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quinta-feira, 25 de junho de 2015

LAMPIÃO NA FAZENDA IPUEIRA - SERRITA - PE


Lampião vindo do ataque frustrado de Mossoró, chegando acuado na fazenda “Ipueira”, do Major Pedro Sampaio Xavier, no município de Serrita no Estado de Pernambuco. 


Sabino Gomes passa a ameaçar João Sampaio Xavier, sobrinho do Major Pedro Xavier, por uma quantia de dinheiro. 


O Major não gostou da atitude de Sabino, pediu a Lampião que se retirasse da fazenda, e que não queria mais que ele pisasse os pés lá.


 Lampião com respeito ao Major Pedro, se retirou, e na saída, já no meio do caminho, por gostar muito de Sabino disse: 

"- Há se Sabino não fosse Sabino"

Adendo: http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Eu imagino que o que Lampião quis dizer é que se Sabino não fosse seu amigo, seu home de fé, de confiança, ele teria o matado, devido a decepção que ele passou em ser escorrachado da fazenda Ipueira pelo Major Pedro Xavier. 

Fonte: facebook
Página: Virgulino Ferreira DA Silva

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UMA BOA NOTÍCIA PARA O RN – MUSEU LAURO DA ESCÓSSIA ABRIGARÁ COLEÇÃO MOSSOROENSE



Uma das três salas do piso superior do Museu Municipal Jornalista Lauro da Escóssia será cedido pelo Município para abrigar todo o acervo da Fundação Vingt-um Rosado e a preservação da Coleção Mossoroense. O prédio foi sugerido por entidades representativas do comércio de Mossoró.

Na última quarta-feira, 24, representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas de Mossoró (CDL), da Associação Cultural e Industrial de Mossoró (ACIM), e do Sindicato do Comércio Varejista (SINDIVAREJO) estiveram no local juntamente com o prefeito da cidade visitando o prédio onde funciona o museu.

De acordo com o acerto firmado com o município, a CDL, a Acim e o Sindivarejo se comprometeram a viabilizar a instalação da plataforma para garantir a acessibilidade ao andar superior, para que seja liberado para visitação do público.

A transferência de todo acervo, que abriga mais de 150 mil títulos que compõe toda a coletânea mantida pela Fundação Vingt-un Rosado, já poderá ter início na próxima terça-feira, 30. Com isso os responsáveis pela fundação começarão a catalogar todos os títulos, e fazer um levantamento de seus exemplares, para que parte seja doada para escolas municipais e instituições públicas.

http://tokdehistoria.com.br/2015/06/25/uma-boa-noticia-para-o-rn-museu-lauro-da-escossia-abrigara-colecao-mossoroense/

Trasladado do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.com.br/2015/06/25/uma-boa-noticia-para-o-rn-museu-lauro-da-escossia-abrigara-colecao-mossoroense

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"... E ASSIM VOVÔ SOBREVIVEU AO ATAQUE DA VOLANTE POLICIAL EM ANGICO E..."


"... E ASSIM VOVÔ SOBREVIVEU AO ATAQUE DA VOLANTE POLICIAL EM ANGICO E..."
José Alves de Matos (Ex Cangaceiro Vinte e Cinco)
Foto gentilmente cedida por Dulce Williams (Filha do Sr. José Alves). 

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“O ESTADO DE S. PAULO” – 09/10/1954 PRESENÇA DO BRASIL


De uma forma geral, somos, sim, um país de cangaceiros - em todos os sentidos cabíveis na palavra.

AO FILHINHO de um amigo, menino de seis anos, apelidei de cangaceiro. Ensinei-lhe o refrão de “Muié rendeira” e lhe expliquei, embelezando, que cangaceiro era uma espécie de super-homem valente, resistente à dor, sempre à testa dos companheiros, sempre vencedor. Desde então o menino não mais chorou quando caía e se machucava. Bastava que alguém lhe dissesse: como, um cangaceiro chorando? Era uma verdadeira brecada de pés e mãos. Nada mais eficaz. Um dia, porém, o menino foi ter ao pai, resmungando: não quero mais ser cangaceiro, quero chorar à vontade.

Não deixou entretanto o pequeno de se proclamar cangaceiro, sempre que disso podia tirar vantagem. Beliscava o irmão menor e se era chamado à ordem respondia: cangaceiro é assim... Valia a pena ser cangaceiro para dar pancada, para não fazer manha, não. Se à mesa lhe empurravam cenoura, coisa que detesta, logo declarava com inteira e inabalável convicção: cangaceiro não come cenoura. Cangaceiro come doce. Se quebrava os pés da cadeira à força de arrastá-la pelos corredores com estrepito, e era censurado pela estripulia, a resposta vinha de imediato: cangaceiro monta a cavalo.

Entrem mim e o menino uma grande amizade se cimentou. Amizade feita de dedicação e confiança. Tornei-me “tio” de Pierrot (que assim se chama) e tio Sergio é quem o informa das coisas do mundo e em particular do modo de vida do cangaceiro. Quando o encontro na rua, pois mora perto de mim e vai ao jardim de infância na hora em que costumo sair de casa, vamos comprar chocolate juntos e levo-o comigo para um refresco enquanto engulo meu café. É então que ele indaga dos pormenores mais complicados: Cangaceiro faz pipi na cama? Cangaceiro tem pai bravo? Amarra lata no rabo do gato? Usa estilingue? Joga gude? Cangaceiro tem cofre? A questão do cofre é de grande alcance, porque de uma feita lhe dei cinco francos e como lhe perguntasse, dias depois, o que comprara respondeu desapontado que nada, a mãe guardara a moeda no cofrezinho de barro.

Mas Pierrot anda preocupado. Cangaceiro é um ideal tentador. Só que o papel é de difícil desempenho. “Hay que tener caráter”... Faz pouco vi-o no jardim, agitadíssimo, a jogar pedras nas flores e punhados de terra para o ar. – “Que é isso, cangaceiro? – É para não chorar...” Sim, porque cangaceiro quando “precisa” chorar extravasa o desespero em gestos tresloucados. Pierrot esbandalha canteiros, estraçalha brinquedos e, banguela, cospe palavrõezinhos pelas falhas dos dentes.

Apesar de valente, destemido, estoico, Pierrot tem um urso de feltro de que não se separa à hora de dormir e ao qual conta suas aventuras de cangaceiro. Com quem conversar de coisas sérias? O irmão é pequeno demais, quando às irmãs, todos sabem que mulher não entende disso. Urso sim.

Dirão agora: a que vem o título desta crônica? É que no meu tempo de criança nas escolas da Suíça ninguém tinha a menor ideia do que significava Brasil. Hoje, graças ao cinema de Lima Barreto, Pierrot e seus amiguinhos não ignoram que se trata de uma terra que, além de cobras, aranhas e lagartos dá homens fortes, que não choram e andam a cavalo: os cangaceiros. Já é alguma coisa. Para que encontros intelectuais, exposições de gravadores, concertos, cursos de literatura? A presença do Brasil está assegurada. – S. M.

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho


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O GLOBO, 90 anos: Lampião e Maria Bonita, o fim dos reis do cangaço

Por Marcelo Remígio

Vaidoso, cangaceiro usava perfume francês e gostava de uísque importado.

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RIO — Ele era chamado de “governador dos sertões”, sem ter sido eleito. Ditou leis no interior de sete estados nordestinos e fez frente ao coronelismo, que dominava a política e controlava instituições como a polícia. Em 29 de julho de 1938, O GLOBO trouxe em sua primeira página o fim da saga de Virgulino Ferreira, o Lampião, e sua companheira Maria Deia, a Maria Bonita, mortos em uma emboscada no dia anterior, junto com outros nove cangaceiros, na Gruta de Angicos, próxima às margens do Velho Chico, em Sergipe.

“Livre o Nordeste do maior de seus bandoleiros — ‘Lampeão’ morreu lutando, e sua cabeça, com a de 9 companheiros, foi conduzida para Maceió — A façanha do tenente Bezerra, traços biographicos do tenente facinora”, dizia a manchete.

Mas os editores queriam um diferencial na cobertura da morte do mais temido cangaceiro. E acionaram um correspondente em Maceió para ir além dos fatos e buscar os bastidores do legado deixado por Lampião. No dia 3 de agosto de 1938, O GLOBO relatou a disputa pela sucessão de Virgulino e arriscou quatro nomes de confiança de Lampião para comandar o grupo: “Quatro bandidos disputam o spectro de ‘Lampeão’! A successão do ‘Rei do Cangaço’ pende ainda entre ‘Corisco’, Roque, ‘Portuguez’ e ‘Sereno’”.

CORRESPONDENTE SE ESPANTA COM PESO DE CANGACEIRA

Durante a cobertura da morte de Lampião e Maria Bonita, O GLOBO fez um alerta: o banditismo não havia terminado, pelo contrário, tinha chegado à “phase mais aguda, porque o governo comprehende a necessidade de manter a ocupação do sertão por suas forças”, desafio semelhante ao enfrentado hoje, quase 80 anos depois, em áreas pacificadas do Estado do Rio.

Na mesma edição de 3 de agosto de 1938, Maria Bonita ganhou destaque. Em um texto exclusivo, o correspondente em Maceió trouxe a narração do soldado Bertholdo, que teve a missão, ou para parte da tropa, a honra de cortar a cabeça de Maria Bonita.

“Paciência, Maria Bonita!...”, disse o soldado, antes de decepar a cabeça da companheira de Lampião. Segundo o correspondente, a frase resumiu o sentimento do militar na hora. Ainda no relato, chamou a atenção a descrição que Bertholdo fez da cangaceira: “‘Maria Bonita’ estava gorda. No pescoço mais de dois dedos de banha foram notados pelo soldado. ”


Lampião tinha como uma de suas paixões o rifle Winchester 44, chamado de Lampião, origem de seu apelido. Era afilhado e amigo de padre Cícero. Vaidoso, usava lenços de seda, perfumes franceses e óculos alemães, que disfarçavam o defeito no olho esquerdo. Gostava também de beber uísque importado. Em uma de suas fotos mais conhecidas, aparece lendo O GLOBO. O flagrante, sem crédito, acredita-se ser do libanês Benjamin Abrahão, secretário de Padre Cícero e único a filmar Lampião e seu bando. Benjamin foi retratado no filme “Baile perfumado.”

CIDADES SITIADAS PELO MEDO

Dos tempos do cangaço aos dias de hoje, o sertão de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe — onde o Rei do Cangaço agia — ainda é alvo da violência. Pesquisa do Instituto Igarapé aponta que seis dos dez estados com maiores taxas de homicídio estão no Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Das dez cidades mais violentas, seis são nordestinas: Maceió, Camaçari, Fortaleza, João Pessoa, Vitória da Conquista e Imperatriz. Para o pesquisador José Maria Nóbrega, da Universidade Federal de Campina Grande, a violência está ligada à fragilidade do Estado:

— À época de Lampião, o país vivia uma instabilidade política. Hoje, a violência está ligada ao aumento do poder aquisitivo, a drogas e a falhas da polícia.

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LAMPIÃO E FAMÍLIA NOGUEIRA( ZÉ NOGUEIRA E SEUS FILHOS LUIZ E RAIMUNDO


Lampião e família Nogueira (Zé Nogueira e seus filhos Luiz e Raimundo).   

Lampião - João Nogueira Neto conta sob morte de Zé Nogueira, e a primeira brigada da casa grande da fazenda Serra Vermelha.

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LÂMPIÃO - MULHER QUE TEVE ENCONTRO COM OS CANGACEIROS

Fonte: youtube

Dona Ziza conta uma história verídica, num encontro que teve com Lampião "O Terror" da cidade de Queimadas, no Estado da Bahia.

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LAMPIÃO EM ANTONIO MARTINS

Por Romero Cardoso e Marcela Lopes

Quando da formidável marcha do bando de Lampião pelas veredas do oeste potiguar, intuindo objetivo maior, qual fora atacar Mossoró, na época já considerada a segunda cidade do estado do Rio Grande do Norte, nenhum lugarejo sofreu mais que a localidade de Boa Esperança (hoje município de Antônio Martins).
  
Antonio Martins - RN

Em 12 de junho de 2015 estivemos visitando a aprazível cidade, quando constatamos que continuam vivas as marcas deixadas pelo sinistro bando, não obstante mais de oitenta anos assinalarem a verdadeira faina maldita que deixou sinais evidentes de que as tristes horas jamais se apagarão da memória da simpática gente, embora a maioria não estivesse presente naqueles fatídicos momentos de terror e apreensão, tendo em vista que os mais velhos se responsabilizam pela transmissão dos fatos verificados naquele longínquo ano de 1927 .

Conversando com pessoas do lugar, houve ênfase ao que literato como Raul Fernandes, em A marcha de Lampião: Assalto a Mossoró, imortalizou em letras garrafais, pois, transmitidas de geração a geração, as histórias da presença do bando de Lampião em Antônio Martins denotam a perpetuação da memória sobre os mais absurdos atos ignominiosos perpetrados pelo banditismo rural sertanejo contra a indefesa população do lugar.
  
José Romero Cardoso

Boa Esperança em seu bucólico cotidiano esperava a banda da vizinha cidade de Martins, pois aproximava-se a festa do padroeiro Santo Antônio. Ao invés dos acordes amistosos, executando músicas tradicionais e conhecidas, despontou célere o bando de Lampião. O lugarejo passou a ser literalmente revolvido, com cangaceiros se apossando de tudo e de todos, destruindo tudo que encontravam pela frente e praticando atos deliberados de vandalismo.

Cidadão de nome Vicente Lira foi aprisionado quando chegava à cidade. Lampião em pessoa colocou-o na frente da alimária. Pisoteado nos pés pelo animal montado pelo rei do cangaço, Vicente Lira segurou firme nas rédeas. Lampião não gostou, tendo desferido diversas cutiladas do seu punhal de lâmina perfurante no desditado sertanejo. Escapou milagrosamente, tendo morrido de morte natural muitos anos depois.

Irmãos que há tempos não se falavam foram amarrados em formigueiro. Seresteiro descontraído teve o violão enfiado cabeça a dentro, ficando o mesmo como espécie de colarinho. Melancias foram atiradas contra frágeis cabeças, enquanto pulos do gato foram ensaiados, os quais consistiam em atirar para cima infelizes criaturas, para que as mesmas conseguissem, sem sucesso, a mesma performance dos cangaceiros quando das lutas nas caatingas. Conceituado cidadão de nome Augusto Nunes teve armazém depredado, queimado, destruído na expressão literal do termo. Prejuízo incalculável que colocou por terra anos de trabalho árduo.


A esposa deste, de nome Rosinha Novaes, era preparada para seguir o bando, como refém. Já estava em cima de um burro quando gritou desesperada que se fosse na terra dela aquilo não aconteceria. Indagada sobre qual terra era natural, tendo respondido ter nascido em Floresta do Navio, berço de cangaceiros e coiteiros, pertencente ao ramo dos Novaes, prima de Emiliano Novaes, serviu de senha para que o suplício maldito terminasse.

Lampião, avisado por Sabino Gório sobre a presença de uma pessoa da família Novaes em Boa Esperança, deu por encerrada a sessão de horror perpetrada pelos cangaceiros contra aquele povo pacato e trabalhador.
Boa Esperança deveu muito a Dona Rosinha Novaes pelo fim do terrível sofrimento que foi imposto pelo bando de Lampião quando de sua passagem inglória pelo simpático lugarejo.

A memória da população está acesa no que diz respeito aos malditos momentos que seus antepassados passaram nas garras do bando de Lampião, pois é consenso geral as amarguras deixadas pela horda comandada pelo mais audacioso cangaceiro de todos os tempos.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UERN).

Marcela Ferreira Lopes. Geógrafa-UFCG/CFP. Especialista em Educação de Jovens e Adultos com ênfase em Economia Solidária-UFCG/CCJS. Graduanda em Pedagogia-UFCG/CFP. Membro do grupo de pesquisa (FORPECS) na mesma instituição.

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