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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

"VIVA ZÉ VALDI" - O SHOW


O SHOW - No dia 7 de fevereiro, às 20h, o Teatro Municipal Dix-huit Rosado será palco para um grande espetáculo de solidariedade e amor ao próximo. Nesse dia, será realizado um evento para angariar recursos em prol de José Valdir de Oliveira, que passa por um tratamento médico de alto custo. O evento tem início previsto para as 20h da próxima sexta-feira, 7, e tem como atrações o Grupo Vina, a banda Radiola Clube e vários artistas convidados. Toda a renda arrecadada pelo evento será revertida para o custeio das despesas com o tratamento ao qual José Valdir vem se submetendo. Inclusive, o valor que seria pago como cachê para as atrações principais, já que tanto o grupo Vina quanto a banda Radiola Clube e os demais artistas que se apresentarão abraçaram a causa e doaram integralmente seus cachês.

SENHAS - Os interessados em participar do evento e colaborar com esse gesto de solidariedade já podem adquirir suas senhas antecipadamente, que estão sendo comercializadas no Café Bagdad, no Liberdade Shopping, e na MPB Pastelaria, na Praça de Convivência. Os valores das entradas estão divididos entre inteira (R$ 30,00) e meia (R$ 15,00).
IDEALIZADORES - O show beneficente intitulado “Viva Zé Valdir” foi idealizado por seus amigos. Entre os idealizadores estão Aécio Cândido, Anadja Braz, João Liberalino, Otília Neta, Elza Brito, Fátima Araújo, Carlos Lima, Rogério Dias, Emanuel Braz e Herbert Mota.

JOSÉ VALDIR - Natural do município de Assú, José Valdir é engenheiro agrônomo, poeta, instrumentista, cantor e compositor. Nos anos 1980, estudou e concluiu o curso de Agronomia na antiga Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), hoje Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA). Na primeira metade dos anos 80, José Valdir participou do grupo Sementes da Trupe, que, além dele, tinha como componentes Herbert Mota, Honorata (Nora), Júlia, Sabiá (percussionista) e Wilson Miguel. Segundo Herbert Mota, o grupo interpretava composições próprias, mas trazia para o cenário artistas excelentes, ainda que iniciantes e de pouca expressão em nível nacional, como é o caso de Tetê Espíndola, Almir Sater, Xangai, Vital Farias, entre outros. “Participamos do ‘Festival do Forte’ em Natal, em 1984, e fizemos apresentações em algumas universidades como em Campina Grande, João Pessoa e Natal. Temos várias composições daquela época que jamais foram gravadas. Não posso deixar de citar, para registro, as festas na famosa casa 14 da vila acadêmica da Esam, onde rolava muita música de qualidade, bem assim os inesquecíveis Shows de 1º de Maio que eram realizados em Mossoró onde José Valdi sempre participou. Desfez-se o grupo e cada um seguiu seu caminho, sem, no entanto, perder o contato.

Valdir fez por merecer o curso e o diploma de engenheiro agrônomo e estabeleceu-se na atividade agrícola e permanece no Vale do Açu, executando a musicalidade, nas horas vagas”, lembra.

DOENÇA –  Nos últimos dias de 2013, José Valdir foi acometido por problemas de saúde que demandaram um dispendioso e intensivo tratamento, que já está em curso para o combate a um tumor detectado na sua cabeça. O tratamento está sendo realizado em Natal.

DOAÇÕES – Além de participar do show em prol do tratamento de José Valdir, os interessados em contribuir para o custeio das despesas do tratamento podem fazer doações em dinheiro a através da conta 

20.901-5, operação 51, agência 3293-X, do Banco do Brasil.

Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador do cangaço Kydelmir Dantas

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Balão "Cabra do INPS" - Trinta anos de luta. Agora, é um trabalhador aposentado e doente.

 
Guilherme Alves,  o ex-cangaceiro "Balão". - Foto: Josenildo Tenório

Texto de Cláudio Bojunga para o jornal “O Estado de São Paulo” –  01/08/1973

No dia 27 de outubro de 1972, o ex-cangaceiro Balão, de cabra de Corisco, Anjo Roque e Lampião, cabra macho, pai de 25 filhos, tendo o corpo fechado por um patuá secreto e inconfessável; Balão, portanto, na verdade Guilherme Alves, mas por direito Balão porque sempre teve o peito estufado, recebia nas costas cem quilos dentro de um poço desbarrancado, perdido na ocasião os dentes, fraturando as costelas, rachando os lábios, cegando os olhos, afundando o peito. A cidade de São Paulo liquidava um cabra que sobrevivera aos tiros de Mané Neto e que durante nove anos de caatinga nunca pisara em farmácia. O declarante tem algo a dizer?

- Sabia que aquele poço ia cair, mas o mestre de obras Guerino começou a me torrar. Entrei para ele ver. Só me lembro de ter enchido um balde de terra.

Aposentado.

O curioso é que, havendo lutado durante os primeiros trinta anos de sua vida e trabalhado durante os outros trinta que também viveu, nunca teve férias. Ouçam a história:

Depois de nascer em Paulo Afonso, Bahia, no ano de 1910 viu com quatro anos de idade o diabo “um neguinho preto botando fogo na roupa”. O bicho desapareceu lá pelo Pilãozinho. 

Balão não chegou a ver seus pés de bode, mas diz que “o resto era homem de mesmo”. Foi a única vez que viu o diabo em pessoa. Depois, viu só suas obras. A seca era braba e a criação se acabava de sede. Chegou então a volante, sovou o pai em cima de um saco molhado de sal e cortou o couro cabeludo do irmão. Balão, tipo genioso, decidiu vingar. Nisso passa Corisco. 

Briga

– “recebi um fuzil comprido e seiscentas e sessenta balas. Gastei tudo no primeiro dia”. Comida – “quando achávamos uma rês ninguém ia percurar o dono; passava a do coco. Mas era difícil encontra e as vêis nós abria a boca pro céu e não encontrava nem uma salivinha na ponta da língua”. Ascendência – “minha bisavó foi pegada lá pros lados de Mato Grosso. Era da aldeia Carajá". Lampião - “num queria mudá nada, morreu purque tava cansado – brigar vinte anos num é vida de homi”.

Corpo Aberto 

Balão só viu o mar no dia em que se entregou. Foi em 1938, Salvador, na barra do Rio Vermelho. Caiu n’água e gostou. Só que de noite teve a primeira dor nas costas de sua vida. Andaram dizendo que aquilo lhe abrira o corpo. Balão não acreditou, mas nunca pôde tirar a prova, já que a partir daquele dia nunca mais entrou num tiroteio. 

Ficou um ano no quartel, foi bem tratado pelo capitão Aníbal e depois deu no pé a fim de procurar seu destino. Para quem nunca havia trabalhado aquele seu primeiro emprego na estrada de ferro, de trena e baliza na mão, foi até manso. Puxou com os “ingenhero” uma linha de Contendas a Monte Azul; tomou conta de noite do barracão de lentezinhas, acabou arranjando um caso com o "dotô" que lhe cortejou a namorada. Não bateu nele, não – deu só uns tiros numa porta – o "dotô" pulou uma janela e um abaixo-assinado removeu-o do local. Fugiu correndo para o Sul sem documento. Corpo agora definitivamente aberto. 

Passou por um investigador da polícia em Pederneiras, passou por Tupã, encarou uma pensão portuguesa em Marília. Era o tempo da Guerra e do gasogênio, os carros corriam com um caldeirão atrás. Balão plantou um pouco de algodão, mas trabalho mais duro era um suplício – o homem que só tinha empunhado o fuzil criou 17 calos na mão no dia em que cortou sua primeira lenha. Sua época mais feliz foi logo depois, quando arrumou um barzinho à beira da estrada em troca de cem votos municipais. Depois inventaram um negócio de imposto e Balão veio para São Paulo – 30 de outubro de 1960. Foi dando logo uma entrada para comprar a casinha.

Itaquaquecetuba. Por ali, perto de São Miguel Paulista, Balão descobria mais gente do que na cidade de Belém, por exemplo. Milhares de nordestinos. Isso aliás nunca o espantou – Balão disse que não se espanta com “panorama”, aliás não se espanta com nada.  

E foi aí que começou o inferno. Começava sua carreira como poceiro – poços de 10 a 15 metros, sem ajudantes a não ser seus filhos “de menor” que trabalhavam de graça e não conseguiam alçá-lo do fundo da terra. Os peitos e as costas rebentadas de noite. Recebeu seu primeiro cheque sem fundo no dia 25 de outubro de 1963 – ele se lembra de que era o banco Auxiliar de São Paulo, emitido por dois larápios, o Norberto Tedesco e um outro pilantra vestido com uma falsa farda da Aeronáutica. 

À procura dos direitos 

Num gesto de absoluta ingenuidade, Balão devolveu não só o primeiro mas o segundo e o terceiro. Depois assinou promissórias que ficaram sem resposta. Quando o prazo esgotou Norberto pediu a Balão que “desse o fora” e fosse procurar seu direito. Que voltasse quando conseguisse encontra-lo. Balão saiu desesperado com a desfaçatez. Nem pegou o elevador: desceu a escada a pé e foi comprar uma garrucha e 25 balas na rua Joaquim Nabuco. Mas “se os maiores estavam criados, os de menor não tinham parentes ou aderentes – estariam perdidos com um pai na cadeia”. Saiu procurando seus direitos – trocou a garrucha por um rádio de pilhas.


Foto: Josenildo Tenório

Depois venceu a sanfona de oitenta baixos, fez galeria na rua Santo Antônio (“o mestre de obras era ruim, quase meto a picareta no gogó dele”) trabalhou no ar comprimido para a Sobraf – nunca tinha visto aquilo –, o português jogou-o lá dentro até o dia em que o médico disse que ele não tinha mais idade para aquele trabalho, bateu estaca na rua Veridiana. Sempre à procura de seus direitos, mas com um ditado à mão: “boi muito amassado dentro do curral se num soltar fica ruim”.

E foi indo até o dia em que o Guerino, o maldito Guerino, resolveu desafiá-lo a entrar naquele poço evidentemente apodrecido. Sabia que ia desabar. Mas ele torrou, e Balão cavou um balde – o último balde bem cavado de sua vida: dentes, costelas, olhos, peito – e a dor na virilha, a sinusite crônica, a urina avermelhada de sangue. E os direitos? 

Balão nunca se separa das muitas carteirinhas ensebadas mas em ordem, dentro do bolso da camisa. Depois de tantos anos de vida sem lei, é quase uma obsessão a lei. Afinal, a cidade grande e o mundo industrial é que são os civilizados. Carteira profissional n° 2502, chapa 1180 da Sobraf, etc... A carteira está presa na Delegacia do Trabalho na rua Martins Fontes, pois Balão finalmente resolveu fazer um processo. Está liquidado, soterrado, o corpo mais que aberto e não recebe o devido. No bolso, cartõezinhos de advogado: 

“Na forma combinada apresento-lhe o senhor Guilherme Alves, vítima daquele acidente em que ficou soterrado num poço de fundação”. 

Bônus!!!

 
Balão, em registro de Antônio Amaury - (Obs. Foto não compõe a matéria original)  

Um boi amassado dentro de um curral. 

Está devendo duzentas pratas na venda, ainda não acabou de pagar a casa. - Se num soltá fica ruim. Ultimamente deixou novamente seus cabelos crescerem.

Encheu os dedos de anéis. Quem sabe, num arranja um papel em filme de cangaceiro. Está procurando seus direitos.

A última filha de Balão tem dez dias. Quem vai dizer a Balão que Corisco fez bem em não se entregar? 

Créditos para Antônio Correa Sobrinho 

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Nesta Terça : Reunião GECC - Cariri Cangaço


Convidamos a todos os confrades para nesta terça-feira, dia 04 de fevereiro, a partir das 19 horas, participar de mais uma Reunião do GECC Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e  Cariri Cangaço. 

Auditório Sede da ABO  
Associação Brasileira de Odontologia
Rua Gonçalves Ledo, 1630  
Bairro Joaquim Távora
Fortaleza, Ceará 

Ângelo Osmiro
Presidente do GECC
Manoel Severo
Cariri Cangaço 

http://cariricangaco.blogspot.com 
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Restos mortais do cangaceiro Jesuíno Brilhante não foram entregues aos Patuenses

Por José Mendes Pereira

Jesuíno Alves de Melo Calado era o famoso cangaceiro Jesuíno Brilhante, tendo nascido no ano de 1844, no sítio Tuiuiú, no município de Patu, no Estado do Rio Grande do Norte, e era filho de José Alves de Melo Calado e D. Alexandrina Brilhante de Alencar.

Em dezembro de 1879, na região das Águas do Riacho de Porcos, Brejos da Cruz, na Paraíba, Jesuíno Brilhante foi atingido no braço e no peito, sendo levado por seus amigos. Mas infelizmente ele não resistiu aos ferimentos e faleceu no lugar chamado "Palha", tendo sido  enterrado onde morreu. 

Os restos mortais do cangaceiro Jesuíno Brilhante saíram de lá, e vieram desnecessariamente para Mossoró

Dr. Francisco Pinheiro de Almeida Castro 

No ano de 1883, o Dr. Francisco Pinheiro de Almeida Castro, que era médico em Mossoró, visitou o túmulo do cangaceiro, e trouxe para cá os seus restos mortais, abrigando-os em sua residência.

Após sua morte, em 22 de junho de 1922, os restos mortais  de Jesuíno Brilhante foram levados para o Grupo Escolar "30 de Setembro". No ano de 1924, eles foram transferidos para a Escola Normal. E tenho informação que, posteriormente eles foram transferidos para o Rio de Janeiro, para estudos, e ninguém teve mais informações sobre os mesmos

Por que o Dr. Almeida Castro meteu a sua colher na ossada do cangaceiro, se ele não era perito nisto? 

O Dr. Almeida Castro nascera em Maranguape-Ce, e era médico em Mossoró, mas não era perito, legista ou outra coisa semelhante, em relação à estudos em ossadas, restando apenas o prejuízo para a cidade de Patu, que sem merecer, perdeu um pouco da sua história, quando os restos mortais do cangaceiro deveriam ter sido entregues à população patuense. Se ainda existem por aí, ninguém sabe.

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