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segunda-feira, 4 de abril de 2011

LEGIONÁRIO


Por: Antonio Kildemir Dantas

 



Eu, um guerreiro solitário e incerto
Que vivo vagando nesse mundo em guerra,
Deixo o meu suor e sangue sobre a terra,
Nas praias, campos, vales e deserto.


Sentindo a falta de você por perto,
Do seu corpo, do cheiro, do carinho terno,
Vejo minha vida virar um inferno,
Jogo meu pensar num desejo incerto.


Sinto teu olhar meigo e franco,
A levantar-me do chão, num tranco,
Como se, à força, tivesse me içado.


Vens, e derramas sobre mim  teu hálito,
Tuas mãos em carinhos, neste mesmo ato,
Cura-me as feridas, Oh! Bálsamo perfumado.



Kidelmir@petrobras.com.br


Este soneto foi extraído do encarte especial do Jornal "O Mossoroense", publicado no dia 14 de março de 2010, em homenagem ao dia Nacional da Poesia.


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O antes o agora e o depois.

            Nosso reverendo Ivanildo Silveira tira dos "emborná" mais um punhado de imagens. 
           Juntas são uma forma de apresentar aos confrades que vão chegando as faces daqueles que sairam do anonimato e contaram para o mundo um pedaço de suas histórias particulares, fatos vivenciados em seus grupos, ao lado do chefe, e as confidencias do período anterior as suas chegadas, narradas à amiga Dadá, entre outros, pelo próprio Lampião. 
             Cada pedra por menor que fosse ergueu esta grande saga da qual somos tão envolvidos. 
            Relevem a qualidade de algumas fotos. Estas não receberam qualquer tratamento e quando digitalizadas e ampliadas para seguir um padrão perdem consequentemente a nitidez.    

Zé Sereno
 
  
Volta Seca
 
Vinte e Cinco
 

Sila
 

Moreno
 

Ângelo Roque, o Labareda
 
Inacinha, companheira de Gato
 

Durvinha, companheira de Virgínio e que após a morte deste juntou-se a Moreno.
 
Criança
 
 
 
Dulce, companheira de Criança.
 

Dadá
 

Candeeiro
 

Barreira
 
Balão
 
Aristéia, companheira de "Catingueira"
 
Adília, companheira de Canário
 

LAMPIÃO MODERNO

Foto de Lampião

Por: Juscivaldo Dias

 
Alguém aí tem resposta
Pra pergunta que eu faço?
Lampião, rei do cangaço
Foi bandido ou foi herói?
Nem sei se esta é a questão,
Pois hoje a corrupção
Tem um punhal cangaceiro
Sem dó e sem piedade,
Segurança e dignidade
De quem é bom brasileiro.

O Virgulino moderno
É bandido refinado
Exibe carro importado,
Tem jatinho e muito mais.
A caneta é seu fuzil,
Com ela assalta o Brasil
Do jeito que sempre quis:
Feito cupim na madeira,
Fazendo uma barulheira
Nas finanças do País.

Esse novo Virgulino
Não tem chapéu estrelado,
Não sabe dançar xaxado,
Não canta Mulher Rendeira,
Ele não dorme no mato,
Ama o conforto e o bom trato.
E não agüenta repuxo:
Com seu dinheiro e malícia,
Quando foge da polícia,
Se esconde no hotel de luxo.

Não anda pelas caatingas,
Nem cruza moita de espinho,
Mas constrói o seu caminho
Com muito nome esquisito:
É fraude, é clientelismo,
É pilhagem, é nepotismo,
É propina, é malandragem.
Mas ele não se contenta:
A tudo isso acrescenta
A mentira e a rapinagem.

Quando chega a eleição,
Sendo ele candidato,
Promete roupa, sapato,
Dentadura, leite e lote.
Se tem amigo disposto
A sonegar o imposto,
Ele segura a peteca
Com uma frase canalha:
- se eu vencer essa batalha
Eu seguro essa merreca!

No palanque faz de Deus
O seu cabo eleitoral,
Criando o clima ideal
À exploração da fé
Seu discurso é de devoto,
Mas sua fé é o voto
Da humilde multidão
Que, inocente, se dobra:
Vira massa de manobra
Nas garras de Lampião.

O seu instinto perverso
É muito sofisticado:
Ele mata no atacado,
Quando desvia milhões
Em cada cheque que assina.
O bandoleiro assassina
Gente em escala brutal
De onde vem a matança?
Da falta de segurança,
De médico no hospital...

É direito da criança
Ensino de qualidade,
Mas dessa realidade
Pouca criança desfruta.
E quanto ao saneamento,
Não existe investimento
Neste importante setor,
Porque o nosso dinheiro
Vai parar no estrangeiro,
Na conta do malfeitor.

O cangaceiro de hoje
Tem site na Internet
E grava até em disquete
Os seus planos de ação.
Certo da impunidade,
Ele se sente à vontade
Pra dizer sem embaraço,
Justificando a orgia:
- Lampião nada fazia
Já eu roubo, mas eu faço!

Penso até ser injustiça
Comparar o Virgulino
Lá do sertão nordestino
Com esses cabras de hoje.
Pois de uma coisa eu estou certo:
Lampião nem chega perto
Desse que, de forma vil
E com bastante requinte,
Saqueiam o contribuinte
Que ainda crê no Brasil.

Ah, Capitão Virgulino,
Que andas fazendo agora?
Chega de tanta demora.
Sai desta cova ligeiro,
Vem retomar teu reinado!
Anda logo, desgraçado.
Chama teus cabras de fama,
Traz Corisco e Ventania,
Quinta Feira e Pontaria.
Tira o país dessa lama!

Chama Dadá, traz Maria,
Pra ti dar inspiração.
Traz Canário e Azulão,
Onde anda Moita Brava,
Jararaca e Zé Sereno,
Que provaram do veneno
Da refrega sertaneja?
E Bem-Te-Vi, bom de briga,
Cantando a mesma cantiga,
Não vai fugir da peleja.

Não esquece Volta Seca,
Sabonete e Jitirana
Que viraram caninana,
Nos instantes de combate.
Chama também Zé Baiano,
Pois entra ano e sai ano
E a coisa fica mais feia.
Já são muitos os excluídos
E a culpa é de bandidos
Que precisam levar peia!

Anda logo, que o Brasil
Já se cansou do teu mito,
Ouve o apelo e o grito
Do povo deste país.
Mas cuidado, capitão,
Cuidado com a mangação
Que pode ser um horror,
Já tem corrupto espalhando,
Que, em formação de bando
Lampião era ”amador”.

 
Colaboração de José Carlos (linsleite)