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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

É BIBLICO PAGAR PROMESSA

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

              Preliminarmente o termo voto é originário do latim “votum”, no sentido de promessa, oferenda, juramento. Assim ainda que por extensão: a) desejo, aspiração; b) obrigação voluntariamente contraída por promessa solene; c) manifestação da vontade de uma pessoal e/ou opinião individual sobre um fato previamente submetido a apreciação coletiva (no caso de voto político do povo quando da escolha democrática de seus representantes legislativos e executivos). E disso ninguém tem dúvida, porque é através do sufrágio e/ou voto popular que o eleitorado expressa nas urnas secretas livremente sua vontade e/ou opinião quanto a um fato e/ou para escolha de pessoas candidatas as serão confiadas funções legislativas, executivas e/ou judiciárias, nos países onde à investidura dos membros do Poder Judiciário não são feitas através da realização de concurso público e sim periodicamente através de eleições específicas. O voto popular é uma arma extraordinária por excelência do regime e da vida democrática de um povo livre e soberano, onde todos são iguais perante a lei e sem foros privilegiados de quais espécies. Em sendo assim, não existiria gente representante do povo, porém com foros privilegiados como acontece no Brasil de “Mãe Preta” e “Pai João”. O povo brasileira vive o circo da corrupção, algo diferente do circo, pão e vinho do Império Romano...
             Quanto à promessa é uma espécie de chantagem coletiva e ou individual que os candidatos fazem ao eleitorado em tempo de campanha política. É o discurso ou fala que promove o estelionato político eleitoral. Depois de eleitos geralmente o povo paga e paga muito caro diante das promessas não cumpridas e ou pagas aos eleitores que votaram sim e ou não naqueles candidatos. Um exemplo patético disso foi a eleição que elegeu o presidente Fernando Collor, no inicio da década de 90 do século XX, o primeiro ato do desgoverno dele foi tomar o dinheiro do povo em nome do suposto combate a inflação, os lucros e dividendos das cadernetas de poupanças do povo humilde e trabalhador, ficaram reduzidas praticamente a zero, além da retenção bancária de todos os depósitos em poupanças, contas correntes e demais investimentos. Tem gente que naquele tempo duvidoso da vida nacional em termos monetários, que cometeu suicídio, outros tinham vendido suas propriedades e colocado o dinheiro em investimentos bancários, tipo poupança, etc., e em menos de vinte e quatro horas, se viram pobres de Jó, em pleno Zenith do meio dia, logo todos os brasileiros naquele momento sentiram na flor da pele o erro cometido quando escolheram aquele cidadão para ser presidente da República Federativa do Brasil. A promessa por ele feita que iria ser o presidente procurador de marajá se transformou do dia para noite o presidente extintor/procurador de maracujá... O resto da ilusão e bem assim o fim daquele governo faz parte do ideário nacional. É possível que milhões de brasileiros, ainda que por dedução vivessem pedindo a Deus e ao Diabo, segundo as religiosidades de nossa gente, que não são poucas, para que aquele presidente sucumbisse do Palácio do Planalto e tudo voltasse a ser como antes no Quartel de Abrantes, onde o povo era feliz e não sabia.
                Na festa de Nossa Senhora da Penha, versão 2017, realizada no  último dia 26 de novembro, as emissoras de rádio, de televisão, jornais, etc., registraram o povão pagando suas promessas alcançadas através de seus votos e ou pedidos atendidos a Virgem Maria, a única mulher na face da Terra que concebeu por obra e graça do Divino Espírito Santo, a concepção e morada primitiva de Nosso Senhor Jesus Cristo em seu ventre, primeiro e único sacrário  de fé, esperança e amor para o mundo. Se Maria Santíssima é a escolhida por Deus para ser Mãe do Verbo, e disso ninguém tem dúvida, em qualquer religiosidade escolhida pelo povão. O que nos leva a entender o porquê o povão se agarra na Virgem da Penha... , assim como se agarra com outros santos e santas, canonizados pela Igreja e/ou pela vontade do povo, o que justifica as milhares de graças, votos e ou promessas alcançadas e que todo o saber humano, procura e não encontra explicações para tamanhas façanhas...
             E promessa, voto e/ou pedido a uma divindade não é coisa nova à luz da Bíblia Sagrada e bem assim no Torá, a bíblia dos judeus, isso tem fundamentação epistemológica. A terra de Canaã foi promessa de Deus ao povo eleito. Por outro lado,  [...] Assim como Nazireu (nome originário do termo hebraico “nazir”, da raiz “nazar” no sentido de “consagrado” e/ou “separado”), segundo o Torá, nos ensina que quem “faz o voto, pedido e/ou promessa e obtém a graça, corta o cabelo” para pagar a referida promessa feita e conquista via a divindade. Isso significa que a pessoa que se consagra a Deus, Jeová e/ou Javé, por um tempo determinado tem capacidade de alcançar seus pedidos à luz de sua crença. A Bíblia Sagrada nos revela que a marca comum da separação deste tipo de pessoa, que pode ser um homem e/ou uma mulher, já que não existe distinção de qualquer espécie, apesar de ressaltar que o uso do cabelo não cortado, isto é não raspado, bem como a abstinência do consumo de vinho e/ou qualquer outro tipo de alimento feito com uva, era a exceção. Como por exemplo, podemos citar os personagens bíblicos: o apóstolo Paulo, no Novo Testamento (ATOS, 18:18) e Sansão, no Antigo Testamento (JUIZES, 16: 13-17).
De modo que:
[...] Paulo ficou ainda algum tempo em Corinto; depois se despediu dos irmãos e embarcou para a Síria. Priscila e Áquila o acompanhavam. Ele havia rapado a cabeça em Cencréia, por causa de um voto que havia feito” (ATOS DOS APÓSTOLOS, 18:18).
            Voto é semelhante à promessa que fazem os cristãos a uma entidade santa e/ou santificada segundo a religiosidade de quem acredita.
            É por esse motivo que o homem e a mulher comum paga promessa a Nossa Senhora da Penha, a São Severino, etc., etc., de soltar fogos, acender velas, de pés descalços, de cortar o cabelo, de deixar o cabelo crescer, de vestir mortalhas, de miniaturas de casas, caros, bonecos (representando homem, mulher, criança), animais, etc, etc., porque acredita que foram atendidos pela divindade diante das promessas feitas, isto é não sofreram a angústia do instituto do estelionato divino. E a bondade do povo é extensiva aos políticos, tanto é assim que o mesmo povão faz promessas para que eles sejam vitoriosos e quando presos por corrupção política administrativa, saiam da cadeia para que possam cumprir com as promessas que foram feitas ao referido povão no tempo da eleição. O eleitor fiel sempre acredita na inocência de seus candidatos denunciados na lavajato e todas as demais operações de combate a corrupção local, estadual, regional, nacional e internacional.
            Durmam com tanta crença e estelionato...


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