FRANCISCO DE
PAULA MELO AGUIAR
Preliminarmente o termo voto é
originário do latim “votum”, no sentido de promessa, oferenda, juramento. Assim
ainda que por extensão: a) desejo, aspiração; b) obrigação voluntariamente
contraída por promessa solene; c) manifestação da vontade de uma pessoal e/ou
opinião individual sobre um fato previamente submetido a apreciação coletiva
(no caso de voto político do povo quando da escolha democrática de seus
representantes legislativos e executivos). E disso ninguém tem dúvida, porque é
através do sufrágio e/ou voto popular que o eleitorado expressa nas urnas
secretas livremente sua vontade e/ou opinião quanto a um fato e/ou para escolha
de pessoas candidatas as serão confiadas funções legislativas, executivas e/ou
judiciárias, nos países onde à investidura dos membros do Poder Judiciário não
são feitas através da realização de concurso público e sim periodicamente
através de eleições específicas. O voto popular é uma arma extraordinária por
excelência do regime e da vida democrática de um povo livre e soberano, onde
todos são iguais perante a lei e sem foros privilegiados de quais espécies. Em
sendo assim, não existiria gente representante do povo, porém com foros
privilegiados como acontece no Brasil de “Mãe Preta” e “Pai João”. O povo
brasileira vive o circo da corrupção, algo diferente do circo, pão e vinho do
Império Romano...
Quanto à promessa é uma espécie de
chantagem coletiva e ou individual que os candidatos fazem ao eleitorado em
tempo de campanha política. É o discurso ou fala que promove o estelionato
político eleitoral. Depois de eleitos geralmente o povo paga e paga muito caro
diante das promessas não cumpridas e ou pagas aos eleitores que votaram sim e
ou não naqueles candidatos. Um exemplo patético disso foi a eleição que elegeu
o presidente Fernando Collor, no inicio da década de 90 do século XX, o
primeiro ato do desgoverno dele foi tomar o dinheiro do povo em nome do suposto
combate a inflação, os lucros e dividendos das cadernetas de poupanças do povo
humilde e trabalhador, ficaram reduzidas praticamente a zero, além da retenção
bancária de todos os depósitos em poupanças, contas correntes e demais
investimentos. Tem gente que naquele tempo duvidoso da vida nacional em termos
monetários, que cometeu suicídio, outros tinham vendido suas propriedades e
colocado o dinheiro em investimentos bancários, tipo poupança, etc., e em menos
de vinte e quatro horas, se viram pobres de Jó, em pleno Zenith do meio dia,
logo todos os brasileiros naquele momento sentiram na flor da pele o erro
cometido quando escolheram aquele cidadão para ser presidente da República
Federativa do Brasil. A promessa por ele feita que iria ser o presidente
procurador de marajá se transformou do dia para noite o presidente
extintor/procurador de maracujá... O resto da ilusão e bem assim o fim daquele
governo faz parte do ideário nacional. É possível que milhões de brasileiros,
ainda que por dedução vivessem pedindo a Deus e ao Diabo, segundo as
religiosidades de nossa gente, que não são poucas, para que aquele presidente
sucumbisse do Palácio do Planalto e tudo voltasse a ser como antes no Quartel
de Abrantes, onde o povo era feliz e não sabia.
Na festa de Nossa Senhora da
Penha, versão 2017, realizada no último
dia 26 de novembro, as emissoras de rádio, de televisão, jornais, etc.,
registraram o povão pagando suas promessas alcançadas através de seus votos e
ou pedidos atendidos a Virgem Maria, a única mulher na face da Terra que
concebeu por obra e graça do Divino Espírito Santo, a concepção e morada
primitiva de Nosso Senhor Jesus Cristo em seu ventre, primeiro e único
sacrário de fé, esperança e amor para o
mundo. Se Maria Santíssima é a escolhida por Deus para ser Mãe do Verbo, e
disso ninguém tem dúvida, em qualquer religiosidade escolhida pelo povão. O que
nos leva a entender o porquê o povão se agarra na Virgem da Penha... , assim
como se agarra com outros santos e santas, canonizados pela Igreja e/ou pela
vontade do povo, o que justifica as milhares de graças, votos e ou promessas
alcançadas e que todo o saber humano, procura e não encontra explicações para
tamanhas façanhas...
E promessa, voto e/ou pedido a uma
divindade não é coisa nova à luz da Bíblia Sagrada e bem assim no Torá, a
bíblia dos judeus, isso tem fundamentação epistemológica. A terra de Canaã foi
promessa de Deus ao povo eleito. Por outro lado, [...] Assim como Nazireu (nome originário do
termo hebraico “nazir”, da raiz “nazar” no sentido de “consagrado” e/ou
“separado”), segundo o Torá, nos ensina que quem “faz o voto, pedido e/ou promessa
e obtém a graça, corta o cabelo” para pagar a referida promessa feita e
conquista via a divindade. Isso significa que a pessoa que se consagra a Deus,
Jeová e/ou Javé, por um tempo determinado tem capacidade de alcançar seus
pedidos à luz de sua crença. A Bíblia Sagrada nos revela que a marca comum da
separação deste tipo de pessoa, que pode ser um homem e/ou uma mulher, já que
não existe distinção de qualquer espécie, apesar de ressaltar que o uso do
cabelo não cortado, isto é não raspado, bem como a abstinência do consumo de
vinho e/ou qualquer outro tipo de alimento feito com uva, era a exceção. Como
por exemplo, podemos citar os personagens bíblicos: o apóstolo Paulo, no Novo
Testamento (ATOS, 18:18) e Sansão, no Antigo Testamento (JUIZES, 16: 13-17).
De modo que:
[...] Paulo ficou ainda algum tempo em Corinto;
depois se despediu dos irmãos e embarcou para a Síria. Priscila e Áquila o
acompanhavam. Ele havia rapado a cabeça em Cencréia, por causa de
um voto que havia feito” (ATOS DOS APÓSTOLOS, 18:18).
Voto é semelhante à promessa que
fazem os cristãos a uma entidade santa e/ou santificada segundo a religiosidade
de quem acredita.
É por esse motivo que o homem e a
mulher comum paga promessa a Nossa Senhora da Penha, a São Severino, etc.,
etc., de soltar fogos, acender velas, de pés descalços, de cortar o cabelo, de
deixar o cabelo crescer, de vestir mortalhas, de miniaturas de casas, caros,
bonecos (representando homem, mulher, criança), animais, etc, etc., porque
acredita que foram atendidos pela divindade diante das promessas feitas, isto é
não sofreram a angústia do instituto do estelionato divino. E a bondade do povo
é extensiva aos políticos, tanto é assim que o mesmo povão faz promessas para
que eles sejam vitoriosos e quando presos por corrupção política
administrativa, saiam da cadeia para que possam cumprir com as promessas que
foram feitas ao referido povão no tempo da eleição. O eleitor fiel sempre
acredita na inocência de seus candidatos denunciados na lavajato e todas as
demais operações de combate a corrupção local, estadual, regional, nacional e
internacional.
Durmam com tanta crença e
estelionato...
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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