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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

POESIA

Por José Ribamar Alves

Ela é universal como a saudade,
Imortaliza, engrandece obras, mas não cobra nada;
Ela é sentida, é admirada, mas ninguém a vê,
Ela toca fundo à alma da gente, mas não é tocada.
Ela não tem dono, não sacia fome, nem salva ninguém;
Ela não enriquece, não faz ficar pobre, mas traz alegria,
Para quem não gosta, pode parecer um zero à esquerda,
Mas, pra quem a ama, nunca deixará de ser POESIA!

José Ribamar Alves-01-12-2017.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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POR CHARLES GARRIDO


Prezados, Saudações.

É sempre uma grande alegria estar ao lado de todos vocês, colocando em voga esse amor que nos arrebata o peito, fazendo com que, a cada dia, fiquemos ainda mais orgulhosos de nossas raízes.

E hoje, vamos pôr às claras, uma das maiores polêmicas do tema.

O estupro, era um ato contínuo por parte dos cangaceiros?

Vamos acompanhar o que o ex-cangaceiro "Vinte e Cinco", nos revelou no ano de 2006, em sua residência, na cidade de Maceió.

- Estávamos na Bahia, como sempre, com fome e muita sede. Não se via nada, caatinga fechada, nem bicho tinha no mato.

Avistamos uma fazenda. Lampião mandou um de nós, saber quem era o dono e quantas pessoas tinham lá. Logo vimos que só havia uma senhora e duas crianças. Ela era viúva e cuidava dos filhos.

Chegamos de surpresa e percebemos que não havia perigo. A senhora se assustou e pediu pelo amor de Deus que não fizéssemos nada com seus filhos, pois não tinha marido e vivia apenas para eles.

Lampião tomou a frente e disse:

- NÃO TENHA MEDO, SÓ QUEREMOS COMIDA, ÁGUA E MANTIMENTOS. O QUE A SENHORA TIVER AÍ DE CRIAÇÃO, MATE PRA GENTE COMER... E RÁPIDO, TEMOS PRESSA!.

A mulher foi pro terreiro, matou galinha, capote e, enquanto fazia a comida, ficamos longe da casa, montando campana. 

Pouco depois, ela mandou um dos filhos nos avisar que o "rancho" tava pronto. Não podíamos ir todos de uma vez, sempre ficava um ou dois de sentinela, enquanto os outros comiam.

Depois de matarmos a fome, o capitão disse:

- AGORA, CADA UM PEGA UM VALOR EM DINHEIRO E VAMOS PAGAR A MULHER QUE NOS DEU COMIDA.

Assim fizemos, cada um de nós deu um valor, que no final das contas, superava em muito tudo aquilo que havíamos consumido. Mas isso era um costume nosso, fazíamos questão.

A viúva, trêmula, nem queria saber do dinheiro, pedia apenas para que fôssemos embora, mas o capitão tratou de acalmá-la e disse que, daquele dia em diante, ela seria uma pessoa amiga do grupo.

Partimos em retirada, sempre com muito cuidado para não deixar rastro.

Com pouco tempo de caminhada; Vulcão chamou o capitão e disse:

- VÃO NA FRENTE, POIS EU TÔ PASSANDO MAL, A COMIDA NÃO ME CAIU BEM, DEPOIS ACOMPANHO VOCÊS.

Lampião disse:

"- NÃO DEMORE, QUANDO TIVER RETORNANDO, ATIRE PRA CIMA COM O PARABÉLUM, QUE IREMOS ESPERAR.

Só que, na verdade, Vulcão, não estava doente coisa nenhuma, ele voltou até à fazenda e violentou sexualmente a viúva. 

O bando no mato, já preocupado com a demora, e nada dele aparecer. Depois de muito tempo, foi que Vulcão voltou e atirou dando o sinal.

Seguimos nossa viagem.

Depois de quatro ou cinco meses, coincidentemente, retornamos à mesma propriedade. Ao chegarmos, logo o capitão foi cumprimentar a viúva, mas ela não se conteve, caiu no choro.

Lampião perguntou:

- O QUE FOI? JÁ DISSE PRA SENHORA NÃO TER MEDO DA GENTE, NÃO IREMOS FAZER MAL.

A viúva disse:

- EU QUERO FALAR COM DONA MARIA (MARIA BONITA)

As duas ficaram numa sala fechada e, a dona da casa contou tudo o que tinha acontecido, sempre aos prantos.

Maria chama o companheiro e o repassa todo o episódio. Porém, Lampião, não tomou nenhuma atitude de imediato, apenas apressou o passo de mais um almoço e mandou que saíssemos em seguida.

Mais uma vez, caímos no mato, todos em silêncio, ninguém dava uma palavra, até que, mais ou menos uma légua depois, o capitão disse:

- VULCÃO, LEMBRA DO QUE EU TE AVISEI, NO DIA EM QUE VOCÊ ENTROU PRO MEU GRUPO? EU DISSE QUE NÃO ACEITARIA SAFADEZA, MUITO MENOS COM MULHER E CRIANÇA... VENHA CÁ.

Vulcão já sabendo o que o esperava, começou a chorar, implorando para não morrer, mas não teve jeito. O capitão pegou um facão, entregou a ele e disse:

PEGUE UM GALHO DESSA ÁRVORE, CORTE E CAVE A SUA COVA.

Assim ele fez, cavava e pedia para não morrer, mas não teve perdão, Lampião pegou o parabélum e atirou na cabeça dele, dentro da cova rasa. Nunca esqueci desse dia".

Após o fim desse relato, eu, ingenuamente, perguntei a ele:

- Vulcão, também estava muito bem armado. E sabendo que ia morrer, porque não tentou reagir contra Lampião?

O velho cangaceiro me respondeu, com um sorriso irônico e sagaz:

- Você acha que dava tempo, meu jovem?

Vamos à análise das imagens, por gentileza:

1 - Na foto em preto e branco, Vinte e Cinco é o segundo, da esquerda para a direita.

2 - Ele e eu, em 2006, em sua residência.

Meus amigos, creiam, vocês são a razão maior do nosso trabalho.

Um grande abraço e até a próxima.


Charles Garrido.
Pesquisador.
Fortaleza-CE.

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A NOIVA DE LIVINO FERREIRA


Um dos principais fatos históricos em Serra Talhada era uma noiva que Livino Ferreira irmão de Lampião tinha na Fazenda Nova, sítio que pertence a esse município, próximo a Jatiuca, na entrada da Fazenda Abóbora. O nome da moça era Inocência Alves de Magalhães nascida no dia 07 de agosto de 1902. 

Os dois primeiros da esquerda sõa: Virgolino Ferreira da Silva e o irmão Levino Ferreira da Silva

Livino estava apaixonado e tinha planos de casar e ter filhos, por isso noivou de aliança. Tinha planos de abandonar o cangaço e assim que matasse Zé Saturnino casaria com Inocência e iria morar em outro Estado como um sertanejo qualquer.


Do livro: A maior Batalha de Lampião, Serra Grande e a invasão de Calumbi.
De: Lourinaldo Teles Pereira Lima

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COMO ERA FEITO O " SEXO " NO CANGAÇO !

Material do acervo do pesquisador do cangaço Voltaseca Volta

A ex-cangaceira DADÁ respondendo a uma indagação do escritor Franklin Machado, assim se pronunciou:

Fonte: O Pasquim..edição: 22-04-88

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AMANHÃ JOÃO MOSSORÓ FARÁ SHOW NO RIO DE JANEIRO

 

O cantor João Mossoró fará show amanhã, dia 02 de dezembro de 2017, no Rio de Janeiro, no bairro Benfica, no"Mercadão Cadeg".
Uma festa portuguesa, no "Cantinho das Concertinas".

 Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br
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CASA ISAIAS ARRUDA


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MÉDICO BRASILEIRO QUE ACOMPANHOU NECROPSIA DE ELVIS AFIRMA: ELVIS PRESLEY NÃO USAVA DROGAS!

https://www.youtube.com/watch?v=UEjnyYwHIw0

Publicado em 18 de ago de 2015

Raul Lamim, médico brasileiro que participou da necrópsia de Elvis Presley e teve acesso a todo o seu prontuário médico (todo ano Elvis fazia um checkup completo no Hospital Batista de Memphis), afirma categoricamente: em nenhum exame, tanto da necropsia quanto durante todas as vezes que Elvis passou pelo hospital, foi constatado algum indicio de drogas, álcool ou fumo. Elvis não tinha nenhum tipo de vício deste tipo!
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É BIBLICO PAGAR PROMESSA

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

              Preliminarmente o termo voto é originário do latim “votum”, no sentido de promessa, oferenda, juramento. Assim ainda que por extensão: a) desejo, aspiração; b) obrigação voluntariamente contraída por promessa solene; c) manifestação da vontade de uma pessoal e/ou opinião individual sobre um fato previamente submetido a apreciação coletiva (no caso de voto político do povo quando da escolha democrática de seus representantes legislativos e executivos). E disso ninguém tem dúvida, porque é através do sufrágio e/ou voto popular que o eleitorado expressa nas urnas secretas livremente sua vontade e/ou opinião quanto a um fato e/ou para escolha de pessoas candidatas as serão confiadas funções legislativas, executivas e/ou judiciárias, nos países onde à investidura dos membros do Poder Judiciário não são feitas através da realização de concurso público e sim periodicamente através de eleições específicas. O voto popular é uma arma extraordinária por excelência do regime e da vida democrática de um povo livre e soberano, onde todos são iguais perante a lei e sem foros privilegiados de quais espécies. Em sendo assim, não existiria gente representante do povo, porém com foros privilegiados como acontece no Brasil de “Mãe Preta” e “Pai João”. O povo brasileira vive o circo da corrupção, algo diferente do circo, pão e vinho do Império Romano...
             Quanto à promessa é uma espécie de chantagem coletiva e ou individual que os candidatos fazem ao eleitorado em tempo de campanha política. É o discurso ou fala que promove o estelionato político eleitoral. Depois de eleitos geralmente o povo paga e paga muito caro diante das promessas não cumpridas e ou pagas aos eleitores que votaram sim e ou não naqueles candidatos. Um exemplo patético disso foi a eleição que elegeu o presidente Fernando Collor, no inicio da década de 90 do século XX, o primeiro ato do desgoverno dele foi tomar o dinheiro do povo em nome do suposto combate a inflação, os lucros e dividendos das cadernetas de poupanças do povo humilde e trabalhador, ficaram reduzidas praticamente a zero, além da retenção bancária de todos os depósitos em poupanças, contas correntes e demais investimentos. Tem gente que naquele tempo duvidoso da vida nacional em termos monetários, que cometeu suicídio, outros tinham vendido suas propriedades e colocado o dinheiro em investimentos bancários, tipo poupança, etc., e em menos de vinte e quatro horas, se viram pobres de Jó, em pleno Zenith do meio dia, logo todos os brasileiros naquele momento sentiram na flor da pele o erro cometido quando escolheram aquele cidadão para ser presidente da República Federativa do Brasil. A promessa por ele feita que iria ser o presidente procurador de marajá se transformou do dia para noite o presidente extintor/procurador de maracujá... O resto da ilusão e bem assim o fim daquele governo faz parte do ideário nacional. É possível que milhões de brasileiros, ainda que por dedução vivessem pedindo a Deus e ao Diabo, segundo as religiosidades de nossa gente, que não são poucas, para que aquele presidente sucumbisse do Palácio do Planalto e tudo voltasse a ser como antes no Quartel de Abrantes, onde o povo era feliz e não sabia.
                Na festa de Nossa Senhora da Penha, versão 2017, realizada no  último dia 26 de novembro, as emissoras de rádio, de televisão, jornais, etc., registraram o povão pagando suas promessas alcançadas através de seus votos e ou pedidos atendidos a Virgem Maria, a única mulher na face da Terra que concebeu por obra e graça do Divino Espírito Santo, a concepção e morada primitiva de Nosso Senhor Jesus Cristo em seu ventre, primeiro e único sacrário  de fé, esperança e amor para o mundo. Se Maria Santíssima é a escolhida por Deus para ser Mãe do Verbo, e disso ninguém tem dúvida, em qualquer religiosidade escolhida pelo povão. O que nos leva a entender o porquê o povão se agarra na Virgem da Penha... , assim como se agarra com outros santos e santas, canonizados pela Igreja e/ou pela vontade do povo, o que justifica as milhares de graças, votos e ou promessas alcançadas e que todo o saber humano, procura e não encontra explicações para tamanhas façanhas...
             E promessa, voto e/ou pedido a uma divindade não é coisa nova à luz da Bíblia Sagrada e bem assim no Torá, a bíblia dos judeus, isso tem fundamentação epistemológica. A terra de Canaã foi promessa de Deus ao povo eleito. Por outro lado,  [...] Assim como Nazireu (nome originário do termo hebraico “nazir”, da raiz “nazar” no sentido de “consagrado” e/ou “separado”), segundo o Torá, nos ensina que quem “faz o voto, pedido e/ou promessa e obtém a graça, corta o cabelo” para pagar a referida promessa feita e conquista via a divindade. Isso significa que a pessoa que se consagra a Deus, Jeová e/ou Javé, por um tempo determinado tem capacidade de alcançar seus pedidos à luz de sua crença. A Bíblia Sagrada nos revela que a marca comum da separação deste tipo de pessoa, que pode ser um homem e/ou uma mulher, já que não existe distinção de qualquer espécie, apesar de ressaltar que o uso do cabelo não cortado, isto é não raspado, bem como a abstinência do consumo de vinho e/ou qualquer outro tipo de alimento feito com uva, era a exceção. Como por exemplo, podemos citar os personagens bíblicos: o apóstolo Paulo, no Novo Testamento (ATOS, 18:18) e Sansão, no Antigo Testamento (JUIZES, 16: 13-17).
De modo que:
[...] Paulo ficou ainda algum tempo em Corinto; depois se despediu dos irmãos e embarcou para a Síria. Priscila e Áquila o acompanhavam. Ele havia rapado a cabeça em Cencréia, por causa de um voto que havia feito” (ATOS DOS APÓSTOLOS, 18:18).
            Voto é semelhante à promessa que fazem os cristãos a uma entidade santa e/ou santificada segundo a religiosidade de quem acredita.
            É por esse motivo que o homem e a mulher comum paga promessa a Nossa Senhora da Penha, a São Severino, etc., etc., de soltar fogos, acender velas, de pés descalços, de cortar o cabelo, de deixar o cabelo crescer, de vestir mortalhas, de miniaturas de casas, caros, bonecos (representando homem, mulher, criança), animais, etc, etc., porque acredita que foram atendidos pela divindade diante das promessas feitas, isto é não sofreram a angústia do instituto do estelionato divino. E a bondade do povo é extensiva aos políticos, tanto é assim que o mesmo povão faz promessas para que eles sejam vitoriosos e quando presos por corrupção política administrativa, saiam da cadeia para que possam cumprir com as promessas que foram feitas ao referido povão no tempo da eleição. O eleitor fiel sempre acredita na inocência de seus candidatos denunciados na lavajato e todas as demais operações de combate a corrupção local, estadual, regional, nacional e internacional.
            Durmam com tanta crença e estelionato...


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O SEGUNDO CASAMENTO DA CANGACEIRA " DADÁ "..

Por Voltaseca Volta
Foto do casamento civil cortesia Sílvio Bulhões (filho de Dadá e Corisco)

Após deixar o cangaço por volta de 1940, e, com uma perna amputada (em face de um tiro sofrido da volante do Tenente Zé Rufino) a cangaceira DADÁ ex-companheira de Corisco, passou pouco tempo na prisão e, após, fez vida nova, casando-se com ALCIDES, um pintor/ pedreiro, não vindo a constituir filhos, desse novo enlace.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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REMINISCÊNCIAS DA EX-CANGACEIRA DADÁ ( CRÔNICA )

Por Oleone Coelho Fontes (Pesquisador e escritor)

A primeira vez que vi Dadá estava na companhia do saudoso escritor (figura lírica) Álvaro de Sá Nunes Meira, na porta do edifício Thêmis, Praça da Sé. Ela se retirava do prédio, arrimada as suas muletas, e Álvaro disse que aquela senhora fora casada com um homem historicamente importante. Homem historicamente importante! A história tem destas, tanto consagra o grande homem quanto o "grande homem pelo avesso". 

O grande homem a quem Álvaro Meira se referia fora eleito perante a história pelo nome de Cristino Gomes da Silva Cleto. Atendia pela alcunha de Corisco ou Diabo Louro. A mulher apontada, por Álvaro Meira, era Sérgia da Silva Chagas, esta semana falecida aos 78 anos. 

Lá estive, no cemitério jardim da saudade, para levar meu último abraço a quem soube viver com dignidade, com elegância e com alegria, mesmo quando nas hostes de Corisco, o cangaceiro que dizem ter sido malvado e sangrento. Enquanto não tinha lugar o sepultamento, compusemos, o cronista e Francisco Teles (também grande amigo de Dadá), reminiscências de uma vida voltada para fuga e tiroteio nas caatingas. Sim, porque toda a conversa de Dadá sempre terminava caindo em Corisco, a quem ela amou desde os 13 nos. Amor que resistiu à morte do Demônio Ruivo e que o cineasta Zé Umberto garante ter sido assassinato, uma vez que Corisco, quando perseguido, já tinha sido anistiado. Mataram-no à procura dos 30kg de ouro que ele carregava na patrona e do muito dinheiro amealhado no papo-de-ema. 

Francisco Teles, homem de letras, fundador e presidente da Federação Baiana de Escritores, um dia, faz muitos anos, me apresentou ao segundo marido de Dadá, Alcides Bartolomeu Serafim Chagas. Apertei a mão daquele vulto esguio, assarazado e disse: "É um prazer conhecer o capitão Corisco!" Alcides pulou como um gato, olhos esbugalhados: "Que Corisco, meu chapa, sou Alcides, seu criado, pintor de paredes". 

Só anos mais tarde fui conhecer Dadá pessoalmente, ela já morando na Mussurunga. Mas quando ela vivia no Barbalho acontecia de eu cruzar por sua porta e vê-la, e soltava um grito: "Dadá!", que ela respondia com um aceno e outro berro. Me lembro do dia em que bati em sua porta, na Mussurunga, na companhia de Sérgio Valente Coni Moura. Fomos muito bem recebidos por Dadá, que muito conversou de sua vida, suas dificuldades, seus amigos, seus filhos, netos e bisnetos. E fatalmente a conversa rolou para o cangaço. Quando ela falava de Corisco se transformava. Corisco fora a peça mais importante de sua vida, a quem ela deu amor sempre. E sempre tinha um argumento para defendê-lo quando apontávamos este ou aquele episódio no qual o Demônio Ruivo fizera jorrar sangue, como o caso de Herculano Borges. Daquele longo bate papo num sábado à tarde, sobrou a lembrança de uma terrível dor de cabeça e uma grande amizade que não terminou com a morte de Dadá. Segundo Cascudo, as pessoas que nos merecem afeto continuam vivas sempre em nossos corações e mentes, independentemente de morrerem ou desaparecerem de nosso campo visual.

Obs: Artigo publicado no Jornal da SBEC ( 2011 )

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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UM FOTOGRAMA HISTÓRICO...!

Por Voltaseca Volta
Fotograma\; Paulo Gil Soares

A EX-CANGACEIRA DADÁ E, SUAS DUAS FILHAS ( Mª do Carmo e Mª Celeste ), quando estavam enterrando a CABEÇA e, o BRAÇO DIREITO do ex-cangaceiro CORISCO (pai das mesmas), os quais ficaram expostos para visitação pública, por quase 30 anos no Inst. Nina Rodrigues-Salvador...


Vale ressaltar que o pequeno ataúde, bem como a sepultura de Corisco, foram uma doação do grande escritor baiano Jorge Amado, que tinha grande amizade com DADÁ...

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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GOVERNO DO ESTADO INICIA NESTE SÁBADO O PAGAMENTO DO ABONO NATALINO


O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (SEDH), inicia neste sábado (2) o pagamento do Abono Natalino 2017, Programa de Transferência de Renda implantado pelo governador Ricardo Coutinho em 2012, único no país, que tem como objetivo complementar a renda das famílias em situação de extrema pobreza, beneficiárias do Programa Bolsa Família.

Segundo a gerente da Proteção Social Básica da SEDH, Jaciana Magalhães, este ano a previsão de pagamento do Abono Natalino, conforme dados enviados pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), referentes a agosto/2017, prevê que um total de 506 mil famílias, nos 223 municípios do Estado serão beneficiadas.

O pagamento será realizado em duas fases: a primeira começa neste sábado, nos 223 municípios do Estado, através das Agências dos Correios, sendo que em 33 deles, onde as agências estão temporariamente inoperantes, serão instaladas estruturas para atendimento dos beneficiários; a segunda fase acontece no período de 11 a 22 de dezembro, em João Pessoa e Campina Grande, e será realizada obedecendo ao algarismo final do Número de Identificação Social (NIS).

Na capital, são cerca de 55.526 famílias beneficiadas pelo programa. O pagamento será realizado no Estádio José Américo de Almeida Filho (Almeidão). Em Campina Grande, o pagamento será na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). No horário das 8 às 12h. Para receber o Abono Natalino, os beneficiários precisam portar documento com foto e Cadastro de Pessoa Física (CPF).

O Abono Natalino está no seu sexto ano e representa um investimento de cerca de R$ 16,1 milhão em recursos próprios do Governo do Estado. O benefício no valor de R$ 32 é pago ao responsável familiar, beneficiário do Programa Bolsa Família.

Para viabilizar o pagamento a SEDH firmou parceria com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que usa suas agências ou correspondentes nos municípios, sendo responsável pela execução da logística.

Ascom 


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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NO DESALENTO DAS HORAS

Por Rangel Alves da Costa

Quem dera poder levar consigo o relógio da felicidade. Nem um só minuto de dor, de angústia, de aflição. Nenhuma passagem que fosse de desalento, de lágrima, de despedida, de um até mais na incerteza da vida e do reencontro. Mas ninguém é dono do tempo. O tempo e as horas carregam seus próprios mistérios, com instantes que somente a eles cabe revelar.
Hora do adeus, hora da despedida, hora da partida, em tudo hora triste. O aceno indesejado, o sinal sempre evitado, o tempo marcando a tristeza da hora. O sino que dobra na igrejinha, o grito perdido no ar, a certeza que a hora chegou. Horas tristes, sofridas, melancólicas, desoladoras desde o primeiro segundo. E as tristezas se avolumando a cada minuto, a cada passar do tempo.
As horas tristes não se resumem ao que é marcado pelo relógio ou que chega no instante exato, mas são sentidas em uma infinidade de situações e momentos. As horas da solidão são tristes e dolorosas, as relembranças e as saudades sempre entristecem os instantes. Naquele afazer do dia, quando o simples ato de abrir um armário ou passar o espanador no porta-retrato, ou mesmo colocar água na planta do caqueiro, não deixa de ser um gesto aflitivo.
Tristes são as horas dos quartos fechados e janelas entreabertas. No silêncio escurecido, na penumbra das quatro paredes, tudo parece chamar o sofrimento. A solidão pelo abandono, a solidão pelo desamor, a solidão pela carência, o mundo que parece caído com a lágrima que molha a face. E os pensamentos, as saudades e a sensação de não poder ter por não possuir ou pela distância, vão se mostrando como horas que desafiam a própria existência.
Para muitos, as horas chuvosas são verdadeiros dilúvios de padecimentos. Com as nuvens se derramando, também todo o ser escorrendo em leito de angústias. Basta sentir os primeiros chuviscos e o espírito começa a nublar, e quando o tempo se fecha escurecendo as paisagens, então sombras tempestuosas tomam conta de todo o ser. E tudo faz doer, desde os pingos escorrendo pela vidraça às flores mortas que vão sendo levadas na enxurrada.
Nos instantes assim, de chuva lá fora e tempestade por dentro, não há lenço que consiga enxugar os sentimentos que afloram. Assim porque os momentos de chuva são pesarosos, carregados de muitas significações aflitivas. O tempo escurecido acende a luz da saudade, da recordação, da vontade de estar ao lado de outra pessoa. Por isso mesmo que tudo parece mais frio, mais temeroso, mais solitário e carente.
Não menos tristes são as horas que chegam com o entardecer e se prolongam nas noites e madrugadas. As cores do por do sol, as revoadas que passam, os matizes avermelhados do horizonte e a cantiga da brisa que chega soprando sem voz, acabam refletindo dolorosamente em muitos seres. São também instantes de reflexões e de recordações, de silêncios que gritam de muitas formas na alma. E quando as cores somem e as sombras da noite avançam, então as nostalgias noturnas começam a atormentar.
As noites chegam com mistérios e encantamentos, mas também com sombras que envolvem os pensamentos. Na noite tudo desperta com mais intensidade, mais profundamente. Na noite o sintoma se torna doença, o temor se transforma em medo, a saudade se transmuda em lágrima, a lágrima em terrível aflição. Não há lua bonita, não há céu estrelado, não silêncio e ventania que amenizem as tristezas que chegam com a noite. Talvez seja pela solidão maior que a pessoa tanto agoniza nos noturnos que sempre chegam.
Os poemas da noite são os mais tristes, até o ato da oração é um instante de solene tristeza. A vela flameja adiante e as mãos em oração invocam luzes para o viver. Os olhos molhados, a boca trêmula, a prece acaba se tornando uma confissão de sofrimento. Mas tão triste também é essa fé que aflige desde o sino que ecoa na igreja. Não há coração que não se inquiete quando o sino dobra. Às vezes anuncia apenas a hora da Ave Maria, mas também um instante triste de despedida.
E como doem as horas de despedida. O adeus a quem tanto ama é momento que se eterniza na saudade e no sofrimento. E enquanto os sinos dobram os lenços se encharcam e a vida se vai um pouco também. E o que resta vai se desfazendo ainda mais a cada hora triste.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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