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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

VALORIZANDO O CERTO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 17 de janeiro de 2017. - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.620

Nada custa reconhecer o que é certo e demolir o errado. As anunciadas vias paralelas para desafogar a Avenida Fernandes Lima, estão sendo apontadas como quase prontas. Não era mais possível a continuação de um problema que parecia eterno, um único corredor entrada-saída de uma capital que possui atualmente mais de um milhão de habitantes. Entrou no clube das chamadas, geograficamente, de cidades milionárias. Trafegar pela Moreira Lima diariamente, como motorista, é coisa de doido. Muitos taxistas desistiram da profissão por não aguentarem o estresse feroz da via. Muitas outras pessoas foram para lugares onde não enfrentam a pressão daquele corredor.

(Foto - governamental)

O relativo barateamento do automóvel permite o aumento contínuo da frota brasileira. Assim vão aparecendo soluções criativas para o hoje, pois o amanhã ainda é interrogação.

“Na via que corta o Portugal Ramalho, 80% dos trabalhos de reestruturação estão finalizados. ‘Este trajeto, em específico, segue em etapa de pavimentação e faz parte de um dos trechos de obras do Eixo Cepa. Neste ponto, prosseguimos com as produções de passagem de nível por meio da implantação de rampas de acesso, impermeabilização de peças pré-moldadas e concretagem do piso’, esclarece o secretário executivo de Transporte e Desenvolvimento Urbano, Alcides Tenório”.

“Com os serviços também avançados no Eixo Quartel, a equipe de engenharia da Secretaria de Estado de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand) começa nesta semana as etapas de pavimentação, drenagem e terraplenagem. A regularização e compactação dos passeios, que antecedem a fase de concretagem, já foram iniciadas neste ponto”.

No interior, a nova rodovia ligando a Colônia Pindorama ao povoado Bolívar, é mais um verdadeiro presente para os que circulam por ali. Leva-se em conta a Colônia, uma das mais respeitadas do Brasil e sua variada produção. Aprendi a admirá-la desde quando produzia apenas suco de maracujá. Um exemplo e um orgulho para Alagoas.


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OLHANDO RETRATOS ANTIGOS

*Rangel Alves da Costa

Toda vez que olho um retrato antigo de feição enraizada na alma, é como se voltasse no tempo e somente assim poder ter aquela ausência tão sentida. Toda vez que meus olhos encontram os olhares de ontem, com seus silêncios e suas palavras mudas, é como se pudesse avistar a chegada e o encontro, o abraço e o diálogo de vida. Toda vez que avisto retratos em paredes é como se as portas estivessem novamente se abrindo para que venham me visitar.

Não somente nas paredes, mas em qualquer lugar onde eu possa encontrar os meus - e até eu - noutros instantes da existência. Olho ainda no olhar de minha mãe e sinto o quanto se compraz em reencontrar a feição do filho. Olho ainda no olhar de meu pai e sinto o brilho vivo que muito quer me dizer. E diz, pois os retratos falam, os retratos sorriem, os retratos entristecem. Os retratos de minha mãe e de meu pai sempre parecem mais tristes quando diante deles chego carregando tristezas.

Minha mãe sorri pra mim quando avista minha felicidade. Meu pai sorri para mim quando encontra contentamento no meu olhar. E sempre há um diálogo silencioso entre nós. Ouço a voz de minha mãe, ouço a voz de meu pai. A eles tudo confesso num breve instante. Não lhes escondo as tristezas nem as alegrias. Sei que de minhas tristezas e de minhas alegrias é que dependem as tristezas e as alegrias daquelas feições retratadas em toda vivacidade. Juro por Deus que os retratos também chorariam se me vissem chorando. Filho meu, filho meu, por que choras assim?

Muita gente não se importa mesmo com os retratos antigos. Estejam nas paredes da casa, por cima dos móveis em porta-retratos, escondidos e esquecidos nos velhos e amarelados álbuns, dentre as gavetas e noutros lugares, tanto faz que passem e avistem ou não. Parece que nenhuma recordação transforma as indiferenças da mente e do coração.

Outros, contudo, buscam nas velhas fotografias, sejam em preto e branco indefinidos ou descoloridas pelo tempo, o reencontro e até o reviver com a pessoa retratada. Ali o avô, o bisavô, o pai, a avó, a irmã, a mãe, o irmão, a parente, o amigo ou o apenas conhecido, em feições que fazem voltar ao passado. Tem gente que apenas se enternece, tem gente que se aflige, tem gente que sofre e que chora.

Os retratos representam a fixação de um momento para a posteridade. Toda vez que um retrato é retido pela lente, acaso não seja rasgado depois ou simplesmente apagado, sobreviverá muito além da pessoa retratada e do fotógrafo. Assim por que os retratos não se submetem aos acasos ou desvãos da vida senão pela força do tempo. Quando preservados, podem possuir a idade de séculos. Embaçados, amarelados, mas ainda contando histórias de pessoas e vidas.

Alguém já disse, e com razão, que os retratos passam a ter as idades que as pessoas tanto desejariam ter. Quantas vezes as infâncias são novamente desejadas apenas pelo fato de as pessoas se avistarem como crianças brincando em parques, correndo atrás de uma bola ou penteando uma boneca de pano? Quantas vezes as raízes familiares - principalmente pai, mãe e irmãos - são novamente desejadas como presenças perante uma simples fotografia amarelada que jaz pendurada numa parede?

Quando os velhos álbuns são abertos e diante do olhar, folha a folha, vão surgindo aquelas imagens antigas, sempre surpreendentes e maravilhosas, dificilmente que as sensibilidades e as saudades não chamem aos olhos um tiquinho de molhação. Quando as gavetas são remexidas ou cadernos velhos são reabertos e de repente surge uma fotografia de pessoas tão íntimas ao coração, em instantes assim não há quem não se comova, quem não se sinta diante daquele passado retratado.

Os olhos reconhecem as pessoas e o coração estende sua mão em carinho, em afeto, em saudade. Então a pessoa diz, no silêncio mais gritante da alma: como minha mãe era bonita, que olhar tão meigo e encantador, como meu pai possuía uma beleza que jamais tive tempo de confessar ao seu lado, como meu sorriso era bonitinho e como era engraçada essa roupinha de vestir aos domingos. Palavras assim vão surgindo como inevitáveis. Palavras assim representam o reencontro e o amor ao passado e ao que está representado nas fotografias.

Quem não se lembra daqueles velhos binóculos, onde a fotografia somente era avistada quando a pessoa trazia para pertinho dos olhos aquele quadradinho de plástico? Quem não se lembra das velhas fotografias em preto e branco, mais comumente chamadas 3X4, tão imprescindíveis aos documentos? Quem não se lembra dos retratistas de feira e suas cabines com cortinas floridas e máquinas de tripé para fotografar? O mesmo paletó usado por todos para fotografar. Quanto foi? Dois contos.
Dois contos apenas. E a eternidade.

Escritor
Membro da Academia de Letras de Aracaju
blograngel-sertao.blogspot.com

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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
Ou com Francisco Pereira Lima através deste e-mail: 
franpelima@bol.com.br
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A CONDUTA DA MULHER CANGACEIRA


As mulheres que se tornavam cangaceiras tinham que cumprir as normas do bando para que sua estadia no Cangaço fosse tranquila. Em relação a convivência coletiva, essas mulheres deveriam manter bom relacionamento com os demais integrantes do bando evitando desentendimentos. No que diz respeito ao seu companheiro, deveriam se manter fiéis e não cometer traição. Não havia perdão para a traição feminina. A mesma trazia desmoralização a figura do cangaceiro e deveria ser punida com a morte da mulher. 


A mulher cangaceira deveria se adaptar ao cotidiano do bando que se caracterizava por: longas caminhadas, situações de privação de água, de alimentos, as perseguições das volantes, não deveriam fazer reclamações e nem demonstrar fraqueza. Tinha também os dias de fartura de comida, as festas e o descanso nos coitos seguros onde muitas vezes elas bordavam e costuravam. 

As mulheres não podiam se meter nos negócios dos cangaceiros. Diferente do que muitos imaginam, não havia interferência frequente das mulheres para salvar a vida de pessoas. Isso foram casos raros e que não devem ser vistos como uma prática comum. Mesmo com a presença das mulheres os cangaceiros cometeram crimes violentos. 

Cangaceiros Adília e Canário

Inclusive temos o relato da ex cangaceira Adília que ao tentar interferir para que Canário não executasse um rapaz, acabou sendo ameaçada de morte pelo seu companheiro, Canário em outra ocasião tentou enforcar Adília que só escapou da morte porque foi socorrida por outro cangaceiro. Caso desagradassem seus companheiros podiam sofrer ameaças ou até mesmo agressão física. Embora vivessem de forma nômade, as relações entre homens e mulheres no Cangaço reproduziram as relações da sociedade patriarcal. 

Não houve essa emancipação feminina que muitas imaginavam que conseguiriam. Elas continuaram sujeitas aos seus companheiros e sem gozar dessa tão sonhada liberdade.


Foto: Benjamin Abrahão
O casal de cangaceiros Gato e Inacinha

Perdi a fonte  

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QUAIS SÃO AS SEMELHANÇAS ENTRE A GUERRA DO CONTESTADO E A DE CANUDOS?

Por Paulo Machado

Pergunta enviada por Maria das Graças de Abrantes, São João do Rio do Peixe, PB

Guerras

Ambas ocorreram nos primeiros anos após a proclamação da República (1889). A de Canudos aconteceu na Bahia, entre 1896 e 1897. A do Contestado, na divisa do Paraná com Santa Catarina, de 1912 a 1916. 

Nos dois casos, o pano de fundo foi uma grave crise econômica e social que assolava o país - inflação, desemprego incrementado pela libertação dos escravos (1888) e avanço das oligarquias sobre os pequenos proprietários de terras. 

Não por acaso, a origem dos conflitos acabou sendo mais ou menos a mesma também: disputas fundiárias. Tanto em um como em outro episódio, o comando dos rebeldes coube a um líder religioso (Antônio Conselheiro e José Maria de Santo Agostinho, respectivamente). Acusados de fanatismo e de pregar a volta da monarquia, os dois movimentos foram trucidados pelas forças oficiais republicanas. 

Ao lado da Revolução Federalista, as guerras de Canudos e do Contestado entraram para a história como as maiores chacinas praticadas durante a Primeira República.

Consultoria Paulo Machado, professor de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

https://novaescola.org.br/conteudo/2440/quais-sao-as-semelhancas-entre-a-guerra-do-contestado-e-a-de-canudos

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UM TERRÍVEL CRIMINOSO QUE SE COMOVEU COM AS AVES

Acervo do pesquisador Antonio Corrêa Sobrinho


Antônio Silvino regenerado aos 72 anos de idade 
e condenando os crimes de “Lampião”


Como o famoso facínora alude ao sentido humano de sua vida de vinganças e atrocidades.


Em visita que fez à Cadeia Pública de Recife, onde se acha recolhido, em cumprimento da pena de 30 anos, o famoso Antônio Silvino, teve o Dr. Washington Garcia, nosso antigo colaborador, oportunidade de entreter larga entrevista com aquele sentenciado, que trocou mui curiosas impressões acerca de sua atual situação e procurou mesmo estabelecer um confronto entre as suas atitudes quando cangaceiro e as de outros que, atualmente, infestam os sertões do nordeste do Brasil.


Observando no presídio conduta irreprimível, a par da revelação de sentimentos nobres e exemplares, são os serviços de Antônio Silvino aproveitados como auxiliar de chaveiro da cadeia, prestando aos visitantes toda a sorte de esclarecimentos e informações de que careçam.

Recebido à porta da Cadeia Pública por Antônio Silvino, e na insciência de a quem falava, pediu-lhe o Dr. Washington Garcia a fineza de leva-lo à presença do diretor da Cadeia Pública, a fim de obter a necessária permissão para a visita almejada.

Satisfeita a pretensão, não foi sem surpresa que, ao pedir o visitante lhe fosse indicada a cela de Antônio Silvino, pelo chefe dos guardas lhe foi dito que tal sentenciado era justamente o introdutor do visitante, que gozava das regalias de tal natureza em face do seu irrepreensível procedimento. Interpelado sobre a sua vida no cárcere, declarou que hoje se entrega a prazeres de ordem espiritual e apontou a sua pequena biblioteca, constituída de livros de espiritismo, os quais jaziam sobre uma pequena mesa ali existente. Ao ser interrogado sobre os desejos de liberdade, de que certamente estaria animado, disse que de tal não cogita e que, ao contrário, considerando dupla a sua prisão, isto é, a do espírito à matéria e a desta ao ergástulo, anseia apenas pela liberdade do espírito. E, completando o seu raciocínio meio filosófico, acrescentou que os seus 72 anos de idade já lhe não permitiam alimentar a esperança de suportar o cumprimento total da pena imposta e para cujo termo ainda lhe faltam 17 anos. Declarara mais que não o magoava a reclusão, pois já se identificava com a prisão, mas não podia perdoar a justiça, que, a seu ver, lhe não concedera o uso dos recursos a que se julgava com direito. Manifestou mesmo Antônio Silvino o seu menosprezo pelos atos e sentenças do poder judiciário.

Abordado no sentido de emitir opinião acerca dos atos cometidos pelo já célebre cangaceiro “Lampião”, declarou que os intuitos que, em tempo, o animaram a ele Silvino, em sua atividade no interior dos estados de Pernambuco, Paraíba, Piauí e Ceará, eram bem diversos dos daquele que, sem poder justificar o seu procedimento ao contrário, comete atrocidades e desatinos que bem definem os seus desígnios e sentimentos.

Afirmou Antônio Silvino que, a princípio, agiu no exercício de um direito, a seu ver, muito nobre, o da vindita privada, pois seu pai fora morto e ele jurara vingança, o que levou a efeito em membros da família do mandante da morte de seu pai. Posteriormente, perseguido por tal procedimento, se viu na contingência de organizar a sua defesa, e assim, de dificuldade em dificuldade, foi obrigado pelas circunstâncias criadas a tomar a atitude que durante muitos anos teve de assumir no sertão do Brasil, não podendo calar que o seu proceder não era devidamente interpretado, pois nunca tivera como objetivo o morticínio e outros atos reprováveis. Se, por vezes, a tal foi forçado, assim fizera ou em legítima defesa, quando atacado, ou para estabelecer uma norma de moral entre os seus “cabras”, que, constituindo seu séquito, deveriam observar conduta regular, sendo castigados sempre que se afastavam dos princípios pregados por Antônio Silvino.

Aludindo à pilhagem que se lhe imputava, declarou ser falsidade, pois dos abastados e fazendeiros só exigia o necessário e suficiente para sua manutenção e dos seus “cabras”, em um verdadeiro regime de igualdade; disse mais que, quando tal as dava em localidades de gente pobre, obrigava os comerciantes a partilharem víveres e vestuário com a população que não dispunha de recursos pecuniários. Fez referências também a certos fatos, talvez inéditos, nos quais Antônio Silvino teve de agir violentamente, já em defesa alheia, já para corrigir excessos dos seus “cabras” e dar o exemplo necessário para evitar a repetição de cenas desagradáveis. Contou a morte trágica e impressionante de “Negrão”, indivíduo façanhudo e ladrão-homicida, que, em suas ações no sertão, fazia constar ser autor das mesmas Antonio Silvino. Disse que, de uma feita, o “Negrão”, tendo invadido um lar, cujo chefe estava ausente, fez exigências de toda a ordem e recolheu-se aos aposentos particulares, onde se acomodara. Eis que, por acaso, surge Antônio Silvino, que, informado, à porta, da presença do referido individuo no interior do lar, ali penetrou, tendo descarregado o seu rifle em pleno peito do famigerado bandido.

Referindo-se à sorte de vários companheiros de cárcere, Antonio Silvino diz que se apieda dos mesmos, por ver que aspiram à liberdade e, fazendo considerações sobre a organização da sociedade, diz que prefere o isolamento ao convívio social sem se lhe fazer a devida justiça. Disse mais que só fora preso, em tempo, por haver sido ferido e que os seus planos de evitar a captura são infalíveis e que, com prazer, só revelaria a um patrício em quem reconhecesse qualidades excepcionais. Acrescentou que, por ocasião de visitas de curiosos, tem falado a pessoas que lhe pareceriam argutas e capazes de assenhorar-se dos seus planos, mas que, infelizmente, tem depois reconhecido serem as mesmas incapazes de agir como ele. Nessa asserção como que se lhe descobre a pretensão de ter sido grande estrategista e tático, não tendo ainda, segundo pensa, encontrado um êmulo.

Do ponto de vista afetivo, não é demais aqui referir que Antonio Silvino muito se preocupa com os filhos, principalmente com dois menores, recolhidos à Escola Correcional de Recife, contígua cadeia, aos quais carinhosamente ele leva todos os duas uma parte de suas refeições melhoradas.

Um fato também digno de menção é o que diz respeito à tristeza que durante muitos dias lhe causou a súbita morte de uma pombinha, companheira do sentenciado, a que, por extravagância chamava “Cascavel” no jardim da Cadeia Pública, o que lhe foi ferido.

E, para encerrar a visita o Dr. Washington Garcia percorrera com a vista as paredes da cela, havendo observado ali várias gaiolas de pássaros e chicotes de crina de cavalo. É esta a matéria-prima de que lança mão Antônio Silvino para, em horas de labor, fazer interessantes abotoaduras para punhos e cadeias de relógio, que vendo aos visitantes, a preço módico e mediante uma declaração autografa. Em suma, Antônio Silvino se afigura um regenerado e procura fazer a prova de que a sua ação de delinquente foi menos dolosa do que culposa.

Jornal O GLOBO – 30/09/1927

Imagens ilustrativas da matéria.

O rio Capiberibe, vendo-se ao fundo, à margem esquerda do mesmo, o amplo edifício da Detenção, onde está Antônio Silvino; e Dr. Washington Garcia.

Fonte: facebook

Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste
Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/587161551492793/

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VOLTA SECA EM LIBERDADE!

Acervo Rubens Antonio

04 de abril de 1952, Antonio dos Santo  o cangaceiro do grupo de Lampião "Volta Seca" ganha liberdade. 

O pesquisador do cangaço Sálvio Siqueira disse o seguinte: 

Volta Seca depois de cumprir pena. Sai da prisão, casa-se, se não me engano, fica algum tempo no Rio de Janeiro e depois vai para o Estado das Minas Gerais, criar uma 'ruma' de filhos.

Fonte: facebook
Página: Rubens Antonio
Grupo: Ofício das Espingardas

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1489538537753102&set=gm.760367894127329&type=3&theater

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QUATRO LIVROS DO ESCRITOR SÉRGIO AUGUSTO DE SOUZA DANTAS


SILVINO, VIRGULINO E CRISTINO.
EM COMUM, DENTRE MAIS COISAS,
OS NOMES TERMINADOS EM ‘INO’,
DE TINO, DESATINO E DESTINO.
O PRIMEIRO, MEU XARÁ;
O SEGUNDO, LAMPIÃO,
O TERCEIRO, CORISCO.
COM SANGUE, FERRO E FOGO ESTES TRÊS MARCARAM O SERTÃO.
POIS BEM, QUEM QUISER VÊ-LOS SOB UMA SÓ VISÃO,
É SÓ MERGULHAR NESTA RICA E ILUSTRADA TRILOGIA,
CUJO AUTOR É UM CERTO MAGISTRADO POTIGUAR
CHAMADO SERGIO AUGUSTO DE SOUZA DANTAS,
A QUEM, AQUI, EU CONGRATULO PELA ENRIQUECEDORA OBRA.




Adquira estes livros através do professor Pereira, lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba.

E-mail: franpelima@bol.com.br


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UMA MENSAGEM DEDICADA AO PEDRO MOTTA POPOFF DO CORDEL E DO BAIÃO

Por Antonio José de Oliveira

Pela segunda vez, tenho o prazer e a honra de me expressar sobre a vida artística de um garoto de dez a onze anos de idade, que vem proporcionando alegria a uma sociedade que à cada momento necessita desse ingrediente.

https://www.youtube.com/watch?v=Y-90HW5AIgc
        
Estou falando de Pedro Motta Popoff, que se intitula de MENINO PEDRO DO CORDEL E DO BAIÃO, e com muita propriedade, logo que, embora ame e valorize sua Terra Bauru, tem enorme paixão pela cultura deste Nordeste de Luiz Lua Gonzaga e dos grandes cordelistas, cantores e humoristas.

https://www.youtube.com/watch?v=sywVZ_-q7yg

O Pedrinho, além de ator e compositor de algumas peças teatrais, é músico, cordelista que ama e recita os cordéis do renomado Poeta Bráulio Bessa e de outros autores em suas apresentações, assim como, é um cantor eclético, que interpreta músicas sertanejas raiz, baião do Gonzagão e o xaxado tão divulgado pelo Capitão Virgolino Ferreira da Silva. Também tenho o prazer de tê-lo como meu colega na área da pesquisa.

https://www.youtube.com/watch?v=MsZ5_DuTSdc

Conheci e passei a admirar o Pedro Popoff há quase três anos, através dos blogs do amigo José Mendes Pereira, da Cidade de Mossoró no Rio Grande do Norte. A sua forma enérgica e determinada; a sua desinibição me fez seu admirador. Diria: fui conquistado pelas artes do Pedrinho.
         
Agora, lançou seu primeiro CD - muito bem organizado, com um cordel de sua autoria e onze músicas do Rei do baião Luiz Gonzaga, Chico Buarque e Alceu Valença.

Pedro Motta Popoff

Pedrinho, no bom sentido, é um garoto irreverente: não se conforma com apenas um estilo musical - abraça uma variedade de estilos. Outras características que junta aos talentos recebidos, é o carisma, a alegria e a dedicação que o levam a um bom desempenho.

https://www.youtube.com/watch?v=eiY8zeKZ-CI

Tenho observado o excelente progresso desse artista-amigo - desse menino que continua sendo o amigo de sempre. Prossiga assim meu caro Pedrinho, sem o envaidecimento que muitas vezes as artes oferecem. Assim, nós, seus amigos - seus admiradores, e todos que lhe amam, estaremos orando e torcendo pelo seu merecido sucesso.

https://www.youtube.com/watch?v=IYZS355SpJs

Um forte abraço para você; para o Marcelo Popoff e Dona Carla Motta Popoff que cuidam de você com um imenso carinho e muito amor.

Antonio José de Oliveira é um grande pesquisador do cangaço que reside em Serrinha, no Estado da Bahia.

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FOGÃO DE LATA

Por José Ribamar
Romero Cardoso e José Ribamar - Credito da foto: Luiz Henrique (neto do poeta José Ribamar)

Pra economizar gás
Comprei um fogão de lata
Para cozinha batata,
Galinha, arroz e feijão
Porque antes um bujão
De gás, só durava um mês
Mas, agora dura três,
Viva meu novo fogão.
1
Depois que o fogo pega
E o carvão fica vermelho,
Um guisado de coelho
Não demora cozinhar
E quem não tem um salário,
Como eu, neste país
Se quiser viver feliz
Tem que economizar.
2
O carvão não é tão caro
Comparado com o gás,
Cuscuz de milho São Brás
Eu faço bem ligeirinho
E a panela de barro
Cheira quando a gente abre,
Também não solta zinabre
No meu feijão com toucinho.
3
Assar milho na quentura
Das brasas é bom demais,
Isso no fogão a gás
Não tinha como fazer
E pra assar carne ou peixe
Meu fogão é de primeira,
É a melhor churrasqueira
Que um pobre pode ter.
4
Meu fogão é servidor
E pra ele não tem jogo,
Simples do jeito do fogo
Que o caçador faz no mato
E a comida que eu faço
Nele, não deixa uma queixa
Tanto é que ninguém deixa
Sobra no fundo do prato.
5
De ferro, de barro e lata
Meu fogão foi fabricado,
O carvão é separado
Da cinza que cai no fundo
Pra quem é desempregado
Num país que anda de ré
Um fogão de lata é
O melhor fogão do mundo.

(José Ribamar)

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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