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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

AS TEORIAS MALDOSAS OU A DESCRENÇA NO DEUS CRIADOR

Por Rangel Alves da Costa*
 Rangel Alves da Costa

Ligo a televisão num canal pago e avidamente me atenho às teorias maldosas. Principalmente uma, a denominada Teoria dos Antigos Astronautas, que refuta qualquer participação divina na criação do universo e do poder de realização concedido ao homem, para defender que tudo que há no mundo é obra exclusiva de seres alienígenas.

Assisto avidamente porque me instiga ver e ouvir tantas aberrações partindo de pessoas supostamente inteligentes. Contudo, não sei se alguns daqueles teóricos passariam num teste de sanidade mental. Daí soar até como brincadeira que Giorgio Tsoukalos, um pesquisador da formação das antigas civilizações por seres extraterrenos, repita a cada instante que tudo, mas tudo mesmo foi obra de antigos astronautas, dos extraterrestres.


Com o seu cabelo sempre e devidamente espetado para cima, Tsoukalos, que já foi diretor do Centro de Pesquisa de Astronautas Antigos de outro falastrão, o mundialmente conhecido Erich von Däniken (autor de “Eram os Deuses Astronautas?”), vai soltando baboseiras de indignar qualquer pessoa mais consciente. Diz, por exemplo, que descendo dos céus, os seres extraterrestres foram os responsáveis pela criação do universo. Basta ver as civilizações antigas, cujos monumentos são obras de deuses desconhecidos, segundo afirma.

Contudo, não se mostram ateus nem afirmam, com clareza, que Deus nunca existiu nem passa de um mito religioso. Mas não precisaria que fizessem tal afirmação. Suas posições teóricas, ao dar primazia aos deuses desconhecidos como elementos criadores do universo, já mostram suas intencionalidades. Desde o surgimento do homem, sua criação como elemento primordial, aos acontecimentos presentes, nada disso teve a participação da divindade religiosa cristã, mas da ação dos seres espaciais, cujo céu talvez tivesse sido criado também por eles.

E são muitas as teorias, sendo a principal delas, como já firmado, a Teoria dos Antigos Astronautas, defendendo a ação dos deuses ou astronautas antigos na criação do homem e na sua cultura, bem como na formação das antigas civilizações. Seus teóricos, pois, afirmam que o homem foi criação de deuses que visitaram a terra em tempos antigos. Contudo, existe ainda, dentre outras, a Teoria Cosmológica Sumeriana (Zecharia Sitchin), a Teoria do Paleoconto (Carl Sagan), a Teoria da Correlação de Órion (Robert Bauval) e o Movimento Raeliano (a criação dos humanos por uma raça interplanetária).

Tais teorias, contudo, só se expressam e sobrevivem pela instigação humana a tudo que diga respeito aos mistérios das antigas civilizações, ao exotismo prevalecente em diversas culturas, aos fatos ainda inexplicáveis envolvendo o surgimento dos grandes templos e as suas construções megalíticas e, principalmente, o desconhecimento humano. Assim, aproveitando-se destes fatores, os teóricos do absurdo vão criando mundos ao seu mundo e desenvolvendo as mais estapafúrdias explicações.

Os teóricos, entretanto, desenvolvem um esforço descomunal para encontrar elementos que deem sustentação às suas proezas ilusórias. Mais fácil seria o reconhecimento de Deus como o grande criador, com base principalmente nos ensinamentos bíblicos, mas preferem negá-lo e se lançam em aventuras mirabolantes. Daí buscar especialmente nos antigos textos hindus e sumerianos as explicações mítico-fantásticas para o surgimento de tudo.


Verdadeiramente desacreditam na Bíblia e no poder criador de Deus. Negam a Bíblia e se voltam para os obscurantismos contidos em textos antigos e que permitem uma multiplicidade de interpretações. Negam a Deus ao afirmar que o homem, como sua maior criação, não possui força suficiente nem capacidade para o pleno desenvolvimento de suas culturas, bem como para construir os grandes templos que até hoje instigam os pesquisadores. Somente a ação dos deuses extraterrestres para que tudo fosse possível, segundo defendem.

E mais. Num destes programas ouvi que os cérebros privilegiados de Einstein, Platão e todos aqueles reconhecidos como gênios, sofreram influências extraterrestres. E tais pessoas podiam manter contato com inteligências interplanetárias para desenvolver suas teorias e obras. Quer dizer, nem a capacidade mental humana foge às afirmações absurdas desses teóricos alienígenas tresloucados.

E dizem que perguntaram a Giorgio Tsoukalos por que ele mantinha o cabelo assim tão estranhamente penteado, sempre para cima, e dele ouviu que aquilo fugia ao seu desejo. Sempre se penteava normalmente, mais aí vinha um extraterrestre e colocava gel estelar.



Poeta e cronista

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Bangu, Memória de um Militante - Lauro Reginaldo da Rocha - Bangu - Parte II

Por Brasília Carlos Ferreira – Organizadora, 1992
Lauro Reginaldo da Rocha era mossoroense - Insurreição Comunista de 1935 em Natal e Rio Grande do Norte

“PRIMEIRO DIA”

Chegamos à Polícia Central. Fui levado à uma sala onde estavam sentados, em poltronas enfileiradas, os maiorais da polícias. Eu estava de espírito prevenido contra interrogatórios, sabia que eles iam começar a qualquer momento. Fitei um ponto qualquer no espaço, procurei nada ver nem ouvir do que se passava naquela sala. Algumas perguntas foram feitas. Elas, no entanto, chegavam aos meus ouvidos sem sentido, como se não fossem dirigidas a mim. Um indagou a origem de uma marca que havia o meu rosto, outro perguntou onde eu morava. Como nenhuma pergunta teve resposta, um silêncio total começou a reinar na sala.

Muito tempo se passou. Todos me olhavam como se nunca tivesse visto gente, até que um deles ordenou: “Podem levá-lo”.

Os mesmos que me prenderam – Cegadas, Monteiro e Pequenino – conduziram-me através de corredores e salas. Em certa altura, recebi uma pancada na nuca – um murro ou um coice, não sei bem – que me projetou de encontro a umas cadeiras. Depois uma porta se abriu e fui empurrado para uma espécie de corredor quadrado, com piso de ladrilho. Em cada parede desse quadrado havia uma porta, sendo que uma delas dava para uma privada e as outras para salas.

“- Vá tirando a roupa!” – ordenou um dos tiras.

Comecei a me despir, enquanto eles tiravam o paletó e arregaçavam as mangas. Fiquei só de cuecas.

“- Tire tudo!” – rosou o mesmo sujeito.

Fiquei completamente nú.

Eu não tinha ilusões, sabia que estava diante de uma situação decisiva, de vida ou morte. Sabia que o medo e o desespero seriam a minha ruína. Concentrei, pois, todos os meus esforços para manter a calma e não me apavorar.

Fui obedecendo às ordens sem inúteis relutâncias. Fui encostado a um canto de parede. Surgiu uma corda, amarraram meus pulsos, um braço foi esticado para um lado e amarrado na maçaneta de uma das portas e o outro braço atado a outra maçaneta da porta do banheiro. A seguir, os pés também foram amarrados. Fiquei completamente imobilizado, de braços abertos como um crucificado.

Abriram uma caixa de espetos de bambu, lisos, achatados, pontiagudos. Outros apetrechos: um alicate, um sarrafo curto para servir de macete, garrafas com líquidos, uma bacia. Um dos policiais aproximou-se e bradou: “Como é, seu f. da p., vai dar o serviço ou não vai?” ele verificou que eu não estava com nenhum desejo de dar serviço pois continuei calado.

Começou então a operação. Segurou firme um dedo de minha mão, colocou um espeto de bambu debaixo da unha e começou a bater com sarrafo, com quem crava um prego. Contraí todos os músculos, cerrei os dentes. O espeto penetrou nas carnes, ultrapassou toda a unha. É impossível descrever aquela dor, tive que sufocar um urro na garganta, o primeiro impulso foi gritar, berrar mas contive-me. Depois passaram aos outros dedos. Um a um os espetos iam sendo cravados, as unhas iam ficando levantadas e roxas, o sangue gotejando sobre o ladrilho.

Enquanto eu me mantinha em silêncio, os monstros cantavam. E acompanhavam o seu nefando trabalho ao ritmo de um estribilho que servia na época de propaganda pelo rádio dos cigarros Adelfi, como se aquilo ao passasse, para eles de um divertimento. E, na sua gíria, os espetos passaram a ter o nome dos cigarros. Havia uma ligação entre a propaganda dos cigarro Adelfi e o “trabalho” dos carrascos. As carteiras desse cigarro traziam vales que davam direito a prêmios aos fumantes e os torturadores eram também premiados pelos seus chefes, sempre que conseguiam arrancar alguma confissão de suas vítimas. Uma idéia digna de seus autores.

Todos os dedos da mão esquerda estavam cravejados com os espetos, passaram para a mão direita. O martírio não parecia ter fim. O serviço era feito porém, com calma os espetos iam ficando enterrados, não havia pressa em retirá-los, eles davam a impressão de que as unhas cresceram de repente e viraram garras.

Eu contava os dedos espetados e os que faltavam espetar, calculava o tempo em que eu tinha de me manter com os músculos e os nervos tensos e fazendo aquele esforço tremendo para não gritar. Quando os dez dedos das mãos ficaram todos enfeitados, respirei fundo e julguei ter vencido aquele primeiro “round”. Mas enganei-me porque o primeiro “round” não terminara. Com surpresa vi que eles se abaixava e começavam a meter os espetos nas unhas dos pés.

As torturas prosseguiram pela noite a dentro, o sadismo tomando as formas mais variadas: “mordidas” de alicate na barriga, torceduras dos testículos, queimaduras com ponta de charuto.

Finalmente, exaustos e suados, os algozes suspenderam as operações. Com o alicate arrancaram, uma a uma, as farpas das mãos e dos pés. Puseram numa bacia um líquido que disseram ser água vegeto-mineral, e mergulharam meus dedos nessa água, à guisa de assepsia. A seguir, fui levado para uma sala ao lado, a alguns passos apenas do local das torturas.

CONTINUA... 

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LAMPIÃO E DUMOURIEZ

Por Clerisvaldo B. Chagas, 22 de novembro de 2013. - Crônica Nº 1091


Vila Sertãozinho (atual cidade de Major Isidoro). Lampião exigiu do fazendeiro major Amaral, certa quantia. O fazendeiro alegou que não tinha no momento, mas Lampião, abusado, ordenou que um portador fosse buscar onde tivesse: “Vá e diga lá que se não vier o dinheiro, toco fogo nesta peste, mato o gado todo e o major também vai no ‘pacote’. O portador foi à vila apelar para a família do major. nessas alturas, muita gente apavorada abandonou à rua. A mulher do fazendeiro iniciou a reza num rosário implorando pela vida do esposo e  pela vila. Os filhos reunidos tentavam resolver a situação.



"LIVRO - LAMPIÃO EM ALAGOAS"

O jovem Dumouriez Amaral era seminarista, estudava em Roma e estava com a família naquela apertada  hora. Juntaram o que puderam e o seminarista fez questão de levar. Lampião ficou impressionado com a coragem do rapaz e a força sobrenatural que ele trazia. Abrandou suas exigências e ouviu o seminarista dizer:

─ Capitão, nós só temos esse dinheiro espero ficar satisfeito e soltar meu para agora mesmo!

Lampião, já dominado, fez ar de riso e obedeceu ao rapaz. Em seguida Dumouriez o demoveu de invadir a vila. Não houve problema.

Lampião foi embora rumo a Lagoa do Jirau, fazenda entre  Palmeira dos Índios e Cacimbinhas e dali seguiu para Pernambuco.

A vila de Sertãozinho é hoje a progressista cidade de Major Isidoro, localizada no centro da Bacia Leiteira de Alagoas. Estava situada em zona perigosa, passagem de cangaceiros, uma vez que Lampião gostava de entrar no estado pela região de Mata Grande/Água Branca e sair entre Cacimbinhas e Palmeira dos Índios para alcançar as terras pernambucanas. Em quase todas as suas incursões a Alagoas, o bandido usava esse trajeto.

Ao sair naquele momento da fazenda do major Amaral, Virgolino, no município de Cacimbinhas, bateu e estuprou uma moça, recebendo uma praga raivosa do cantador repentista famoso na época, Manoel Nenem. Quanto ao caso da fazenda Brás, poderia ter terminado em tragédia ,não fosse o entendimento entre LAMPIÃO E DUMOURIEZ.

* Livro Lampião em Alagoas. 

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OS VERDADEIROS HERÓIS ESQUECIDOS – OS SOLDADOS DA BORRACHA



Publicado em 20/11/2013 por Rostand Medeiros
 
Autor – Ricardo Lavecchia – Pesquisador paulista sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial e responsável pelo blog Ecos da Segunda Guerra (http://segundaguerra.net/)


Quando falamos sobre o Brasil na Segunda Guerra Mundial, logo vem à cabeça os ataques a Monte Castelo e Montese na Itália, ou os ataques dos submarinos alemães a nossa marinha mercante em nossa costa. Mas o que muitos não sabem, e sinceramente eu até poucos dias também não sabia, é que aqui em nosso território, de baixo de nosso nariz, alistaram mais de 50 mil brasileiros no esforço de guerra, os chamados “Soldados da Borracha”.

Durante a Segunda Guerra Mundial a utilização de borracha em material bélico era essencial, e com a utilização em automóveis e demais aparelhos o consumo era muito alto. Nessa época os americanos tinham um estoque razoável, mas com o avanço nipônico na Ásia onde os ingleses tinham grandes concentrações de extração de borracha, causou um colapso mundial. Sendo assim os planejadores militares tiveram que arrumar alternativas para a borracha, uma vez que ainda não tinha sido criada a borracha sintética.

A principal estratégia seria a busca do material na América Latina, ou seja, na Amazônia. Nessa hora que entra a história de milhares de nordestinos que, fugindo da seca viram na promessa do Governo uma possibilidade de riqueza no então novo “El Dorado”.

 
Um relatório do Governo Brasileiro informava a existência de mais de 300 mil arvores chamada de “seringueira” na região amazônica, e uma estimativa anual de 800 mil toneladas anuais de borracha, essa noticia encheu os olhos dos americanos. Na época os Estados Unidos ofereceu em troca da borracha, uma enorme lista de matérias bélicos para Brasil, entre eles estão tanques, metralhadoras e etc…

Mas como tudo que é bom, não dura muito, esse relatório não contava com os imprevistos, entrem eles tinha a distancia e o difícil acesso a Amazônia, outro detalhe não pensado foi que em um acre de terra tinha em média 6 a 8 seringueiras, e o mais agravante de todos os imprevistos era a mão de obra, uma vez que os seringais estavam abandonados desde a década de 30. Todos esses imprevistos junto com a urgência do material não podia ter outro nome senão “Batalha da Borracha”.

 
O recrutamento para mão de obra teve o principal foco no nordeste brasileiro, o Governo fez propagandas oferendo o “El Dorado”, todos voluntários teriam direito a porcentagens na extração de borracha, da colheita de castanhas, na madeira derrubada, também teriam direito a poder caçar, pescar e a um hectare de terra para poder plantar, todos tinham direito a viagem de ida e volta e o principal de tudo, seria considerado “Heróis do Brasil”.  Todas essas promessas encheram os olhos dos flagelados da seca e logo milhares de caminhões saiam lotados em direção aos seringais.

O Presidente Getúlio Vargas deu um presente aos então soldados da borracha, era um kit para o trabalho, esse kit era composto de uma calça azul, uma camisa branca, um chapéu de palha, um par de sandálias, um caneca, um prato fundo, um talher, uma rede e uma carteira de cigarros, tudo isso em um saco de estopa. Assim o voluntário iria passar seus dias de trabalho no inferno verde.

Tudo parecia muito bonito nas propagandas, mas infelizmente nada aconteceu como previsto, os voluntários tiveram problemas com alimentação e transporte para chegar nos seringais, la chegando viram o sonho jogando no lixo, não passaram de meros escravos dos patrões tendo que trabalhar em troca de comida e sendo vigiados por capataz o tempo tendo. Dali, não conseguiam fugir, tudo que precisavam para se manter era cobrado a preço de ouro, até a viagem de ida e volta estava anotada na caderneta de cada voluntario, ele já foram com uma divida, e muitos morreram e não conseguiram quitar, e muitos outros milhares jamais voltou para sua casa, para seus pais.


Os voluntários não tinham para quem reclamar, nem para quem recorrer, os americanos não estavam nem ai para nada, eles tinham pressa para ter a borracha, não se preocupavam com os soldados e nem com o desenvolvimento da Amazônia e bem estar da população.

O reflexo de tudo isso foi a morte de mais de 30 mil voluntários, a grande maioria por conta de doenças, na região não tinha medicamentos necessários para o tratamento de todos e o nível de contaminação era maior que o de médicos e medicamentos, teve também um grande numero de mortes por conta de assassinato e brigas.

Hoje os veteranos da guerra da borracha continuam em busca de seu reconhecimento, alguns poucos conseguiram sua aposentaria com o nível de veterano, mas muitos não conseguiram a aposentadoria e vivem até em extrema miséria, morando em palafitas sobre os rios ou em favelas no interior do Acre e outros estados amazônicos,

Infelizmente como já se era esperado o Governo não cumpriu com sua palavra, os voluntários (soldados) não tiveram o seu El Dorado e sim a desgraça e miséria, e o rotulo de “HERÓIS DO BRASIL” ficou somente na memória dos poucos sobreviventes, muitos morreram e foram enterrados e vala comum, isso quando foram enterrados, morreram por uma causa, por um propósito e seus nomes não estão na lista de veteranos de guerra, nem tão pouco na lista de Heróis.

O Brasil sem memória, sem história, sem reconhecimento, já tinha la em meados dos anos 40 a ideia de se aproveitar da vontade de trabalhar de seu povo e da ingenuidade dos retirantes nordestinos. Essa é mais uma parte da história que caiu no buraco negro da história militar brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Extraído do blog Tok de Histórias do historiógrafo Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.wordpress.com/2013/11/20/os-verdadeiros-herois-esquecidos-os-soldados-da-borracha/

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