Seguidores

sábado, 24 de fevereiro de 2018

UM SONHO QUE NÃO SE REALIZOU

Por Geraldo Maia do Nascimento

A Lei nº 742, de 26 de agosto de 1875, autorizava o Presidente da Província do Rio Grande do Norte a contratar com John Ulrich Graf, ou com quem maiores vantagens oferecessem, a construção de uma estrada de ferro, a partir do porto ou Cidade de Mossoró, aos limites da Província, em direção ao município de Apodi e Pau dos Ferro. Entendia Graf que o progresso de Mossoró dependia da velocidade com que conseguisse importar e exportar os seus produtos. A tropa de burros, que até então transportava as mercadorias, já não era suficiente para atender a um mercado crescente como o de Mossoró, que naquela época era tida como empório comercial. Fazia-se mister a construção de uma ferrovia, que entre outros benefícios, baratearia os fretes e diminuiria o tempo de transporte. 


No “Prospecto da Empresa” Estrada de Ferro de Mossoró, de autoria de John Ulrich Graf, que teve a sua primeira edição publicada pela Tipografia e Livraria de Lombaertes & Cia, do Rio de Janeiro, provavelmente em 1876, ler-se o seguinte: “Esta empresa reúne quase todas as vantagens que uma via férrea pode apresentar; sua utilidade e seu valor serão superiores a todas as outras estradas do Norte do Brasil. Para conhecer essa superioridade incontestável, bastará ver a carta do Brasil e examinar o seu traçado, e saber que, com uma linha quase reta de cerca de 230  quilômetros unir-se-á, com um dos melhores portos do Norte, o centro mais importante, contendo uma população das mais compactas, com um solo na maior parte dos mais férteis, podendo produzir pela variedade do mesmo e da temperatura entre as serras e as planícies, não somente os produtos do Brasil inteiro, como também cereais e muitos outros gêneros da Europa. Este centro, já importante por sua produção agrícola, há de ser também a sede da indústria geral, logo que começar a exploração das minas de ferro, carvão, cobre, ouro e outras cuja existência me foi assegurada. Também existe, na beira da estrada, barro e greda própria para louça fina, etc., pedra calcária em abundância que auxiliarão muito a empresa. A exploração das minas começará indubitavelmente com a construção da estrada e então a imigração dirigirá sua grande atenção sobre o dito centro, rico em vegetação e minerais, vendo que nele pode criar um belo futuro. O coração do dito centro não poderá ser alcançado por via férrea, partindo de qualquer outro ponto da costa do mar, senão com uma extensão superior àquela de Mossoró, de 100 a 500 quilômetros, visto que todas as outras estradas exigirão grandes voltas, por causa das serras e rios importantes e numerosos que existem em qualquer outra direção. Por exemplo: para chegar ao ponto importante de Cajazeiras, uma estrada partindo do Ceará necessitava uma extensão de 530 quilômetros ao menos. A estrada terá o trânsito dos produtos vindos das margens do Rio São Francisco, oferecendo a mais curta, rápida e mais econômicas comunicações entre a costa e o alto de São Francisco, será sem contestação a todo respeito a mais importante estrada do Norte do Império. ” Previa também a criação de uma escola agrícola:  “ Para tirar os agricultores da sua velha rotina de trabalho sem cálculo, isto é, a toa, incapazes assim de lutar com os países produtores que constantemente procuram fazer progressos para serem capazes de produzir com o mesmo lucro mais barato do que seus competidores favorecidos pela natureza, eu me obriguei a fundar uma escola agrícola, a qual em vez de ser onerosa para a empresa, lhe trará abaixo de uma direção hábil e ativa, muitos lucros diretos e os seus benefícios indiretos serão ainda mais importantes. A escola formará verdadeiros agricultores, os ensinará a reconhecer e escolher os melhores ramos de agricultura, os mais apropriados as suas residências, a trabalhar com cálculo e economia e os fará capazes de produzir, no mesmo tempo e com as mesmas despesas e braços, ao menos o dobro do que tem produzido para obter assim um resultado favorável do seu trabalho e ocupar uma posição mais independente e social, o que os tornará aptos e ardestes para proteger as boas empresas do país, que o progresso geral exigirá.“ O Projeto foi sancionado em 27 de agosto de 1875  pelo Presidente da Província Dr. José Bernardo Galvão Alcoforado Júnior, e no dia imediato foi assinado o contrato  com John Ulrich Graf, testemunhando os senhores Arthur Annes Jácome Pires, Doutor Manoel Dantas e o engenheiro da Província Feliciano Francisco Martins. O Decreto Imperial foi assinado em 4 de março de 1876. Com o contrato nas mãos, partiu em busca de capital para a realização do seu sonho. Mas logo percebeu a impossibilidade de levantar parte do capital na própria região, como sonhara. Seguiu então para o Sul, procurando organizar a companhia primeiramente com os parcos recursos nacionais, só depois apelando para o capital estrangeiro. De nada lhe valeu. A falta de garantias entravava o seu empreendimento. E por sete anos seguidos se empenhou em torno do seu ideal, embalado pela esperança de um futuro promissor. Mas a sorte lhe foi adversa. Humilhado, envergonhado pelo fracasso de sua aventura e amargando grandes prejuízos comerciais, agravados pelas disposições do Decreto Imperial nº 8.598, de 17 de junho de 1882 o qual declarava a caducidade da concessão, sentiu o seu mundo desabar. Perdeu Mossoró a estrada de ferro que alavancaria o seu progresso e o empreendedor Ulrich Graf que arrecadando os parcos recursos que lhe sobraram de sua aventura, rumou para a Amazonas, levando consigo a mágoa e a desilusão e deixando atrás o rastilho de um ideal que levaria anos para se concretizar. Ali a morte cedo o arrebatou, sumindo na floresta, com as flores cobrindo a sua sepultura.

Se usar este material ponha o nome do autor e a fonte que está logo abaixo: 

http://www.blogdogemaia.com/detalhes.php?not=1061

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O CAFÉ DE ANTÔNIO HENRIQUE

Por Geraldo Maia do Nascimento

Assoprando a poeira do tempo acumulada em velhos tabloides encontramos histórias pitorescas, reminiscência longínqua sobre a Mossoró do passado, cuja leitura nos traz aos olhos um quadro de beleza singela e pura. Numa dessas histórias tomo conhecimento que existiu em Mossoró um estabelecimento comercial conhecido como “O Café de Antônio Henrique”, destinado a venda de alimentação. Não era, o que podemos dizer, um restaurante. Era mais um “mata fome”, frequentado por pessoas de baixo poder aquisitivo, quando a Praça da Matriz fervilhava de comboieiros que se abrigavam sob a copa frondosa do velho umarizeiro secular onde os cargueiros de sal e os tangerinos de cereais permutavam os seus produtos. 


Dentro havia só uma mesa atravessada, separando a porta do fogão, onde a panela estava sempre fervendo e o bule de café repousava, nas brasas, requentando a beberagem. Um banco largo e sem encosto, deitava para o lado da rua. Os fregueses sentavam-se ali, em número de três ou quatro, e uma em cada cabeceira da mesa, em posição mais saliente, pois os assentos ali eram tamboretes cobertos de couro. Por cima da mesa, onde se estendia uma toalha de quadriculado, suja, cheia de largas manchas de café e de gordura, paravam arrumadas as xícaras e dois velhos pratos de ágata, um com pão e outro com cocada. De frente, um pote grande, escuro, de boca larga, sem tampa, cheio de água do rio, que matava a sede dos que chegavam. Seu Antônio, o dono, era baixo, gordo, de uma gordura mole e amarela, careca, sempre risonho, parecendo que não sabia o que era ter raiva. Também não havia muita exigência ou reclamação, ou menos, dos que iam a modesta casa de pasto. Ali a conversa de todos é que corria animada, sem qualquer sombra de preocupação, que viesse turvar o ambiente alegre durante a hora da refeição. O almoço de Antônio Henrique, que sempre estava pronto, não passava daquilo mesmo: farofa, arroz e carne de criação, tudo misturado em prato bem cheio, que vinha acompanhado de uma batata-doce, ou de um pedaço de jerimum caboclo, enxuto, de entalar, e mais o caldo e o molho que ele derramava por cima, com a concha, para dar gosto e despertar o paladar. Numa ponta da mesa ficava uma garrafa branca com molho de pimenta malagueta. A colher de metal amarelo vinha enterrada no meio daquela pasta gordurosa, que todos devoravam, avidamente, lambendo os beiços, chupando os ossos, e que apenas custava um cruzado. Quando era Dia Santo, ou de domingo, os que contavam com mais dinheiro, tornavam-se importantes, pedindo coisas melhores, como ovos, um pedaço de lombo e até uma tora de doce de lata, situação em que o freguês passava a ser tratado de modo diferente, pois tinha direito a faca e garfo e a um copo d’água na mesa. O comum, porém, é que cada qual, à proporção que ia acabando de limpar o prato dirigia-se ao pote, enchia a lata que ficava emborcada, ao lado, perto da parede, e bebia até matar a sede, até estourar o bucho. Aquele ponto de café de Antônio Henrique centralizava um grupo que tinha maior afinidade entre si e que era constituído, além dos mercadores já mencionados, dos que moravam para o lado da Baixinha, dos Paredões ou do Bom Jardim, gente muito simples e trabalhadora. Quem terá sido esse Antônio Henrique que mereceu crônica impressa fazendo com que a história do seu simples estabelecimento chegasse até os nossos dias, traçando o perfil da Mossoró do passado? Provavelmente nunca vamos saber. São esses fragmentos que compõem a nossa história.    

Se usar este material ponha o autor e a fonte que está abaixo

http://www.blogdogemaia.com/detalhes.php?not=1060

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

FIGURINHA DIFÍCIL! OS FERREIRA, JUAZEIRO DO NORTE, 1926. ACERVO: ROBÉRIO SANTOS

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1901204386557083&set=gm.778499272359019&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PADRE DO JUNCO - QUEM LEMBRA DELE?


Por Lindomarcos Faustino

EM 09 DE AGOSTO DE 2015 – O município de Mossoró registrava com pesar o falecimento do senhor Itamar Almeida, o popular profeta “Padre do Junco”, aos 67 anos de idade, vítima de um infarto, em sua residência, no bairro dos Pintos, nesta cidade. Seu sepultamento ocorreu na cidade de Messias Targino-RN, sua terra natal. 

Era filho de Manoel Tomaz de Almeida e Raimunda Ricardina da Silva. Ainda muito jovem entrou para um seminário da Igreja Católica, mas não durou muito tempo e saiu por muitos lugares fazendo pregações, sempre nas festas das padroeiras das cidades do Rio Grande do Norte. 

Na cidade de Mossoró era uma figura conhecidíssima, onde sempre estava nos festejos à Santa Luzia e dia de finado ficava por trás da Capela do Cemitério São Sebastião, pregando a Palavra de Deus. 

Era um forte seguidor de São Francisco de Assis, onde sempre se vestia como o santo, onde ele sempre dizia que era um andarilho a serviço da palavra de Deus. Sempre protestava com os políticos corruptos e alguns anos se candidatou várias vezes a deputado estadual. 

“Ele sempre dedicou sua vida à justiça social, e defendia que as igrejas deveriam lutar pela igualdade de forma mais contundente. Na verdade ele dedicou sua vida na construção de mundo melhor. O pouco que tinha era para compartilhar com os mais necessitados. 

Diante dessa sua postura sofreu muita perseguição por parte da igreja católica”, assim disse Genésio Pinto Neto, prefeito de Messias Targino-RN.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1466065300185937&set=gm.1544444418972316&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

“O GLOBO” – 03/11/1965 MORREU TRANQUILO NO RIO O HOMEM QUE LIQUIDOU O BANDO DE LAMPIÃO


Material do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Corrêa Sobrinho
O então coronel Teodureto Camargo abraçando o aspirante Ferreira de Melo (foto extraída do livro "Lampião Entre a Espada e a Lei", de Sérgio Augusto de Souza Dantas").

Aos 63 anos de idade, morreu tranquilo num apartamento da Tijuca e foi sepultado no cemitério de São João Batista o general Teodureto Camargo do Nascimento, o homem que comandou a luta contra o cangaço no Nordeste e perseguiu até o fim o bando de Lampião. Em seu arquivo particular, que a reportagem de O GLOBO folheou em Teresópolis, onde ele residiu desde que passou à reserva, existem documentos inéditos sobre Lampião, inclusive o seu lenço de seda azul com rosas vermelhas e um vestido lilás de Maria Bonita.

O general Teodureto, antigo chefe de polícia de Alagoas, foi quem mandou comprar metralhadoras para combater os cangaceiros e equipou os seus homens para a guerrilha no sertão, transformando-os de “macacos”, que o povo desprezava, em homens eficientes na luta contra o crime. No entanto, era inimigo da violência, e nunca se conformou com a atitude dos homens que cortaram a cabeça de Lampião, Maria Bonita e outros companheiros, para exibir como troféu.

UMA VIDA INTENSA

A luta do então coronel Teodureto contra o bando de Lampião durou quase 10 anos, e não acabou no dia 28 de julho de 1938. A morte do “rei do cangaço” não significou o fim do império de violências que se espalhava por todo o Nordeste, porque vários bandidos conseguiram fugir e outros surgiram no sertão, implantando o terror.

Do arquivo particular do general Teodureto, armas e objetos de Lampião, como o seu lenço de seda com rosas brancas. 

O general Teodureto possuía em sua casa uma coleção de punhais. A maioria foi recolhida no leito seco do rio Angicos, onde se travou a última batalha contra Lampião. Por uma estranha coincidência, eram 48 soldados contra igual número de cangaceiros. Onze bandidos foram mortos, inclusive o capitão Virgulino Ferreira e sua mulher, Maria Bonita. Um punhal, sujo de sangue, jazia por terra. Tem quase meio metro e lembra uma espada. O cabo está incrustado das alianças de suas vítimas. Mais de 30 pessoas tombaram sob o punhal do lugar-tenente de Lampião.

- O facínora Luiz Pedro – conta Germano Nascimento, filho do coronel Teodureto – tinha o seu método de matar. Amarrava a vítima num poste e enterrava o punhal na fossa clavicular.

LEMBRA TUDO

Germano e sua mãe, dona Alfierina, viveram horas difíceis quando o general Teodureto comandava a polícia de Alagoas. O menino viu o pai ser aclamado como herói pela população e lembra-se também de alguns cangaceiros que foram procurá-lo para se entregar.

- Meu pai era acima de tudo um homem bom, não nutria ódios nem mesmo contra os cangaceiros. Em sua opinião, a violência que se cometer a era inevitável, mas nunca admitiu a ideia de que fossem decapitados. Esse fato o deixou amargurado por muito tempo. Às vezes, em nossa casa, aqui em Teresópolis, recordava com tristeza aquela fase difícil de sua vida. Abria o álbum, e começava a desfilar as lembranças de sua mocidade.

OUTRAS RECORDAÇÕES

O capitão João Bezerra, que chefiou a luta em Angicos, ofereceu sua Winchester ao general Teodureto. A arma, guardada com carinho, era um reconhecimento ao antigo comandante da PM, que soube dignificar os seus soldados. Antes eram conhecidos apenas por “macacos”, não possuíam fardamento regular e muitas vezes apresentavam-se descalços.

- Meu pai – continua Germano – adquiriu 50 metralhadoras alemãs, Bergman, e seis caminhões Ford e quatro estações de rádio, reequipando assim a polícia de Alagoas para a luta contra os cangaceiros. A maior novidade que introduziu, foi o destacamento móvel da PM. Era de opinião que um quartel apenas, na capital, não bastava para exterminar o cangaço. Surgiram as volantes, que se deslocavam pelo sertão a fim de lutar contra os bandoleiros.

ESTRATÉGIA E GUERRILHA

O general Teodureto tinha grande respeito por Lampião. Não o considerava um simples cangaceiro. Achava-o inteligente e, acima de tudo, um grande estrategista, precursor da luta de guerrilhas. A força volante, criada no interior e com capacidade para mobilizar-se em todo o sertão, foi a única fórmula encontrada para dar combate a ele. Seu bando deslocava-se em várias frentes e atingia os estados de Sergipe, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

O Nordeste vivia traumatizado por suas façanhas, que ganhavam as manchetes no Brasil e no mundo.

Para vencer a luta, o general Teodureto foi obrigado a pôr em prática a mesma estratégia de Lampião. Preparou seus soldados com igual espírito de luta, e deu-lhes fardas apropriadas, quase semelhantes às usadas pelos cangaceiros, que serviam também para iludir.

UMA CARREIRA

O general Teodureto, que faleceu aos 63 anos, formou-se na Escola Militar do Realengo, mas antes de preparar a luta contra os cangaceiros já perseguira a Coluna Prestes, no interior da Bahia e Piaui. Aos 24 anos, comandara um batalhão, e alguns anos depois participava da Revolução de 30, na Paraíba, ao lado de Juraci Magalhães e Juarez Távora. Tomou a cidade de Natal, onde foi chefe de polícia durante o governo revolucionário. Ainda em 1930 era nomeado comandante da Policia Militar de Sergipe.

O soldado Honoratinho exibindo ao repórter Mechiades da Rocha a arma com que liquidou Lampião

Mais tarde, esteve ao lado do general Daltro, durante o Movimento Constitucionalista, em São Paulo, assumindo finalmente o comando da Policia Militar de Alagoas. Tinha início a fase mais intensa de sua vida, marcada por constantes viagens pelo sertão. Serviu, anos depois, no Rio Grande do Sul e no 11º RI, de São João Del Rei. Promovido a coronel em 1953, passou para a reserva como general de divisão e foi residir em Teresópolis, onde era visitado por numerosos companheiros de farda, inclusive pelo marechal Lott. Somente aos amigos recordava a luta contra o cangaço e exibia os documentos sobre Lampião. O que mais chamava a atenção era o vestido lilás de Maria Bonita e o lenço de seda do “rei do cangaço”.

ÚLTIMOS DIAS

Há alguns dias, o general Teodureto comprou um Volkswagen, e se lembrou do seu Ford-28, com o qual percorria o sertão. Para chegar a Angicos, onde se travou a derradeira luta contra Lampião , em 1938, fez parte do percurso em seu automóvel, depois numa canoa, e caminhou ainda muitas léguas a pé até o local onde o soldado Honorato abatera Lampião com um tiro. O corpo estava também varado pelas balas de metralhadora, desferidas pelo soldado Bertoldo.

- O horrendo desfile das cabeças cortadas sempre foi um pesadelo para meu pai – conta Germano. Quando chegou ao local, nada mais podia fazer. O gesto extremo já se consumara e o cortejo tinha início. Era, na verdade, o único troféu que os soldados levavam. Muitos tinha sido assassinados, e a cabeça de Lampião era o símbolo de uma vitória e de uma terrível e inominável vingança que o meu pai nunca mais esqueceria.

Lampião e Maria Bonita, em foto de Abraão Boto.

MARIA BONITA

No arquivo do general Teodureto existem fotos inéditas de Lampião. Numa delas, o “rei do cangaço” aparece costurando, e outra ao lado de Abraão, o fotógrafo cuja máquina de magneto documentou momentos felizes de Maria Bonita afagando seus cães, ou sentada. Tranquila no sertão agreste. Abraão morreu assassinado. Sua intimidade com os cangaceiros nunca foi vista com bons olhos pelos policiais. Quando se supunha que Lampião estava morto, os jornais do Rio publicavam uma foto do cangaceiro-chefe lendo a “Noite Ilustrada”.

Existem ainda no arquivo do general Teodureto fotos até agora desconhecidas de membros famosos do bando, entre eles Corisco, Luiz Pedro e Velocidade. Este foi o último a se entregar, e só o fez perante o comandante Teodureto do Nascimento.

PASSAPORTE NO SERTÃO

O documento mais pitoresco é a reprodução de um passaporte visado pelo temível capitão Virgulino Ferreira. É endereçado ao prefeito da cidade de Pão de Açúcar, e nele o bandoleiro escreve com letra firme: “Ao Sr. Antônio Joaquim Rezendis, como prova de amizade e garantia perante os cangaceiros, oferece C. Lampião”.

Com o documento, a população de Pão de Açúcar e o seu prefeito ficaram a salvo dos bandoleiros; bastava exibi-lo nas estradas. Mas só era válido desde que trouxesse como timbre a fotografia do emitente, ou seja, um retrato de três por quatro de Lampião.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1458912814237590&set=pcb.778362215706058&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ARQUEÓLOGO HOWARD CARTER DESCOBRE A TUMBA DE TUTANCÂMON



No dia 4 de novembro de 1922, o arqueólogo e egiptólogo inglês Howard Carter descobriu a tumba de Tutancâmon (Tut-Anj-Amón), no vale dos Reis, em frente a Luxor, no Egito. Esta foi a tumba faraônica mais bem conservada e intacta já encontrada no Vale dos Reis. No dia 16 de fevereiro de 1923, Carter abriu a câmara e foi o primeiro a ver o sarcófago de Tutancâmon. Depois de catalogar este grande achado, Carter deixou a arqueologia para se dedicar à atividade de colecionador.

Tutancâmon pertencia à dinastia XVIII do Egito que ficou no poder entre 1336/5 e 1327/5 A.C.. Ele não foi um faraó notável ou conhecido na Antiguidade. O tamanho relativamente pequeno de sua tumba (KV62) foi o motivo pelo qual ela não fora descoberta até o século XX, quando Carter a encontrou intacta. 

Sua descoberta e os tesouros achados ganharam atenção da imprensa mundial e serviram para renovar o interesse do público no Egito Antigo. Ao final, a máscara funerária de Tutancâmon se transformou na imagem de faraó mais popular nos tempos modernos.

Fonte: Cangaceiro Cdo

Material trasladado do blog do professor Adinalzir Pereira Lamego - https://saibahistoria.blogspot.com.br/2018/02/arqueologo-howard-carter-descobre-tumba.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CADA CIDADE TEM O CANGACEIRO QUE (NÃO) MERECE?


Por Rozelia Bezerra

Nem só de Lampião e Maria Bonita viveu o cangaço. Nem só os sertões tiveram seus cangaceiros.

No século XVIII, apareceu, no Recife, um de nome José Gomes. Ficou conhecido como “O Cabeleira”. Filho de Joaquim Gomes e Joana. Joaquim, segundo a percepção de Franklin Távora, era sujeito de “má entranha, dado à prática de crimes hediondos”. O filho, José, aprendera e praticara com o pai, toda a sorte de vilanias e crimes possíveis. A mãe, tentou salvar o filho.

Era dezembro de 1773, quando resolveram atacar e roubar no Recife. A cidade comemorava a expulsão dos jesuítas de todas as colônias portuguesas. “Assim se passou na vila do Recife a noite do primeiro de dezembro de 1773, noite memorável que principiou pela alegria e terminou pelo terror público. ” 

Como Lampião, “O Cabeleira” teve uma mulher que o amou. Mas, ela não o acompanhou nas ações de crimes. Chamou-se Luisinha. Tentou dissuadi-lo da vida de crimes. Acabou morrendo em consequência das queimaduras provocadas por um incêndio criminoso, promovido pelo bando.

Cangaceiros. Esboço, Paulinho do Amparo.

Após ser preso e levado para Goiana, “O Cabeleira” foi condenado à morte, por enforcamento. Era muito jovem: 22 anos. No romance “O Cabeleira”, da autoria de Franklin Távora, consta que o Largo das Cinco Pontas, no Recife, foi o local escolhido para erguer o patíbulo onde se montou a forca. Dentre as pessoas que assistiram ao enforcamento, estava Joana, a mãe que tentara salvar o filho: “Meu filho vai morrer enforcado! Ah! Meu Deus, Vós bem sabeis que ele não teve culpa” – dizia ela numa voz entrecortada de soluços”.

Ao subir ao patíbulo, José, declara-se arrependido dos crimes praticados. “Meu filho, meu filho” gritou a mãe. Ao ouvir os gritos da mãe, O Cabeleira exclamou, com voz trêmula “Adeus, mamãezinha do meu coração”.

No mesmo instante que José era enforcado, morria Joana, a mãe, cujo coração não resistira e parou de bater. 

Isto entrou na cantoria popular:

“Adeus, ó cidade
Adeus Santo Antão,
Adeus, mamãezinha
Do meu coração”.

Hoje, passados séculos, temos outros tipos de cangaceiros: os justiceiros, os linchadores, os que, no exercício de seu ofício, executam, a sangue frio e com requintes de crueldade, qualquer pessoa que não se encaixe nos parâmetros da norma. Da norma deles.

Prof. Rozelia Bezerra

É graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (1988). Mestra em Epidemiologia Experimental Aplicada ás Zoonoses, pela Universidade de São Paulo (1995). Doutora em Educação, com ênfase em História da Educação e Historiografia. Tese sobre a História do Ensino da Higiene na instrução pública de Pernambuco (1875-1930) É professora Adjunta do Departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco, ministrando a disciplina História Cultural das doenças: as representações literárias. Professora de História da Alimentação, no curso de Graduação em Gastronomia – UFRPE. Pesquisa sobre História do ensino da Medicina Veterinária. Desenvolve pesquisa na área da História das Ciências e História das Doenças e dos Doentes no Brasil (séc. XVI-XX). Pesquisadora do Grupo de História Social e Cultural da UFRPE (GEHISC).

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1404111869700753&set=gm.973913556106094&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com


URGENTE AUDIÊNCIA COM O GOVERNADOR SEGUNDA-FEIRA (26/02)



Assunto: URGENTE AUDIÊNCIA COM O GOVERNADOR SEGUNDA-FEIRA (26/02)
Para: Associação dos Docentes da UERN - aduern@gmail.com


Informamos que na próxima segunda-feira (26/02) às 11h, a diretoria da ADUERN será recebida pelo Governador Robinson Faria em audiência, a fim de tratar dos reiterados atrasos salariais e buscar uma proposta que resolva a crise.

Diante disso, Convocamos toda a categoria para um ato público na Governadoria, em Natal às 11h. É fundamental fortalecer o movimento grevista neste momento e mostrar a força dos servidores/as da UERN.

A ADUERN irá disponibilizar transporte e garantir o almoço dos participantes. Em Mossoró, a saída do ônibus será impreterivelmente às 6h da sede da ADUERN. É importante destacar que não será oferecido café da manhã. O transporte fará uma parada de 15 minutos em Lages. O almoço será às 12h e o retorno para Mossoró será ao final da atividade.

O transporte fará uma parada na cidade de Assú às 7h, onde se somam à luta os interessados/as que residam na cidade

Os interessados devem enviar o nome e departamento para o whats APP da Aduern (988703983) até o domingo (25) às 12h. 


Jornalista

Cláudio Palheta Jr.


Telefones Pessoais :

(84) 96147935

(84) 88703982 (preferencial) 

Telefones da ADUERN: 


ADUERN
Cep: 59.625-620
Mossoró / RN
Seção Sindical do Andes-SN
Presidenta da ADUERN

Rivânia Moura

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogodmendesemendes.blogspot.com

COMO ARQUIVO = SNOB BOITE, DANCETERIA E LANCHES – RUA FRANCISCO IZÓDIO – CENTRO - 1995


SNOB BOITE, DANCETERIA E LANCHES RUA FRANCISCO IZÓDIO CENTRO - 1995


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1465182850274182&set=gm.1543604692389622&type=3&theater&ifg=1
http://blogdomendesemendes.blogspot.com