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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Um cangaceiro na Neurologia do HC

Por: Joaquim Ignácio de Souza Netto


Vamos deixar por entendido que seu nome era Antonio Rocha, um nome qualquer escolhido a esmo, um codinome. Era um dia de muita chuva e de muito frio quando ele foi internado na clínica de Neurologia do Hospital das Clínicas. Veio numa maca empurrada pelo Ditão, um negro muito forte e muito alto, uma espécie de guindaste de nossa clínica, uma máquina de trabalhar e um bom amigo.

Antonio Rocha tinha os olhos muito azuis que não piscavam e olhavam para o nada. Seus cabelos eram brancos, muito brancos e lisos, parecendo fios de seda. Ficou num leito da enfermaria seis da ala norte. Seu estado físico era deplorável, o corpo cheio de escaras infectadas, sujo, esquálido, aparentemente catatônico.


Dona Maria José, das maiores profissionais que eu já conheci, era a chefe de enfermagem da Neuro e ficou nos observando e orientando, naquele primeiro dia, enquanto higienizavamos aquele pobre velhinho. No dia seguinte, pela manhã, Antonio foi levado para tomografia em uma clínica particular que tinha um dos dois ou três tomógrafos que existiam no país, na Avenida Rebouças, um quarteirão antes da Faria Lima (o HC só veio ter esse serviço alguns anos depois)...Todos os dias, após recebermos o plantão, íamos examinar as pranchetas dos pacientes. As prescrições do Antonio não mudavam: 1) Dieta p/SNG (sonda naso-gástrica), 2)Curativos nas escaras, 3) Cuidados c/ sonda Folley, 4) Cuidados Gerais, 5) Dipirona S/N (se necessário).Um dia perguntamos para um dos médicos se o paciente não receberia nenhum outro tipo de tratamento ou uma medicação mais específica. A resposta do médico nos deixou meio atordoados... O paciente não tinha nenhuma doença física, era portador, de acordo com o histórico, de um estado depressivo absurdo. Ele tinha se fechado dentro de si mesmo... Qualquer dia desses, ele "ressuscita"... Disse-nos o médico... Vão cuidando dele, conversem com ele, liguem o rádio perto dele, contem piadas, façam o diabo...Pacientes como o Antonio eram banhados em uma mesa ou maca num grande banheiro que existia na Neuro. Os banhos eram feitos com uma mangueira por onde jorrava água temperada - mais fria, mais quente, morna. Um dia, durante um desses banhos, ouvimos um sussurro: - Essa água tá mais fria que a peste... - Antonio Rocha "ressuscitara"!Os médicos que estavam passando visita foram chamados e foi uma alegria muito grande em todo o andar...Em duas ou três semanas o velhinho, já curado das escaras, andava pelo corredor da clínica e falava, e como falava!... Ele tinha sido cangaceiro do bando de Zé Sereno e largara o cangaço, pouco antes do massacre de Angicos, para se casar... Contou-nos "causos e mais causos" do cangaço. Mas, por incrível que possa parecer, nem Zé Sereno, nem Corisco e muito menos Lampião eram seus ídolos. Ele tinha profundo respeito por Ângelo Roque, o Labareda. De acordo com Antonio Rocha, o "Anjo" Roque era uma fera, uma força da natureza que metia medo até em Lampião...

 Ângelo Roque 

Através de uma reportagem na TV, um médico veio saber que Zé Sereno estava vivo e tinha um pequeno comércio em São Miguel Paulista. De posse do endereço, foi pessoalmente buscar o velho chefe de bando para visitar seu antigo comandado. Foi uma loucura. Mais histórias e mais "causos" foram contados, muitas gargalhadas, muito sangue jorrando, muito tiro, muitas correrias pela caatinga do Raso da Catarina..

Apenas no dia de sua alta ficamos sabendo que, após o assassinato de um filho seu em Carira, Sergipe, ele entrara em depressão chegando a ficar naquele estado, parecendo um cadáver que respirava!
Perguntamos prá ele:

- E aí, Antonio... O que você vai fazer de sua vida agora?

- Eu?... Faz mais de 40 anos que eu não mato ninguém... O homem que matou meu filho "tá" vivo e mora no Carira, pertinho do meu sítio... "Tô" véio e a polícia não vai nem ligar se eu começar tudo de novo... Só espero que a vingança não tenha se consumado... Existem mecanismos legais para fazer a justiça: além do mais quem já ouviu falar de um cangaceiro de cabelos brancos, fugindo pela caatinga?
Publicado originalmente no site  São Paulo minha cidade

Matéria sugerida pelo confrade Arquimedes Marques que ainda nos disponibilizou o conteúdo de uma conversa com o autor do aludido texto que nos traz maiores detalhes, vamos confeir.

Em 24/03/2011 as 18:29, Archimedes Marques escreveu:



Caro Ignacio Netto:

Sou delegado de polícia no Estado de Sergipe, amante das artes e também da escrita. Recentemente lancei o meu jornal virtual O CANGAÇO EM FOCO para melhor estudar e pesquisar o fenomeno cangaço que sempre me fascinou desde criança. Muitos textos e historias no jornal já foram publicadas... Todos os dias fico a "caçar" noticias pertinentes ao gangaço na internet para alimentar o meu jornal. Agora há pouco tive a grata satisfação de encontrar o seu texto UM CANGACEIRO NA NEUROLOGIA DO HC, publicado no site www.saopaulominhacidade.com.br, uma historia emocionante que muito me comoveu, daí, já a publiquei, confira no link http://www.cangacoemfoco.jex.com.br/historia+do+cangaco+/um+cangaceiro+na+n eurologia+do+hc 

Gostaria de saber se possível for, de maiores detalhes sobre o velhinho ex-cangaceiro... Poderia me dizer em que ano aconteceu o fato?... Poderia me passar algumas informações, vez que omitiu o nome do velhinho, que é de suma importancia para os amantes do cangaço?... Será que ele ainda vive?... E os seus familares?...

Aguardo resposta anciosamente...
Atenciosamente.
Archimedes Marques

Em 24/03/2011 20:56, Ignacio.Netto escreveu:

Dr. Archimedes, o caso do Antonio Rocha (era seu nome verdadeiro!) mexeu bastante conosco, primeiro por sua simpatía, pois depois que êle voltou à realidade, propriamente à viver, desembestou a contar casos e mais casos de seus tempos de correrias, de lutas e fugas, das refregas contra os "macacos"! Êle parecia um daqueles atores que vivem em função da platéia e,como bom ator, fazia suas exibições à noite; passava as noites acordado, rodeado por gente da enfermagem e médicos, falando, nos levando prá dentro da caatinga, nos apresentando a outros cangaceiros, Zé Sereno, Ângelo Roque, seu ídolo, Corisco, Bem Te Vi, Virgulino Lampeão... À pergunta "Maria Bonita" era bonita mesmo?, respondia: "Não, era uma mulherzinha comum, não sei o que Lampeão viu nela! Não tinha nem bunda, era uma "talba", e ninguém chamava ela de Maria Bonita, era Maria de Lampeão e só!... À noites de mal dormir sucediam dias de MUITO DORMIR, a ponto de os médicos precisarem voltar no fim da tarde para realizarem seus exames - "Não adianta acordar o velhinho, coitado! Deixa êle dormir... A gente volta à tarde...

Antonio Rocha fazia parte do bando de Zé Sereno (segundo suas palavras) e assim permaneceu, ainda segundo suas palavras, até deixar o bando para casar. De acordo com êle, ninguém entendeu muito bem sua saída... Com o tiroteio em Anjicos/Piranhas, Corisco, que vinha da Paraíba para juntar-ae ao s bandos que foram destroçados, de repente viu-se órfão de pai e mãe, desprotegido e sem dinheiro. Lembrou-se então de Antonio Rocha, do Carira, e foi para seu sítio embusca de coito, comida e dinheiro... Antonio nos contou que Corisco tinha muito respeito por Dadá pelo fato dela ser a única mulher dos bandos que respondia ao fogo dos macacos, bala por bala! Disse que Dadá, sim, era bonita, mas era braba como uma onça! " As outras mulheres só sabiam gritar durante os tiroteios, encher os cabelos de perfume e fazer fofoca umas contra as outras. Mesmo Maria de Lampeão era assim. A única coisa que ela sabia fazer bem era costurar. Fazia os "liformes" de Lampeão e do compadre Zé Sereno".

Ainda de acordo com minhas lembranças, o Antonio informou que Corisco e Dadá ficaram no sítio por um mês ou mais e foi a última vez que os viu...

Quando os remanescentes dos bandos foram anistiados em 1945, êle não moveu uma palha para oficializar sua anistia, sentia-se anistiado e perdoado por Deus.

Dr. Archimedes, não tenho certeza, mas acredito que êle ficou internado no Hospital das Clínicas entre 1978 e 81. Êle era natural de Sergipe, do Carira (êle sempre falava com muito orgulho do Carira), imagino que tivesse no mínimo dois filhos - um deles assassinado, o que causou o "desligamento" temporário de suas emoções e sentidos - e um outro, caminhoneiro que veio buscá-lo quando recebeu alta. Como o nome é verdadeiro, acredito que seja fácil consultar os arquivos do HC da época para obter mais informações. Antonio Rocha deve ter morrido, já era entrado em anos quando foi internado e já se passaram mais de 30 anos...

 Antonio Rocha foi um dos pacientes que marcaram minha vida e minha profissão. Ainda hoje, quase 40 anos passados, lembro-me de sua voz, seu sotaque nordestino carregado, seu apetite (quando voltou à vida desandou a comer que não parava mais). Ficou internado na Neurologia por 2 ou 3 meses; era como se fosse nosso mascote, paparicado o tempo todo pelos médicos e pela enfermagem, No tempo em que esteve conosco não recebeu visitas de parentes, apenas de antigos companheiros de cangaço:Zé Sereno e Sila, Balão esqueci de citar que na visita que Zé Sereno fez ao velho amigo, Balão também esteve presente. Na época, Balão também tinha um comércio pequeno em São Miguel Paulista, o maior reduto nordestino dentro de São Paulo... e, se eu não me engano (estava de folga) de Bem-te-vi. 

O Excangaceiro Balão

Grande Antonio Rocha, que Deus tenha, realmente, te anistiado.

Doutor, estou à disposição do sr. e fiquei contente porque um despretencioso texto meu tenha lhe interessado tanto.

Abraços do Ignacio

Em 24/03/2011 21:48, Archimedes Marques escreveu:

Muito obrigado pelas informações meu caro Ignácio!...

Ao tempo em que gostaria de saber, se possível for, qual a sua ocupação no hospital em que esteve internado o ex-cangaceiro Antonio Rocha, gostaria de saber se posso publicar esse sua explanação ao final do artigo ja publicado no CANGAÇO EM FOCO?...

De: ignacio netto  Para: Archimedes Marques 24/03/2011 22:23 

Dr. Archimedes, no tempo da internação de Antonio Rocha, eu era Atendente de Enfermagem. Estava retornando à profissão após ficar como burocrata por 12 anos na Escola de Comunicações e Artes da USP. Como o sr. bem sabe, aqueles foram anos duros, de ditadura no país e trabalhar no meio de 15.000 alunos era complicado, com o Exército, DOPS, Marinha, Esquadrões da Morte comendo solto. Daí minha volta à Enfermagem. Precisei recomeçar de baixo, como Atendente pois meus cursos perderam o valor com o passar dos anos., mas graças à Deus o HC me propiciou refazê-los. Uma curiosidade: uma das pessoas que cuidou do Antonio Rocha foi uma enfermeira de nível universitário, filha do Senador Antonio Vilela, que também fora cuidado por nós, loira, muito bonita. Vez ou outra a vejo na TV e parece que ela está casada com um figurão aí do NE.

Quanto à publicar minha explanação no CANGAÇO EM FOCO, claro que permito. Para mim é uma honra!

Abraço do Ignacio


Arte e Poesia em Porteiras...

Por: Maestro Soares Neto

 
Maestro Soares Neto
 
 
 
Coral Infantil e Coral Adulto
 
 
 
Imagens da apresentação do Coral Infantil e Adulto do município de Porteiras, sob a regência do Maestro Soares Neto, na inesquecível tarde de 24 de setembro.

Parabéns Porteiras!

 
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FAMÍLIA E AMIGOS DE MAYANA RAFAELA


Mayana Rafaela


Amyllys e Mayana


Breno e Renata



Maria José, Amyllys e Mayana


Amyllys, Mayana


Mayana Rafaela

 

Colegas da Faculdade

 

Mayana e Renata


Geraldo e Mayana


Geraldo, Maria do Carmo e Breno

 
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O mais importante fórum especializado nas temáticas regionais do nosso Sertão.

Por: Voldi Ribeiro

Caros Manoel Severo e Danielle, 


é como muito prazer que registro minhas impressões acerca da  III Edição do Cariri-Cangaço, as quais relaciono a seguir; a logística foi prefeita se considerando que para além dos recursos captados se pode valorizar mesmo a articulação dos eventos com o perfeito apoio logístico disponível; a Articulação Institucional Local pôde ser pecebida claramente, o evento contou com o empenho e o zelo de cada uma das autoridades anfitriãs em cada cidade de forma dedicada respeitosa e comprometida; 

A Condução dos Trabalhos, especialmente para a Curadoria do evento pude verificar e atesto o extremo profissionalismo com que foram procedidas as providências necessárias, a 
Equipe de Apoio; todos indistintamente são dignos dos mais cordiais agradecimentos - tudo o que solicitei fui atendido com a devida atenção e gentileza;  quanto a Programação, a opinião de quem teve a oportunidade de proferir palestra é sempre dúbia se considerarmos que foi valorizado, no entanto quero expressar o quanto me enriqueceu participar e conhecer com bem mais profundidade as temáticas operadas. Quer seja pela qualidade e dedicação dos palestrantes quer seja pela importância dos assuntos.

Com relação aos Resultados, acredito que a III edição do evento foi coroada de êxitos - revelações inéditas estiveram como tônica nos diversos trabalhos apresentados e, particularmente, verifiquei o desprendimento (como valor real) em incorporar autores, lançamentos e resultados de pesquisa (como foi o meu caso), que caracteriza hoje o Cariri-Cangaço como o mais importante fórum especializado nas temáticas regionais do nosso Sertão desde já credenciando 
o Evento que já está qualificado a dar um passo mais adiante, qual seja: articular entidades afins para que se obtenha definição e destinação de recursos públicos para a realização de pesquisas e publicação de trabalhos, em perfeita sintonia com a Academia e os órgãos oficiais de fomento à pesquisa científica. Óbvio que critérios corretos e sem o rigor extremo da burocracia deverão nortear todo o processo. Coloco-me desde já disponível para contribuir com o esforço.

Como Sugestão Final, a Curadoria do Cariri-Cangaço deveria emitir um Certificado, bem e corretamente eleborado, para entregar às autoridades municipais do Legislativo e do Executivo, declarando-os como amigos do evento, atestando-os como entes comprometidos como a preservação da memória histórica de seus minicípios e, por fim, declarando como amigos o próprio povo de cada um.


Bem, caros Severo e Danille isto é um pouco do que vi e ouvi por aí durante o período de 20 a 25 de setembro próximo, passado.


Cordiais abraços,
Voldi Ribeiro

Sociólogo e pesquisador.

Paulo Afonso, Bahia

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Participar do Cariri Cangaço é reencontrar-se com nossas raízes

Por: Leo Kaswiner
Leo Kaswiner e Dario Castro Alves

Caros Severo e Danielle,
acabo de retornar mais uma vez do Carirí onde reencontrei velhos amigos e participei juntamente com outros cangaceiros do 3º Cariri Cangaço. Como sempre fomos recebidos com extremo carinho e atenção pelos seus organizadores, Severo e Danielle. O roteiro primoroso e feito a partir de pesquisas esmeradas foi a grande atração deste ano. Foram visitadas cidades como Aurora, Barro e Poteiras além das já tradicionais Crajubar. Acho que estas visitas despertam o interesse dos moradores mais jovens pelo assunto bem como revive as lembranças dos mais velhos tornando assim um assunto sempre dinâmico e fonte de debates tanto calorosos como envoltos em forte paixão. Discussões à parte o que fica é uma forte união e uma reafirmação de amizade. 

Participar do seminário Carirí Cangaço é reencontrar-se com nossas raizes bem como uma viagem ao imaginario de nossos lendas culturais. Quando nos despedimos já sabemos que em 2012 a dupla Severo e Danielle já estão colocando a mão na massa para que ano que vem tenhamos mais e agradaveis surpresas na 4a edição deste evento que se agiganta a cada ano que passa. Sei que é uma árdua tarefa trazer novidades e montar toda uma logística de hospedagem, transporte e visitas aos sítios históricos.

A todos amigos cangaceiros um caloroso abraço e o desejo de reve-los em breve em nossas reuniões e na 4a edião do CG 2012.

Leopoldo Kaswiner - Fotógrafo
Estúdio Câmera Um
Sócio do GECC
http://cariricangaco.blogspot.com/2011/10/participar-do-cariri-cangaco-e.html
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Os Últimos Cangaceiros

Por: João de Sousa Lima


Os Cangaceiros


Moreno e Durvinha estão eternizados pelas lentes do cineasta Cearense


Wolney Oliveira, através do longa-metragem:

"Os Últimos Cangaceiros".

O filme foi lançado durante o Cine Ceará de 2011 onde foi bem aplaudido e comentado. No momento a película roda o Brasil participando e concorrendo  vários festivais de cinema.

O trabalho teve a assessoria dos escritores:

O Cariri Cangaço e seus mistérios

Por: João de Sousa Lima


POR QUE BRIGAMOS?


Até hoje, depois de diversas reuniões  e análises não ficamos sabendo quais foram os reais motivos dessa desavença, logo eles que sempre se deram tão bem: Rubinho e Wescley.



Severo tentou e não conseguiu descobrir os motivos desse tão longo afastamento;



Ivanildo abriu um inquérito que foi analisado por



Juliana e Júlio e nada da verdade aflorar.



Pedro Luis também analisou os supostos levantamentos e nada.
 Mistério perdurou e continua perdurando.

Se alguém descobrir o motivo dessa briga e desse afastamento favor comunicar a direção do Cariri Cangaço.

Adendo - J. Mendes Pereira

Urgente! Antes que seja julgado o inquérito
do Dr. Ivanildo Alves da Silveira

Morre José Vasconcelos, o 'Sá Silva' da Escolinha do Professor Raimundo



Morreu às 6h da manhã desta terça-feira (11), aos 85 anos, o humorista José Vasconcellos. Ele estava internado no setor de geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e sofreu uma parada cardíaca. José Vasconcellos sofria de doença de Alzheimer e de problemas nos rins.

O humorista José Vasconcellos (Foto: Arquivo pessoa/Rick Régis)

José Thomaz da Cunha Vasconcellos Neto (Rio Branco, 20 de março de 1926) é um ator e humorista brasileiro.

Começou no rádio, meio em que se tornou célebre por fazer imitações das vozes de outros locutores e artistas em geral, como a imitação de Ari Barroso apresentando um programa de calouros.

Tornou-se famosíssimo por suas piadas de gagos, sendo o esquete "O Locutor de Futebol Gago" um de seus maiores êxitos. Sua habilidade incomparável de imitador proporcionaram um desempenho inigualável imitando gagos, transformando estas imitações em sua marca particular.Produziu e atuou no primeiro programa humorístico da televisão brasileira, "A Toca do Zé", exibido pela TV Tupi de São Paulo em 1952.


Em 1960 gravou um disco pela Odeon, "Eu Sou o Espetáculo", sendo provavelmente o primeiro humorista a vender mais de 100 mil cópias de um LP do gênero, além de que esse disco tinha duração de 55 minutos, sendo o mais longo LP de humor já feito no país. Seu sucesso abriu caminho para que outras gravadoras investissem no segmento, mas o próprio Vasconcelos não conseguiu repetir o êxito de sua primeira gravação.

Continuou trabalhando na TV, em papéis como o do gago "Rui Barbosa Sa-Silva" na Escolinha do Professor Raimundo, além de se apresentar em casas de espetáculos por todo o Brasil.

Em 2009 foi lançado o DVD Documentário "Ele é o Espetáculo",do cineasta Jean Carlo Szepilovski, uma homenagem ao conjunto de sua obra.

Em 23 de setembro de 2010 foi realizado o lançamento nacional desse documentário "Ele é o Espetáculo", uma biografia narrada pelo próprio humorista, com depoimentos de Jô Soares, Chico Anysio e trecho de filmes e programas de rádio e TV em que atuou durante a carreira. A exibição do documentário foi no Cine Clube José Cesarine, em Itatiba-SP.

Atualmente vivia em sua casa na cidade de Itatiba, interior de São Paulo. Estava afastado da televisão e sofria de Alzheimer.


RECUPERAÇÃO DE SHAOLIN


Três meses depois de ter sofrido um grave acidente de carro em Campina Grande (PB), o humorista Shaolin continua internado em estado grave e ainda está em coma no Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da instituição.

Nesses 87 dias, sem
evolução do quadro de saúde, a mulher de Shaolin, Maria Laudicéia Veloso, contou à reportagem como tem vivido esse momento difícil.



- Tenho muita esperança. Só volto para casa com ele junto e bem. Enquanto isso, fico aqui ao lado dele. Venho ao hospital todos os dias. Ligo para casa todos os dias para falar com a mãe dele, com os irmãos, para dar notícias. De lá, eles me ligam para saber se estamos bem.

Apesar de perceber que o batimento cardíaco de Shaolin se altera todas as vezes que conversa com ele, Maria Laudicéia disse que, segundo os
médicos, isso é “algo normal para quem está em uma situação como a dele”.

- Não há previsão para ele sair do coma. Os médicos dizem que eu tenho que ter paciência, porque é imprevisível. Clinicamente, ele está bem, mas neurologicamente não tem reação.

Além do apoio familiar e dos amigos, Maria tem contado com o apoio carinhoso de fãs do humorista Brasil a fora.

- Recebo centenas de e-mails com mensagens todos os dias. Não consigo nem responder todo mundo. Fico feliz em saber que ele está sendo lembrado. Esses gestos contribuem de forma muito positiva para recuperação dele, já que temos uma corrente de oração.

“José Inácio do Barro e o Cangaço”

Livro do jornalista Barrense Sousa Neto


O livro mostra a importância desta pequena cidade no Cariri cearense no cenário nacional, sendo inclusive divulgado em vários jornais importantes na época como “Paraíso dos Cangaceiros”.

A história tem inicio com a família Viriato na povoação de Boa Esperança, hoje distrito de Iara, praticando atos de vandalismo, saques e ataques a fazendeiros ricos dessa e outras regiões ainda na época do Brasil Império. Depois o nascimento, casamento, ascensão, declínio, fuga e morte do conhecidíssimo Major Zé Inácio do Barro, criando inclusive uma ligação de seu nome ao nome do município até os dias atuais.

Nesse Paraíso dos Cangaceiros os leitores conhecerão figuras que aqui estiveram a serviço do Major Zé Inácio como: Sinhô Pereira, Luiz Padre, Virgulino Ferreira, Baliza, João Dedé, Cícero Costa, Ulisses Liberato, João de Genoveva e outros asseclas do emblemático senhor da região.

A obra mostra ainda a relação de estreita amizade entre Zé Inácio Dr. Floro Bartolomeu e Padre Cícero chegando a participar do famosíssimo PACTO DA PAZ e a história de Tiburtino Inácio de Sousa filho do Major que ao que se tem conhecimento foi o único filho de coronel que virou cangaceiro.

E para fazer justiça a um homem que implantou um regime tirânico na região, o livro ressalta que o mesmo também tinha o seu lado humanístico promovendo ações de filantropia.

Valor: R$ 35,00 (frete incluso)

Contatos: netobarro@bol.com.br ou
(88) 9255-7581





MARIA BONITA TRAÍA LAMPIÃO?

Por: José Mendes Pereira


Eu não tenho autoridade para falar com firmeza sobre "Cangaço", e nem tão pouco sobre as aventuras de  Maria Bonita, mas sobre a sua dignidade de mulher honesta, parceira do rei do cangaço, não tenho dúvida, apesar de viver numa vida de horrores, Maria  preservava o seu nome, a sua honra.


Maria entrou para o cangaço quando se apaixonou por Lampião, e a partir daí, deixou a paixão de lado e passou a amá-lo, a respeitá-lo, a considerá-lo como sendo o seu companheiro até a morte, como qualquer outra mulher.


O Dr. Ivanildo Alves da Silveira que com certeza pesquisou,  tem sua opinião, e o leitor poderá ler em "AS MULHERES QUE TRAÍRAM SEUS COMPANHEIROS", http://www.orkut.com/
CommMsgstid=5573518858067542110&cmm=624939&hl=pt-BR 

Palavras do Dr. Ivanildo

"-Essa estória de que Maria traiu Lampião, eu não acredito. Creio, que trata-se de mais uma criação das lendas que envolvem o Rei do cangaço. Sobre esse fato, não existem provas robustas e contundentes sobre a veracidade do mesmo, como existiu nos demais casos de traição".

A literatura Lampiônica tem sido um dos mais  perfeitos trabalhos feito por quem saiu e continua saindo nas caatingas, nas casas dos remanescentes do cangaço, passando fome e sede, não por não ter condições financeiras, ao contrário, quem sai à procura de fatos nos cerrados, com certeza vive muito bem, mas devido as dificuldades existentes durante as suas pesquisas; no subir cerras, dercer cerras, pernoitar nas caatingas, dormir sobre os lajedos, desprovido de teto, tudo isso causa enfado, fome e sede. 

Não vamos denegrir a imagem de Maria Bonita. Deixa a nossa rainha em paz. Honesta, amada e amante de Lampião. Deixa os pesquisadores organizaram a literatura lampiônica. Não vamos criar fatos inexistentes, só pelo prazer de contrariar o que já foi registrado. Deixa Lampião morto lá na Grota de Angico, e não mais afirmar que ele escapou da chacina e morreu em outro Estado.