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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Augusto Severo - Precursor aeronáutico

http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Severo_de_Albuquerque_Maranh%C3%A3o

O potiguar AUGUSTO SEVERO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO, nascido em Macaiba, em 1864, é considerado como o "Mártir da Tecnologia Aeronáutica" e seu tenaz esforço em conquistar os espaços, faz com que - merecidamente - seja visto como um dos pioneiros brasileiros dessa sublime aspiração, ao lado de nomes famosos como o paulista Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, o paraense Júlio César Ribeiro de Souza e o mineiro Alberto Santos Dumont, este cognominado, com justiça, "o Pai da Aviação".

Augusto Severo, foi o primeiro brasileiro a pagar, com a sua vida generosa, a satisfação do ideal que abraçara. Sua vida e seus feitos ficarão sempre na história aviatória do Brasil.

A intrepidez, a coragem e o desprendimento são virtudes inseparáveis à figura de Severo, ele foi tragado pela sua própria invenção - o PAX - a qual, todavia, sagrou-o para a imortalidade, para o reconhecimento dos pósteres e exemplo para as novas gerações de aviadores brasileiros.

Fonte: biblio.com.br

Como escreveu Olavo Bilac, em 31 de maio de 1902, "para Augusto Severo, o desastre foi uma glorificação".

Augusto Severo era filho de Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão e dona Feliciana (Xana) Maria da Silva Pedroza de Albuquerque Maranhão, irmão de Pedro Velho de Albuquerque Maranhão e de Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão, que por mais de uma vez dirigiram os destinos do Estado do Rio Grande do Norte, como seus governadores.

Severo, professor de matemática, diretor do velho Atheneu, abolicionista, líder político, orador, deputado federal, inventor da dirigibilidade dos balões semi-dirigidos (navio de alto-mar, como ele chamava), criador do "PAX" que cortou os céus de Paris, lírico e apaixonado.

Depois que Santos Dumont recebeu o prêmio Deustsh de la Meurthe, Augusto Severo apresentou um projeto (aprovado) na Câmara Federal concedendo uma ajuda de cem contos de réis para que fosse possível ao mesmo levar adiante as suas experiências com o mais pesado de que o ar.
Severo que, viúvo, aos trinta anos, conheceu e amou profundamente a bela italiana Natália, dando-lhe um filho Augusto Natal Severo, em homenagem à amada terra.

Severo construiu o "Bartolomeu de Gusmão", que media 60 metros, mas não teve êxito pois houve um acidente que partiu a "nacelle" e danificou a estrutura rígida.

Aprofundou-se nos estudos e projetou o motor `reação. Planejou também a hélice dentro de um grande tubo, permitindo a um "navio" aéreo inverter sua marcha e deslocar-se à frente como a ré.

Em 1902, reuniu todos os seus meios financeiros disponíveis, incluindo ajuda de amigos e parentes, viajou a Paris para construir o balão "PAX" dimensões menores que o anterior, medindo 30 metros e com tecnologia mais avançada. O nome usado no balão simbolizava a sua crença no instrumento, pois achava que poderia evitar guerras entre nações.

No dia 12 de maio de 1902, fez manobras durante 10 minutos com o seu balão, realizou círculos fechados apresentando figuras em forma de oito, provando a operacionalidade do invento e a sua habilidade em manejá-lo.

O balão pareceu tomar o seu rumo com destino ao ponto prefixado. Subitamente, quando o "PAX" achava-se aproximadamente a 400 metros de altura, o balão apresentou-se envolto em chamas e segundos depois uma violenta explosão se fez ouvir. Terminara o sonho de Augusto Severo.
Na França, no local da queda de Severo existe hoje uma placa de mármore com os seguintes dizeres:

"À la memoire de L`Aéonaute Brésilien AUGUSTO SEVERO et de son mécanicien français GEORGE SACHÊT Chute du dirigible PAX - Av du Maine. Le 12 mai de 1903"

Em Natal, no dia 12 de maio de 1913, por ocasião do 11º aniversário da sua morte, foi inaugurada a Praça Augusto Severo em homenagem ao ilustre potiguar.

No cemitério São João Batista:Na base do túmulo de Severo há um baixo relevo em bronze com o desenho do PAX e uma âncora, colocada como homenagem da Marinha de Guerra ao seu grande defensor na Câmara dos Deputados. Na parte superior do túmulo pode ser visto outro medalhão de bronze, com o retrato do aeronauta.

Há também uma inscrição em latim, de autoria do Senador pelo Rio Grande do Norte Almino Afonso: "Sidera vincere conatus vincit mortem", que significa "Tendo se esforçado para vencer os astros venceu a morte".

Colaboração: 
Clube dos Militares da Reserva e Reformados da Aeronáutica

Um sonho: Uma viagem que fiz com o poeta chileno Pablo Neruda

Por: José Cícero
José Cícero Silva

Quero beber Neruda gota a gota. Em toda a sua mais fantástica poesia universal chilena. Subir nos Andes, a cordilheira altíssima, embriagar-me de absinto, cerveja e vinho de uva. Um porre homérico sob a sinergia poética e recolucionária de Neruda.

Quero, incontinenti, beber Neruda em toda a sua auspiciosa faina. Subir o topo mais alto do planeta e quem sabe, depois da cordilheira; fartar-me de uma poesia errante e aventureira. E assim, viajarei sobre as nuvens nas asas de todas as águias e dos pássaros das montanhas. De onde fatalmente chegarei ao Araripe do nosso Patativa. Porei os meus pés pela primeira vez no pico das bandeiras, da Neblina e o cume perigoso do Everest. Ascenderei ao sagrado píncaro do Nepal. E junto com Neruda amarei todas as mulheres das Américas andinas. Misturarei meu sangue com os das belas etnias das índias cordilheiras. Rezarei para Buda. Canterei uma litania para todos os espíritos de luzes...

Serei a própria poesia de Neruda na sua dimensão mais autêntica, etérea e mundial. Vestirei-me por assim dizer, de um grande poeta universal. Encherei-me de livros.

Quero beber Neruda em grandes taças de italiano cristal. Salgar sua lavra em pergaminhos antigos e palimpsestos com o sal chileno tirado do solo pátrio daqueles desertos infernais.

Por fim, levarei todos eles comigo, envoltos em peles de lhanas e de búfalos africanos. Desafiarei o próprio Saara ocidental. Quero me fartar dos poemas de Neruda. Chorar seus versos mais fortes e comovidos em sua própria fonte, subindo as serras de todos os altiplanos do velho Chile. Chorar demasiadamente em todos os sentimentos idiomáticos e emoções humanas a sua poesia construtiva e sentimental. Sentir em meus dedos todas as expressões do mundo, assim como o sentimento de Drumond e de Garcia. Como ele próprio(Neruda) um dia, chorara mui profundamente em si mesmo, a trágica morte do seu socialista amigo Allende(suicídio ou assassinato?). Ah como dói, sentir todo o ódio e todo o asco a la Pinochet...
Quero contemplar o mundo numa perspectiva diferente, do alto dos Andes chilenos, embevecido pela poética afirmativa e forte de Neruda. Sentir o calor dos trópicos e o frio das minas do longo deserto do Atacama, mascando as sagradas folhas de coca extraídas pelas mãos delicadas das belas índias bolivianas, bem como das matas guerrilheiras da Colômbia. Ultrapassar a largos passos a linha imaginária dos trópicos e meridianos.

Banhar-me junto de Neruda nas águas mornas das ilhas Galápagos(mares e rios), vislumbrar o mesmo cenário inusitado de Darwin, já para as bandas do velho Equador. Onde o mestre se encantara um dia. Surpreender-me com todos os enigmas de Nazca no Peru e logo em seguida, me embrenhar na densa selva colombiana na direção tangente para a Venezuela.

Quero com o velho Neruda pisar, igualmente, o sagrado chão onde a CIA certa feita, matou covardemente Che Guevara – léguas tiranas manchadas de sangue guerrilheiro da província de La Higuera – inóspitas matas quase inda hoje abandonadas da Bolívia.

Quero este passeio sugestivo, sulmamericano com Neruda. Depois fumarmos juntos, um Havana adocicado romanticamente pela língua e a saliva das bonitas, educadas e românticas mulheres cubanas. Hálito guerrilheiros, mares bravios, sentimentos fugidios, segredos íntimos e indizíveis.

Cantar e dançar a sua boa música. Ler José Marti e desafiar toda a ignorância e a prepotência ianque de uma Miami falida. Quem sabe, sob vários goles do mais puro rum e de tequila, olharmos nos olhos as estátuas de Marti, Cami, Che e Simon Bolivar.

Dançar com todas as belas donzelas do Chile e das Américas, bebendo o supra-sumo da poesia chilena e universal de Pablo Neruda. Experimentar a sua velha boina na minha própria cabeça como o próprio solidéu de um papa diferente que viveu e toda a tragédia e o sofrimento da sua gente como na própria pele.

Olhar de perto a sua inimitável caligrafia. Sentir seu jeito amigo e acolher em mim mesmo todos os seus conselhos. Voar decididamente sob o céu da Terra e da amada pátria de Neruda. Tecer longas conversas noite adentro com o poeta e todas as suas antigas namoradas. Depois, já pelas tantas da madrugada, vislumbrar nosso João Cabral deliciando-se com as touradas de Servilha, Madrid e Barcelona. Sentir nas minhas próprias mãos todo o fogo ardente e feminino das provocantes e belas mulheres da Espanha. Ouvir demoradamente, bem de perto o instigante papo de Neruda como o pernambucano vate do Brasil. Em seguida, bebermos coletivamente todo o vinho possível que têm as noites da Espanha, da França e de Portugal.

Recitar para ele a tabacaria de Pessoa - o bom e imortal vate português, assim como a chorosa e emocionante poesia de Florbela Espanca. Quero este passeio inusitado com Neruda. Voar tranqüilo como que na calda mitológica do ‘pavão misterioso’ pelas ilhas e todos os arquipélagos das Américas.

Sonhar tantos e deveras os absurdos em meus desvarios literários. Abraçar minhas utopias com os meus braços cheios de conquistas e de metáforas. Sentir na minha língua e mãos a força e a ternura dos beijos de todas as musas que inspiraram Neruda pela vida.

Ler com o poeta do Chile em voz alta, até mesmo a minha própria prosa e os meus poemas prediletos na mais legítima tradução do idioma castelhano. Quero com Neruda encher-me de milhões de Amazonas para depois me esparramar poeticamente sobre a caatinga e toda a cultura dos meus sertões.

Sentir na minha boca sob os ventos alísios dos Andes toda a poética-sangue, suor e sal de Angola e Moçambique. Adentrar nesta viagem surrealista a Amazônica selva do Brasil e, deste modo ousado e sonhador, render sinceras homenagens póstumas à Plácido de Castro, Rondon e Chico Mendes no seu Xapuri ainda violento e matagal. Cantar, quem sabe, em versos e prosas para nosso Neruda visitante, numa canção nativa, a mais linda lavra de Thiago de Melo e Manuel de Barros, Cora coralina e Patativa.

Quero por fim, beber Neruda nesta noite fria. Viver para sempre nos Andes chilenos de onde o mundo e as pessoas nunca são tão grandes como se pensam e se imaginam pela vida afora. Subir o Nebo do mundo, e lá de cima nunca mais enxergar qualquer fronteira. Enxarcar-me de virtude, humanismo e solidariedade... Porque, somente a poesia é que tem o poder de engrandecer a vida e tudo o mais que no mundo exista. A poesia é que dá substância as idéias e corpo aos sentimentos. A vida é nada sem poesia...

Quero beber Neruda, assim como toda força e todo sangue ancestral contido na sua poesia. Poeta andino do Chile americano. Mestre imortal de todos os tempos – Neruda: o poeta-vinho das cordilheiras dos Andes. Vinho bom, maravilhoso e adocicado que uma vez bebi e desde, então nunca mais me esqueço. Quero enfim, beber Neruda e sobre as cordilheiras dos Andes gritar ao mundo, ao planeta, à fauna humana - de que sou feliz. E que, para sermos felizes temos que, de algum modo, sorver um pouco do sonho e do entusiasmo do velho poeta Neruda.

Sorver com meus lábios e língua todos os beijos doces das mulheres sul-americanas nerudianas. Matar minha sede ante o idioma e dialetos que há milênios nos aproximam como um presente dos anjos apaixonados de Deus. Quero degustar a poesia almiscareira, humana, afrodisíaca e cheirosa de Pablo Neruda. O poeta-mor das Américas andinas. Adormecer pra vida e acordar pro futuro no amanhã que há tempo me espera segundo o mapa-múndi poético de Neruda. Quem sabe, quando a poesia puder ser chamada simplesmente pelo nome fúlgido de mulher.

Toda a completude do mundo será uma eterna festa de luzes. Um verso altivo.Um instante eterno. Um poema, o qual por pura necessidade absoluta daremos inevitavelmente o nome de Neruda.

Prof. José Cícero
Pesquisador do Cangaço
Secretário de Cultura e Esporte
Aurora-CE.

LEIA MAIS EM:

WWW.jcaurora.blogspot.com
WWW.prosaeversojc.blogspot.com
WWW.aurora.ce.gov.br
WWW.seculteaurora.blogspot.com


Enviado pelo Secretário de Cultura de Aurora:
 José Cícero

O Lugar Tenente de Lampião:

Por: Guilherme Machado
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Por ordem dada ao Engenheiro Agrônomo Federal: 

Foto do acervo do historiógrafo Rostand Medeiros

Pedro Albuquerque Uchôa; eu, capitão, e meu irmão Antonio, o meu lugar tenente. E assim foi lavrado o documento das patentes do Batalhão Patriótico de Juazeiro do Norte, Ceará. Assim falou Lampião!


Antonio Ferreira, irmão mais velho do clã  dos  Ferreira, veio a morrer em 1927, na Fazenda da Guia, em um acidente envolvendo o seu grande amigo Luis Pedro. 


Antonio era visto dentro do bando por Lampião e o resto do bando pelo o primeiro dos três mosqueteiros. Eram eles: Antonio Ferreira, Sabino e Antonio de Rosa. As fotos acima, fonte do "Jornal Diário de Noticias da Bahia". O ano foi em 1929.

Extraído do blog: "Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia.
http://portaldocangaco.blogspot.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com  

Morre Dona Mocinha, a ùltima irmã do cangaceiro Lampião

Por: João de Sousa Lima

Morreu hoje (10/02/2012) Dona Mocinha, a última irmã do cangaceiro Lampião

Maria Ferreira Queiroz, conhecida como dona Mocinha, morreu na tarde desta sexta-feira (10), em São Paulo. Ela era a única irmã viva de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Segundo a família, ela foi internada horas antes de falecer com problemas pulmonares, mas não resistiu. O velório e o local do sepultamento ainda será definido pela família.

Dona Mocinha tem dois documentos com duas datas de nascimento (Foto: Glauco Araújo/G1)

O documento de identidade da irmã de Lampião indica que ela nasceu em 8 de janeiro de 1906, portanto, ela teria completado 105 anos, mas ela sempre se recusou a afirmar que tivesse essa idade, mas alegava que não era por vaidade. Ela tem outro documento que aponta a data de nascimento em 8 de janeiro de 1910. Era por este documento que dona Mocinha costumava se identificar.

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço: 
João de Sousa Lima

15 de junho de 1927: Passagem de Lampião marcou a história de Limoeiro do Norte

Foto do bando tirada em 1927 na cidade de Limoeiro, após o ataque a Mossoró. Lampião seria o quinto da direita para esquerda, sentado.

Algumas das melhores fotos que se tem do bando de Lampião foi tirada em Limoeiro do Norte, na frente de uma farmácia, de frente para a igreja. 

Conforme o professor Irajá Pinheiro, quem fotografou foi um homem chamado Francisco Ribeiro. “Ele bateu a foto e pegou a bicicleta para revelar em Mossoró”. Nessa cidade potiguar, cada um da foto foi reconhecido pelo cangaceiro Jararaca, aprisionado pelos mossoroenses durante a batalha em Mossoró. Até os reféns do bando estão no registro fotográfico.

FOTO

Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, foi morto em 1938. 11 anos após sua passagem por Limoeiro. 

Em Angico, o cangaceiro foi pego de surpresa e decapitado, juntamente com o seu bando. O bandido ou herói virou, reconhecidamente, mito. 

“Costumo dizer que Lampião foi um homem que tomou a decisão de ser cangaceiro e arcou com todas as conseqüências até o fim sem meias palavras, sem meios gestos”, define Angirlene Lima (estudante do curso de História da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos - Fafidam).

Extraído do blog: "Limoeiro do Norte"

27 de agosto de 1928, no “Diario de Noticias”

Por: Rubens Antonio
Lampeão!


O famoso bandoleiro, no sertão da Bahia, está perseguido por forças pernambucanas

RECIFE, 26 – Argos – Ha tempos, Lampeão se homisiara em Alagoas, vivendo as forças que, no sertão, o perseguiam por toda a parte, em communicações constantes entre o chefe de policia e o capitão Lucena, commandante da sforças volantes alagoanas.

Isso attesta, com data de 19, o telegramma recebido pelo chefe de policia e que dizia que Lampeão se achava, ha 16 dias, na Fazenda Gravatá, em Alagoas, tendo aquella autoridade logo expedido ordens ás forças pernambucanas para perseguirem o grupo.

Acossado pela perseguição, Lampeão deixa Gravatá, em Alagoas, tendo aquella autoridade logo expedido ordens ás forças pernambucanas para perseguirem o grupo.

acossado pela perseguição, Lampeão deixa Gravatá e penetra em Pernambuco, tendo passado, segundo telegramma, hontem recebido pelo chefe de policia, para a Fazenda Varzea Redonda, no municipio de Tacaratú, em Pernambuco.

Dahi, rumou para a Bahia, tendo o chefe telegraphado ao tenente Optato e ao sargento João Petronillo, commandantes volantes pernambucanos, para perseguirem com suas forças o bandido, penetrando mesmo na Bahia, contanto que Lampeão seja capturado.

Tambem nesse sentido foi enviado um telegramma ao chefe de policia da Bahia, a fim de que seja mais efficiente a perseguição ao famigerado faccionora.

Para utilizar as matérias deste blog, atentar para:

Extraido do blog: "Cangaço na Bahia", do professor Rubens Antonio

Pesquisa de professor da UFCG é destaque no jornal O Globo

Por Kennyo Alex - Ascom/UFCG

Estudo aborda uso da medicina alternativa, rezas e crendices no cangaço

O jornal O Globo destacou na edição do último dia 28 de Janeiro, no caderno Ela, uma pesquisa realizada pelo professor e historiador da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Iranilson Buriti, que aborda um aspecto pouco conhecido do cangaço: a criação de alternativas de cura, rezas e crendices.

“Há um silêncio muito grande na historiografia e nas fontes documentais sobre cura no cangaço”, revela o pesquisador, que pretende lançar um livro sobre o tema. Na matéria de página inteira, produzida por Bety Orsini, ele conta que cresceu ouvindo os “causos” contados pelo avô materno, envolvendo Corisco, Lampião e Antônio Silvino.

Mais tarde, já historiador, de vez em quando se deparava, em suas pesquisas, com reportagens sobre o cangaço. “Uma coisa me chamou atenção: todas as reportagens falavam de morte, de violência. Isso deu um estalo dentro de mim e me perguntei: não existe outra coisa no cangaço além da morte?

Com esta pergunta, Iranilson decidiu fazer o caminho inverso ao das reportagens. Ao invés de elaborar novamente uma pesquisa sobre a violência no cangaço, passou a pesquisar o outro lado desse discurso, ou seja, “as identidades construídas a partir do desejo de viver, da vontade de curar”, diz.

Ele descobriu que os bandoleiros eram, sobretudo, peritos em táticas de sobrevivência, e que diante de frequentes situações de desespero e perigo de vida, recorriam a novas alternativas de cura, rezas e superstições.

“Na verdade, eles não criavam novas práticas”, diz. “Elas eram ressignificadas na ausência de determinadas ervas ou remédios. Os cangaceiros já levavam consigo um receituário de curas populares, de rezas, de crendices que aprendiam em casa. Quando iam para o bando, levavam essas ervas com eles e muita coisa era ressignificada a partir do cotidiano deles”, explica o pesquisador, que na infância também teve muitas experiências com remédios caseiros e crendices populares.

“Já usei melão-de-são-caetano em frieiras (micoses), tomei leite-ferrado (com uma pedra fervida dentro) misturado com mastruz para engrossar o sangue, coloquei galho de arruda por trás da orelha para curar azia”, enumera, lembrando os tempos de criança na zona rural de Campina Grande.

Em relação à eficácia dos remédios caseiros, o historiador reconhece que este é um assunto complexo, “pois existem muitas discussões entre a medicina alternativa e a medicina científica”. Já as superstições chamam a atenção principalmente pelo inusitado, como as simpatias para curar verrugas, as quais recomendavam, por exemplo, passar um osso de animal morto por cima da verruga, uma lagartixa viva ou - acreditem - pó da terra por onde pisou um amancebado ou amancebada.
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 “Pegava-se o pó da pisada do sujeito e passava por cima da verruga. Logicamente que nada disso servia”, relata bem humorado, lembrando que a mãe o proibia de contar as estrelas do céu. Segundo ela, cada estrela contada era uma verruga nascida. “Mas eu nunca obedeci. Amava contar as estrelas”, finaliza.

A matéria foi sugerida por Kydelmir Dantas
Fonte PBagora

CLIQUE AQUI  e confira um resumo da pesquisa de Iranilson Buriti em arquivo PDF.

Extraído do blog: "Lampião Aceso"

DIA NEGRO?


Escrever pode ser uma óptima desculpa para quem na vida não tem qualquer esperança. É uma maneira de preencher uma sombra e há momentos em que um beijo escrito vale por muitos." (Nos teus braços morreríamos)

Não é por falta de vontade que pouco escrevo, mas sim por falta de tempo... Por falta de tempo na vida... Todos os dias parece que sou derrotado, todos os dias tento ser uma Fénix... A verdade é que as cinzas tornam-se cada vez mais sólidas e difíceis de recuperar...

Para ti... As vitórias serão poucas... E a dor? Apareça... E desaparecerá... Entendes? Eu sei que não...


"Dai-me um dia branco, um mar de beladona 
Um movimento
Inteiro, unido, adormecido
Como um só momento."

Os meus dias negros, eram os teus brancos... E se mudarmos o foco da luz?


Fonte:

PADRE JOÃO MARIA - O SANTO POTIGUAR (I)

Por: José Ozildo dos Santos
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João Maria Cavalcanti de Brito nasceu a 23 de junho de 1848, no sítio Logradouro, no antigo território caicoense, hoje, parte integrante do município de Jardim de Piranhas, no Seridó norte-riograndense. Foram seus pais Amaro Cavalcanti Soares de Brito e Ana de Barros Cavalcanti. Com seu pai, que era professor primário, aprendeu as primeiras letras.

Padre João Maria

Em 1861, matriculou-se no tradicional Seminário de Olinda, no qual estudou os preparatórios e fez parte do curso de Teologia, recebendo as ordens menores. Transferindo-se para o Seminário de Fortaleza, ali concluiu seus estudos eclesiásticos. Sua Ordenação sacerdotal, ocorreu em 1871, após receber a ordem sagrada do presbiterato das mãos de Dom Luís Antônio dos Santos, Bispo Diocesano de Fortaleza.

Volvendo ao Rio Grande do Norte, o jovem sacerdote seridoense celebrou sua primeira missa a 10 de dezembro daquele mesmo ano, na Igreja Matriz de Nossa Senhora Santana, na cidade do Caicó e iniciou no sacerdócio como Capelão da povoação de Jardim de Piranhas, sua terra natal, onde fundou uma escola primária que funcionava em sua casa materna (1872-1877).

Seguidamente, foi capelão da povoação de Flores, atual cidade de Florânia, na região do Seridó potiguar. Designado vigário da Freguesia de Santa Luzia do Sabugi, na Paraíba, retornou ao Rio Grande do Norte para reger a Matriz de Nossa Senhora do Ó, de Papari - atual cidade de Nísia Floresta.

Anos mais tarde, permutando sua freguesia com o Padre José Herminio da Silveira Borges, tornou-se vigário da Matriz de Senhora da Apresentação, da cidade do Natal, em cujas funções empossou-se a 7 de agosto de 1881.
Sacerdote virtuoso, o Padre João Maria – como ficou conhecido -  por “seu apostolado incessante e caridade inextinguível foi a mais impressionante e sedutora figura de sacerdote que tenha paroquiado os natalenses. Em vida, cercava-o uma auréola de santidade”.

Em Natal, o Padre João Maria fez sua residência no consistório da Matriz de Nossa Senhora da Apresentação e num gesto digno de registro, “diariamente, a pé ou montado num jumento, saía de casa em casa, distribuindo conselhos, otimismo, animando e incentivando as almas piedosas. Dava todo dinheiro que por acaso recebia de suas atividades na Igreja. Muitas vezes, dava a própria rede, passando a dormir numa cadeira velha”.

Em 1905, quando da epidemia de varíola na cidade do Natal, “desdobrou-se no atendimento a quantos necessitavam de auxílio, remédios, comido, roupas, carregando água ou lenha para os que nem isso possuíam, trabalhando noite e dia nessa vigília de solidariedade humana”.

Figura da maior culminância na história do clero potiguar, o Padre João Maria foi ‘um verdadeiro discípulo de Cristo’, pois “a sua fé foi íntegra e infrangível como a dos mártires, a sua caridade incansável e ilimitada como a de Vicente de Paulo”.

Abolicionista nato, participou ativamente da vida social e católica natalense. E, num gesto pioneiro, fundou o‘Oito de Setembro’, que foi o primeiro jornal católico editado no Rio Grande do Norte. Em Natal, o Padre João Maria criou a Escola São Vicente de Paula, na Matriz e deu início as obras de construção da futura Catedral, na Praça Pio X.

Cognado de ‘pai dos pobres’, esse título por si só, traduz a incomparável bondade que possuía. Adorado pelo povo natalense, faleceu a 16 de outubro de 1905, na capital potiguar, deixando “imperecível recordação de suas peregrinas virtudes”.No dia de seu sepultamento, a cidade toda esteve presente ao cortejo, que converteu-se numa apoteose.

Para homenagear seu eterno pastor, os natalenses colocaram um busto em bronze (modelado pelo escultor Hostílio Dantas), na praça que possui seu nome e que foi inaugurado no dia 7 de agosto de 1921. O lugar, logo tornou-se ponto de devoção popular e ainda hoje é visitado diariamente por milhares de devotos do ‘santo’ da cidade do Natal.

Entre seus irmãos, alcançou projeção e destaque o Dr. Amaro Cavalcanti, jurista de renome internacional, que representou o Rio Grande do Norte no Senado e na Câmara dos Deputados, e, foi Ministro de Estado e do Supremo Tribunal Federal, durante a Primeira República.

Patrono da cadeira nº 11 da Academia Norte-Riograndense de Letras, em vida, o Padre João Maria foi“absolutamente bom e absolutamente humilde” e tive “a raríssima felicidade de conservar imaculados esses atributos de tua perfeição, sendo, como igualmente foste, absolutamente pobre”. Seu sacerdócio, era um apostolado e como cristão, soube amar o próximo mais que do que a si mesmo.

Continua...

Extraído do blog: 
"Construindo a História", administrado pelo o autor deste artigo: 
José Ozildo dos Santos

VERSOS QUE LEMBREI AGORA (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

VERSOS QUE LEMBREI AGORA

Sou sertanejo, seu moço, e com orgulho danado. E com altivez maior do que o resto do mundo, pois o mundo que nasci e me criei, cresci e me lançou na estrada, possui a sublimazia de ser uma terra abençoada.

De Poço Redondo sou, seu moço, lá no sertão sergipano mais esturricado e mais quente, mais seco e de sol imenso, com uma lua majestosa que chega pro povo cantar a esperança na vida. Lá morreu 


Lampião, por lá corre um rio imorredouro com sangue pacífico da minha linhagem familiar.

Agora mesmo estou na cidade, noutra cidade que não meu lugar. Aracaju é boa e bonita, com ares ainda interioranos, mas nem de longe se compara com a imensa riqueza que tem meu rincão, ainda que o sal da vida tempere impiedosamente a seca e o sofrimento de muitos.

Possuo motivos demais para recordar o meu berço, o meu povo e tantos caminhos por onde passei. Tenho cravada no peito essa doce recordação, fincada na valorização da mais autêntica cultura sertaneja. Assim meu pai me ensinou, sendo ele próprio o maior cultuador da saga sertaneja e de sua história.

Sua vida é pesquisar e escrever sobre as lides cangaceiras nordestinas e principalmente nas fronteiras poço-redondenses e arredores. Não ouve outra música a não ser moda de viola, autêntica raiz saída do pinho de Tonico e Tinoco, Zico e Zeca, Tião Carreiro e Pardinho, Liu é Léu e tantos outros.


Ele, o velho Alcino, também é compositor, parceiro de Dino Franco, autor de canções sertanejas que se tornaram um primor na voz das duplas caipiras Dino Franco e Mouraí e Dino Franco e Fandangueiro. A alagoana/sergipana Clemilda também gravou composições de sua autoria. Quando do seu lançamento, lá pela década de 70, “Seca Desalmada” fez estrondoso sucesso.

Como afirmado, foi através dele que comecei a apreciar a música caipira, canção de raiz e melodia cheirando a terra e a sua gente. Encantei-me, por exemplo, com a magistral “Flor do cafezal” na voz de Cascatinha e Inhana, com “Saudade da minha terra”, na voz de Belmonte e Amaraí, com “A caneta e a enxada”, na voz de Zico e Zeca. Inesquecíveis são “Couro de boi”, “Boiadeiro errante”, “Chalana” e “Poeira”, dentre tantas outras.

Não citei canções na voz de Tonico e Tonico propositalmente. Desde criança que aprendi a admirar profundamente não só a voz como as letras das músicas dessa dupla genial, não só irmãos de nascença como gêmeos de todo mundo que reconhece e valoriza a terra sertaneja. Não há igual no dedilhar a viola e no cantar a matutice dessa gente cheirando a chão, a sol, a suor, a trabalho, a noite de luar, a paixão pela caipirinha mais bonita.

E meu pai, com sua pequenina radiola azulada, quase do tamanho da capa de um vinil, ora em casa ora na praça da matriz já nas alturas da meia-noite, atendendo a voz do seu matreiro coração sertanejo, escolhia a dedo cada música e fazia ecoar pelos recantos enluarados os mais lindos versos. E que belos versos lembrei agora:

“Eu me desperto em arta madrugada/ Em arvorada ponho-me a cantar/ Em tom profundo lamento em meu pinho/ Triste sozinho vivo a recordar/ Vem ouvir ingrata quem deixou de amar/ Somente a lua no céu estrelado/ Está a meu lado, surgiu num clarão/ E tu querida nem abre a janela/ Vem ouvir donzela a minha canção/ Tu foi aquela muié sem coração...” (Eu e a lua).
“Antiga carta guardada/ Que o tempo amarelou/ É lembrança do passado/ Que no meu peito ficou/ Cada frase é uma saudade/ Do tempo do nosso amor/ Hoje é um risco de tinta/ Relendo o meu pensamento/ Cada letra é um suspiro/ Que ficou no esquecimento/ Resto de amor é saudade/ No livro do sofrimento...” (Velhas cartas).

“Nestes verso tão singelo/ Minha bela, meu amor/ Pra você quero contar/ O meu sofrer e a minha dor/ Eu sô que nem sabiá/ Quando canta é só tristeza/ Desde o gaio onde ele está/ Nesta viola eu canto e gemo de verdade/ Cada toada representa uma saudade...” (Tristeza do Jeca).

“Lá no mourão esquerdo da porteira/ Onde encontrei vancê pra despedi/ É uma lembrança minha derradeira/ É um versinho que eu nele escrevi/ Você eu sei passa esbarrando nele/ E a porteira bate pra avisá/ Você não lembra que sinal é aquele/ E nem se quer se alembra de oiá...”.

Não são apenas os versos que lembrei agora, não são apenas os tempos idos que lembrei agora. Sorrio de alegria por ter o prazer de ter vivenciado e ainda conviver com tanta autenticidade da vida do meu sertão, mas também chorando por dentro pelo desprezo que o povo faz de sua própria raiz.

Rangel Alves da Costa*
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
http://blograngel-sertao.blogspot.com

Guarde o lenço (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa*


Guarde o lenço


Mil léguas andei
para encontrar teu olhar
e depois que a porta abriu
nunca mais quero voltar
guarde o lenço...

depois do abraço pedi perdão
andei distante a me culpar
enviei cartas de tantas saudades
dizendo que logo iria voltar
guarde o lenço...

confiei na mulher que amo
na solidão aprendi mais amar
não há distância que traia o amor
aumenta o desejo de reencontrar
guarde o lenço...

mas não posso ficar aqui
se a dona da casa não aceitar
é tudo na vida que ainda tenho
a esperança do amor e do lar
se não for assim dê-me o lenço...


Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com