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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Moção UFCG

Por: Wescley Rodrigues

Caros amigos e amigas,

Saudações cangaceiras!

Em anexo segue a moção de apoio da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais da Universidade Federal de Campina Grande em prol do restauro da casa grande do sítio Jacu.

Pedimos que aqueles que apoiam essa causa se manifestem por meio de moção. Lembramos que o apoio de todos nessa luta é de extrema relevância.

Cordialmente

Prof. Wescley Rodrigues

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Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
Wesclety Rodrigues

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A MORTE DO CANGACEIRO QUE CONHECI

Publicado em 24/07/2013 por Rostand Medeiros
Junto a Seu Né, o antigo cangaceiro Candeeiro, em outubro de 1999
 Junto a Seu Né, o antigo cangaceiro Candeeiro, em outubro de 1999 - Rostand Medeiros

Morreu nesta quarta-feira o último cangaceiro do bando de Lampião, Manoel Dantas Loiola, de 97 anos, mais conhecido como Candeeiro. Ele faleceu na madrugada de hoje no Hospital Memorial de Arcoverde onde estava internado desde a semana passada, após sofrer um derrame.

Na semana passada, quando me encontrava no Sertão do Pajeú, na boa companhia dos amigos André Vasconcelos, de Triunfo, o poeta Alexandre Morais, de Afogado da Ingazeira e Álvaro Severo, de Serra Talhada, soubemos que ele estava bastante doente e fiz minha oração como cristão, desejando a sua melhora. Quando soube da notícia, na mesma hora me lembrei do encontro que tive com o cangaceiro Candeeiro.

Manoel Dantas Loiola, o Seu Né, o antigo cangaceiro Candeeiro e sua esposa, na tranquilidade do seu lar 
Manoel Dantas Loiola, o Seu Né, o antigo cangaceiro Candeeiro e sua esposa, Dona Linda, na tranquilidade do seu lar

Foi no dia 23 de outubro de 1999, há quase quatorze anos, quando discretamente comecei a sair por este sertão afora em busca de sua história, de sua gente, de sua cultura e de sua gênese.

Naquele dia, em um distrito da cidade pernambucana de Buíque, eu conheci na verdade “Seu Né”. Foi através do depoimento de Manoel Dantas Loiola, o Seu Né, o antigo cangaceiro Candeeiro, que comecei a compreender que o entendimento do tema cangaço jamais se resume na tola pergunta “-Foram os cangaceiros heróis, ou bandidos?”, que muitos insistem em fazer e eu tolamente também me fazia.

Lembro-me quando chegamos ao seu comércio e ele me olhou de um jeito inquisitivo, até mesmo duro. Mas depois de um primeiro contato, percebi estar diante de uma pessoa muito tranquila e discreta. Não quis conversar sobre o cangaço na sua casa comercial, mas em sua residência, onde fomos magistralmente bem recebidos por ele e sua esposa, Dona Linda.

Com ele fiz a minha primeira entrevista com alguém envolvido em um fato histórico da minha região. A conversa fluiu franca e aberta e o rolo de fita K7 parecia pouco para tanto papo.

Muito bem recebido pelo antigo membro do bando de Lampião
Muito bem recebido pelo antigo membro do bando de Lampião

Em um dado momento do nosso diálogo, sem maiores pretensões, sapequei a seguinte questão “-Mas Seu Né, o Senhor se considerava um bandido?”.
Nessa hora percebi que tinha passado uma linha meio complicada das memórias daquele homem. Deu para ver que sua mulher ficou nitidamente tensa. Primeiramente ele me olhou primeiramente de um jeito inquisitivo e depois relaxou. Vai ver que percebeu que a minha pergunta não tinha malícia. Mas foi a segurança de sua resposta, sem nenhuma grosseria, que eu jamais esqueci…

“-Eu nunca fui bandido, fui cangaceiro!”.

Aquela resposta criou em mim um desejo enorme de entender porque aquele homem tinha aquele pensamento, tinha aquela identidade. Desse dia em diante eu compreendi que, não apenas a história do cangaço, mas praticamente muitos aspectos ligados a história do Nordeste do Brasil é bem mais complexa do que podemos imaginar. E você só obtém respostas se cair em campo, elas não caem do céu e na vida real o “CRTL-C & CRTL-V” é uma piada.

As palavras de candeeiro conseguiram abrir em mim uma dimensão que não percebia. Até então a ideia que tinha era que os cangaceiros eram tão somente marginais, foras da lei. Para corroborar esta minha ideia, bastava olhar uma das antigas fotos dos grupos de cangaceiros e ver alguns crimes saltavam aos olhos; ali estava bem caracterizado o bando, ou formação de quadrilha e o uso de armas restritas as Forças Federais (como não sou da área de Direito posso errar na informação do crime).

Pois bem, depois de ouvir a firme diretiva do ex-cangaceiro Candeeiro, comecei a perceber que ali havia uma forte ideia de identidade. De uma identidade própria, estranha, exclusiva e dela o Seu Né, pelo menos naquela fase de sua vida, muito se orgulhava. Talvez seu orgulho fosse o mesmo que um militar sente de sua farda, de sua patente e de suas medalhas. Comecei a ver que se os tais “Guerreiros do Sol” eram só bandidos, porque a roupa tão marcante? A mesma roupa que alcançaria uma inigualável e única característica.
Segundo os jornais afirmam  o Seu Manoel Loiola ingressou no bando de Lampião em 1937, mas afirmava que foi por acidente. Trabalhava em uma fazenda em Alagoas quando um grupo de homens ligados ao famoso bandido chegou ao local. Pouco tempo depois, a propriedade ficou cercada por uma volante e ele preferiu seguir com os bandidos para não ser morto.

Segundo o meu amigo José Mendes, de Mossoró, este 'Cadeeiro nos tempos do cangaço - Fonte - http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/04/porque-reuniao-no-coito-do-angico.html
Segundo o meu amigo José Mendes, de Mossoró, este é Cadeeiro nos tempos do cangaço-
http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/04/porque-reuniao-no-coito-do-angico.html

Ele me comentou que entre o momento que entrou no cangaço, até a morte de Lampião, aqueles foram momentos inesquecíveis de sua vida.

Os jornais comentam que Candeeiro afirmou que nos quase dois anos que ficou no bando tinha a função de entregar as cartas escritas por Lampião, exigindo dinheiro de grandes fazendeiros e comerciantes. Sempre retornava com o pedido atendido. Estava na Grota do Angico, quando da morte de Lampião e Maria Bonita e figurou entre os que conseguiram escapar. No dia do ataque, já estava acordado e se preparava para urinar quando começou o tiroteio. Candeeiro recebeu um balaço no braço, que deixou uma cicatriz e por esta razão sempre andava de camisa de manga longa. Mesmo ferido no braço direito, conseguiu escapar do cerco. Dias depois, com a promessa de não ser morto, entregou-se em Jeremoabo, na Bahia, com o braço na tipoia. Com ele estavam outros 16 cangaceiros e cumpriu dois anos na prisão.

por este sertão afora em busca de sua história, de sua gente, de sua cultura e de sua gênese
Por este sertão afora em busca de sua história, de sua gente, de sua cultura e de sua gênese

Aquele encontro em outubro de 1999 foi extremamente estimulante para que eu continuasse saindo por aí, ao longo destes anos percorrendo os caminhos empoeirados atrás da história da minha região. Lembro-me que depois daquele encontro eu já estive em locais como Canudos, locais da passagem da Coluna Prestes, combate do Rio Formoso, Juazeiro do Padim Cícero, Pau da Colher, Caldeirão, os fanáticos da Serra do João do Vale, Missa do Vaqueiro, palmilhando o caminho de Lampião no Rio Grande do Norte, o cangaço e a guerra na região de Princesa, as fortalezas do nosso litoral nordestino e até o tema da Segunda Guerra Mundial, que é tão importante na história da minha amada cidade Natal.

Nessa ideia de conhecer a história da minha região, da qual tenho enorme orgulho de ser natural, o meu desejo é sempre buscar algo mais. E tudo começou com Seu Né.

Requiescant in pace cangaceiro…

P.S. - Bem, sei que alguns poucos daqueles que pesquisam sobre este tema podem até considerar ridículo tantas linhas para falar de um único encontro com este cangaceiro, que não era uma pessoa de ponta dentro do processo estratégico do bando de Lampião e por alguém que não esteve com tantos protagonistas que vararam as caatingas de chapéu de couro de aba quebrada e arma na mão. Tudo bem, mas pelo menos eu consegui extrair do contato com este ser humano algo que se tornou não apenas uma notinha de rodapé em algum trabalho inútil.

Publicado no blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço: Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.wordpress.com

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OS ESQUECIDOS (MEMÓRIA E VIDA DEPOIS DO CANGAÇO) - III

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa


Somente por iniciativa de Alcino Alves Costa, um ex-prefeito municipal, pesquisador e escritor das coisas nordestinas e principalmente cangaceiras, a história daqueles meninos e meninas, depois homens e mulheres alquebrados da luta, não foi completamente esquecida. Coube a ele tirar muita areia daquele chão pedregoso em busca de um depoimento confiável, de uma “verdade verdadeira”. Somente mais tarde foi domando aqueles temores para ter diante de si um vasto leque das tantas proezas.

Como a população não dava - e continua não dando - qualquer importância aos guerreiros das caatingas, muitas vezes apenas os familiares tinham conhecimento do passado dos seus e procuravam resguardar os seus feitos dentro de quatro paredes, nos baús do esquecimento. Raríssimos os casos onde outras pessoas estranhas ao círculo familiar respeitavam aquele passado, demonstravam algum interesse e procuravam repassar o que conheciam.

Foi assim que por muito tempo a história de Zé de Julião permaneceu sob o mármore frio do esquecimento. Nem sua família nem seus filhos (teve várias mulheres depois da morte de Enedina no Angico) eram vistos perante a figura do pai famoso. Mas famoso como, se relegado às sombras do esquecimento? Afamado pela história, ainda que não pelo conhecimento de seu percurso de vida. José Francisco do Nascimento, seu nome de batismo, certamente foi a personagem mais emblemática, mais fascinante e mais injustiçada de todo o sertão sergipano.


Ora, filho de família rica para as posses sertanejas de então. Seu pai, Julião do Nascimento, era proprietário de muitas terras e rebanhos. Casou ainda muito moço com Enedina - que mais tarde o acompanharia na vida cangaceira - e por ali permaneceu ajudando nos afazeres familiares. Possuía a leitura, a escrita e o senso crítico como os grandes diferenciais naquela povoação sertaneja de imensa maioria analfabeta e empobrecida.

Contudo, foi a visão própria de mundo, permeada de conscientização crítica, que modificaria o seu destino. Como afirmado, tomava-se de extrema revolta todas as vezes que via ou ficava sabendo dos contumazes desmandos policiais, submetendo maldosamente o pobre sertanejo. E não só os mais humildes como aqueles se sobressaíam economicamente, pois o seu próprio pai, Julião do Nascimento, muitas vezes fora vitimado pela vil ganância da tropa infame. Constrangia e ameaçava qualquer um em busca de obter todo tipo de vantagem, principalmente econômica. E aquele povo já tão sofrido não merecia tal tipo de tratamento, na visão revoltosa do filho de Seu Julião.

Tomado de indignação e sentindo que por ali não havia justiça séria e capaz de dar um basta naquelas tantas injustiças, viu no ideário cangaceiro a única forma de combater aquela situação opressora. Abusos e absurdos protagonizados pela polícia, que era a mesma volante que vivia no encalço do bando de Lampião. Então viu o  cangaço como bandeira de luta, como forma de combater os desmandos se alastrando.

Foi aceito no grupo juntamente com sua esposa e nele foi alimentando sua luta até a chacina de 28 de julho de 38. Conseguiu sobreviver ao ataque da volante alagoana comandada por João Bezerra, mas viu sua querida Enedina ser mortalmente atingida. Sem a companheira, sem o comando do grande Capitão, sem meios de prosseguir na luta armada, procurou refazer sua vida com outros planos.

Mas não era nada fácil a vida de ex-cangaceiro. Foi perseguido, caçado, tido como valioso prêmio. Sempre acossado, vagueou pelo sul da Bahia, retornou a Sergipe, passou uma temporada no Rio de Janeiro até retornar novamente a Poço Redondo, dessa vez para resolver problemas familiares, vez que o seu pai havia falecido. Seu desejo era permanecer no seu lugar, tomando conta do seu quinhão na herança, mas teve de retornar a Nova Iguaçu para cuidar de outros negócios seus deixados por lá.

Ainda naquelas distâncias, saudoso, martirizado pela vontade de retornar de vez, não suportou mais e decidiu regressar. Ao retornar dá início ao seu plano maior: ser o primeiro prefeito do então emancipado município. A antiga povoação havia alcançado sua independência política em 1953. E a primeira eleição já estava sendo organizada.

Mesmo sendo lembrado pelos adversários como o “ex-cangaceiro”, Zé de Julião era benquisto demais perante a população. E sua vitória era dada como certa. Disputou com Artur Moreira de Sá, um político famoso em Porto da Folha, de onde Poço Redondo acabava de ser desmembrado, e o resultado foi surpreendente, pois deu empate: 134 votos para cada um. Pelo critério da idade, Artur Moreira acabou sendo eleito, pois mais velho que o filho de Seu Julião.

O resultado, contudo, não foi motivo para desânimo, pois ele já se mostrava fortalecido o suficiente para ser o escolhido na eleição seguinte, a de 1958. Assim achava e assim planejou. Não sabia, porém, que teria como adversário, além de um candidato propriamente dito, também as principais lideranças políticas do estado, a corrupção eleitoral, a justiça tendenciosa e toda sorte de perseguições. Vinte anos depois e a face de ex-cangaceiro ainda era explorada pelos concorrentes. Fato marcante é que aqueles declaradamente seus eleitores deixaram de receber os títulos eleitorais.

Mesmo jogado às feras, acossado de todo lado, vendo a injustiça imperar, resolveu não fraquejar e decidiu levar adiante seu sonho de ser prefeito. Contudo, não havia como vencer sem ser votado, e a maioria de seus eleitores não podia votar. No dia da eleição, sabendo que os títulos negados lhe tiravam qualquer chance de vitória, convidou alguns vaqueiros amigos e, como numa cavalhada desenfreada, com todos montados nos melhores cavalos, saiu invadindo seções eleitorais e saqueando urnas. No lombo dos animais as provas das aviltantes manobras políticas.


Não só teve seu sonho desfeito mais uma vez como se viu encurralado pela justiça. A ordem de prisão foi prontamente expedida. A polícia procurava-o por todo canto, mas ele continuava ali pertinho, no vizinho município baiano de Serra Negra e sob a proteção do poderoso coronel João Maria. Contudo, tempos depois é cercado pela polícia sergipana e preso. Passou pouco tempo na penitenciária e foi liberado por interferência política, sob a promessa de que transformaria sua revolta em aceitação governista. Sem saída, aceitou, mas não engoliu o acordo. Era do seu feitio ser assim.

Em liberdade, planejava ser candidato novamente, mas foi insistentemente aconselhado por amigos a passar uns tempos noutro estado até a situação política e judicial se mostrar mais confiável. Então comprou passagem e seguiu. Mas dizem que nunca chegou ao seu destino. Outra versão diz que já estava em Salvador quando resolveu retornar. Não propriamente a Poço Redondo, mas para ficar escondido nos arredores esperando o momento certo para acertar contas com antigos desafetos políticos.

Nada disso pode ser confirmado. O que se tem como verdade é que viajou e se manteve por um tempo afastado de seu berço de nascimento. E também que retornou, pois numa manhã de domingo, 19 de fevereiro de 1961, Zé de Julião foi encontrado morto, assassinado, num lugar chamado Bastiana, nos arredores de sua querida cidade. As motivações desse crime ainda hoje são controversas. Muitos asseveram que foi morto à traição e a mando daqueles com quem pretendia ajustar contas, resolver na bala mágoas políticas ainda não esquecidas. Algum dia contarei a verdade de toda esse fatídico episódio.

Eis, portanto, parte da história desse grande sertanejo. Contudo, ainda que sua saga seja comprovadamente rica de dramaticidade e sua vida tenha sido tão marcante, por muitos anos ficou completamente esquecida da população poço-redondense. Inacreditável que pudesse ter acontecido assim, mas foi preciso que Alcino desencavasse a história desse grande sertanejo para que o seu conterrâneo passasse a conhecer esse épico maior. 

Continua...

(*) Meu nome é Rangel Alves da Costa, nascido no sertão sergipano do São Francisco, no município de Poço Redondo. Sou formado em Direito pela UFS e advogado inscrito na OAB/SE, da qual fui membro da Comissão de Direitos Humanos. Estudei também História na UFS e Jornalismo pela UNIT, cursos que não cheguei a concluir. Sou autor dos seguintes livros: romances em "Ilha das Flores" e "Evangelho Segundo a Solidão"; crônicas em "Crônicas Sertanejas" e "O Livro das Palavras Tristes"; contos em "Três Contos de Avoar" e "A Solidão e a Árvore e outros contos"; poesias em "Todo Inverso", "Poesia Artesã" e "Já Outono"; e ainda de "Estudos Para Cordel - prosa rimada sobre a vida do cordel", "Da Arte da Sobrevivência no Sertão - Palavras do Velho" e "Poço Redondo - Relatos Sobre o Refúgio do Sol". Outros livros já estão prontos para publicação. Escritório do autor: Av. Carlos Burlamaqui, nº 328, Centro, CEP 49010-660, Aracaju/SE.

Poeta e cronista
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Lançamento do Livro "Vida Profissional"

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Caros amigos,

O prefácio desde livro foi escrito por este locutor que vos fala. Você é nosso (a) convidado (a). 
Claro, também pedimos uma colher de chá para divulgar. Abraço
Rinaldo Barros

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Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
José Romero Araújo Cardoso

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Bumbum de Ivete Vargas

Ivete Vargas
Getúlio Vargas

Ivete Vargas [São Borja, 17 de julho de 1927 - São Paulo, 3 de janeiro de 1984] era sobrinha-neta do ex-presidente Getúlio Vargas. Durante o seu primeiro mandato [ela foi eleita pela primeira vez em 1950] deputada federal [PTB] por São Paulo.

Governador Dix-sept Rosado

Naquela época, Ivete visitou a cidade de Mossoró, importante município norte-riograndense. Pois bem, Epifânio Barbosa [ele era entusiasta de Vargas] grande pecuarista nos Sertões do Assu, figura espirituosa, com grandes amizades com influentes políticos do seu tempo, da terra potiguar, inclusive com o governador Dix-Sept Rosado, resolveu ir até a terra mossoroense conhecer aquela parlamentar.


Ao chegar ao aeroporto, Ivete já se encontrava rodeada por uma multidão de admiradores. Não deu outra. Epifânio despachado, desinibido que era, meteu-se no meio daquela gente toda e, com facilidade se aproximou daquela ilustre visitante, batendo forte com a mão no 'bumbum' de Ivete, auto se apresentando com aquele seu jeitão sertanejo que lhe era peculiar: "Muito prazer, deputada. Epifânio Barbosa, do Assu. Nunca bati na bunda de uma mulher, pra ela não olhar pra trás."

Fonte: http://estoriasdapoliticapotiguar.blogspot.com.br/2011/07/bumbum-de-ivete.html#comment-form

Enviado pelo pesquisador José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

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Novo livro de Pedro Nunes - TESTEMUNHO DE UM TEMPO

Por: Kydelmir Dantas


O Mestre Pedro Nunes está expondo, mais uma vez, seu lado literário através de crônicas, neste novo trabalho.

Vale  a pena adquiri-lo.

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Caros amigos

Com passos firmes, pernas caminhadeiras e sem barulhar, chego à sua porta novamente e me anuncio:
– Ô de casa!

Quero entrar, descansar em sua sombra, beber água de seu pote, sentar-me em seu banco de madeira e conversar um pouco. Percorri veredas, caminhos estreitos, grotões fechados de moitas, estradas poeirentas e longas. Depois de muitas madrugadas, eis-me aqui à sua casa. Trago comigo TESTEMUNHO DE UM TEMPO, crônicas escritas em linguagem saborosa para você ler e refletir. São muitas e falam de coisas do dia a dia.
            
Para fazer o pedido, basta mandar-me o endereço que a editora remete por via postagem. O preço do livro é R$ 40,00 e só é pago depois de você receber a postagem no endereço indicado.
            
Para mim será uma honra ter meu livro de crônicas em suas mãos e submetê-lo a seu juízo crítico.
            
Em anexo arquivo da capa para sua apreciação.
Forte abraço,
Pedro Nunes Filho

Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador do cangaço: Kydelmir Dantas

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Apagou o Candeeiro; morre Manoel Dantas de Loyola

Por: Manoel Severo
 

Faleceu no inicio do dia de hoje, Manoel Dantas de Loyola, seu Né, ou o ex-cangaceiro Candeeiro, depois de estar internado desde a última segunda-feira na UTI do hospital Memorial Arcoverde.

Ainda em fevereiro de 2012, tivemos o privilégio de mais uma Caravana Cariri Cangaço; reunimos o "bando" e partimos para o meio da caatinga. Entre nossos destinos: Guanumbi, pequeno distrito de Buique. Saindo do centro da cidade percorremos 27 Km em estrada carroçável até chegar a casa de Manoel Dantas de Loyola, ou, Seu Né; ou melhor: Candeeiro. Seu Né, como todos acabam chamando o ex-cangaceiro que morava no número 19 da principal rua do lugarejo, bem em frente a pracinha. Dona Linda e dois dos quatros filhos estavam naquele dia ao lado do nonagenário no momento de nossa visita. 

Aquela visita a Candeeiro nos remeteu a uma emoção impressionante, não só pelo personagem ali representado, mas pela força que aquele homem de 98 anos ainda exalava. O sorriso franco e fácil, o olhar doce e curioso quando falava, não pareciam ser de um homem que esteve nos hostes cangaceiras, ou de um dos cangaceiros que conseguiu escapar do fatídico Angico. Candeeiro sem dúvidas cativava pelo enorme carisma que possuia...

 Múcio Procópio e numero 19 da principal rua de Guanumbi

Durante nossa última visita, lampejos de lucidez e lembranças, mas nas poucas que pudemos perceber, “bebemos na fonte”, foram mais de duas horas de uma visita inesquecível. A entrada no cangaço, as andanças com Jararaca, o baiano, as histórias com Virgínio, o Capitão, Angico, o tiro que esfacelou seu braço, as entregas, o tempo que era soldado da borracha,  o retorno, enfim. Passo a passo Candeeiro ia juntando pequenos  fragmentos de lembranças de um tempo que parece não sair de sua cabeça... 

 
Candeeiro e Manoel Severo

Afrânio, Candeeiro, Manoel Severo e Valentim  Antunes

“Certa vez Corisco observando um dos cangaceiros da família dos Ingrácias, um moreno ainda jovem com os cabelos encaracolados, era manhazinha e os cabelos desse cangaceiro estava molhado do sereno da noite, daí nasceu o apelito de Zé Sereno para o marido da Sila”

Candeeiro, memória viva dos tempos do cangaço

Aderbal Nogueira entre o casal: Candeeiro e dona Linda

Naquele dia, dona Linda, sua esposa, a tudo escutava e acompanhava, aqui e acolá um comentário, um reparo, uma outra lembrança. Naquela manhã as fotografias selariam o final de nossa visita e a certeza que havíamos compartilhado momentos de inegável valor histórico ao lado de personagens como Manoel Dantas de Loiola, ou seu Né, ou Candeeiro. 

A família Cariri Cangaço se une às orações e ao sentimento da família enlutada. Que Deus possa iluminar todos os caminhos.

Manoel Severo

http://cariricangaco.blogspot.com
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