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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Cangaceiros enterrados no cemitério da Quinta dos Lázaros em Salvador-Bahia, ou não?!!

Por: Rubens Antonio
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Prezado Mendes: 

Estive na Fazenda Lagoa do Lino. Tomei os depoimentos necessários. Não existe nem nunca existiu a cruz no local. Outra coisa é a questão do sepultamento dos corpos. Eles nunca foram sepultados. Os depoimentos indicam que seus restos foram comidos por cães e outros animais. Acontece que os policiais os deixaram no sítio em que foram abatidos. 

Em segundo lugar, a população local ficou com medo de se aproximar dos mortos e ser flagrada pelos evadidos. 

O cangaceiro Arvoredo

Arvoredo, por exemplo, que estava com os mortos, havia escapado do embate com, ao menos, mais um cangaceiro e duas cangaceiras. 

Abração.

Rubens Antonio
Professor e pesquisador do cangaço

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CASA DO SÍTIO JACU

Por: Antonio José de Oliveira
Antonio José de Oliveira

Caro Mendes: 

Venho todos os dias observando tanto no seu blog como no blog do professor Rangel, a grande adesão que vem tendo a iniciativa do jovem-professor 

Wescley Rodrigues

Wescley Rodrigues quanto ao tombamento e reforma da CASA DO SÍTIO JACU que pertenceu ao ex-cangaceiro Chico Pereira. Tal observação demonstra como nosso povo sertanejo é unido nas causas por eles abraçadas. 


Na realidade o "sertanejo é antes de tudo, um forte" como já falava o grande Euclides da Cunha em seu livro OS SERTÕES, se não me foge à memória. Veja bem a quantidade de pesquisadores e escritores que estão enviando as suas mensagens de apoio a uma ideia surgida num congresso sobre o cangaço, com a iniciativa do Professor Wescley. 

Fico conhecendo mais e mais a firmeza e solidariedade dos nossos sertanejos e de outros personagens que admiram (não o cangaço em si), mas a história do cangaço. 

Abraços, 
Antonio José de Oliveira 
Povoado Bela Vista-Serrinha-Bahia.

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REGABOFE CANGACEIRO - II

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa

REGABOFE CANGACEIRO - II

O regabofe cotidiano do cangaceiro, usual no ato da sobrevivência sertão adentro, consistia apenas naquele alimento necessário a suportar as exigências da lide, de modo a dar sustentação física. Como dito, era a comida comum, geralmente preparada com antecedência e colocada no embornal e desfrutada durante a caminhada ou mesmo debaixo de um sombreado.

Comida do vaqueiro no mato, do caçador, do nordestino nas lides debaixo do sol, consistia, dentre outras coisas, na carne seca, no bode assado, na caça encontrada pela caatinga, na farofa ou mesmo farinha seca. Tudo descendo de goela abaixo com a preciosa água do cantil ou no apreciado gole de pinga. E da boa. Mas tudo que se queria era ter um tempo maior para acender fogo e preparar uma comida mais apurada. Coisa rara era encontrar tal oportunidade.

O regabofe de coito, ou aquele preparado com mais apuro, fazendo com que os cheiros se espalhassem pelos arredores sertanejos, somente era possível quando o bando, sentindo-se em segurança, se refugiava em local adequado. Como não levava o suprimento necessário para a comida diferenciada, recorria-se ao velho amigo coiteiro. Este era quem providenciava tudo aquilo que o bando necessitasse na sua panela ou caldeirão. E chegavam a caça, a carne fresca de bode e de gado, a galinha e o capão, a carne e a toucinhada de porco gordo, o feijão, a farinha, o arroz, o açúcar, o café. Uma fartura.


O regabofe de estrada, ou aquele encontrado pelo caminho, nem sempre era tão farto quanto o providenciado pelo coiteiro, mas certamente era muito melhor e mais apreciado que a comida levada nos couros do bando. Os olhos do cangaceiro brilhavam quando após a mataria ou nos arredores das estradas, avistavam uma moradia sertaneja. E brilhavam mais ainda quando viam criações pastando ao redor. Galinha de capoeira, cabrito, bode, qualquer coisa que por ali existisse seria de grande valia para matar a fome.

Então batia à porta da casa e ordenava que sem demora fosse preparado alimento para todo o bando. No instante seguinte e o temeroso e sempre acolhedor sertanejo começava a providenciar uma fartura de comida. Muitas vezes era família pobre, sem os alimentos necessários nem para a própria prole, vez que o sertanejo geralmente passa fome mas não sangra uma cria sua para colocar na panela.

Contudo, diante da presença do famoso cangaceiro e seu bando, se enchia de contentamento em poder servi-los com o melhor que tivesse. E não demorava muito para a cangaceirada se fartar com a avidez dos famintos. Muitos cochilavam enquanto a comida fervia na panela de barro, no velho caldeirão ou mesma em bacia de alumínio. Outros, com eterna vigilância, ficavam por ali proseando, fumaçando um cigarro, limpando as armas, impacientes para abocanhar o que temperadamente surgisse. Ou apenas com o tempero da terra, com folhagens ou ervas de quintal. Mas é a fome quem tempera a comida, verdade seja dita.

O folclore cangaceiro conta que foi numa residência com tais características que ocorreu um curioso episódio. Conta-se que Lampião mandou preparar o devido regabofe para o seu grupo e um dos cangaceiros cometeu a imprudência de dizer que a carne estava sem sal, insossa. Então o Capitão se enfureceu de tal forma que, após reprimir com palavras duras a observação impensada de seu liderado e afirmar que deviam agradecer a Deus e àquela família por comida tão saborosa, pediu todo o sal existente na casa e ordenou que o cabra engolisse tudo. E sem deixar um só tiquinho. E também um dia inteiro sem beber uma só gota d’água. Castigo exemplar para os mal agradecidos.


Por último, o regabofe saboreado nababescamente na residência de coronel ou de outra ilustre figura sertaneja. Ora, é sabido por todos que a influência de Lampião era exercida perante todas as hierarquias sertanejas, desde o homem mais simples e empobrecido ao coronel e demais autoridades. De alguns apenas a consideração pelo temor, pelo medo que possuíam; mas verdadeira reverência de outros, num lastro de amizade que permitia com que o bando tivesse guarida e acolhida nas varandas e mesas mais portentosas. Bastava a sua presença e toda e qualquer cozinha parecia fervilhar, com alvoroço de panelas e facas pinicando alimentos.

Dificilmente o Capitão antecipava o conhecimento sobre sua chegada a qualquer lugar. Era perigoso demais avisar com antecedência, vez que a desconfiança era instrumento essencial na estratégia de sobrevivência. Contudo, nada impedia - e assim aconteceu - que mandasse bilhete a uma determinada influência interiorana dizendo que tal dia se faria presente com a sua caravana de luta. Missiva sempre enviada por alguém de sua extremada confiança.

Ao chegar era recebido com as mordomias dos grandes, com direito a boa bebida e mesa farta. Não só muita comida como diversidade de pratos. O nordestino, principalmente se poderoso economicamente, é um desregrado nos alimentos que manda preparar e servir a convidado ilustre. Os mesmos pratos nordestinos, porém mais temperados, requintados e diversificados. Numa mesa assim certamente não faltava a buchada, o sarapatel, a galinha ao molho pardo, o porco assado, a carne de bode e de gado, e as aves apetitosas. E também as saladas, os molhos, as massas, os pratos ao forno de lenha.

Mas não precisava ser pessoa rica, de muitas posses e coronelato sobre o mundo sertanejo, para servir bem ao amigo Lampião. Meu avô materno Teotônio Alves China, ou China do Poço como era mais conhecido, se enquadrava nessa categoria dos que receberam o Capitão com mesa farta, mas sem ser latifundiário ou pessoa de muitas posses. Pequeno comerciante, dono de bodega, lhe sobrava, porém, a grande influência que possuía na povoação sergipana de Poço Redondo. Amigo do líder cangaceiro, era na sua residência que este buscava acolhida e mesa abastecida quando de visita ao lugarejo.

Não só Lampião e seu bando eram recebidos por Seu China, pois as autoridades regionais ali também faziam estadia. E numa ocasião, num mês de agosto em que se celebrava a festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição, eis que o bando maior desponta na estrada e segue em direção à casa do amigo. O Capitão não sabia, contudo, que num dos quartos da residência repousava um feroz combatente de suas práticas: o Padre Arthur Passos.

Os donos da casa, Seu China e Dona Marieta, nervosos demais diante da situação inusitada, tendo ali a presença da arma e da cruz, já nem sabiam o que fazer quando foram perguntados por Lampião o que se passava para estarem assim tão aflitos. Não vendo saída, o amigo segredou-lhe sobre a presença do velho padre tirando uma soneca antes do almoço. Segredou e ficou esperando o pior acontecer.


Mas não, pelo contrário. Aconteceu muito diferente do tão temido. O Capitão sorriu com a informação recebida e disse apenas que por gentileza avisasse ao da igreja que também estava ali e que desejava muito ter o prazer de dividir a mesa com ele. Então surge outro problema para China resolver, eis que temia ser excomungado no mesmo instante que repassasse o recado ao Padre Arthur, reconhecido pela intolerância com as ações cangaceiras e inimigo declarado de Lampião. Alguns, entretanto - como verdade ou mentira -, juram na cruz que os dois mantinham grande amizade.

Amigos nos escondidos sertanejos ou não, verdade é que as pazes foram devidamente seladas na mesa servida por Dona Marieta. Com a ajuda de comadres e vizinhas, a esposa de Seu China colocou tantos pratos apetitosos à disposição que o velho padre, sempre de boca cheia e deixando cair caldo gordo pelos beiços, não conseguia dizer uma palavra inteligível sequer.

E dizem que Lampião ficou três dias sonhando com a comida e repetindo em devaneio: Me passe a buchada, me passe esse capão gordo, me passe esse lombo de porco...

(*) Meu nome é Rangel Alves da Costa, nascido no sertão sergipano do São Francisco, no município de Poço Redondo. Sou formado em Direito pela UFS e advogado inscrito na OAB/SE, da qual fui membro da Comissão de Direitos Humanos. Estudei também História na UFS e Jornalismo pela UNIT, cursos que não cheguei a concluir. Sou autor dos seguintes livros: romances em "Ilha das Flores" e "Evangelho Segundo a Solidão"; crônicas em "Crônicas Sertanejas" e "O Livro das Palavras Tristes"; contos em "Três Contos de Avoar" e "A Solidão e a Árvore e outros contos"; poesias em "Todo Inverso", "Poesia Artesã" e "Já Outono"; e ainda de "Estudos Para Cordel - prosa rimada sobre a vida do cordel", "Da Arte da Sobrevivência no Sertão - Palavras do Velho" e "Poço Redondo - Relatos Sobre o Refúgio do Sol". Outros livros já estão prontos para publicação. Escritório do autor: Av. Carlos Burlamaqui, nº 328, Centro, CEP 49010-660, Aracaju/SE.

Poeta e cronista
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Antônio Gomes de Arruda Barreto.

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo

Antônio Gomes de Arruda Barreto nasceu em 1856 em Pedra Lavrada/PB e faleceu em 1909 na Parahyba, hoje cidade de João Pessoa. Era filho de Antônio Gomes Barreto e de Ana de Arruda Câmara. Homem inteligente e de caráter nobre, dedicou-se ao magistério, especialmente à educação dos jovens sertanejos. Em 1875 seguiu para Catolé do Rocha/PB, fixando-se lá, onde formou sua família.


Em 1897 fundou o Colégio Sete de Setembro em Brejo do Cruz/PB, primando pela qualidade. O seu Colégio era procurado tanto por alunos paraibanos como por aqueles que residiam no Estado do Rio Grande do Norte. Em decorrência da seca que assolou a região no ano de 1898, Antônio Gomes de Arruda Barreto viu-se obrigado a fechar o seu educandário e emigrar para o Rio Grande do Norte, em 1900. Antônio Gomes era autodidata e poliglota. Além de professor, era poeta satírico, jornalista polêmico e combativo. Foi advogado e promotor sem ser bacharel.

Foi deputado provincial no Estado da Paraíba por duas legislaturas (1901/1904 e 1908/1911), tendo falecido no exercício do mandato. Republicano, ao lado de Epitácio Pessoa, Castro Pinto e Argemiro de Souza, prestou relevantes serviços jornalísticos à sua terra. Foi redator do jornal O Estado da Paraíba; redator-chefe de O Mossoroense e colaborador de O Combate e O Eco.

Também se dedicava à poesia satírica, arma utilizada para atacar os adversários políticos do seu tempo. Entretanto, segundo Oscar de Castro, seus versos eram cheios de um humor sadio, que não chegavam a provocar ódios ou melindres justificados. Publicou também em O Comércio. Era tenente-coronel da Guarda Nacional, bem como membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Publicou em jornais muitas poesias, usando sempre os pseudônimos Pincelle e F. Santarém. Também escreveu uma gramática e um Tratado de Direito.

Jerdivan Nóbrega de Araújo. Bacharel em Direito. Poeta e escritor. Funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: José Romero Araújo Cardoso

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Rostand Medeiros na Serra Grande


Olá amigo Mendes, espero que esteja tudo bem com você, meu grande amigo. 

Como sei que você gosta de história e pesquisa, gostaria de compartilhar contigo algumas fotos da minha última viagem ao Sertão do Pajeú (PE), para trabalhar em uma consultoria junto a TV Brasil/EBC, de Brasília, em um documentário sobre o cangaço, que em breve vai estar na telinha.


Estava com o André Vasconcelos, de Triunfo, meu amigo e parceiro de empreitadas. Estivemos em várias partes do Pajeú, principalmente em Triunfo e Serra Talhada. Nesta última cidade ficamos na zona rural, na Fazenda Barreiros, onde passamos ótimos momentos. Dali subimos a Serra Grande, palco do maior combate de Lampião contra as volantes. 

 




Foram 900 metros de altitude que tivemos de encarar e assim compreender o que ocorreu neste local em novembro de 1926. Neste local, Lampião e seu bando, segundo algumas fontes com 85 homens, venceu várias volantes, que totalizavam 300 policiais pernambucanos. 

Um abraço.

Rostand Medeiros

Material do acervo do historiógrafo e pesquisador do cangaço: Rostand Medeiros.

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