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sábado, 2 de setembro de 2017

SANTA RITA, SUA HISTÓRIA, SUA GENTE

POR FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR (*)

[...]Confiando antes na eficaz cooperação dos meus distintos companheiros, do que mesmo nas minhas débeis forças, aceitei reconhecido o honroso encargo com o fim de nele prestar os meus serviços em prol da autonomia e engrandecimento deste município¹ [...].

Antônio Gomes Cordeiro de Mello
(Presidente do Conselho Municipal de Intendência –     Discurso de posse em, 29/03/1890)

Santa Rita lugar de pernoite dos caixeiros e viajantes do interior com destino a Capital da Paraíba e vice versa desde o inicio de sua colonização a partir de 05 de agosto de 1585. Em 1771 o lugarejo passou a ser chamado de Santa Rita em virtude da edificação da primeira capela católica dedicada a Santa Rita de Cássia, no mesmo lugar onde atual encontra-se edificado Santuário Matriz de igual nome. Nas terras do atualmente município de Santa Rita foi construído o primeiro engenho de cana de açúcar da Paraíba e bem assim edificado o Forte de São Sebastião. Por outro lado, aqui também aconteceram grandes batalhas envolvendo os silvícolas das tribos potiguares e tabajaras. Aconteceu também em 16 de outubro de 1636 movimentos nativista contra o opressor holandês, o que culminou o assassinato do governador da Paraíba Ippo Eys-sens, membro do Supremo Conselho do Recife, tendo como conseqüência a grande batalha dos holandeses contra os brasileiros: silvícolas e poucos soldados comandados pelo capitão Francisco Rabelo, no Engenho Espírito Santo/PB, à margem direita do Rio Samuraguai¹, atual Rio Paraíba. Foi o primeiro movimento nativista que se tem noticia contra o domínio holandês no território brasileiro. Assim sendo, podemos afirmar de que o Brasil começou a expulsar o invasor holandês na várzea do Paraíba. Os brasileiros foram vitoriosos e em cujo lugar onde aconteceu a referida guerra foram construídas as capelas de Nossa Senhora da Batalha e de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, à margem esquerda e à margem direita do Rio Paraíba no sentido Capital sertão. Nesta época toda a várzea paraibana pertencia a Capital do Estado, inclusive Santa Rita.
             
Na última década do século XIX, os lideres santaritenses: Antônio Gomes Cordeiro de Mello, o Padre Manoel Gervásio Ferreira, o coronel Francisco Carvalho e o senador Firmino Gomes da Silveira, encabeçaram um abaixo assinado popular com mais de 500 (quinhentas) assinaturas o que levou o Governador Venâncio Neiva, a assinar o Decreto nº 10, em 19 de março de 1890, emancipando assim Santa Rita do território da então Capital da Paraíba do Norte, o qual segue a sua transcrição:

“Decreto nº 10, de 19 de Março de 1890. Art. 1º - Fica elevado a categoria de Vila a Povoação de Santa Rita, que continua a ter a mesma denominação, passando a freguesia do mesmo nome, com a do Livramento, a constituir um município com os seguintes limites: ao nascente o Rio Sanhauá até o Marés, deste em direitura ao Mumbaba de Baixo; Ao Sul, o Rio Gramame, desde o ponto em que recebe o Mumbaba; da nascença desde até a Estrada que do Santo Antônio vai a Pedras de Fogo compreendendo as Mumbabas do Cavalcante, do Trigueiro e do Mary até a Ponte do Cobé, no Rio Paraíba, ao Poente, da Ponte de Cobé em direitura ao lugar Serraria na antiga Estrada das Boiadas e por esta até a sua passagem no Rio Miriry, compreendendo os Engenhos Cobé, Santo Antônio, Calebouço, Engenho Novo e Tabocas que pertencia à Frequesia do Taipú, do Município de Pedras de Fogo; Ao Norte o Rio Miriry desde a passagem da Estrada das Boiadas até à Foz do mesmo rio, a leste e a nordeste o Rio Paraíba, desde o Sanhauá até a Barra do Miriry, compreendendo as Ilhas da Restinga, Stuart e Tiriry, pertencentes à Freguesia de Livramento. Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário. PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA PARAIBA, em 9 de Março de 1890, e Segundo da República dos Estados Unidos do Brasil. VENÂNCIO NEIVA”. (Publicado no dia 21 de março de 1890 no jornal Gazeta da Parahyba).

Ato contínuo, no dia 21 de março de 1890, o Governo da Paraíba nomeou o primeiro Conselho de Intendência de Santa Rita, tendo Antônio Gomes Cordeiro de Mello, como Presidente do referido conselho (cargo atualmente equivalente ao prefeito constitucional) cuja portaria de nomeação encontra-se publicado no Jornal Gazeta da Parahyba, no dia 25 de março de 1890, página 1, arquivado no IHGP e colocado a disposição para pesquisa ao público interessado em conhecer para escrever a nossa verdadeira história do povo santaritense. Através do artigo 118, § 6º, da Lei Orgânica Municipal de Santa Rita, os vereadores constituintes de 1989/90, determinaram que: “§ 6º -  Fica igualmente incorporada a presente Lei Orgânica a Portaria de 21 de março de 1890 e publicada em, 25 de março de 18905 no Jornal Gazeta da Parahyba que constituiu o Conselho de Intendência do Município de Santa Rita, sendo nomeados: Antônio Gomes Cordeiro de Mello (Presidente); Major Bento da Costa Villar (1º Vice Presidente); Amaro Gomes Ferraz (2º Vice Presidente); João de Mello Azedo e Albuquerque; Capitão Antonio Manoel Arroxelas Galvão e Benicio Pereira de Castro (substitutos), assinada pelo Governo Central da República dos Estados Unidos do Brasil, além de todas as publicações feitas antes e depois da realização do Centenário de emancipação política do Município de Santa Rita (19 de Março de 1890 a 19 de Março de 1990), constituindo assim o acervo histórico e bibliográfico da História de Santa Rita”. É um ato da vontade popular porque foi o povo que elegeu os vereadores constituintes em 1988 com tal finalidade.
           
O município foi instalado oficialmente em 29 de março de 1890 e foram empossados os membros do Conselho Municipal de Intendência, sendo o governador Venâncio Neiva, representado por Francisco Pinto Pessoa, Presidente do Conselho Municipal de Intendência da Capital da Paraíba, o qual recebeu o juramento dos membros do Conselho Municipal de Intendência de Santa Rita em nome do Governo do Estado da Paraíba. Segue a transcrição do discurso de posse do Intendente Antônio Gomes Cordeiro de Mello, publicado em o Gazeta da Parahyba:

“Cidadãos. Tendo sido, pelo Decreto nº 10, de 19 de março do corrente ano, elevada a categoria de vila esta florescente povoação de Santa Rita, constituindo um município com a freguesia de Nossa Senhora do Livramento, houve por bem o ínclito cidadão Governador deste Estado, nomear-me presidente da intendência municipal da mesma vila, tendo por dignos companheiros os ilustres cidadãos Major Bento da Costa Vilar e o Professor Jubilado Amaro Gomes Ferraz. Confiando antes na eficaz cooperação dos meus distintos companheiros, do que mesmo nas minhas débeis forças, aceitei reconhecido o honroso encargo com o fim de nele prestar os meus serviços em prol da autonomia e engrandecimento deste município, convocando ao mesmo tempo no acanhado circulo de minhas atribuições para o credito e consolidação da nova e auspiciosa instituição republicana, da qual me confesso verdadeiro sectário. Instalada esta intendência resta-me congratular-me com todos os nossos concidadãos por tão feliz acontecimento, motivando a segurança de que todos sem distinção, concorrerão na razão de suas forças para o progresso e engrandecimento deste rico município. Está instalada a intendência municipal da vila de Santa Rita. Viva a República dos Estados Unidos do Brasil. Viva o generalíssimo chefe do Poder Executivo. Viva o governador deste Estado. Viva a Vila, o município de Santa Rita e seus habitantes²”.

Fato comprovado na fala do chefe religioso de Santa Rita que também representava uma facção da chefia política local em saudação aos empossados no referido Conselho de Intendência em 29 de março de 1890, o Padre Ferreira, afirma solenemente:

“Cidadãos. Não está no poder do homem suffocar as emoções do enthusiasmo. O mais frio indifferentismo não deve gerar esta lava abrasadora que o patriotismo faz brotar do coração. Ha um typo inalterável, que assignala as expressões; ha um thermometro moral, que gradua estes votos, que só a verdade tem o direito de embellecer, e que não é possível desmentir, nem atraiçoar. A linguagem do reconhecimento nunca deve ser degrada pelas paixões; e quando a presença d’um beneficio estimula a gratidão é impossível, cidadãos, reprimir a vehemencia, com que a sensibilidade se explica. A monarchia brasileira havia tocado a borda do abysmo, em que se tem sumido muitas outras; e batida da tempestade, sacudida pelo furação da cólera divina vio repentinamente parar em meio da rotação o carro da sua gloria, e devorada de angustias bebeo o calix da ira celeste que deveria trazer-lhe a morte. Marcava então a ampulheta do tempo o dia 15 de novembro de 1889³”. (Transcrição ortográfica da época).

Em síntese, da gestão administrativa de Antônio Gomes Cordeiro de Mello (29/03/1890) a gestão atual em 2015, são decorridos 125 (cento e vinte e cinco) anos de emancipação política do município de Santa Rita. Ante o exposto através da comprovação documental (fotos anexas) dos atos do Governo Venâncio Neiva, dos discursos do Intendente Antônio Gomes C. de Mello e do Padre Manoel Gervásio Ferreira, então vigário da Santa Rita, quando da solenidade de instalação do Município e posse do primeiro Conselho Municipal de Intendência, posse de seu titular e suplentes, em 29 de março de 18904, confirma que a data da emancipação política de Santa Ria é 19 de março de 1890, e bem assim à luz dos artigos 4º, § 3º e 118 § 5º, que o Decreto nº 10, de 19 de março de 18905  é parte integrante da referida lei orgânica municipal, promulgada pela Assembleia Constituinte Municipal em 05 de abril de 1990, cujo teor foi publicado no Diário Oficial da Paraíba em 29 de junho de 1990 e bem assim a Lei Ordinária  Municipal nº 1.200 de 22 de novembro de 2005, em vigor no referido município de Santa Rita. Salve Santa Rita, Sua História, Sua Gente e seu bravo povo.

¹ Cf. DONATO, Hernâni. Dicionário das Batalhas Brasileiras. 2ª edição. São Paulo: IBRASA, 1996. Página 283.

² Cf. Publicação no jornal “ Gazeta da Parahyba”, de 01 de abril de 1890, acessível no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.

³ Cf. Publicação do dia 01 de abril de 1890, no jornal Gazeta da Parahyba, arquivado no IHGP.

4Cf. Discurso(s) de posse do Intendente Antônio Gomes C. de Mello e do Padre Ferreira, publicado em 01 de abril de 1890 no jornal GAZETA DA PARAHYBA, p. 1, edição nº 552, disponível no arquivo digital da Biblioteca Nacional do Brasil, in.: < http://memoria.bn.br/pdf/808865/per808865_1890_00552.pdf> .

5 Cf. Decreto nº 10, de 19 de Março de 1890, publicado em 21 de Março de 1890 no Jornal GAZETA DA PARAHYBA, p.1, disponível  no arquivo digital da Biblioteca Nacional do Brasil, in.:


(*)Pesquisador/Historiador

REFERÊNCIA

AGUIAR, Francisco de Paula Melo. Santa Rita, Sua História, Sua Gente. 2ª ed., São Paulo: Clube de Autores, 2016, 637p. Disponível in.: http://www.agbook.com.br/book/228439--Santa_Rita_Sua_Historia_Sua_Gente



..................................
O jornal GAZETA DA PARAHYBA de 21/03/1890 publica  (p. 1) o Decreto nº 10, de 19 de março de 1890, assinado por Venâncio Neiva, criando e emancipando o Municipio de Santa Rita – Estado da Paraíba.

REFERÊNCIA

AGUIAR, Francisco de Paula Melo. Santa Rita, Sua História, Sua Gente. 2ª ed., São Paulo: Clube de Autores, 2016, 637p. Disponível in.: http://www.agbook.com.br/book/228439--Santa_Rita_Sua_Historia_Sua_Gente




...........................
O jornal GAZETA DA PARAHYBA de 01/04/1890 publica  (p. 1) a instalação do Municipio de Santa Rita, Estado da Paraíba realizada em 29 de Março de 1890, bem como o discurso de posse do Intendente Antônio Gomes C. de Mello – Presidente do Conselho Municipal de Intendência; e do discurso do Padre Ferreira, Vigário da Paróquia de Santa Rita de Cássia e político militante.



Enviado pelo escritor Francisco de Paula Melo Aguiar

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CONSELHO DIRETOR APROVA MINUTA DE PROJETO QUE PREVÊ A AUTONOMIA FINANCEIRA DA FUERN

Por Adriana Morais
http://alinelinhares.com.br/author/alinelinhares/page/33/

Luta de décadas da comunidade acadêmica, a autonomia financeira da Fundação Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FUERN) está mais próxima de se tornar uma realidade. Na tarde desta terça-feira, 29, foi dado um importante passo em direção a este fim, com a aprovação unânime da minuta de resolução do Projeto de Lei que dispõe sobre a autonomia financeira e patrimonial da FUERN pelo Conselho Diretor da instituição.

Antes da apreciação e votação da matéria pelo Conselho Diretor, o projeto já havia sido apresentado à reitoria, à Associação dos Docentes da UERN (ADUERN) e ao Sindicato dos Técnicos-Administrativos da UERN (SINTAUERN) e ao Conselho Universitário. O documento também será direcionado ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) para amplo conhecimento entre os alunos de todos os campi.

Os responsáveis pela atualização da proposta de autonomia financeira da UERN são os professores José Teixeira Neto, Galileu Galilei Medeiros de Souza, João Batista Xavier e o técnico administrativo Hebert Torquato Silva. Nesta última fase também colaborou o pró-reitor adjunto de planejamento, professor Adonias Vidal.

O projeto de autonomia financeira prevê o repasse de um duodécimo, isto é, um valor mensal fixo, vinculado à Receita Corrente Líquida do Estado. O percentual será escalonado. O valor inicia com 3,79% em 2018, e deverá aumentar gradativamente até 2024, chegando a 5,74% das receitas.

Estes valores foram estimados com base na média do orçamento aprovado para a Universidade nos últimos dez anos, e já levam em consideração os futuros impactos orçamentários com a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos servidores, reajustes salariais, além da ampliação no custeio e investimento, segundo explica o professor Galileu Galilei, que fez parte da comissão revisora.

O pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças (PROPLAN) da UERN, Adonias Vidal, enfatiza que já há previsão orçamentária legal para dar andamento ao projeto. “Estamos discutindo essa minuta agora porque conseguimos incluir no Plano Plurianual (PPA) 2016/2019 e no Plano Estadual de Educação metas para a implantação da autonomia financeira da Universidade neste ano”, diz o professor, ressaltando que o orçamento do estado já está preparado para receber a proposta.

Com a aprovação da minuta que dispõe sobre a autonomia financeira da FUERN, o documento será encaminhado ao Governo do Estado e seguir trâmite legal. Posteriormente, o projeto precisa ser encaminhado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa para ser apreciado e, sendo aprovado, tornar-se lei.

Para o vice-reitor da UERN, o professor Aldo Gondim Fernandes, é a realização de um sonho da comunidade acadêmica chegar a este projeto. “A aprovação da minuta de resolução do Projeto de Lei que dispõe sobre a autonomia financeira e patrimonial da FUERN representa um passo importante para a concretização de um desejo antigo de todos que fazem a instituição”, frisa.

O professor João Batista Xavier, um dos responsáveis pela atualização da proposta de autonomia financeira da UERN e que acompanha a luta pela autonomia desde a década de 1980, ressalta que a minuta de resolução do projeto é resultado de um trabalho de muitos anos. “Muitas das dificuldades da UERN são fruto da falta de autonomia financeira. Hoje temos a minuta de projeto, agora precisamos conscientizar a comunidade acadêmica, o Governo do Estado, a Assembleia Legislativa, a classe política e a sociedade em geral para se mobilizarem em prol da aprovação da autonomia da UERN”, destaca.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso


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A CONSTRUÇÃO DE MITOS

*Rangel Alves da Costa

O mundo está cheio de pessoas forjadamente transformadas em mitos. Surgido propositalmente na própria pessoa ou através de outros que vão espalhando mentiras, a verdade é que a mitificação se alastrou de tal modo que de repente qualquer distante desconhecido passe a ser propagado com endeusamento. O conceito de mitificação, como conferir demasiadas qualidades a alguém, porém de modo a ocultar a verdade, corresponde bem às divinizações que se alastram.
São as conveniências que vão mitificando pessoas que, muitas vezes, não mereceriam sequer reconhecimento. E uma vez tornadas em mitos é como se suas caracterizações pessoais tivessem validade somente dali em diante. Setores da imprensa, o mundo televisivo, a bajulação política, o puxa-saquismo governamental, a desavergonhada idolatria, os partidarismos exacerbados, o desconhecimento da realidade e o temor religioso, são alguns dos principais construtores do mito moderno, principalmente o social.
Diz-se do mito social por que há uma construção de imagens colocando pessoas em verdadeiros altares. Estratagemas são utilizados para transformação de caráteres, de feitos, de comportamentos, de atitudes e fazeres. Como diante de um barro bruto, lamacento, simplesmente fazem a moldagem e tentam repassá-la como porcelana de antiga dinastia. Um vaso chinês num pote imprestável. Ao converter pessoas comuns, e até insignificantes, em mitos, logo se estará criando situações irreais e mentirosas. Mas assim ocorre em todos os setores da vida.
O mito social é muito mais por conveniência do que por valorização. E neste aspecto diferente do mito histórico. Este, que se deseje ou não, surge da comprovação de fatos, do percurso histórico de pessoas cujas ações persistiram na memória como o próprio nome. Seja na ação reconhecida como boa ou ruim, no heroísmo ou na incompreensão, a verdade é que a mitificação vai surgindo como forjada na pedra. Em tal contexto, mito é Padre Cícero, é Antônio Conselheiro, é Lampião, é o Beato Pedro Batista. Por que mito? Procure compreendê-los e continuará com mais perguntas que respostas. Assim o mito histórico.
Na contramão da história, ou de qualquer fazer de relevo, se assenta o mito social. E o mitificado, ao menos para alguns objetivos ou porque necessita ter seu nome na mídia, pode ser qualquer um. Mas nem todo mundo pode se tornar mito. Não se não tiver poder para sustentar sua imagem, não se não tiver dinheiro para comprar uma imagem, e não se não tiver uma sociedade que o reconheça pela imagem forjada e não pelo que verdadeiramente é. Quer dizer, o mito social se lastreia num forjamento, numa mentira nascida para ir se tornando verdade.
Fruto de espertezas, conveniências, desconhecimento da realidade ou até inocência, o mito forjado na mentira, quando não desmascarado a tempo, tem o poder de transformar-se em verdade como a mentira repetida e acreditada acaba se tornando incontestável. Mas então, haveria de se indagar, quais as motivações para que uma pessoa procure falsamente se mitificar e também o que leva outras pessoas a forjar fatos, acontecimentos e realidades.
Antes de qualquer resposta, urge acentuar que o conceito de mito, no contexto aqui proposto, surgiu na história como forma de dignificar pessoas e acontecimentos, cujas ações estão envoltas em sobrenaturalidade, heroísmo, em feitos maravilhosos, na diferenciação da ação comum dos homens. É neste sentido que se mitifica personagens históricos e torna em verdadeiras lendas determinadas ações humanas.
No contexto geral, o mito remete a feitos extraordinários, a divindades e seres fantásticos. A mitologia insere-se neste contexto por tratar de seres sobrenaturais, cercados de simbologias e venerados na forma de deuses, semideuses e heróis, responsáveis pelos elementos que regem o universo. Quando se fala em Zeus, em Hércules, em Atena, está-se falando em verdadeiro mito. E também a narrativa acerca dos grandes feitos dos deuses, bem como a explicação do surgimento das coisas através das forças da natureza.
Por outro lado, costumou-se desnortear de tal modo o conceito de mito que atualmente ele é utilizado para denotar mentiras, inverdades, criações absurdas, construções de imagens e propagação de valores inexistentes. Daí afirmar-se que a sociedade relegou a historicidade filosófica do mito para abraçar o ideário da mitificação de qualquer coisa e qualquer um. Surgem assim as mitificações de artistas, cantores, políticos e até de criminosos.
E é fácil reconhecer o mito urdido, nascida da maquinação. Uma pessoa, por exemplo, que nunca escreveu um livro, um poema ou um discurso, e de repente é elevado ao panteão da imortalidade acadêmica, logicamente que foi mitificado pelo poder, e não pelo valor cultural ou intelectual. Uma pessoa em cuja região não fez mais que mil partos, e aos poucos vai sendo cantada e decantada como possuidora de mãos de mais de cinco mil nascimentos, certamente que estará havendo um exagero premeditado. E surgido tanto da pessoa mitificada quanto daqueles que espalham inverdades.
Mas é bom crer nos mitos, eis que eles existem. E tanto existem que ainda nos perguntamos como Ulisses venceu tantos desafios e sua Penélope virtuosa não cedeu às tentações. E também por que Deus não é mito. É somente a verdade.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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OS PONTÕES.

 Por Verneck Abrantes

OS PONTÕES

Originalmente, conhecidos como Negros dos Pontões, eles exibem-se em dois cordões, o encarnado e o azul. O grupo mora na zona rural, sendo constituídos quase todos da mesma família. Na cabeça usam chapéu de palha, enfeitados de fitas coloridas. Trazem lanças (Pontões) terminadas em maracás, enfeitados de fitas multicoloridas. Os Pontões usam lanças tanto para abrir caminho na multidão durante a procissão, quanto para fazer exibições na dança e, sobretudo para marcar, com o rufar dos maracás, o ritmo de suas músicas. 


O acompanhamento é feito por uma banda cabaçal, constituída de tambor, pratos, fole e o pífano, além dos maracás das lanças. Os Pontões não cantam. No sábado que precede o domingo da procissão, alguns membros da confraria do Rosário percorrem feira de rua da cidade angariando donativos que serão destinados a conservação e manutenção da velha igreja. Esses membros da Confraria geralmente estão acompanhados dos Negros dos Pontões, os quais danças e bebem cachaça, e, com suas lanças enfeitadas de fitas coloridas, colocam as lanças nos ombros ou na cabeça das pessoas, nas solicitações de dinheiro em benefício da Santa do Rosário.

Verneck Abrantes



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso


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VANJA ORRICO...

Por Voltaseca Volta

Famosa atriz que interpretou vários papéis como MARIA BONITA, em filmes sobre o cangaço . Ela morreu há uns anos atrás.

FOTO: O Cruzeiro - 1962

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O EXEMPLO VITORIANO.

 Por Nertan Jucá

O Exemplo Vitoriano, é uma semente do bem. Tratar-se de um DOCUMENTÁRIO INTITULADO "VIVA A VIDA- O EXEMPLO VITORIANO". ESTE FILME FOI EXIBIDO NO ECOCINE - Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos. TRATA DA VIDA DE JOAQUIM VITORIANO UM PIONEIRO NAS CAUSAS ECOLÓGICAS E NA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS. O PAI, UM HERÓI, FOI UM RETIRANTE DA EDUCAÇÃO. MIGROU EM 1932 DE SOUSA PARA CAMPINA GRANDE, LEVANDO 10 DIAS NUMA TROPA DE JUMENTOS PARA QUE OS FILHOS TIVESSEM BOA EDUCAÇÃO. FOI GRANDE A SUA INTUIÇÃO. SEU FILHO VITORIANO AJUDOU A FUNDAR UMA GRANDE UNIVERSIDADE EM CAMPINA GRANDE(UEPB), UMA ESCOLA AGROPECUÁRIA(ASSIS CHATEAUBRIAND) E DEFENDEU "A PRESERVAÇÃO DA VIDA EM TODAS AS SUAS DIMENSÕES" POIS EM SUA FAZENDA DE 600 ha NUNCA NENHUM ANIMAL FOI MORTO. A VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL, O DESTAQUE DA IMPORTÂNCIA DAS ABELHAS, SEUS INTERESSES PELOS DIREITOS HUMANOS, SEUS CONHECIMENTOS DA NATUREZA E A DIVULGAÇÃO DESSES CONHECIMENTOS TODOS ATRAVÉS DE OBRAS, FAZEM DESTE HOMEM UM EXEMPLO QUE MERECE SER VISTO E TER SEU NOME REGISTRADO NOS ANAIS DA HISTORIA ECOLÓGICA DO NORDESTE BRASILEIRO.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A SEGURANÇA DO RASO DA CATARINA É QUEBRADA


Os grupos e bandos de bandoleiros das caatingas nordestinas tinham por obrigação, para não serem mortos e/ou presos rapidamente, que terem um local onde pudessem curar as feridas dos feridos, descansar um pouco e recuperar as energias gastas nas inúmeras e longas caminhadas empreendidas em suas missões de extorsões, roubos, mortes e todo tipo de agressividades que dispunham a praticar aos moradores de pequenos Povoados, Vilas e pequenas cidades nos interiores dos Estados onde se deu o fenômeno.


Lampião, depois de ‘migrar’ com alguns de seus homens para as terras do Estado baiano, antes de começar a ‘agir’ nele, procurou estender, criando, como fizera em outras paragens, uma rede de colaboradores e informantes a peso de ouro, suor e sangue. Esse cuidado, ou essa tática, foi o que colaborou para torná-lo o chefe cangaceiro de maior longevidade no comando, tendo durado seu “sangrento reinado” quase vinte anos e alcançado sete dos nove Estados da Região Nordeste. Esses ‘colaborados’ estavam nas diversas camadas sociais. Desde a base, daquele roceiro, morador de uma casa de taipa até grandes comerciantes, latifundiários, políticos e militares. Todos tinham seus deveres e obrigações, sendo estas de muita importância para proteger e manter de provisões o bando, assim como informar movimentos de tropas e lugares desprotegidos onde poderiam atuar sem tanta preocupação. Sem temer um confronto direto, o que não seria nada agradável para eles, pois se corria o risco de perderem vidas, armamento, comida, roupas e munição, o que era caríssimo, apesar do dinheiro usado para comprar ser produto do crime.


No Vale do Pajeú das Flores, nos sertões paraibano, alagoano, sergipano e norte-rio-grandense, assim como no cariri cearense, o “Rei do Cangaço” tinha a seu dispor grandes extensões de terras bravias, elevadas e de terreno bastante pedregoso, tornando-se uma proteção natural, muito difícil de locomover-se, até mesmo impossível, às vezes, de continuar no seu encalço, na sua perseguição, o contingente das Forças Publica. Ainda usufruía a ‘proteção’ e colaboração de diversos ‘coronéis’ nessas e em outras paragens próximas.

Ao mudar-se para Bahia, Virgolino tinha a obrigação de conseguir, arranjar, lugares como aqueles para descansar, recuperar e planejar seus novos ataques. Porém, as terras em que se encontrava não tinham os mesmos acidentes geográficos que tinha o interior dos outros Estados. No entanto, descobre uma fortaleza natural em forma de extensão, desértica e com raríssimos lugares onde se encontrava água e comida, para servir de via de escape para ele e seus homens, o Raso da Catarina. Entrar naquele ‘deserto’ sem saber onde ficava os raros pontos que tinham acumulo do líquido raríssimo, significava a morte certa. E corria-se o risco de morrer de uma maneira dura, cruel e demorada, pela sede. Já vislumbramos diversas e diversas literaturas sobre o tema, mas em nenhuma encontramos a data correta nem como o pernambucano chefe cangaceiro sabia mover-se no interior de tão vasto e perigoso vale. Como isso fora possível? Será que em sua ida, anteriormente a definitiva em fins de 1928, Lampião, prevendo uma possível mudança de ares radical, já havia recolhido informações sobre aquela fortaleza natural? Provavelmente.


No princípio, as volantes não se atreviam a entrarem naquele vale, mesmo estando bastante visíveis os sinais por onde os cangaceiros entravam. No interior daquela mata, desconhecida e desértica, era onde estava o grande inimigo, além, claro, daquele que estavam a caça-lo, Lampião e seu bando de cangaceiros. Diversos homens valentes que comandavam suas volantes, não entraram, e quando entravam era um Deus nos acuda depois de 15 ou vinte dias de caminhada naquele terreno arenoso, fofo e traiçoeiro, tendo como aconchego o calor calcinante do sol abrasador ou o frio das noites escuras do Raso da Catarina.

“(...) As perseguições que lhes eram feitas cessavam às portas do Raso sinistramente escaldante. Os soldados mais valentes recuavam sempre frente ao deserto imenso. Assim fora com o tenente Ladislau, ... com o tenente Manoel Neto, Arsênio de Souza, ... com o capitão Philadelpho Neves, ... com o sargento Luiz Mariano, assim finalmente (fora) com todos os seus perseguidores, por mais valorosos e destemidos (que fossem) (...).” (“Lampião – O Cangaceiro”- LIMA, João de Sousa. 1ª Edição. Paulo Afonso, BA, 2015)


Essa ‘peleja’ durou bastante tempo, bandoleiros praticavam seus crimes e eram perseguidos até a ‘porta’ do Raso da Catarina. Em determinada época, o comandante Manoel Neto parte para dentro do Raso na perseguição aos cangaceiros. Depois de vários dias sem terem êxito, parecia estarem perseguindo fantasmas, os homens estão todos famintos, com muita sede e nus. Suas roupas foram rasgadas pela ponta dos espinhos que tinham na mata. Para retornarem, fora necessário o comandante ir enrolado em um lençol até a Delegacia, ou onde focavam arranchados os policiais da cidade, para que providenciassem vestimentas para os homens que tinham ficado dentro do mato, todos sem roupas, poderem entrar na povoação.

Todo militar levava consigo alguns víveres para alimentar-se por alguns dias. Não podiam levar muita comida e água, devido ter que em, nos bornais, farta munição e o fuzil nos ombros ou em uma das mãos, chegando ao peso máximo de, mais ou menos, 30 quilos, que um homem podia transportar naquelas condições, portanto, em torno de cinco para seis dias, mesmo economizando ao máximo, ficavam sem suas rações, valendo-se do que a caatinga lhes proporcionavam. Assim a coisa permaneceu até que, como já é rotineiro, a traição contribui para ser mudado. Colhendo, ou retirando na marra, na força da ponta do punhal ou nas chibatadas do cipó - de – boi, informações de um coiteiro, ou ex coiteiro, sobre o interior do vale, o coronel João Félix, auxiliado pelo tenente Manoel Sampaio, conseguem fazer um levantamento de como era aquela área. A partir daí, com as informações em mãos, as volantes adentram no deserto vale e conseguem desentocar as feras humanas que o tinham feito de ‘forte natural’, de abrigo seguro. O cangaço lampiônico, já bastante chamuscado, começa a ser dilacerado com a invasão da sua ‘toca’.


“(...) a campanha que ora se faz vem obedecendo a um plano meditadamente estudado, friamente estabelecido (...) com a anotação de todas as suas particularidades, para o que tiveram a colaboração eficaz de um antigo “coiteiro” dos bandidos (...).” (Ob. Ct.)

Geremoabo, cidade baiana localizada próximo ao Raso da Catarina, e centralizada no perímetro onde os bandoleiros faziam a maioria das suas incursões, é feita de QG das Forças Volantes da Bahia. Sabedores dos movimentos do bando comandado pelo cangaceiro alagoano Cristino Gomes, o perigosíssimo “Corisco”, para os lados de uma localidade chamada de bebedouro, o Comandante Geral das Forças contra o banditismo na Bahia ordena que o tenente Ozório Cordeiro parta com seus homens em perseguição ao mesmo.


É necessário dizer-se que, quando recebe essa ordem, o tenente Ozório não tinha em mãos os ‘estudos’ realizados sobre o Raso da Catarina, simplesmente por os mesmo ainda não terem sido feitos. Pois bem, quando saiam em perseguição, as volantes não sabiam por onde iriam caminhar nem tão pouco quando seria a sua volta. Sabiam, com certeza, que poderiam encontrar a morte oculta, escondida, em qualquer das várias, das inúmeras, moitas ao longo da trilha que teriam que passar.

Tendo que ter um ponto de partida, a volante composta pelos Nazarenos busca informações sobre os cangaceiros em Bebedouro. Antes, porém, são sabedores que eles já haviam praticados seus crimes em outros lugares. Na tentativa de encurtarem caminho e toparem com o bando, procuram encurtar caminho tomando outra direção. Quando estudamos essa parte da história do cangaço, temos a nítida impressão de que as ações praticadas por determinado grupo de cangaceiros, era para deixarem, de propósito, uma trilha fácil de seguir. Corisco, nessa investida, até incêndio ordena que se faça, além dos costumeiros atos de selvageria com as pessoas. Deixando um rastro de sangue e lágrimas para que os soldados das volantes o seguissem.


Em determinado momento dessa fuga e perseguição, Corisco recebe notícias do chefe mor através de um informante. As ordens do chefe seriam para que ele seguisse em direção ao Raso da Catarina onde estaria a lhe esperar. A Força nota, através dos estudos dos sinais deixados, a manobra que o grupo que perseguiam fizera. Apressam-se com o intuito de não permitirem sua entrada no grande vale deserto, porém, não foi possível impedir.

Faziam parte dessa tropa perseguidora, vários homens calejados pela espingarda, em torno de 34 volantes, dentre esses estavam os veteranos nazarenos Euclydes Flor e João Cavalcante que desde os primeiros anos da década de 1920 vinham a darem combate a Lampião. Quando a tropa nota que o bando entrou no vale, prosseguiram no encalço do mesmo, apesar de vários moradores próximos ao início do Raso os terem aconselhados para retornarem.


“(...) A entrada do Raso, diversos sertanejos procuraram dissuadi-los da empresa (...) Mas nada os demoveu. Onde os bandidos entravam, eles não podiam deixar de entrar (...).” (Ob. Ct.)

Seguros por acharem que a tropa não os perseguiria dentro do Raso, como das outras vezes, os cangaceiros pouco se importaram de esconder sua passagem, deixando uma trilha fácil de ser seguida. Para os cangaceiros, já acostumados com o novo ambiente, a recolhida quando chegava à noite, já era prevenida e podiam acender fogo para fazerem alguma comida e os aquecerem. Já os soldados não podiam fazer fogo para não denunciarem sua presença. Para dormirem, o cobertor eram as folhas que estavam no chão. Assim, os dias e as noites foram passando e, a cada instante, o inevitável embate ficava mais real. A certeza do combate ajudava os soldados a esquecerem do desgaste em seus corpos, da fome de vários dias e a sede terrível que tanto os maltratava. Eles caminhavam até não poderem mais, devido à escuridão, porém, levantavam muito cedo para continuarem a perseguição. Essa atitude fez com que ganhassem terreno, diminuindo a distância entre eles e o bando. De repente escutam vozes. São os cangaceiros que estão a se vangloriarem de seus feitos. Dentre o som das vozes, nitidamente os soldados divisaram as vozes femininas. Tinha mulheres no acampamento.


Das vestes daqueles bravos guerreiros só restavam tiras de panos. As mesmas foram rasgadas pelos galhos e espinhos das árvores rasteiras, baixas, predominância do bioma do Raso. Os homens são divididos e ordenados avançarem com cautela, sem produzirem ruídos dilatadores. A certa altura, quando a tropa fechava o cerco, é ordenado que os mesmos colocassem balas na agulha das armas, assim fora feito. Um jovem e inexperiente soldado, ao manobrar seu mosquetão, não só coloca a bala na agulha da arma como faz com que ela dispare, acidentalmente, involuntariamente, retirando assim o ataque surpresa onde teriam sido abatidos ou presos a maioria dos cangaceiros ali acoitados.

A batalha tem seu início. O tiroteio é intenso. Gritos, palavrões e desaforos são ditos de ambas as partes. Em um minuto, ocorrem tantos disparos que o som torna-se ensurdecedor. Os pássaros da mata se calam e as árvores e cactos são transpassados por inúmeros projéteis saídos das armas de ambos os lados. O cheiro, ou odor, de pólvora queimada é levado pela reles brisa, e a fumaça deixa impossível alguém vislumbrar alguma coisa a poucos metros de distância. No meio do tiroteio um soldado é atingido e tomba sobre a terra branca e fofa do Raso. Aproveitando uma pequena trégua involuntária por parte da tropa atacante, e o fumaceiro servindo de cortina, os cangaceiros dão as costas e caem fora.

As coisas não foram nada boas para o lado dos bandoleiros. Além de vários feridos, tiverem de abandonarem a presa que tinham feito na última ação contra os sertanejos indefesos, moradores das regiões por onde fizeram seus ataques e as coisas roubadas e/ou compradas para suas companheiras. Mas, o pior de tudo, fora que seu esconderijo seguro, sua fortaleza natural acabara-se naquele ataque, o Raso da Catarina não era mais um mistério para as Forças Volantes.

Fonte “Lampião – O Cangaceiro”- LIMA, João de Sousa. 1ª Edição. Paulo Afonso, BA, 2015
Foto Ob. Ct.
Benjamin Abrahão
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XV SEMANA NACIONAL DE LUTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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LANÇAMENTO DO LIVRO "PEDRO, GUERREIRO"


Lançamento do livro "Pedro, Guerreiro", de autoria do escritor Pedro Manuel Maia. Local: Colégio Evangélico Leôncio José de Santana - Mossoró/RN. Data: 25 de julho de 2017, dia do escritor.




Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O CANTOR JOÃO MOSSORÓ FARÁ SHOW HOJE, DIA 02 DE SETEMBRO NO RIO DE JANEIRO


O cantor João Mossoró fará show hoje, dia 02 de setembro de 2017, 
no Rio de Janeiro, no bairro Benfca no"Mercadão Cadegue".
Uma festa portuguesa,  no "Cantinho das Concertinas".



Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

https://www.youtube.com/watch?v=_OfXk5C9Mu4

Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

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BATE-PAPO

Por Aderbal Nogueira

Nesse sábado, às 9 horas da manhã, no Palácio da Luz, sede da Academia Cearense de Cinema, tivemos um bate-papo e a exibição de um documentário sobre a Violência no tempo do Cangaço. 


O Palácio da Luz fica na Praça dos Leões e foi sede da antiga prefeitura de Fortaleza. Quem tiver interesse no tema que é tão atual ainda hoje, esteja convidado.

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