Seguidores

sábado, 18 de fevereiro de 2017

JORNALISTA LANÇARÁ LIVRO SOBRE O GONZAGÃO


O jornalista Chico Cardoso vai lançar um novo livro intitulado GONZAGA VIVE! O escritor espera lançar a obra ainda nesse primeiro semestre de 2017.

O livro narra em primeiro plano os 10 anos de fundação do Parque Cultural O Rei do Baião, que fica localizado na fazenda São Francisco, município de São João do Rio do Peixe-PB.

Vários gonzagueanos do Brasil inteiro falam sobre a história do Gonzagão e também sobre a criação e movimentação do Parque O Rei do Baião.

http://www.caldeiraodochico.com.br/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: 

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

QUATRO LIVROS DO ESCRITOR SÉRGIO AUGUSTO DE SOUZA DANTAS






Adquira estes livros através do professor Pereira, lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba.

E-mail: franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MINHA BELA, MINHA NAMORADA

*Rangel Alves da Costa

Minha bela, minha namorada. E de repente um livro aberto foi revelando o que jamais pensei escrito. E nas suas linhas o que nos foi determinado na estrada de mãos dadas e no passo a dois: sigam!

Imaginei ser tão distante e tão difícil de encontrar o horizonte chamado amor. Mas basta a presença, basta o olhar, basta o sorriso, basta o desejo, basta a certeza de que ela está aqui: minha bela, minha namorada.

Mesmo na distância, é na saudade que o amor tem asas. Mesmo na tristeza, é na certeza do breve encontro que tudo se se transforma em esperança. E é nas asas da saudade e da esperança que sempre estou diante de minha bela, de minha namorada.

Em você pensar e em todo pensar avistar o que os meus olhos já não conheciam. As belezas simples, as flores ocultas, os aromas da brisa, as canções do vento, as poesias das borboletas e dos colibris: a minha bela, a minha namorada.

Já não sou eu senão dividido, já não caminho só senão a dois, já não tenho nada senão compartilhado, já não tenho o egoísmo de me possuir senão a humildade de me dividir e minha outra parte a ela doar: à minha bela, à minha namorada.

À minha bela, à minha namorada, presenteei com concha de mar e dentro dela um segredo de vento dizendo assim: se as águas chegam para apagar os passos na areia, então é preciso aprender a voar sobre a areia. Eis o mistério de amar: aprender a voar.

Ó minha bela, ó minha namorada, que sempre olhemos os lírios do campo. A grandeza está na simplicidade e não no brilho, a riqueza está na humildade e não no deleite, a essência está apenas no que é. E precisamos ser além de nós para sermos mais?


Em teu colo repouso, minha namorada. Sobre tuas mãos me acolho, minha bela namorada. E em momentos assim, de simples ternura e meiguice, novamente em menino me torno e para sonhar beijando uma boca. E encontro a sua.

Minha bela, minha namorada. Como é bom novamente encontrá-la e tê-la só minha. Como é bom encontrá-la para nos meus braços deitar o seu corpo e sentir suas pétalas debruçadas sobre um jardim. E ser abelha na sua colmeia. Tanto mel, todo mel, tudo meu e seu.

Agora, diante de mim, como se sobre minha mente, meu olhar e meu coração, soprasse a mais doce inspiração: a minha bela, a minha namorada. Ela chegou e entrou pela porta. Caminhou sobre mim e sentou no meu colo, viajou sobre mim e bebeu na minha fonte, deitou sobre mim e saciou sua fome.

Entre nuvens e panos, ela também adormece e sonha. Mas ela levantou do seu sono, acordou do seu sonho, e ao abrir os olhos e ao sorrir nos lábios, então me senti refletido pelo mesmo sol e pela mesma lua, tudo nela: a minha bela, a minha namorada.

Já não sei a extensão do beijo, ou o adocicado do  mais doce sabor que possa existir, pois bastando o toque no favo de mel para sentir o paraíso da boca e do seu céu, no céu estrelado dela: a minha bela, a minha namorada.

E nos seus lábios leio poesia e carta de amor, bilhete e recado apaixonado, um livro aberto onde cada palavra é tão verdadeira como tudo nela: na minha bela, minha namorada.

E ainda junto aos seus lábios, como poeta ávido de qualquer soneto, quase em silêncio canto: não quero além do viver ter o prazer de estar ao lado dela, pela estrada, com ela, minha bela, minha namorada.

Por que o passo é curto demais nessa vida. Por que a estrada não se distancia demais nessa vida. Por que tudo simplesmente um dia termina no próprio ser humano, é que temos de seguir adiante na semeadura do que a nós mesmos prometemos: amor.

Amor, amar. E no amor a eternidade daquilo que a vida nos chamar a viver sem medo: a felicidade.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/ 

O “DNA” DO LAMPIÃO DE BURITIS SÓ SE FOR FEITO ATRAVÉS DO PROGRAMA DO RATINHO

Por José Mendes Pereira
Lampião de Buritis

Claro que isso é coisa de louco (no bom sentido), como dizia o escritor Alcino Alves Costa com quem vive pesquisando o cangaço de modo geral, mas esse tipo de exame com os restos mortais de Lampião de Buritis já era para ter sido feito, custeado pela prefeitura Municipal de Serra Talhada, ou através do governo estadual de Pernambuco.

Claro que os pesquisador, escritores, e nós, que somos curiosos em relação a este assunto, não acreditamos que Virgolino Ferreira da Silva o sanguinário e perverso Lampião tenha fugido do cerco policial, na madrugada de 28 de julho de 1938, lá na Grota de Angico, em terras da cidade de Poço Redondo, no Estado de Sergipe.

Escritor José Geraldo Aguiar

O saudoso fotógrafo e escritor José Geraldo Aguiar afirmou em livro: "LAMPIÃO, O INVENCÍVEL DUAS VIDAS, DUAS MORTES", que o verdadeiro Lampião do Nordeste escapara do cerco das volantes policias naquela triste madrugada de 28 de julho de 1938, e foi se refugiar durante 13 anos no Norte de Minas Gerais, para permanecer na clandestinidade.


De acordo com o pesquisador o rei Lampião morreu no Nordeste do Estado de Minas Gerais, no dia 3 de agosto de 1993, aos 96 anos de idade, assim está escrito em sua "Certidão de Nascimento". E segundo ele, a morte de Virgolino Ferreira da Silva o rei Lampião na madrugada de 28 de julho de 1938, foi uma farsa bem estudada.

DNA

Sobre um possível exame de "DNA" para os que não acreditam nessa história, José Geraldo Aguiar pediu aos familiares descendentes de Lampião que façam um exame de "DNA", mas não é tão simples assim: 

"Apesar da história de Lampião ser pública, cantada em prosa e verso, o exame de "DNA" só poderá ser realizado com a autorização de seus descendentes. O meu livro foi escrito para contar a verdade,” declarou.

Segundo este site http://www.nosrevista.com.br diz que "o documento é a cópia do exame da cabeça de Lampião. A certidão inicial que atesta que aquela cabeça que foi exposta durante muitos anos como sendo de Lampião foi redigido pelo odontólogo José Lages Filho. Ora, como é que um dentista, não sendo médico-legista, pode assinar um documento desse?"


Além do mais, acrescenta, citando o documento: “Infelizmente o Estado em que a cabeça chegou a morgue não permite um estudo acurado e minucioso a luz da antropometria criminal e da anatomia, pois atingida por um projétil de arma de fogo que atravessou o crânio saindo da região occipital, fraturando a mandíbula, o frontal, o parietal direito, o temporal direito e os ossos da base que ficaram reduzidos a múltiplos fragmentos.”

Um depoimento de um senhor, o qual não citarei o seu nome, mas basta conferir neste site: http://www.nosrevista.com.br que confirma que Candeeiro disse que Lampião fugiu do cerco da Polícia: Mas que não é verdade esta informação.

COMENTÁRIO DE UM SENHOR (EVITEI PUBLICAR O SEU NOME, MAS BASTA CONFERIR NO SITE ACIMA) EM 9 DE DEZEMBRO DE 2010.

"- Sou do sertão pernambucano, e tenho 43 anos, e desde menino meu avô materno, e o Candeeiro que estava com Lampião em Angico, confirmam a versão apresentada pelo autor, que Lampião não morreu em Angico, que furou o cerco policial e que posteriormente, depôs as armas em acordo com o governo Vargas e foi viver como fazendeiro fora do nordeste, não sabendo no entanto precisar o local. O meu avô me contava esta história desde que eu era menino, e meu pai confirmava a mesma versão. Meu pai e meu avô não estão mais entre nos, mas, minha mãe e o cangaceiro Candeeiro (ainda era vivo) sim e vivem na Vila de Ganumby município de Buíque, no agreste pernambucano".

De acordo com o comentário de José Gilberto de Moura o cangaceiro Candeeiro afirmou que Lampião fugiu do cerco. Mas em um vídeo e se não me engano, foi gravado pela "laser vídeo" do cineasta Aderbal Nogueira, e que neste vídeo Candeeiro diz que Lampião morreu ali mesmo em Angico. Ou será que o Candeeiro usa dois pesos e duas medidas?

Mas a gente fica meio confuso sobre a não realização de um possível exame de "DNA", com a ossada do "Lampião de Buritis". Por que não se faz este exame "DNA"  enquanto existe a ossada do Lampião de Buritis para tirar a dúvida ou confirmar que Lampião verdadeiro não morreu na Grota de Angico, mas sim no Norte de Minas Gerais? 

O livro de José Geraldo Aguiar fala tudo sobre o cemitério que ele foi enterrado, o local do túmulo, etc...

Dúvidas, não só minhas, mas tenho certeza que muitos que estudam o cangaço têm.

1 - Para que Lampião tivesse renunciado o cangaço teria sido antes da chacina na Grota de Angico, que aconteceu na madrugada de 28 de julho de 1938. 

A renúncia não aconteceu, pois os seus remanescentes como: Candeeiro, Balão, Sila, Zé Sereno, o coiteiro Mané Félix (muito embora o coiteiro já tinha ido para casa) e outros,  todos confirmaram aos escritores e pesquisadores que naquela madrugada Lampião estava no coito.

2 - Nada existe para corrigir sobre a morte de Lampião. Isto é indiscutível. Lampião morreu naquela madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota de Angico, no Estado de Sergipe.
             
3 - Por que o suposto Lampião afirmou ao escritor que não poderia aparecer. Ora! Após cinquenta anos que havia acontecido a chacina, todos os cangaceiros estavam libertos pelo indulto do então presidente da república Getúlio Vargas, e ainda ele temia algo?
               
4 - "Vou morrer no ano que vem"! O que eu sei, através dos escritores e pesquisadores, que Lampião era um grande estrategista, mas evidente, que adivinhava o que iria acontecer com ele,  e anunciar até o ano de sua morte, nunca ouvir falar. 

"- Meu passado foi muito problemático, não posso aparecer. Faça o que for possível, mas, não anuncie nada antes da minha morte. Vou morrer no ano que vem. Deixo minha mulher autorizada a colaborar com você em tudo que for possível.”
         
5 - "O óbito foi registrado em nome de Antônio Maria da Conceição". 
Observe, leitor: De Virgulino Ferreira da Silva, passou a ser chamado João Teixeira Lima e foi sepultado com o nome: Antonio Maria da Conceição.


Vejam algumas falhas que cometeu o saudoso José Geraldo Aguiar

O saudoso fotógrafo e pesquisador do cangaço José Geraldo Aguiar que escreveu o livro: "LAMPIÃO, O INVENCÍVEL DUAS VIDAS, DUAS MORTES", pelo que vi, ele não leu nada sobre a morte do Padre Cícero Romão Batista de Juazeiro. Veja o que ele fala sobre o suposto Lampião que não morrera em Angico no Estado de Sergipe: "- Tive acesso também à identidade, certidão de nascimento, ele usou 13 anos em MG para permanecer na clandestinidade. Tive acesso a vários objetos de Lampião. Ele estava com 41 anos de idade. Fugiu do cerco da Polícia de Sergipe com apoio de Padre Cícero e outras pessoas. Eu tive essa dádiva de encontrá-lo".

O fotógrafo escritor e pesquisador do cangaço José Geraldo Aguiar pisou na bola em aceitar o que disse o Lampião de Buritis, afirmando que quem o ajudou a fugir do cerco da Polícia de Sergipe, foi o Padre Cícero e outras pessoas. Outras pessoas, tudo bem, mas padre Cícero ter o ajudado a fugir do cerco policial, é incrível, porque quando o grupo de Lampião foi atacado na Grota de Angico pelas volantes do tenente João Bezerra da Silva, na madrugada de 28 de julho de 1938, padre Cícero já estava descansando no seu túmulo desde julho de 1934, pois ele faleceu no dia 20 deste mês.

Ainda disse o escritor: "- Vários escritores já disseram que ele não morreu em Angico, eu não sou o primeiro, só que eu tive dádiva de encontrá-lo. Fui o último amigo e confidente, estava com a história toda, só que ele me pediu para não divulgar nada enquanto ele estivesse vivo".

Se fosse mesmo Virgulino Ferreira da Silva o Lampião de Pernambuco, o destemido, o perverso e sanguinário, por que ele pediu para que o pesquisador não divulgasse nada enquanto ele estivesse vivo?

O certo é que, sem sombra de dúvidas, este Lampião era mesmo lá de Buritis, das terras do Estado de Minas Gerais, temendo que fosse descoberta a sua verdadeira farsa, passando por todos os seus amigos e admiradores como que ele fosse o valente de Pernambuco, Virgulino Ferreira da Silva o Lampião de Maria Bonita, filho dos sofridos José Ferreira da Silva e dona Maria Sulena da Purificação. 

Claro que o José Geraldo Aguiar o que escreveu foi baseado nas informações do seu depoente, no caso, o famoso Lampião de Buritis, que não tem nenhuma semelhança com o Lampião verdadeiro das terras de homens valentes ao estremo, lá de Pernambuco. 

Lógico que eu não estava lá na Grota de Angico, no momento da chacina, mas quem estava lá, não mente, um deles, Manoel Dantas Loyola o cangaceiro Candeeiro que, afirma em vídeo, gravado pelo cineasta Aderbal Nogueira que, Lampião e Maria Bonita morreram naquela madrugada de inferno.

Se você quiser saber mais sobre o Lampião de Buritis clique neste link: 

http://www.nosrevista.com.br/2010/01/28/biografo-de-lampiao-afirma-que-o-rei-do-cangaco-nao-foi-assassinado-em-sergipe/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br 

Se eu estiver conversando besteira que me perdoem!

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MEU AMIGO CLENALDO

Por Antonio Corrêa Sobrinho

Penso que foi em 2006 ou 2007, não tenho certeza, mas já vai praticamente uma década. Lembro-me bem, eu estava na casa de meus pais, Gilda e Felinto, na rua Pernambuco, nº 814, do meu querido bairro Siqueira Campos, da minha amada Aracaju, linda capital do meu adorado Sergipe (permitam-me estas declarações de amor), e ao atravessar para o outro lado da rua, com vários livros nas mãos, para guardá-los no bagageiro do meu carro, eis que ouço alguém dizer, em tom elevado, mais ou menos assim: “Se for jogar fora, me dê, eu fico com eles!”. Procurei visualizar o autor e logo vi, ao acena-lo para mim, tratar-se do novo vizinho, quase de parede, de meus pais, em direção ao qual me dirigi para conhecê-lo. Já ali nos demoramos em apresentações e conversações. Tínhamos tantas coisas em comum, que já nos conhecíamos, apenas não tínhamos ainda nos encontrado. 



O primeiro da esquerda é o escritor Archimedes Marques e o da direita é o escritor João de Sousa Lima

O da esquerda é o escritor João de Sousa Lima e o da direita é o escritor Dr. Archimedes Marques

Refiro-me a José Clenaldo, baiano de Paulo Afonso, casado, pai de três filhos, há anos radicado em Sergipe, agora em Aracaju vindo da cidade de Lagarto, burgo de Kiko Monteiro, Joel Silveira, Silvo Romero, Ranulfo Prata, Diego Costa. Clenaldo, que logo vi ser um autêntico cultor da cultura nordestina - da música, da literatura, do folclore, da gente, do cangaço, além de um apaixonado pela radiofonia. O amigo que, pela expressão que traz do verdadeiro sertanejo, terminou por reacender em mim o gosto pelos fatos e acontecimentos marcantes da história do interland nordestino, ele que, inclusive, me levou a coligir em livro os artigos publicados pelos jornais sergipanos, a respeito do "rei do cangaço", logo após o trágico passamento, eu que vivia restrito ao mister profissional e, como curioso, já que não me considero um pesquisador, à inventariar a obra do grande jornalista sergipano, o capelense Zozimo Lima. Lembro que, certa feita, cheguei pra Clenaldo e disse: Encontrei no “Correio de Aracaju” um texto muito bonito, lírico, lavra do famoso poeta sergipano, Freire Ribeiro, intitulado “O amor infeliz de Maria Bonita”, e vi o quanto ele ficou entusiasmado, no seu jeito expansivo, empolgado e alegre de ser. Daí para a frente, gradualmente, fui reunindo os textos trazidos pelos nossos jornais, de 1938 a 1940, atualizando-os, digitalizando-os e, no final, em 2008, transformei-os em livro. Portanto, se nós, eu e Clenaldo, não tivéssemos nos encontrado e construído esta amizade, o livro “O fim de Virgulino Lampião – o que disseram os jornais sergipanos”, com toda a certeza, não teria sido publicado; livro a quem a este eu dedico, na sua primeira página, da mesma forma que o faço em relação a um outro prezado amigo, Fernando Eurico Abreu, este também colega de trabalho, que de igual forma me incentivou a trazer estes textos ao público leitor. 



O da esquerda é o pesquisador e colecionador do cangaço Dr. Ivanildo Alves da Silveira
Idem

De modo que senti hoje, a necessidade de, aqui, apresentar ao meu amigo José Clenaldo os meus efusivos agradecimentos, ele que, em boa parte, e sem o querer, me fez voltar às coisas do nosso sertão, sertão da minha estima. Ao mesmo tempo que o homenageio, com algumas das suas fotografias, que um dia ele, a pedido meu, repassou-me com a permissão de eu as publicar nos grupos de estudo do Cangaço, no Facebook.

Clique no link abaixo para ver mais fotos:

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/603295213212760/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PADRE ARTUR PASSOS

Por Rangel Alves da Costa

Tornou-se célebre o episódio do encontro entre Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e o Padre Artur Passos, ou simplesmente Padre Artur, na residência dos amigos comuns Teotônio Alves China, o China do Poço, e sua esposa Dona Marieta, na povoação sergipana de Nossa Senhora da Conceição do Poço Redondo.


Segundo as narrativas, o mês era o de agosto, no tríduo dedicado às comemorações em louvor à santa padroeira da povoação, Nossa Senhora da Conceição. No dia 15, data do festejo principal, havia celebração de missa pelo vigário da Paróquia de Porto da Folha, município sertanejo ao qual estava vinculado Nossa Senhora da Conceição do Poço Redondo.

Assim, no dia 15, antes do meio-dia, chegou à localidade o Padre Artur Passos no intuito de celebrar a tão aguardada missa. Cansado, depois de uma longa viagem em lombo de burro, desceu do animal defronte à casa do seu amigo China, local onde ficava todas as vezes que até ali se dirigia. Descansaria um pouco, almoçaria, e depois emendaria nos preparativos da celebração.

Mas a casa da família China, pessoa renomada e das mais influentes na povoação, se enchia de convidados nesse período festivo. E eis que chega um matuto em disparada para avisá-lo que a cangaceirada já dobrava a curva da estrada naquela direção. China sabia que era pra sua casa que o Capitão Lampião se encaminhava juntamente com o seu bando. Já o havia recebido ali outras vezes.

Antes de sair à porta para esperar a comitiva trajada de sol, China gritou por Dona Marieta, que acorreu esbaforida perguntando pra qual lado o mundo estava se acabando. Quando ouviu a novidade da boca do esposo quase desmaia pra trás. Quando conseguiu abrir a boca, disse ao marido que coisa pior não poderia acontecer. E se danou a rezar.

Se benzendo, logo apontou em direção a uma porta, em cujo local o Padre Artur descansava antes do almoço, e perguntou como haveria de ser agora com a chegada de Lampião e o velho sacerdote estando por ali. E disse ainda que não esperava nada de bom nesse encontro da valentia bandoleira com a cruz da cristandade.

Verdade é que China também não sabia o que fazer, mas resolveu apenas dizer que não haveria de acontecer nada de ruim. Ademais, se de um lado não podia deixar de acolher o da igreja, por outro lado não podia nem pensar em deixar de receber o da guerra sertaneja. Contudo, o desespero do homem não era maior porque conhecia segredos entre os dois que ninguém mais sabia.

Coisa de não acreditar, mas China já sabia, pois ele mesmo intermediário, de uma velha amizade travada às escondidas entre Lampião e o Padre Artur. Ele mesmo já havia enviado diversas missivas para o padre dizendo o local exato onde o bando estava acoitado e que em tal dia o Capitão lhe esperava para o que sempre faziam nessas visitas mais que escondidas. E tudo mantido em segredo tão bem guardado que somente o coiteiro Mané Félix tinha conhecimento.

E durante essas visitas, sempre saindo no lombo de burro mas chegando à pé e depois de vencer os desafios das pontas de paus, xiquexiques e mandacarus, pedrarias e verdadeiros abismos, o velho sacerdote se transformava totalmente. Ou quase, pois sempre guardava alguns momentos para confessar os cangaceiros, ouvir o que lhes afligia, proporcionar algum conforto espiritual diante daquelas durezas cotidianas.

E como sempre chegava acompanhado do coiteiro carregado de tecidos, bebidas e mantimentos, nem se sentia culpado por passar horas e horas jogando baralho com Lampião, bebericando vinho de jurubeba, taliscando uma perna de preá assado na brasa. Não só o vinho, mas também, cachaça, e da limpinha, da boa mesma. E dizem até que quando o fogo lhe chegava às ventas, logo gritava pedindo um fole e se danava a dedilhar. E era uma festança só no meio da cangaceirada.

Antes de retornar, e quase sempre no outro dia, chegava o momento daquilo que mais apreciava fazer, que era lançar o olhar pidão sobre as mãos do Capitão Lampião e pedir devotadamente que fosse presenteado com aquele anel maior e mais brilhoso. E por mais que o rei dos cangaceiros dissesse que não podia se desfazer assim do presente enviado por este ou aquele coronel do sertão, acabava cedendo aos rogos do amigo vigário.

Com o valioso presente escondido debaixo dos panos, voltava o velho sacerdote em direção à sua paróquia, onde já no dia seguinte começava a esbravejar contra aqueles malditos assassinos, bandoleiros imprestáveis que andavam assolando o sertão de mortes e atrocidades, pecadores que mereciam o tacho fervente ainda em vida. Mas tudo da boca pra fora, pois enquanto falava o anel cangaceiro reluzia na sua mão. E que coisa mais bonita de se ver.

Por ter conhecimento da velada amizade entre os dois é que China procurou se acalmar e dizer à esposa que tudo logo seria resolvido da melhor maneira possível. E ao chegar e tomar conhecimento de que o padre já estava hospedado ali, Lampião foi logo dizendo que tinha grande interesse em encontrá-lo o mais rapidamente possível.

Talvez por momentâneo esquecimento de que China sabia de tudo, ao tomar conhecimento da proposta o padre quis espernear e jurar que jamais colocaria a cruz do Senhor diante de um cangaceiro. Mas em seguida lembrou-se da asneira que dizia ao amigo, porém pediu por todos os santos que não deixasse ninguém perceber que os dois mantinham grande relacionamento de amizade.

Então Padre Artur revestiu-se de falsa ojeriza ao rei dos cangaceiros e saiu do quarto como se quisesse matar uma fera apenas com o olhar. Mas baixou a guarda diante do Capitão e nem pensou duas vezes quando o mesmo lhe chamou num canto e disse que naquele dia todo o bando assistiria a celebração da missa. E a única exigência ouvida foi que deixassem as armas do lado de fora da igreja. Ao menos as de cano longo.

E assim foi feito, depois de uma maravilhosa buchada de bode gordo, coisa de lamber os beiços e repetir o prato. E quanta alegria esfomeada no da batina, e quanta voracidade no da pistola.

Rangel Alves da Costa
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Página: 
https://www.facebook.com/portofoliense/photos/a.1751642798495450.1073741828.1751636958496034/1790394097953653/?type=3&theater
http://blogdomendesemendes.blogspot.com



MAIS UM LIVRO A SER LANÇADO..!


EM MARÇO SERÁ LANÇADO NOVO LIVRO 

(MULHERES CANGACEIRAS: A ESSÊNCIA FEMININA COMO QUESTÃO DE GÊNERO).
ESSE SERÁ O 8°. LIVRO DO ESCRITOR E HISTORIADOR João De Sousa Lima SOBRE O TEMA CANGAÇO.
PARA ADQUIRIR: 75-988074138
joaoarquivo44@bol.com.br

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=633293063539338&set=gm.602920829916865&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O PASSAPORTE DE LAMPIÃO


O chefe cangaceiro Lampião, Virgolino Ferreira da Silva, dentre todos os chefes de bandos cangaceiros foi o que mais demorou vivo e no comando. Outros morreram com mais idade, porém, sem terem as rédeas da chefia nas mãos, ou deixaram o cangaço e foram viver anonimamente em outra região do País, foram presos ou entregaram-se.

É considerado pelos pesquisadores/historiadores como o chefe cangaceiro de maior longevidade em ação, alcançada na saga do Cangaço. Foram quase vinte anos perambulando pelos sertões de sete Estados da Região Nordeste do Brasil, tendo em seus calcanhares a Força Pública destes Estados, mais os contratados e os voluntários que ingressaram engrossando o contingente das tropas. Tropas essas que foram chamadas de “Volantes”.

Não era que o chefe cangaceiro se ‘envurtava’, se virava num ‘tôco preto’ ou outras coisas do gênero que o folclore sertanejo criou. Fora a astúcia, o estratagema, elaborado e colocado em prática que fez com que ele perdurasse tanto em seu reinado funesto. Lampião cria uma malha de colaboradores, tanto extensa em sua base, horizontalmente, como no sentido vertical, ou seja, entre as camadas sociais. E isso é o que faz, colabora, para que seu comando desse tão certo.

Em determinada época, já tendo transposto as águas do “Velho Chico”, e fixando-se no Raso da Catarina, a coisa fica tão ativa que o chefe mor do cangaço manda fazer pequenos folhetos com sua imagem e em seu verso, escritos o ‘salvo conduto’, os famosos ‘santinhos’, para aqueles que os possuíam, terem passagem livre nas estradas dos sertões estorricado.

Frente do Salvo-conduto entregue por Lampião ao
Coronel Joaquim Rezende

“Esses ‘santinhos”, tanto era portado por pequenos agricultores como por fazendeiros e autoridades das várias cidades onde tinham seus colaboradores. Se por um acaso uma pessoa vagasse por uma estrada qualquer e fosse parada pelos cangaceiros do seu grupo particular, ou do seu bando, de algum dos subgrupos, mostrava o ‘passaporte’ e seguia em paz. Porém, se essa mesma pessoa fosse parada por uma volante e algum dos membros da mesma descobrisse o mesmo, o cacete comia solto. Poderia ser presa ou mesma morta por isso. Por outro lado, se um viajante não portasse o ‘passaporte’ e fosse pego pelos ‘cabras de Lampião’, a coisa não seria boa para o lado dele. A coisa estava mais ou menos assim: ou estava com ele ou estava contra ele.

Citaremos como exemplo, um grande ‘amigo’ de Lampião, homem de posses e politicamente gozava de uma posição estável, alvo e preza dentro dos parâmetros determinado pelo “Rei dos Cangaceiro”. Lampião nunca quis, nem poderia ser de outro jeito, intrigas com grandes fazendeiros, pessoas influentes e autoridades. Pelo contrário, tentava isso sim, as suas ‘amizades’ e participações monetária e de apoio sustentável. Pois bem, esse político influente era o ‘coronel’ Joaquim Rezende, que também era comerciante na cidade de Pão de Açúcar.

Verso do Salvo-conduto, com os seguintes dizeres:
"Au Amo Joaquim Rezendis, como prova di amizadi e garantia perante os Cangaceiro.
Offereci C. Lampião."

Rezende fora, certa vez, ‘intimado’ por Lampião a mandar-lhe a quantia de quatro contos de réis. Concordando em pagar-lhe o pedido, Joaquim envia pelo mesmo portador o recado que lhe pagaria, porém, pretendia entregar-lhe diretamente a soma pedida.

Dias após receber o ‘contra - recado’, Lampião envia ao coronel um novo bilhete marcando dia, hora e local do encontro.

“(...)Três dias depois Lampião mandou-me outro bilhete do seu próprio punho, dizendo-me que me esperava às 10 horas da noite na fazenda Floresta, município de Porto da Folha, em Sergipe, recomendando-me que fosse até ali, mas não deixasse de levar o dinheiro. Não obstante os naturais receios que tive, à hora aprazada cheguei ao local do encontro, onde permaneci até uma hora da manhã, quando surgiu um cangaceiro que, ao ver-me, perguntou-me se eu era o moço que desejava falar ao capitão. Respondi que sim. Dentro de poucos minutos, então, o Rei do Cangaço ali se apresentava acompanhado de quatro homens, “Juriti”, “Zabelê”, “Passarinho” e "Nevoeiro". Ao ver o grupo aproximar-se, identifiquei logo Virgulino e a ele me dirigi, cumprimentando-o. O famoso bandoleiro, ao contrário do que eu esperava, recebeu-me amavelmente e foi logo perguntando sobre o que lhe havia levado. Sabendo que o Rei do Cangaço gostava de beber, eu, que levava comigo três litros de conhaque, lhos ofereci (...).” (“Bandoleiros das Catingas” – ROCHA, Melchiades da. 1942)

Joaquim Rezende (à esquerda) conversa com Melchiades da Rocha.
Foto: Maurício Moura - A Noite

A partir daí, Rezende recebe seu ‘passe’ para perambular pelos carrascais do sertão sem ser incomodado por cangaceiros.

Lampião muitas vezes fazia um ‘cerco’ planejado aos grandes fazendeiros. Ameaçava-os e soltava pela região de que iria atacar e maltratar, ou mesmo matar, determinada pessoa. “Amigos” eram escolhidos para que se fizesse um pacto. Com isso o chefe ganhava mais um colaborador, meio que no apulso, mas, ganhava.

Após alguém colaborar, ficava muito difícil explicar para as autoridades, caso descoberto, o porquê e como fora obrigado a ser colaborador. Muitas vezes, tinham que colaborar, também, com os comandantes das volantes para ficarem em paz.

Muito astuto, após conseguir seu principal intento que era a colaboração e amizade do fazendeiro, Lampião podia mesmo esquecer, ou dizer que esquecia, a quantia pedida, porém, isso o levava a ganhar muito mais.

“(...) Encarando-me com olhar firme, Lampião me disse em tom natural: “Concordo em que o senhor beba primeiro, mas não é por suspeita e sim porque o senhor é um moço decente e eu sou apenas um cangaceiro”. Tomamos, então, o conhaque e, em seguida, abordei o Rei do Cangaço sobre o dinheiro que ele me havia pedido. Como resposta, disse-me ele:

"- O senhor dá o que quiser, pois eu dou mais por um amigo do que pelo dinheiro”.

Esse fato — disse o conceituado comerciante de Pão de Açúcar — teve lugar no mês de agosto de 1935, e a minha palestra com Lampião durou três horas, tendo ele me falado de vários assuntos, entre os quais o relativo à perseguição de que era (...).” (O. C.)

Coronel Joaquim Rezende, mais um grande colaborador que fez parte da enorme ‘malha’ construída por Lampião... nos domínios do seu vasto reinado.

Fonte/foto Lampiãoaceso.com

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: OFÍCIO DAS ESPINGARDAS
Link: https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?fref=ts

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PEDRO DE CÂNDIDO O COITEIRO QUE TRAIU LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira
Foto e  título do acervo do escritor Ruberval Souza

Realmente o Pedro Rosa (Pedro de Cândido) filho do seu Cândido e dona Guilhermina ficou famoso,  mas o que ele sofreu não foi tão bom quanto a sua fama de traidor de Lampião. 


Muitos acham que ele foi covarde, mas quem diz isso é porque não era a vítima da polícia, que arrancou as unhas do Pedro de Cândido com alicate, e além do mais, peia em abundância, chutes em toda parte do corpo até indicar o lugar certo onde estava o grupo de facínora, juntamente com o rei do cangaço e a sua amada rainha. 

Que Deus me perdoe, e que isso nunca aconteça comigo (e não desejo para ninguém um sofrimento desse tipo), mas eu entregaria até o filho de Deus à forca. Eu sou um ser humano.

Veja que até ele mesmo, o próprio Jesus Cristo quando estava sendo punido, ele sentiu que o seu castigo era realmente cruel e mais do merecido, e que teve que dizer: 

"- Deus meu, Deus meu, por que me desamparastes?"


E veja que Jesus Cristo é o filho amado de Deus. Mas as dores do seu castigo foram tão cruéis que ele não mais estava as suportando. Imagina o que dirá um de nós, se estiver em uma situação desta, e que Deus nos livre disso!.

Então não é tão fácil assim, não dizer o que os justiceiros lhe perguntam, tem que abrir a boca e informar aos seus carrascos, porque o sofrimento que um réu passa, é cruel.

Aí é quando usamos a frase: 

"Pimenta nos olhos dos outros é refresco!".

http://blogdomendesemendes.blogspot.com