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terça-feira, 24 de julho de 2012

Hoje na História de Mossoró - 24 de Julho de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 24 de julho de 1969 falecia o Professor Manuel de Assis, autodidata, poeta, jornalista e educador, ministrando letras e línguas, secretário da Escola Normal de Mossoró, nomeado em 1922 e em cujo cargo se manteve até a compulsória. Nascido em Sacramento (Ipanguassú) a 1 de julho de 1883. Um Grupo Escolar da cidade tem o seu nome, como homenagem póstuma. 

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Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fonte:
http://www.blogdogemaia.com/#                 

ISAURA LOPES CLEMENTINO E A HISTÓRIA DO CANGAÇO - Parte 1 (de Pernambuco a Sergipe)

Por João Paulo Araújo de Carvalho(*)

No início de 2009, na busca das memórias de N. Sra. das Dores (SE), tive a oportunidade de conhecer a senhora Isaura Lopes Clementino. Estava em busca de memórias do cangaço, capítulo da história nacional e local que ecoa até hoje, mesmo decorridos 73 anos da morte de seu maior ícone (28 de julho de 1938), Virgulino Ferreira da Silva (1898-1938) - o Lampião, e do início do declínio do movimento.

No auge dos seus quase 100 anos de lucidez e demonstrando forte ligação com o tema, dona Isaura nos relatou, em várias conversas desde então, fatos que elucidam algumas das mais importantes dúvidas que existiam na história do cangaço em terras dorenses, em especial no que diz respeito à relação mantida entre o "rei do cangaço" e o Coronel Vicente Ferreira de Figueiredo Porto (1876-1949), o Figueiredo da Tabúa, do qual o pai da nossa personagem (João Clementino) foi homem da mais alta confiança, confiança atestada pelo saudoso cirurgião dentista Eduardo de Andrade Porto (neto do coronel) em entrevista ao Projeto Memórias no ano de 2006.

Esta pernambucana de Triunfo, que desde os 15 anos reside no município de Dores, nos relatou que a vinda da família Clementino a Sergipe está intimamente relacionada à Lampião, já que o mesmo determinou a João, seu genitor, que desse cabo da vida do vizinho, Pedro Quelé, que havia lhe dado "aborrecimento". Diante da negativa de João Clementino, justificada pela boa relação que mantinha com o vizinho de propriedade e compadre, o mesmo passou a ser ameaçado de morte por Virgulino, o já temido e afamado Lampião. A decisão de sair de Triunfo para evitar que o cangaceiro desse fim a sua família, a qual Clementino resistiu mas fora aconselhado por um irmão que dava coito a Lampião, veio após o recebimento de uma carta assinada pelo próprio cangaceiro, que em forma de ameaça dava o ultimato: "corre corre minha burrinha, tu corre mais do que eu, vai dizer a João Clementino que o Pedro Quelé morreu".

Após curto período no estado de Alagoas a família de dona Isaura desembarcou no Cajueiro, N. Sra. das Dores (SE), onde seu pai e seu irmão (Pedro Clementino) se tornaram empregados do Coronel Figueiredo. Foi nessa propriedade que, tempos depois, os Clementinos se veriam novamente envolvidos na história do cangaço.

No fim dos anos 1930, pouco antes da chacina de Angicos, a fazenda Cajueiro foi invadida por um grupo de cangaceiros liderado por José Ribeiro Filho (1913-1981), o Zé Sereno, e desejosos de extorquir dinheiro do Coronel. Diante da negativa, houve serrado tiroteio, que só não resultou na morte de Figueiredo graças à ajuda e coragem de Pedro Clementino.
(*)(historiador, mestre em História, professor e colaborador do Projeto Memórias) contato: joaopaulohistoria@gmail.com

Publicado na Revista Perfil. Julho de 2011.

Extraído do blog "O Cangaço em Foco", do pesquisador do cangaço e Delegado de Polícia Civil no Estado de Sergipe: Dr. Archimedes Marques

Novo livro na praça


Abram as cortinas para: "A casa de Santinha" um espetáculo que virou livro.

SINOPSE:

Para Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço, diretor do Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e Membro da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, prefaciador do livro, “Pawlo Cidade tem o dom dos alquimistas que percebem a vida de outra forma, compreendem o mundo e vêem as coisas com outro olhar; transformam em realidade, emoções e sentimentos. Assim nasceu “A Casa de Santinha”, sua mais nova obra de ficção, transformando em livro o sonho de nos trazer um pouco da vida de uma das sertanejas mais conhecidas do planeta”.

E acrescenta: “O talento de Pawlo Cidade traz para o teatro um recorte ficcional de um momento importante da vida de dois desses maravilhosos protagonistas das sagas nordestinas: A morena da terra do condor, a menina moça que abandonou sua casa, sua família e seu casamento para se tornar uma das Marias mais festejadas e famosas, que enfeitiçou o maior de todos os cangaceiros: O seu homem; Virgulino Lampião”.

A peça mostra uma outra Maria, “uma menina doce e sonhadora, vivendo a desilusão de um casamento infeliz e a euforia da descoberta de uma nova e misteriosa vida a partir de um grande e devastador amor, um dos maiores que o sertão já conheceu.” A produção é da Mondrongo, editora do Teatro Popular de Ilhéus, sob a editoração de Gustavo Felicíssimo.



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A ENTREVISTA DE GLAUBER ROCHA COM ZÉ RUFINO, O MATADOR DE CORISCO

Por: Rostand Medeiros

Clique no link abaixo para você conhecer os últimos momentos dos últimos cangaceiros do nordeste brasileiro: Corisco e Dadá

A garota que se escondeu na casa de dona Berlina

Por: Juarez Conrado
Em 1929 Lampião fez visita ao município de Nossa Senhora da Glória.

Um caso interessante!

Foi o caso de uma garota morena muito formosa, que logo se apaixonou pelo cangaceiro Volta Seca. 

Volta Seca ainda menino - Em pé

Acertaram, até mesmo, viajarem juntos  quando de saída do bando de cangaceiros, tornando-se, assim em uma nova cangaceira.

Zé de Bela de Gameleira, pai de Jovina, este o nome da moça, soube do acerto entre ambos. Inconformado, solicitou a João Francisco falar com 



Lampião e pedir que a fuga de sua filha não se consumasse, sendo prontamente atendido, após severa repreensão ao cangaceiro-menino.

Extraído do livro: 
Lampião Assaltos e Morte em Sergipe.
Autor: Juarez Conrado
Página: 149
Aracaju - Sergipe
Ano: 2010


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UMA CASINHA, COQUEIRAIS AO REDOR... (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

MA CASINHA, COQUEIRAIS AO REDOR... 

Isso mesmo: uma casinha, coqueirais ao redor, e mais adiante, pertinho das águas, uma velha canoa. E a paz, o silêncio, e quando muito o barulhar das ondas e o vento agitando as folhagens.
Talvez eu queira demais na vida. Mas como veem, não sonho em morar em mansão, em chalé luxuoso, em castelo medieval reformado, mas apenas numa casinha, num casebre de barro e coberto de palhas, ao lado de coqueirais...
Pincelo na tela matuta o meu desejo tão maravilhosamente sublime. Imaginando-me vivendo, morando, acordando e anoitecendo, caminhando naquela paisagem fácil de encontrar naquelas pinturas a vida de pescadores, suas moradias e seu universo.


Mas não pretendo ser pescador, ainda que das águas também vá tirar o alimento saudável e fresquinho. Peixe pescado com tarrafa, com vara comprida e anzol, com armadilha de rede pequenina. Só quero um peixe a cada dia.
Minha maior intenção é fazer a amizade que jamais consegui na cidade grande. Sonho em ser amigo do verde, das plantas nativas, dos coqueirais, da areia fronteiriça à vida, da tarde serena, da manhã altiva, da noite imponente, da lua poética.
Desde muito que guardo palavras para dizer ao silêncio possível ali, ao vento dançante existente ali, à brisa perfumada que mora ali. Tenho um segredo para contar à concha que chega à areia, ao pequeno molusco esquecido pela leve onda. Tenho um grito para falar com a montanha e um assovio para brincar com a revoada.
Ah, como eu queria ter mais, muito mais. Sei que não tenho muito mais a dar porque passei grande parte de minha vida conversando comigo mesmo, dando vida a personagens que se escondem em folhas, escrevendo versos para um amor desamado.
E essa minha vida criando mundos imaginários e jogando ramalhetes na janela de que nunca abria foi me consumindo e deixando um vazio imenso. Meus personagens certamente são mais alegres e vivazes do que sou, o apaixonado da poesia ainda sonha e deliria de amor. E eu fui me tornando apenas esse que ainda sou...


E o que sou não será nada se algum dia não conseguir entrar na tela com paisagem e cenário descritos acima. Aquela mesma da casinha no fim do mundo, ou bem pertinho da vida, que tem silêncio, paz e coqueirais ao redor.
Que bom se meus olhos olhassem adiante e só enxergasse azul, essa cor no horizonte e nas águas também esverdeadas. E mais tarde encontrasse o vermelho-alaranjado do entardecer e se preparasse para o marrom do resto do dia e o negrume luminoso do anoitecer.
Lua por cima e a escuridão trazendo seus sons, suas vozes onduladas, farfalhantes, murmurantes, tudo numa leveza de vida que não se preocupa em passar. E eu deitado na rede armada entre dois coqueiros, apreciando a melodia do tempo e desejando adormecer para sonhar com aquilo mesmo ao redor.
Não faltará gás no meu candeeiro, não faltarão livros na minha estante, e todos de um só autor. Só preciso de Jorge para a vida, aqueles mesmo Amado dos bordéis cacaueiros, dos coronéis desbravadores, dos jagunços fiéis, das ladeiras negras ensanguentadas, dos terreiros de santos africanos, dos velhos marinheiros arriscando a vida, dos lenços chorosos da beira do cais...
E talvez uma poesia riscada na areia e sem ser de amor nem de paixão, sem rimas nem estrofes metricamente estruturadas. Apenas versos escritos com a ponta de pau e cantando as belezas de um novo amor que agora me ensina que a vida só é bela quando na comunhão de Deus e da paisagem mais nativa que houver.


Vou acender o fogão de lenha e colocar por cima um peixe enrolado na palha de coqueiro. Já fiz o pirão de água de siri mole, já trouxe a aguardente que guardo dentro do coco, já lavei minha mão para saborear com os dedos essas delícias do dia.
E depois a rede, a tarde, o entardecer, a vida...

Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com

MENINA DE 12 ANOS DESAPARECIDA EM TIBAU - Rio Grande do Norte

cinthia_livia

A estudante Cinthia Lívia de Araújo, 12, residente na cidade de Tibau, está desaparecida desde a noite do último sábado. As buscas pela menina estão intensas, tanto através da polícia do município quanto pelos familiares nas redes sociais. No entanto, apesar de todos os esforços, até o fechamento desta edição ainda não havia pistas sobre o paradeiro da criança.
Roneide Pinheiro, pai de Cinthia Lívia, conta que a menina saiu por volta das 19h de sábado para comprar um chiclete em um mercado próximo de casa e não mais voltou. "Ela pediu um dinheiro para a mãe e foi até o mercado. A dona do mercadinho disse que vendeu o chiclete para ela, mas na volta para casa ela desapareceu", relata.
A polícia está realizando buscas nas proximidades. Na tarde de ontem, a Delegacia de Polícia recebeu dois alarmes falsos sobre o paradeiro da criança. "Recebemos uma ligação dizendo que a menina estava na comunidade de Pau Branco. Fomos lá e a menina que estava lá não era Cinthia Lívia. Depois recebemos outra ligação dizendo que encontraram a garota na divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará e mais uma vez a denúncia não procedia", relata o tenente Jota Pereira, comandante do policiamento da cidade.
O tenente Jota Pereira diz que nenhuma pista concreta surgiu até o momento. Ele destaca que não há nenhuma hipótese sobre a causa do desaparecimento da menina. "Há muitas informações desencontradas. E não há como dizer o que de fato aconteceu. Estamos fazendo o possível para localizar a criança. Apesar dos alarmes falsos, estamos averiguando todas as informações que chegam à delegacia", relata.
A família disponibilizou os números 8857-1159, 9471-3100 e 9193-3309 para que sejam dadas informações que levem ao paradeiro da menina. Eles relatam que Cinthia Lívia estava de saia preta, blusinha de alça da Minnie e uma sandália havaiana da moranguinho no momento em que desapareceu e pede para quem souber de alguma notícia entrar em contato pelos referidos telefones.

Fontes: O Mossoroense
Colaboração do www.blogdodrlima.com
Colaboração do http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO NO ROMANCE

Por: Clerisvaldo B. Chagas, Crônica Nº 826
Clerisvaldo B. Dantas

Lampião chegou de surpresa à fazenda de um amigo. Ali foi recebido como um governador dos mais amados pelo povo. Com um pequeno grupo de homens famintos e cansados, resolvera esperar pelos outros grupos que também convergiam para aquele ponto. O fazendeiro abateu um novilho; mandou buscar em Santana o melhor vinho que havia e distribuiu redes brancas à vontade.


A lua espiou na boca do “grutilhão” e subiu majestosa, prateando a caatinga entorpecida. Mandacarus e facheiros recortavam-se à luz dos astros, como entes ciclópicos de vários braços. No alpendre baixo da casa, as sombras vindas da fogueira, contorciam-se à semelhança de fantasmas sem nomes, assustando os vivos. Era uma das mil faces do reino encantado do sertão. Parecia que os seres noturnos paravam para escutar as cantigas dos homens rudes e brutos.

Lampião quando chegou
Quilariando a candeia
O tenente correu tanto
Que ficou de carça cheia...

Foi nessa euforia toda, nesse desabafo sertanejo, que Virgolino tomou conhecimento da situação dos romeiros. Estava distante deles apenas meia légua. Comentou o caso com Maria Bonita, que lhe deu algumas sugestões. Olhou para a brincadeira dos seus homens e não desejou importuná-los.

O rife de Lampião
É feito só de metá
O sordado diz de longe
Que a peste é quem vai lá...

Logo pela manhã, o rei do cangaço chamou um dos seus homens:
─ Cobra Nova!
─ Às suas orde, capitão.
─ Quero que você me vá à fazenda do major Saturnino ─ disse à medida que limpava os óculos com um lenço vermelho ─ Tá me entendendo?
─ É pra já, capitão ─ respondeu o cabra, seco igual a bambu. (...)

·         (Páginas 103-104, do romance “Defunto Perfumado”, do autor. 1982. Edição esgotada).