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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

LIVRO DO ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA

   Por Volta Seca

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LIVRO DO ESCRITOR GUILHERME MACHADO

  Por José Mendes Pereira


Recentemente o escritor e pesquisador do cangaço Guilherme Machado lançou o seu trabalho sobre o mundo dos cangaceiros com o título "LAMPIÃO E SEUS PRINCIPAIS ALIADOS". 

O livro está recheado com mais de 50 biografias de cangaceiros que atuaram juntamente com o capitão Lampião. 

Eu já recebi o meu e não só recebi, como já o li. Além das biografias, tem fotos de cangaceiros que eu nem imaginava que existiam. São 150 páginas. Excelente narração. Conheça a boa narração que fez o autor. 

Pesquisador Geraldo Júnior

Prefaciado pelo pesquisador do cangaço Geraldo Antônio de Souza Júnior. Tem também a participação do pesquisador Robério Santos escritor e jornalista. Duas feras no que diz respeito aos estudos cangaceiros.

Jornalista Robério Santos

Não deixa de adquiri-lo. Faça o seu pedido com urgência, porque, você sabe muito bem, livros escritos sobre cangaços, são arrebatados pelos leitores e pelos colecionadores. Então cuida logo de adquirir o seu! 

Pesquisador Guilherme Machado

Adquira-o através deste e-mail: 

guilhermemachado60@hotmail.com

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VISITE A CASA DO LIVRO

  Por Antonio Correa Sobrinho

Em Capela/SE, a "Princesa dos Tabuleiros", zona da mata canavieira, terra do famoso empresário e jornalista Orlando Dantas.

visite a CASA DO LIVRO, situada no centro histórico e comercial da cidade, bem próximo ao local do extinto cinema onde Lampião e asseclas estiveram, no dia 25.11.1929, à cata do telegrafista Zozimo Lima, e da casa onde morou o empresário, advogado, senador e ministro do STF, José Luís Coelho e Campos. 

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LIVROS DO ESCRITOR JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO

    Por José Bezerra Lima Irmão

Diletos amigos estudiosos da saga do Cangaço.

Nos onze anos que passei pesquisando para escrever “Lampião – a Raposa das Caatingas” (que já está na 4ª edição), colhi muitas informações sobre a rica história do Nordeste. Concebi então a ideia de produzir uma trilogia que denominei NORDESTE – A TERRA DO ESPINHO.

Completando a trilogia, depois da “Raposa das Caatingas”, acabo de publicar duas obras: “Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste” e “Capítulos da História do Nordeste”.

Na segunda obra – Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste –, sistematizei, na ordem temporal dos fatos, as arrepiantes lutas de famílias, envolvendo Montes, Feitosas e Carcarás, da zona dos Inhamuns; Melos e Mourões, das faldas da Serra da Ibiapaba; Brilhantes e Limões, de Patu e Camucá; Dantas, Cavalcanti, Nóbregas e Batistas, da Serra do Teixeira; Pereiras e Carvalhos, do médio Pajeú; Arrudas e Paulinos, do Vale do Cariri; Souza Ferraz e Novaes, de Floresta do Navio; Pereiras, Barbosas, Lúcios e Marques, os sanhudos de Arapiraca; Peixotos e Maltas, de Mata Grande; Omenas e Calheiros, de Maceió.

Reservei um capítulo para narrar a saga de Delmiro Gouveia, o coronel empreendedor, e seu enigmático assassinato.

Narro as proezas cruentas dos Mendes, de Palmeira dos Índios, e de Elísio Maia, o último coronel de Alagoas.

A obra contempla ainda outros episódios tenebrosos ocorridos em Alagoas, incluindo a morte do Beato Franciscano, a Chacina de Tapera, o misterioso assassinato de Paulo César Farias e a Chacina da Gruta, tendo como principal vítima a deputada Ceci Cunha.

Narra as dolorosas pendengas entre pessedistas e udenistas em Itabaiana, no agreste sergipano; as façanhas dos pistoleiros Floro Novaes, Valderedo, Chapéu de Couro e Pititó; a rocambolesca crônica de Floro Calheiros, o “Ricardo Alagoano”, misto de comerciante, agiota, pecuarista e agenciador de pistoleiros.

......................

Completo a trilogia com Capítulos da História do Nordeste, em que busco resgatar fatos que a história oficial não conta ou conta pela metade. O livro conta a história do Nordeste desde o “descobrimento” do Brasil; a conquista da terra pelo colonizador português; o Quilombo dos Palmares.

Faz um relato minucioso e profundo dos episódios ocorridos durante as duas Invasões Holandesas, praticamente dia a dia, mês a mês.

Trata dos movimentos nativistas: a Revolta dos Beckman; a Guerra dos Mascates; os Motins do Maneta; a Revolta dos Alfaiates; a Conspiração dos Suassunas.

Descreve em alentados capítulos a Revolução Pernambucana de 1817; as Guerras da Independência, que culminaram com o episódio do 2 de Julho, quando o Brasil de fato se tornou independente; a Confederação do Equador; a Revolução Praieira; o Ronco da Abelha; a Revolta dos Quebra-Quilos; a Sabinada; a Balaiada; a Revolta de Princesa (do coronel Zé Pereira),

Tem capítulo sobre o Padre Cícero, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, o episódio da Pedra Bonita (Pedra do Reino), Caldeirão do Beato José Lourenço, o Massacre de Pau de Colher.

A Intentona Comunista. A Sedição de Porto Calvo.

As Revoltas Tenentistas.

Quem tiver interesse nesses trabalhos, por favor peça ao Professor Pereira – ZAP (83)9911-8286. Eu gosto de escrever, mas não sei vender meus livros. Se pudesse dava todos de graça aos amigos...

Vejam aí as capas dos três livros:



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Adquira-os através deste endereço:

franpelima@bol.com.br

Ou com o autor através deste:


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PIRANHAS PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE E CASA DO CARIRI CANGAÇO 2022

 Por Redação Cariri Cangaço

Piranhas, a Lapinha do Sertão, sede do Cariri Cangaço 2022

Depois de apresentarmos duas sedes de nossa agenda 2022; Paulo Afonso na Bahia e Serra Telhada em Pernambuco; chegamos a nosso terceiro e precioso destino: Piranhas , a Lapinha do Sertão, no baixo São Francisco, uma das mais lindas e acolhedoras cidades das Alagoas e do Brasil.

Piranhas é simplesmente bela, espetacular ! Parece saída de um conto de fadas dos séculos dezoito e dezenove direto para as margens do São Francisco no sertão das Alagoas; única cidade do semiárido nordestino a ser tombada pelo IPHAN como Patrimônio Histórico Nacional,  em 2003. Lá atrás era chamada de Tapera ainda no século XVIII e teve sua emancipação em 03 de junho de 1887. "Conta-se que, num riacho da Tapera, um caboclo pescou uma grande piranha e quando chegou em casa, lembrou que tinha deixado a faca e falou para o filho: "Vá ao porto da piranha e traga o meu cutelo", e assim a antiga Tapera virou a promissora e inigualável Piranhas.

Piranhas é cheia de beleza, magia e historia. Em Julho de 2022 recebe pela quinta vez uma edição do Cariri Cangaço !

Piranhas mantem um patrimônio arquitetônico invejável, as pequenas casas e pousadas com suas fachadas coloridas e extremamente bem cuidadas; as ruas de paralelepípedos,  limpas e bem sinalizadas, suas igrejas, praças, seu Museu do Sertão, o majestoso Velho Chico e seu pequeno porto: Dali saiu João Bezerra na noite de 27 de julho de 1938 rumo a Angico...  A tornam uma cidade e uma visita, inesquecíveis.

Mais uma vez a extraordinária Piranhas recebe uma edição do Cariri Cangaço, será a quinta edição. Os anos de 2013, 2014, 2015 e 2016 marcaram edições históricas do Cariri Cangaço na mais bela cidade ribeirinha do Brasil. Quem nos fala é Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço: "Na verdade todo o meu ser enche de entusiasmo, primeiro por retornarmos a Piranhas, uma cidade que amo de paixão, aqui vivi momentos inesquecíveis rebuscando a memoria e historia do povo sertanejo notadamente a historia do cangaço, segundo porque aqui tenho queridos amigos que moram no lado esquerdo do peito, terceiro por poder trazer a familia Cariri Cangaço para conhecer, sem dúvidas, um dos cenários históricos mais belos de todo o Brasil e por ultimo, por Piranhas ter me adotado como filho; através de um honroso título de cidadão honorário; imaginem o tamanho de nossa responsabilidade.."


Museu do Cangaço em Piranhas, foto de Rita Barreto
Celsinho Rodrigues, Conselheiro Cariri Cangaço, membro da Academia de Letras de Piranhas, Presidente da Comissão Organizadora do Cariri Cangaço Piranhas 2022

O Cariri Cangaço Piranhas 2022 tem a frente o Conselheiro Cariri Cangaço, membro da Academia de Letras de Piranhas, pesquisador Celsinho Rodrigues que recebeu o curador do Cariri Cangaço Manoel Severo para uma série de reuniões e visitas, preparativas para o evento que acontece entre os dias 28 e 31 de julho de 2022. "O Cariri Cangaço é uma casa de amigos e Piranhas tem se notabilizado pela grande característica de reunir muitos amigos, tudo isso em torno de muita memoria, muita história e uma beleza que poucas cidades do Brasil possuem. Que o Velho Chico possa abençoar mais uma extraordinária edição de nosso Cariri Cangaço, sejam bem vindos ao Cariri Cangaço Piranhas 2022" ressalta o presidente da Comissão Organizadora, Celsinho Rodrigues.

Celsinho Rodrigues e Manoel Severo, comandaram as reuniões preparativas em Piranhas
Piranhas-AL, cercada de beleza por todos os lados

As reuniões acontecidas em Piranhas definiram a data, os principais pontos da programação, as visitas, os temas e conferencistas, como também a infraestrutura necessária e a logística para o desenvolvimento da quinta edição do Cariri Cangaço em Piranhas. "Estamos desenvolvendo e construindo com todo o cuidado a programação do Cariri Cangaço Piranhas 2022. Teremos muitas novidades, novidades de arrepiar, toda família Cariri Cangaço do Brasil vai se surpreender, por isso não deixem de agendar a data: 28 a 31 de julho de 2022, estaremos juntos" revela Jacqueline Rodrigues, da Comissão Organizadora.

Celsinho Rodrigues, Ismaíne, Ingrid Rebouças, Manoel Severo, dona Sônia Rodrigues e Jacqueline Rodrigues em noite de definições para o Cariri Cangaço Piranhas 2022

A cidade de Piranhas em sua parte histórica é movida praticamente pelo turismo. Bares e botecos de fino gosto e comida muito boa, unida a calma e tranquilidade do lugar com os cerca de dois mil habitantes, fazem de Piranhas um dos maiores destinos turísticos de Alagoas. Todos os anos recebe milhares de turistas, notadamente em função de sua grande ligação com o tema Cangaço. Mas seu grande visitante apareceu ainda no século XIX, ainda em 1859 foi visitada pelo Imperador D. Pedro II, e a partir dali ganhou impulso comercial com a navegação a vapor pelo Rio São Francisco e posteriormente, a chegada da estrada de ferro construída pelos ingleses. "Severo, a presença do cangaço foi tão forte aqui em Piranhas que chegou a colocar em segundo plano na história, a visita do imperador Dom Pedro II, para você ver..." confirma o pesquisador, deputado Inácio Loiola.


Continua Manoel Severo "é absolutamente claro que Piranhas é uma das cidades mais belas de todo o nordeste brasileiro; tombada como Patrimônio da Humanidade, com um casario antigo espetacular e bem preservo e ainda por cima, abençoada pelas águas do São Francisco,  o que talvez muitos não saibam é que Piranhas também tem uma forte presença dentro da historiografia do cangaço notadamente no ciclo lampiônico. Estava ali sediada a volante do Tenente Bezerra, foi ali que se perpetraram vários e emblemáticos episódios da história do cangaço com destaque para a morte do cangaceiro Gato na invasão do bando de Corisco em 1936 e a trama com o fatídico desfecho do Angico em julho de 1938."

Piranhas teria seu nome consolidado dentro da historiografia do cangaço a partir da segunda metade da década de trinta; como base de volantes alagoanas, pela invasão de Gato e Corisco ainda em 1936 e principalmente por ali ter sido arquitetado por João Bezerra e seus homens, o plano que teria como desfecho a morte de Lampião no Angico em 1938. "Uma de nossas grandes preocupações à exemplo do inicio de todo planejamento para a realização das edições Cariri Cangaço, é com a qualidade e a responsabilidade com a programação, os temas e a recepção aos amigos de todo o Brasil que nos visitam. Em Piranhas a responsabilidade aumenta em função das espetaculares edições anteriores" revela Celsinho Rodrigues.

ONDE O BRASIL DE ALMA NORDESTINA SE ENCONTRA

Redação Cariri Cangaço
Piranhas, Alagoas
03 de Fevereiro de 2022

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/02/piranhas-patrimonio-da-humanidade-e.html

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JUAZEIRO, JUAZEIRO

 Clerisvaldo B. Chagas, 2/3 de fevereiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.653

Ainda é a árvore mais famosa do Sertão. Típica e originária da caatinga, o juazeiro ficou imortalizado nas músicas do Rei Luiz Gonzaga. Árvore elegante que pode atingir 15 metros de altura é famigerada pela sua resistência à seca, sua sombra e suas propriedades medicinais. Seus galhos secos, caídos ao chão, podem surpreender o desavisado com seus espinhos grandes, duríssimos, roliços e marrons acinzentados. Produzem uma dor grossa e duradoura, fura sandália de borracha, pé e tudo. O fruto do juazeiro é o joá, pequeno arredondado e doce, muito usado pelos caprinos. As pessoas usam o fruto em pequena quantidade para evitar problemas imediatos. Com eles pode se fazer doce e geleia.  Da casca do juazeiro se faz pasta dental e xampu. Nós o conhecemos de perto pois já descansamos muito sobre à sombra dessa árvore, palitamos os dentes com seus espinhos e higienizamos a boca com a raspagem do seu tronco.

Juazeiro (crédito: Luiz Carlos Cardoso Bill).

O juazeiro (Ziziphus joazeiro) tem proteção contra o fogo nas coivaras, ainda hoje praticadas nos sertões. Ganha muito destaque natural na região de criatório e nos musicais das páginas forrozeiras nordestinas. É cantado direta ou indiretamente nas sagas romanescas de amor. Não é muito bom para se armar redes nos seus galhos, mas bem varrido com garranchos, dá uma descansada boa danada na esteira de pipiri ou de caboclo. Às vezes seus galhos próximos uns aos outros, costumam soltar gemidos que parecem sobrenaturais quando entram em atrito causado pelo balanço do vento. Suas raízes profundas quase sempre mantêm o verde aceso quando os arredores se apresentam queimados pela canícula. É a capacidade de absorver a água distante do subsolo.

É decantada sua resistência à estiagem, entretanto, muitas outras árvores também são famosas pela sombra tão cobiçada no verão, a exemplo da Quixabeira que em toda plenitude parece uma casa e são preferidas para longos descansos de viajantes a pé e de retirantes. Sua madeira possui propriedades medicinais muito usada contra pancadas e diabetes. O Sertão é uma universidade a céu aberto para quem tem coragem de estudar suas nuances. Sobre os seus frutos, a quixabeira produz as “quixabas”. Pequenas, esverdeadas no início e pretinhas depois, São adocicadas e leitosas; e assim como o joá, costumam fazer a festa dos caprinos. Bodes, cabritos e cabras costumam escalar tronco e galhos na luta pela sobrevivência. Ê Sertão!...


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A MORTE DE LAMPIÃO

 Por José Bezerra Lima Irmão

Puxe o tamborete e vamos conversar.

Me perguntaram se houve festejos por ocasião da morte de Lampião.

Fiz um levantamento dos episódios relatados pelos cronistas sobre esse aspecto e apurei

o seguinte:

Dona Cyra de Brito, mulher do tenente João Bezerra, contou à revista Manchete e depois a Antônio Amaury que estava em casa em seu quarto, de resguardo (ela havia dado à luz naqueles dias), quando escutou um fuzuê lá fora – o barulho aumentava, subindo do rio, muitos gritos, uma confusão medonha, e ela notou aflita que a coisa estava entrando e sua casa: a porta do quarto abriu-se e João Bezerra entrou com os soldados segurando as cabeças ensanguentadas. Dona Cyra, apavorada, debruçou-se sobre o berço da filhinha recém-nascida, enquanto os soldados dançavam e cantavam “Mulher Rendeira”.

Aquele 28 de julho foi um dia de horror em Piranhas. Cada componente da volante tinha uma versão dos fatos. Como as promoções anunciadas dependiam do grau de participação na luta, estabeleceu-se uma disputa verbal entre eles, cada um invocando para si a glória de ser o autor da morte de Lampião. O aspirante Francisco Ferreira dizia que tinha sido ele quem matou Lampião com uma rajada de metralhadora. Porém o soldado Noratinho assegurava ter sido ele quem atirou na cabeça de Lampião. Por sua vez, o cabo Antônio Bertoldo jurava que quem atirou em Lampião foi ele.

Outra controvérsia foi travada pelos que se vangloriavam de ter decapitado Lampião e Maria Bonita. Porfiavam pela autoria da decapitação de Lampião o sargento Aniceto e os soldados José Panta de Godoy e Santo (Sebastião Vieira Sandes); e pela de Maria Bonita, o cabo Bertoldo e os soldados Cecílio, José Panta de Godoy, Noratinho e Antônio Jacó.

A autoria da morte de Luís Pedro era disputada entre o aspirante Francisco Ferreira e o soldado Antônio Jacó. Teve até briga por isso, e por pouco Antônio Jacó não foi assassinado na mesma semana em Piranhas, na casa do prefeito Correinha.

Quanto ao povo, a impressão era de dúvida, pois já tinha havido várias notícias falsas da morte de Lampião. Os matutos, céticos, comentavam: “Sei não, viu? O tenente João Bezerra matando seu amigo?”

No mesmo dia 28 chegaram a Piranhas levas e levas de moradores de Pedra, Pão de Açúcar, Canindé e Poço Redondo, todos curiosos com o acontecimento.

Não houve reconhecimento dos corpos – o termo de reconhecimento foi assinado pelo tenente-coronel José Lucena, que nunca tinha visto Lampião.

As cabeças ficaram em Piranhas até o dia 30. Começaram a apodrecer. Inchadas.  Deformadas.

No transporte das cabeças para Maceió, o povo, já informado, se apinhava no caminho para se certificar se de fato era verdadeira a notícia. As notícias corriam mais que o caminhão. Estrada péssima. O caminhão parava a todo instante, pois todo mundo queria ver as cabeças. O cortejo lúgubre demorou-se em Olho d’Água do Casado, no Talhado, em Pedra.

As cabeças só chegaram a Santana do Ipanema ao anoitecer. Não consta que os moradores festejassem; consta que as cabeças foram recebidas com dobrados tocados pela banda de música, houve missa e o prefeito Pedro Gaia mandou soltar foguetes.

A viagem só foi retomada no dia 31. Por onde o caminhão passava, ia parando, de povoado em povoado e até em sítios.

Já era noite quando chegaram a Maceió. As pessoas lotavam as calçadas, espremiam-se nas janelas, trepavam nas árvores para ver o espetáculo macabro. O caminhão entrou pelo bairro do Bebedouro, passou pelo Bom Parto e pelo Cambona, desceu pela Avenida Fernandes Lima para a Praça dos Martírios, onde ficava o Palácio do Governo.

O interventor federal Osman Loureiro postou-se com outras autoridades na sacada do palácio. Quando a cabeça de Lampião foi suspensa pelos cabelos, para que todos vissem, um soldado gritou: “Viva o guveeerno!”. E a multidão sugestionada por aquele grito, entoou: “Viiivaaa!”

No percurso entre o Palácio e o necrotério da Santa Casa de Misericórdia, passando pela Rua Boa Vista, Praça Montepio dos Artistas e Praça do Quartel do Regimento, calcula- se que 10 mil pessoas se acotovelavam nas ruas e becos.

Até os nazarenos sentiram a morte de Lampião. Segundo João Gomes de Lira, ex- soldado nazareno, Euclides Flor chorou quando soube da morte do inimigo, e Manoel

Jurubeba disse, consternado: “Morreu Lampião. Acabou-se a alegria do sertão”.

(Texto adaptado a partir do meu “Lampião – a Raposa das Caatingas” - Quem tiver interesse por este livro, por favor entre em contato comigo 719985-1664 ou peça ao professor Pereira através do seu e-mail: franpelima@bol.com.br

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80 ANOS ANGICO - PARTE 4

 Por Aderbal Nogueira

A subida da trilha pro Angico e a divisão da tropa. Quarta parte do vídeo documentário dos 80 anos da morte de Lampião - Combate de Angico.

https://www.youtube.com/watch?v=ilLGU8Q3_qQ

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UMA CONVERSA INFORMAL COM O SENHOR MANOEL VIEIRA - SOBRINHO DO CANGACEIRO ZABELÊ I.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=sGeOanz7cp4&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Durante visita que fizemos recentemente à Fazenda Xique-Xique no município pernambucano de Serra Talhada, tivemos o prazer de conhecer algumas pessoas que ainda hoje guardam lembranças e histórias da época em que o cangaço imperava nos sertões do Nordeste e uma dessas pessoas é o senhor Manoel Vieira, sobrinho do cangaceiro Zabelê (Isaías Vieira dos Santos), que nos recebeu em sua casa, falou a respeito do tio-cangaceiro e nos concedeu esse bate-papo descontraído que vocês poderão conferir ao assistirem esse documentário.

Cangaceiro Zabelê I - Isaías Vieira dos Santos

Para conhecer mais a respeito desse personagem e suas histórias acessem o link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=KFvGh...

Cangaceiro Zabelê I - Isaías Vieira dos Santos

Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações e publicações.

Cangaceiro Zabelê I - Isaías Vieira dos Santos
Forte abraço, Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia e Arquivo Nordeste. Seja membro deste canal e ganhe benefícios: https://www.youtube.com/channel/UCDyq...

Informação do 

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Lembrando ao leitor, que este Zabelê não era o Antônio Marques da Silva, o cangaceiro Zabelê, que era tio do escritor e pesquisador do cangaço Alcino Alves Costa. Não tenho a informação qual seria o seu nº. no cangaço, como sendo por exemplo: o I, II, III ou... ,mas o seu "sobrinho neto" Rangel Alves da Costa, arrisca em dizer que ele foi o último com este nome Zabelê, assim sendo, ele foi o 3º. cangaceiro com este apelido.

Mas deve existir nos arquivos de algum escritor, pesquisador ou cineasta mais informação sobre os cangaceiros Zabelês.

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AS OITO IRMÃS DO CANGACEIRO ZABELÊ

Por:Rangel Alves da Costa

Nem posso dizer que o texto que segue é fruto de construção literária, da minha verve prosista, pois tudo, como se verá, é tão verdadeiro quanto o sangue que corre pelas minhas veias, afluente que é do caudaloso rio familiar do cangaceiro Zabelê e suas sete irmãs.

Manoel Marques da Silva, mais tarde apelidado como Zabelê no bando de Lampião (Alguns afirmam a existência de outro ou até outros Zabelês), era filho único de Antônio Marques da Silva e Maria Madalena de Santana, a Mãe Véia. Suas irmãs, em número de oito, eram Emeliana, Conceição, Osana, Isabel, Rosinha, Mãezinha, Mariquinha e Cordélia.

Assim, meus bisavôs paternos Antônio Marques e Mãe Véia fizeram nascer numerosa prole, talvez pensando em formar descendência familiar forte num pequeno lugarejo lá pelas bandas mais esturricadas do sertão sergipano. Nessa época Poço Redondo fazia parte do município de Porto da Folha. 

Pois bem. Nove filhos nasceram, porém sendo apenas um homem em meio a tantas mulheres. E quando mais tarde o único herdeiro dos Marques - por circunstâncias que somente a predisposição do momento, o modismo cangaceirista e o destino podem explicar – resolve fazer parte do bando do Capitão Virgulino e deixa a segurança do lar para viver as incertezas sangrentas das caatingas, os seus pais passam a amargar a dor da ausência e os temores em ter dentro de casa seis filhas para criar.

Ora, no sertão é dito como certo que casa que tem filho homem marmanjo algum quer dar uma de gavião para querer beliscar irmã dos outros. Se o menino Manoel Marques estivesse em casa os pais das sete mocinhas não ficariam tão preocupados. O perigo aumentava quando se sabia que as meninas da época eram apaixonadas pelos cabras de Lampião e inexplicavelmente atraídas para a vida em perigo.

Mas o menino resolveu se unir a Lampião e seus comandados e não teve jeito mesmo. Já no bando, então batizado como Zabelê, nome de pássaro errante pelos sertões nordestinos, foi se afastando cada vez mais da família, com quase nenhuma notícia nem sinal de que voltaria um dia para molhar os olhos de todo mundo. A esperança do retorno, desesperançada... 

Nesse desvão de mundo, naquele mundão de meu Deus, onde a sorte morava ao lado morte, sustentar família era um sacrifício. Se Manoel tivesse aqui era tudo muito diferente, muito mais alegria, muito mais encorajamento pra gente viver essas durezas dos homens e da terra, além de que certamente esses cabras não estavam noite em dia em minha porta com enxerimento pras minhas meninas. Certamente era isso que Mãe Véia murmurava enquanto batia o café no pilão ou ralava o milho para o cuscuz.

Mãe Véia tinha razão, pois por ali mais tarde foram aparecendo um tal de Ermerindo, um citadino chamado Aloísio, um militar chamado Rios, sertanejos como Timbé e Bastião e outros, cada um levando na mão uma flor do campo e roubando os corações das filhas de Antônio Marques.

Mas o que fazer se Manoel não estava ali para olhar bem nos olhos desse magote enxerido, medir de cima a baixo, e dizer se prestava ou não? Mas o destino não anda na contramão. Zabelê estava vivendo sua vocação catingueira, enquanto suas irmãs Emeliana, Conceição, Isabel, Osana, Mãezinha, Rosinha, Cordélia e Mariquinha buscavam a formação de novos laços familiares.

Assim, como disse acima, sou filho desse contexto, pois minha avó paterna, Emeliana Marques, casou com um rapaz das bandas de Carira, de nome Ermerindo Alves Costa, fazendo nascer dessa união também sete filhos, dentre eles o ex-prefeito de Poço Redondo e escritor Alcino Alves Costa, meu pai.

Meu tio passarinho, Zabelê com asa e bico e plumagem, depois que saiu de casa voou para sempre. Nunca mais colocou os pés na morada para rever a família, nunca mais mandou um recado dizendo que um dia voltaria, nunca mais pousou na mangueira do quintal ao entardecer. Seu Antônio Marques e Mãe Véia morreram sem o prazer da volta do filho homem.

Contudo, mesmo sem visitar familiares nem adentrar novamente à velha casa para beber um copo d’água sequer, Zabelê de vez em quando estava por perto, voando baixo na região de Poço Redondo. Fazendo parte do bando do Capitão, assim que o homem se amoitava pelas redondezas ele fazia parte da comitiva.

No dia 28 de julho de 1938, quando na madrugada sertaneja a volante alagoana fez o cerco e matou Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, na Gruta do Angico, terras de Poço Redondo, Zabelê só se salvou por milagre. Junto com Pitombeira arribou no meio do mundo. Contam que quando a saraivada de balas começou a riscar por todo lugar, Zabelê passarinho voou bem alto, sumiu numa nuvem e se escondeu.

E parece que se escondeu tão bem escondido nessa nuvem que de lá ninguém mais o viu, principalmente a família. Até hoje as irmãs que ainda estão vivas, como minha avó Emeliana e minhas tias Cordélia, Mariquinha e Mãezinha, choram quando lembram ou ouvem falar do irmão passarinho.

Elas mesmas avoaram muitas vezes por aí em busca do irmão. Há alguns anos, ainda quando estavam com vigor físico que permitia que fizessem longas viagens, bastava que ouvissem um rumor que o irmão poderia estar em algum lugar e lá iam elas em caminhonete, cortando os caminhos quase sem destino. E assim voaram pelos céus de Minas Gerais, Pernambuco e Bahia, dentre outros lugares, mas nada de encontrar nem uma pena do passarinho. A única certeza é que ele voou pra bem longe. E certamente hoje o meu tio faz ninho no céu.

Rangel Alves da Costa

Poeta, Cronista, Pesquisador e Escritor

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