiros e não se mexia do canto, várias pessoas vão pedir para que ele leve a tropa e salve os daquela família. O comandante ainda ordenou entrar em formação a tropa, porém, em seguida, ordena saírem de forma... E assim procedeu mais de uma vez. E os da fazenda Gilo vão perdendo suas vidas, um a um.


Vendo que o comandante não tomaria a atitude de, pelo menos ordenar para eles irem em defesa daquela pobre gente, coisa que o capitão Muniz tinha prometido, Manoel Neto, que estava baleado num braço, inclusive usando tipoia, chega junto dele e pede para que dê a ordem aos soldados. Nada, o capitão não ordena. Acovarda-se. Toma então uma decisão maluca e diz que querendo ou não o comandante, ele iria tentar salvar as pessoas daquela fazenda.


“(...) Diante do empecilho criado, surge um bravo. Um componente da afamada Volante dos Nazarenos, Manoel de Souza Neto, o “Mané Neto” (...).” (Ob. Ct.)

Vendo a decisão tomada por Manoel Neto, dez soldados se determinam e dizem segui-lo, naquela empreitada. Os bravos soldados pegam suas armas e saem na direção da fazenda Tapera. No caminho, nas terras da fazenda Barra, encontram-se com alguns homens, e esses cedem ao bravo nazareno cinco homens que trabalhavam para eles. Já o outro, agrega-se a eles com seus jagunços. Formaram uma pequena tropa, mas, pelo som dos disparos, Manoel Neto sabia que seu contingente era muito inferior ao dos ‘cabras’ de Lampião. Seguiram com cautela a partir dali. “Mané Fumaça”, como era chamado por Lampião Manoel Neto, divide seus homens e vai em direção a casa.


Ao longe os disparos vão diminuindo e isso não era um bom sinal. Ao chegarem próximo à casa da fazenda, um corneteiro começa a cornetá. Os bandidos escutam e, alguns saem em retirada, outros pegam suas armas e começam a atirar em direção a volante que chega. Um dos soldados cai nos pés do comandante já sem vida. Cassimiro Gilo, ao aproximar-se da casa com seus homens, uma bala passa muito próximo ao seu ouvido. Ele cai desacordado. Manoel Neto o pega e o carrega nas costas, retirando-o da zona de tiro. A munição dos soldados e dos homens que estavam a darem combate à turba de cangaceiros vai diminuindo. Vendo que logo ficariam sem munição e seriam todos mortos pelos inimigos, resolvem bater em retirada e voltarem ao QG do comando, ao Batalhão em Floresta.

O saldo das vidas ceifadas nessa brigada foram de muitas pessoas, dentre essas três eram cangaceiros, que além dos mortos, levavam três companheiros feridos. Dos mortos na sede da fazenda e em seu derredor, um era um soldado, os outros eram civis, roceiros, sertanejos que perderam a vida tentando defende-la, ou tentando defender a de amigos, fora os feridos, inclusive da Força Militar comandada por Manoel de Souza Neto.


Nomes daqueles que perderam a vida na chacina da fazenda Tapera:

“(...) Aos pés da quixabeira que ficava no terreiro, uma cena macabra, sete corpos espalhados pelo chão, entre eles: Gilo Donato e seus filho Manoel de Gilo, Evaristo Gilo, Joaquim Gilo, Henrique Damião ( genro), Permínio (parente), e José Pedro de Barros ( vizinho e parente). (...) perto dali, estavam os corpos de Chico de Rufina e Ezequiel Damião (Janjão). (...) na estrada que ligava Floresta ao povoado Barra do Silva, embaixo ( da sombra) de uma quixabeira estava (o corpo de) Pedro Alexandre.(...) (o corpo de ) Alexandre Ciríaco fora deixado no local onde morreu, a cerca de duzentos metros do epicentro da tragédia.(...) o soldado Volante João Ferreira de Paula tombou crivado de balas (...).” (Ob.Ct.)

Outras obras literárias não trazem os nomes daqueles que tombaram na citada chacina. Outras até cita alguns, inclusive o nome de uma pessoa que não morreu na brigada... Porém, com o esforço, a perseverança de nossos amigos, a história vai se desvendando verdadeiramente. Depois de muito suar, os dois amigos conseguem trazer para nós, através de seu livro acima citado, a coisa como realmente ocorreu, nas terras rurais do município de Floresta, PE, na chacina da fazenda Tapera.

Fonte “AS CRUZES DO CANGAÇO” – SÁ, Marcos Antonio de. E FERRAZ, Cristiano Luiz Feitosa. (nossos amigos Marcos De Carmelita Carmelita e Cristiano Ferraz). Floresta, 2016

Foto Ob. Ct.
Revista O Malho

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/permalink/810452089118909/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CLARA E O FUTURO DA TERRA.

Por Leila Freitas

A Terra sofre com a ameaça de extinção total de todas as formas de vida. A menina Clara, após uma aula sobre meio ambiente, ao chegar em casa, dorme e sonha que os mares secaram, as florestas viraram desertos e no céu nenhum pássaro voa mais. Esse é o enredo que Leila Freitas, em "Clara e o futuro da Terra", folheto de cordel editado pela Cordelaria Flor da Serra discute meio ambiente e a necessidade da militância em em defesa da preservação da natureza. A arte da capa é do professor e artista plástico Eduardo Azevedo e será mais um dos lançamentos da Cordelaria Flor da Serra, na Bienal Internacional do Livro, às 16 horas do dia 15 de abril. Leia a seguir, verso iniciais do cordel e para ler o folheto todo faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9.99569091.

A pureza da criança
Neste mundo é coisa cara.
É coisa maravilhosa,
A qual nada se compara
Comprove lendo este enredo,
Que conta um sonho de Clara.

Corria um dia normal.
Clara da escola chegou.
Brincou a tarde todinha,
Leu seus livros, estudou.
Mas na hora de dormir,
Para a mãe, assim falou:

— Mamãe, disse a professora
Pra cuidar da natureza
Se não a vida se acaba
E vai ser uma tristeza.
Tudo por causa do homem
Que tem no peito frieza.

A mãe respondeu-lhe: — Clara,
Infelizmente é verdade.
Tudo o que é belo na Terra
Se arruína por maldade
E compromete o futuro
De toda a posteridade.

O ser humano destrói
O belo meio ambiente.
Pensa que é dono do mundo
E parece que não sente
Que a sua cobiça afeta
Vidas de bicho e de gente.

Joga o lixo pelas ruas,
Corta árvores, faz queimadas,
Sem ligar para os estragos
Da Terra, nossa morada,
Porque a ganância do lucro
Faz-lhe não ligar pra nada!

Clara, muito apavorada,
Pergunta na mesma hora:
— E essa destruição
Há de acontecer agora?
Mãe, estou com muito medo,
Vou dormir com a senhora.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O CANGAÇO NÃO VIVERIA DE FORMA ALGUMA SEM A PRESENÇA DE LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira

Assim que o grande chefe dos cangaceiros o rei Lampião viajou para outra esfera, se é que existe, os cangaceiros ficaram todos sem destinos e planos, porque administrar uma empresa de gente maldosa é preciso que saiba conquistar os pensamentos de cada um delinquente, do contrário, nada será realizado como deveria ser. Existiram outros diretores de empresas de facínoras no Nordeste brasileiro, mas, segundo os pesquisadores e escritores, ninguém soube administrar melhor do que o perverso e sanguinário Lampião.

Corisco foi um dos que ficou perambulando por aí, sem destino, sem planos, sem saber como adquirir dinheiro e alimentos com os velhos amigos de Lampião, ou até mesmo pessoas que o afamado guerreiro não tinha nenhum vínculo de amizade, mas tomava as suas economias na força e no poder do seu fuzil.

Corisco

Corisco estava desatinado. Mas procura alguns dos seus coiteiros e através deles, envia cartas para os fazendeiros, solicitando recursos para sustentar o seu bando de cangaceiros. Mas os seus pedidos não são considerados pelos mesmos. Sem Lampião na caatinga o cangaço estava totalmente morto. A Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia tinha sido assassinada juntamente com o seu sócio majoritário que era o Virgolino Ferreira da Silva o rei Lampião.

Para tentar melhores contatos Corisco sai das terras de Alagoas e vai fazer solicitações aos fazendeiros de Sergipe, pois ali o compadre Lampião deixara muitos amigos, e quem sabe, lá, poderia ser atendido.

Alojado nas terras de Sergipe Corisco procura um senhor de nome Sinhozinho de Néu Militão, possivelmente, este seria um dos coiteiros de Lampião naquelas terras. E ele iria ser o portador de cartas endereçadas aos senhores Camilo Laurindo, Luiz Antônio Militão, Manoel do Brejinho e outros fazendeiros da região, entre os municípios de Monte Alegre e Poço Redondo.

Como o cangaço estava morto e uma andorinha só não faz verão, todos os agricultores que recebiam os seus bilhetes, não davam a mínima atenção, e a partir daí, Corisco percebeu que já não tinha mais moral para intimidar suas vítimas.

E para o deixar mais desmoralizado, o Sinhozinho de Néu Militão que era quem levava as cartas para os fazendeiros, espalhava por onde passava, que Corisco fazia solicitações de doações, mas ninguém o atendia.

Ao saber dos boatos comentados na região Corisco se encheu de ódio, e tem como certeza, que quem andava espalhando a fofoca era o Sinhozinho. Somente ele sabia das suas solicitações, vez que ele era quem levava os bilhetes para os fazendeiros. Ciente que era ele que comentava aos catingueiros, prometeu matá-lo assim que o encontrasse.

Sinhozinho foi avisado que Corisco iria o matar, e temendo a morte, resolveu mudar-se para Porto da Folha, abandonando sua bela moradia em Monte Alegre. Mas Sinhozinho tinha uma preocupação, o seu gado que ruminava pelas bandas da fazenda Chafardona, e ele não conseguia viver fora da sua terra natal, e dias depois, retornou para sua casa que ficava 1 quilômetro de Monte Alegre. 

Sinhozinho precisa campear o seu gado, e convida o seu amigo Santo Velho e os dois vão até a fazenda Chafardona atrás do gado. Como já estava ficando tarde, levam as rezes para o curral da fazenda, e retornam para Monte Alegre, e na manhã seguinte vão  para vaquejar os seus animais, o que isto fazem antes do amanhecer do dia.

Corisco e Dadá - Colorida pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Sinhozinho observa e ver várias pegadas de pessoas nas proximidades do curral. Chama Santo Velho e mostra que poderá ser rastros de cangaceiros ou de soldados. Os dois ficaram preocupados. A porteira foi aberta e iniciam a caminhada. 

site blogger

Mas Sinhozinho percebe que uma de suas vacas está com o úbere cheio. Zeloso com os seus animais, resolve fazer a ordenha para aliviar a aquele sofrimento da vaca. Atalham o gado e retornam para o curral. 

Sua generosidade de aliviar o sofrimento da vaca foi a sua infelicidade. 

A vaca foi arreada e Sinhozinho iniciou a tirada do leite. Os cangaceiros chegaram à porteira do curral. Sinhozinho estava ferrado! Era Corisco e seu afamado bando.

- Cabra, pru quê você foi afisar a poliça e mangar de meus biêtis? – Perguntou o carrasco Corisco.

Dadá faz a sua observação:

- Ainda prigunta? Mati essi bandido sem vergonha!

E enfurecida Dadá diz:

Caixa de Fosco, mati o homi! Atire neli! – dá a ordem a cangaceira.

Imediatamente, o Sinhozinho foi morto e cortada a sua cabeça. Obrigaram ao Santo Velho levá-la para a povoação, recomendando-o que a entregasse de presente ao comandante do destacamento do pequenino lugarejo, o cabo Nicolau.

De lá, Corisco foi para as matas de Frei Paulo, Carira..., até ser baleado por João Torquato...

Adquira esta obra através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

Fonte de pesquisas:
Lampião Além da Versão mentiras e Mistérios de Angico
Páginas 342-343.
Autor Alcino Alves Costa

http://blogdomendesemendes.blogspot.com