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domingo, 13 de dezembro de 2015

ONDE ENCONTRAR "HISTÓRIAS DE CANGACEIROS E CORONÉIS"

* Honório de Medeiros


Você pode encontrar "HISTÓRIAS DE CANGACEIROS E CORONÉIS" nos seguintes endereços:

1) Na Livraria do Campus Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: 
http://www.cooperativacultural.com.br/ 

2) No Sebo Vermelho, à Avenida Rio Branco, em Natal, com Abmael Silva: http://sebovermelhoedicoes.blogspot.com.br/

3) Ou com o livreiro Francisco Pereira Lima, por intermédio do seguinte e-mail:
fplima1956@gmail

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MOSSORÓ É 1º LUGAR NO ESTADO EM QUALIDADE DE EDUCAÇÃO


De acordo com o levantamento, Mossoró alcançou 5,46 pontos no quesito Educação, ante 5,09 conquistado pela capital do Rio Grande do Norte, Natal, e 4,97 da média brasileira.

Crianças da educação infantil da rede municipal recebem tratamento diferenciado. Fotos: Secom/PMM

O ranking da consultoria Delta Economics & Finance, divulgado semana passada, e que coloca Mossoró entre as 50 melhores e maiores cidades do Brasil também aponta outro resultado expressivo: o município ocupa a primeira colocação no Rio Grande do Norte em qualidade na educação, com uma pontuação que supera, inclusive, a média nacional.

De acordo com o levantamento, Mossoró alcançou 5,46 pontos no quesito Educação, ante 5,09 conquistado pela capital do Rio Grande do Norte, Natal, e 4,97 da média brasileira. A pesquisa avaliou, entre outros critérios, taxa de analfabetismo da população, taxa de frequência no ensino básico, percentual de crianças que frequentam a escola e Índice do Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

Esse resultado reflete, de acordo com a secretária municipal de Educação, Iêda Chaves, a atenção especial que a Prefeitura de Mossoró direciona para o setor. Em 2014, por exemplo, a gestão investiu 34,51 do orçamento em educação, quando a Constituição Federal (CF) estabelece, em seu artigo 212, o investimento mínimo de 25% e a Lei Niná Rebouças prevê 30%.

“Os resultados positivos refletem o compromisso da gestão. Estamos avançando na nossa política de melhoria da educação pública do município, com indicadores comprovando que o caminho adotado tem permitido sim conquistas significativas. O mais gratificante nesse processo é constatar que os nossos alunos são os principais beneficiados com os investimentos em educação”, destaca a secretária Iêda Chaves.

Desde que assumiu o comando do Poder Executivo local, o prefeito Francisco José Júnior tem dito que educação é prioridade em sua gestão e, em dois anos de administração, uma série de ações já foram promovidas no setor. “Nosso trabalho vem sendo reconhecido em nível nacional. Recentemente, a agência de classificação de risco Austin Rating mostrou que Mossoró ocupa a 28ª posição entre os municípios de grande porte do país quando analisada a aplicação de recursos em educação”, reforçou.

LEITURA

A atual gestão municipal tem investido maciçamente no incentivo à leitura. Através da Secretaria da Educação, a Prefeitura vem desenvolvendo uma série de atividades que disseminam conhecimento e estimulam o hábito de ler entre as crianças. É o caso de projetos como o “Nas Ondas da Leitura”, “Trilhas”, “Muda Mundo”, e Biblioteca Itinerante, instalada no Meu Bairro Melhor, e é um dos espaços mais procurados pelo público.

TECNOLOGIA

Os investimentos em tecnologia educacional também têm recebido atenção especial da Prefeitura Municipal de Mossoró. A rede de ensino possui equipamentos como 200 mesas digitais, à disposição dos estudantes e professores desde junho do ano passado, quando foram entregues pelo prefeito Francisco José Júnior. Em 2015, as mesas interativas passaram por um processo de atualização de seus sistemas e ampliaram sua funcionalidade.

REFORMAS

Na atual gestão, cerca de 300 professores foram convocados, através de concurso público, para atuarem nas Unidades de Educação Infantil e escolas da cidade. A aplicação de recursos em educação também vem permitindo a reforma em escolas e construção de quadras de esporte, além da valorização dos servidores. Entre 2014 e 2015, cerca de 20 escolas e UEIs passaram e/ou estão passando por serviços de restauração.

http://gazetadooeste.com.br/mossoro-e-1o-lugar-em-qualidade-de-educacao/

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“O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS


O livro “O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS custa:
30,00 reais, com frete incluso.

Como adquiri-lo:
Antonio Corrêa Sobrinho
Agência: 4775-9
Conta corrente do Banco do Brasil:
N°. 13.780-4

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http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

LAMPIÃO E A URUTÚ


No início do ano 1938, o Jornal "CORREIO DO SERTÃO", em sua edição de nº 1.041, publica a notícia, que abaixo veremos. Esse jornal, foi uma publicação do amigo Liandro Antiques, que o tem em seu acervo.


Foto de Sálvio Siqueira.

Fonte: facebook

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" MEDALHA DO MÉRITO GOVERNADOR DINARTE MARIZ"


Prof. Benedito Vasconcelos Mendes recebendo das mãos do Conselheiro do TCE-RN, Antônio Gilberto de Oliveira Jales a importante Comenda" Medalha do Mérito Governador Dinarte Mariz", no dia 11-12-2015, no Plenário do TCE, em Natal, com a presença de refinada platéia, composta por importantes autoridades Universitárias, Políticas, Executivas, Empresariais e Culturais do Rio Grande do Norte, além dos nobres Conselheiros daquela Egrégia Corte. 



Esta comenda é um dos mais valorizados prêmios que um cidadão de bem pode receber, pois a escolha dos agraciados é feita de maneira muito criteriosa.

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O REI DO BAIÃO SE FOSSE VIVO COMEMORARIA 103 ANOS DE VIDA

Por José Mendes Pereira

Se fosse vivo o rei do baião Luiz Gonzaga do Nascimento estaria completando 103 anos hoje, 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. 

LUIZ GONZAGA É CEM: O ANÃO XAXADO E A TURNÊ DE 53

Corria o ano de 1953 e já como Rei do Baião, Luiz Gonzaga fazia um sucesso danado. Teve que provocar uma alteração no seu conjunto pé-de-serra, uma vez que seu sanfoneiro Catamilho só vivia bêbado. Luiz gostava de cerveja, de uísque, de um bom vinho, mas bebia com moderação. Era patrocinado por toda espécie de cachaça, porém detestava gente bêbada. Quem sabe, a perda do irmão mais velho, o Joca, falecido em 1947, vítima de cirrose, tenha provocado essa reação, pois Gonzaga fez de tudo, mas não conseguiu afastá-lo do vício.

Em 1952, numa turnê pelo sertão baiano, Gonzaga conheceu o anão Osvaldo Nunes Pereira e naquela ocasião já pensava em colocá-lo no seu conjunto como tocador de triângulo porque entendia que o fato seria uma coisa inusitada. Mandou o anão ir ensaiando. Um ano depois, a família de Osvaldo havia mudado pra Xonin (nome indígena), distrito de Governador Valadares, em Minas Gerais, mas o motorista de seu Luiz achou o anão, que foi incorporado à comitiva do cantor. A turnê prosseguiu, mas chegando em Itabuna, a capital do cacau, no sul da Bahia, durante um show, Catamilho estava tão bêbado que caiu no palco com zabumba e tudo. Gonzaga, a princípio tentou enrolar o público dizendo que o zabumbeiro tinha ensaiado a queda, mas aí um baiano da plateia falou o seguinte: “oxente, esse cabra tá é bebum!” Como não pôde manter a mentira, Gonzaga ficou irado! O público, no entanto, riu às escâncaras.

Catamilho foi demitido sumariamente, porém o “triangueiro” Zequinha, em solidariedade ao amigo resolveu sair. Saíram os dois e pior pra Gonzaga que naquele momento havia ficado sem seus ritmistas, em que pese a agenda do sanfoneiro registrar compromissos para os dias seguintes, a começar por um em Santo Antonio de Jesus-BA. A turnê do Rei do Baião teve que ser interrompida até a formação de um novo trio. Foi quando Luiz se lembrou de um engraxate do sul do Piauí que chamava a atenção dos fregueses porque fazia malabarismo e percussão com as escovas. Mandou sem demora seu motorista para lá a fim de apanhar o engraxate Juraci Miranda. Motorista de Luiz Gonzaga sofria muito, mas trabalhava contente porque o homem além de ser bem humorado, era espirituoso, contava “causos” e tratava o empregado muito bem.

No Piauí, o engraxate, de imediato, topou a proposta de tocar com Gonzaga. Chegaram cansados da longa viagem, mas seguiram todos no mesmo dia pra Santo Antonio de Jesus com novo conjunto formado e um grande problema: o novo trio não havia ensaiado e, portanto, não poderia se apresentar sem o devido e mínimo ensaio.

Antes de chegarem em Santo Antonio de Jesus, fazia um calor danado no recôncavo baiano, mas seu Luiz sabia da existência de um riacho com cachoeira, às margens da estrada. Foi quando Gonzaga falou pro divulgador Romeu o seguinte: “olha, nós vamos parar na beira desse rio, tomar um banho de cachoeira e ensaiar debaixo daquele pé de pau, pois eu tenho que treinar o conjunto. Você segue com o motorista pra cidade a fim de anunciar o show. Quanto estiver tudo pronto, volte pra apanhar a gente”.

O banho segundo Gonzaga serviria pro ensaio do grupo mas também pra tirar a inhaca do anão que, no carro, já vinha com um “cheiro danado de ruim”. Gonzaga era exímio ritmista de zabumba e triângulo e queria que os dois novos ritmistas tocassem do seu gosto e, além disso, que também dançassem o xaxado (segundo Dominguinhos, Gonzaga foi o maior dançador de xaxado que ele viu). Bem, então, todos tiraram a roupa e ensaiaram por quase três horas. Ensaiavam, tomavam banho, ensaiavam e novamente tomavam banho! Palavras de seu Luiz:

“O ensaio foi com todo mundo pelado. Expliquei que Juraci ficava com o zabumba e Osvaldo com o triângulo, e ensinei o ritmo a eles: ‘Olha, vocês vão andando, andando, andando até cansar, mas vão fazendo o passo certo no ritmo. Depois com os instrumentos, andando, andando, andando e tocando, no passo certo do ritmo’.



Em 1952, Gonzaga havia se afastado de Zé Dantas em função de problemas havidos com a parceria entre os dois e Humberto Teixeira tinha se tornado deputado federal, de maneira que Luiz teve de recorrer ao maestro Hervé Cordovil que trabalhava em São Paulo para colocar letra em algumas de suas melodias: “Xaxado”, “Baião da Garoa” e o grande sucesso “A Vida do Viajante”. A primeira e a terceira faziam parte do roteiro musical apresentado naquela excursão e “A Vida do Viajante” ficou famosa justamente a partir daquela turnê, mas outro xaxado também, além de “Xaxado”, ganhou fama naqueles meses de viagens.

Voltando ao banho de cachoeira, os três esqueceram somente de um simples detalhe e assim cometeram uma falha imperdoável perante os costumes dos habitantes daquelas bandas: quem vai tomar banho de cachoeira e se o banheiro é público, na cerca de palha seca que protege a cascata contra os espiões, o sujeito tem que colocar a roupa estendida com metade pro lado de fora, que é justamente pra dar a entender que o local está ocupado.

Nisso entra no enredo uma cabocla baiana do recôncavo que foi se aproximando da cachoeira também pra tomar seu banho, ao mesmo tempo em que ia escutando o som já harmonioso de um trio composto por sanfona, zabumba e triângulo. Imaginou que estivesse havendo uma festa no local e foi pra lá espiar. Mulher é um bicho danado de curioso! Foi se chegando, se chegando, e por entre as palhas, de cócoras, resolveu dar uma “brechada”.

Para seu grande espanto viu três homens nus tocando seus instrumentos e dançando ao mesmo tempo! Mas quando ela olhou pro anão, quase caiu sentada: o anão tinha uma rola tão avantajada que o fazia se assemelhar a um jumento nordestino e, dançando, parecia que tinha uma cobra balançando entre as pernas, presa por uma das extremidades, mas querendo se soltar!

Mulher nordestina daquele tempo era criada pra ver só um homem nu em toda sua vida, justamente pra evitar certo tipo de desejo, pois cabôca nordestina é mulé de um homem só. Assustada, deu um grito tão danado que interrompeu o ensaio e desembestou feito uma égua com sede pelo sertão afora, gritando pelos santos protetores dos baianos: “valei-me meu São Bom Jesus da Lapa, ajudai-me meu Senhor do Bonfim, socorrei-me meu Santo Antônio de Jesus, livrai-me dessa visão do inferno!”, passando como uma bala pelo espantado motorista de Luiz Gonzaga que tinha vindo buscar o trio naquele exato momento.

Na noite de 23 de outubro de 1953, em Santo Antônio de Jesus/BA, Gonzaga estreou o novo conjunto com seus integrantes devidamente batizados: Cacau na zabumba, e no triângulo, o anão Xaxado. Um ano depois Gonzaga mudou o nome do anão pra Salário Mínimo. Numa excursão à região Norte, um recepcionista de um hotel disse que aquele músico era tão pequeno que mais parecia com o salário-mínimo do estado do Maranhão (naquela época o salário mínimo era diferenciado por região). Foi sem dúvida o mais carismático ritmista de Luiz Gonzaga. Deixou de trabalhar com ele porque também se danou a beber. Muito tempo depois, Salário Mínimo voltou a usar o nome artístico que lhe deu o Rei do Baião, Xaxado, e a trabalhar com ele no Forró Asa Branca, na Ilha do Governador/RJ (1972/1975). Cacau, a partir de 1957, passou a trabalhar com Marinês e Abdias formando o conjunto “Marinês e Sua Gente”. Luiz Gonzaga, em entrevista 34 anos depois, confirmou que o anão tinha uma “pra ti vai” fora dos padrões: aproximadamente meio metro!!! E olhe que todos os homens da família de Januário tinham a fama de ter a penca grande.

Nessa turnê de 1953 em que apareceu esse anão roludo, Luiz Gonzaga cantava uma música que viria tornar-se um dos seus grandes e inesquecíveis sucessos: “A Vida do Viajante”, lançada em disco de 78 RPM em novembro/53, dele e Hervé Cordovil. E o xaxado que também apresentava pelo Brasil afora, era um dos mais significativos do seu repertório: “Vamos Xaxear”, de Luiz Gonzaga e Geraldo Nascimento, gravado em agosto de 1952.

Para ouvir “A Vida do Viajante” com um solo de sanfona irresistível do Rei do Baião, basta clicar aqui.

Para escutar “Vamos Xaxear”, um xaxado que em cuja gravação estão presentes todos os ingredientes que dão sabor a esse ritmo gostoso, é só clicar aqui.

Fonte: http://www.overmundo.com.br/banco/luiz-gonzaga-e-cem-o-anao-xaxado-e-a-turne-de-53

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A GRANDE MARCHA DE LAMPIÃO PARA MOSSORÓ - PARADA 03 - O PRIMEIRO SEQUESTRO, FAZENDA NOVA (RN)

Por Geziel Moura

Segundo (FERNANDES, 1980) e (DANTAS, 2005), após deixar a fazenda dos pais de Massilon (postagem anterior), no mesmo dia em que chegaram, isto é, 10 de junho de 1927, o bando de Lampião cometeu o primeiro sequestro, na rota para Mossoró, tratava-se do Coronel Joaquim Moreira da Silveira, proprietário da Fazenda Nova, pouca distância das terras dos pais de Massilon.

Casa Grande, original, da Fazenda Nova - In Lampião e o RN, de Sérgio Dantas. - Flagrada por: Salma Meira Dantas

Foi em vão a tentativa do fazendeiro octogenário, se esconder nos canaviais de sua propriedade, os cabras encontraram, tal fazendeiro e amarraram seus pulsos.

Coronel Joaquim Moreira da Silveira e seu neto, Paulo Germano da Silveira - in Lampião e o RN, de Sérgio Dantas. - Acervo: Paulo Germano da Silveira.

A rapinagem, na Fazenda Nova, foi completa, de joias, dinheiros, objetos de valor, passando por arreios e montaria.

Porteira da Fazenda Nova, atualmente, nada lembra a original, totalmente modificada. - Flagrada por Geziel Moura.

Como referi anteriormente, o ponto alto do assalto à Fazenda, foi o rapto de Joaquim Moreira, que passou a integrar, neste momento, o grupo de Lampião, na qualidade de refém.

Aspecto do complexo agrícola da Fazenda Nova, na atualidade. - Flagrada por Geziel Moura

É bom que se diga, que a volante paraibana do Ten. João da Costa e Silva, vinha nos rastos de Lampião, mas não conseguia obter informações precisas, sobre o paradeiro daquele. A partir deste momento, começa a marcha de Lampião, pelo RN, propriamente dita.

Fonte: facebook
Fotos: Geziel Moura

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LAMPIÃO E O TENENTE CASACA PRETA


O Sr. Augusto Gouveia residia em Recife e através dos jornais, lia as proezas de Lampião no Sertão. Achava ele que tudo aquilo era alarme dos jornais, que Lampião não era nada daquilo que se comentava. O homem incutiu o desejo de ir ao Sertão, enfrentar o cangaceiro e seu bando. Para isso, apresentou-se ao Dr. Eurico de Souza Leão, chefe da Polícia de Pernambuco. Aquela autoridade estranhou aquele desejo, sabia que o homem estava mal informado a respeito de Lampião. 

Argumentava Augusto Gouveia, quero mostrar a Pernambuco e ao mundo que tiro a fama do furioso cangaceiro. Para a sua captura, só precisava de seis ou sete soldados, cada um com cinco cartuchos e um maço de cordas para amarrá-lo. Garantiu que o traria preso para o Recife. Dr. Eurico duvidou, achando aquilo inteiramente impossível. Procurou fazê-lo desistir da ideia tão absurda, inclusive disse que, ele era um civil sem conhecimento militar, principalmente das guerrilhas do Sertão, que retirasse do pensamento aquele desejo.


Respondeu Augusto Gouveia que na realidade era um civil, sem conhecimento militar, mas queria mostrar que era homem e que vestia calça. Considerando a forte insistência do homem, o Dr. Eurico de Souza Leão resolveu mandá-lo para o Sertão. O Governo o comissionou no posto de Tenente, mandando-o apresentar-se ao Major Theophanes Torres, em Vila Bela (atual Serra Talhada), onde foi duramente aconselhado pelo Major a desistir dessa ilusão, inclusive disse que ele estava seriamente enganado com Lampião, que o mesmo não era de brincadeira. Nada fez o novo oficial desistir, passou então o Major Theophanes à sua disposição sete soldados e todo armamento exigido pelo homem. Por só usar calça preta e paletó marrom, foi logo batizado por Casaca Preta, Casaca de Couro e Garra de Couro, com esses apelidos, ficou Augusto Gouveia conhecido no Sertão de Pernambuco.

Através de informações, seguia o Tenente Casaca Preta e seus companheiros a procura de Lampião. Próximo ao distrito de Roças Velhas, no atual município de Calumbi, encontraram-se duas Forças, uma da cidade de Custódia, comandada pelo Sargento Maurício Vieira de Barros e outra da cidade de Flores, comandada pelo Sargento Wanderley, que vinha em perseguição aos bandidos. Entraram em palestra. Terminada a mesma o Sargento Wanderley despediu-se, dizendo que ia voltar para Flores, pelo mesmo caminho, que nada tinha a ver com Lampião. Seguiu o Sargento Maurício na trilha dos bandidos, ao chegar à Fazenda Barreiros, município de Vila Bela, avistaram distante, um homem dando com os braços. Por não saber de quem se tratava, a força ficou na expectativa. O homem vinha montado em burro, outros vinham armados, e a pé. Aproximou-se o referido homem do Sargento Maurício, perguntou pelos cangaceiros. Respondeu o Sargento Maurício que estavam por perto, apontou para o lado que os mesmos se encontravam. O homem vinha tão exaltado e revoltado que o Sargento Maurício, sem conhecê-lo, pasmou diante de tanta exaltação e revolta. Ficaram pensando de onde vinha aquele louco, comandando aquela Força. O Sargento Maurício perguntou com quem estava falando. O homem respondeu: Está falando com o Tenente Augusto Gouveia (conhecido por Casaca Preta). O Sargento Maurício disse: Seu Tenente Casaca preta, se quiser brigar siga nessa direção, o senhor vai encontra quem procura. Avançou Casaca Preta, falou muito alto, ao depara-se com Lampião, dando voz de prisão, dizendo que não fizesse ação que ele estava de frente com o Tenente Augusto Gouveia (o famoso Casaca Preta). Lampião, que nunca tinha visto aquilo, estranhou e disse: Seu Casaca Preta da peste te prepara para correr, se você nunca viu homem, vai ver agora. Você é doido, mas na minha volta vai criar juízo, e já!


Gritou Lampião para cabroeira: Pega! Pega! Este garra de couro atrevido para arrancar as penas dele de unha. Vamos deixar despenado. Nas minhas costas, Casaca de Couro não cria fama de valente não. 

Nesse momento, a pipoqueira de tiro foi tão grande em cima de Casaca de Preta que o homem ficou desorientado sem saber para onde correr. Deixou a força sem comando, ardendo-se nas unhas de Lampião. O bravo Tenente, vendo a situação esbugalhou os olhos de forma que ficou completamente deformado. Jogou o burro nas águas de um açude existente. Os soldados gritavam: Senhor Tenente, pegue o homem! Desenrole as cordas! Amarre o homem! Pegue o homem!

Dentro do açude, deixou o burro atolado, com todo equipamento, saiu nadando, molhado como um pinto. Os olhos em tempo de saltarem da caixa, fazendo medo a quem o visse; a sua fisionomia não era de gente deste mundo. O homem corria que nem bala pegava. O próprio Lampião foi quem saiu no encalço, gritando: Não corra Casaca de Couro! Não corra, Garra de Couro! Não corra, Casaca Preta! Espera para brigar com Virgulino Ferreira! Escuta o golpe do rifle de Lampião! 


Garra de Couro, na carreira que ia, mesmo sem freio, entrou em uma casa pela porta da frente saindo por outra. Lampião, que vinha no seu faro, foi entrando na casa e virando tudo, pensando que o homem estivesse escondido dentro de casa. Como não encontrou, perguntou à dona da casa para onde ele tinha corrido. A mulher apontou para um lugar diferente. Seguiu Lampião, não encontrando. Assim aquela mulher, salvou a vida de Casaca Preta. Quando a mulher disse que o homem havia saído correndo, Lampião disse: Homem não, um cabra safado.

Lampião gritava que tinha tirado e acabado com a mandinga e o catimbó de Casaca Preta. O capote do famoso Tenente, os cangaceiros conduziram pendurado na ponta de uma vara, fazendo a maior anarquia. Na carreira, o Tenente Casaca Preta foi sair em Vila Bela de onde voltou para o Recife.

Fotografias da Fazenda Barreiros do Coronel Manoel Pereira Lima, Casa da Fazenda Barreiros e a Marca do tiro que tinha como alvo o Tenente Casaca Preta.

Texto do livro: Memória de um Soldado de Volante
De: João Gomes de Lira

Fonte: facebook

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