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quinta-feira, 14 de março de 2013

Viva a Poesia !!!!!


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ADMIRÁVEL MUNDO NOVO.

Por: Juliana Pereira Ischiara
Juliana Pereira Ischiara e Alcino Alves Costa

No seu livro “Admirável Mundo Novo”, lançado em 1932, o escritor inglês Aldous Huxley faz uma ferrenha crítica ao avanço desenfreado da ciência e da tecnologia, em oposição à religião e aos valores morais e sociais. Segundo ele a ciência acabaria por liquidar, entre outras coisas, a vocação humana pelo abstrato e divino.

Escritor inglês Aldous Huxley

Até entende-se que ele fosse assim tão descrente e pessimista em relação à metafísica. Vivia-se em um mundo onde a carta já entrava em desuso pela acessão do telefone, os barcos cediam lugar as aeronaves nas travessias oceânicas e os dirigíveis atracavam com toda pompa e circunstância em plena Nova York. Mas ele estava errado. E a história já tinha provado isso, muito antes dele nascer. 

Os gregos, nos legaram o teatro de Fídias, a engenharia de Arquimedes, a física de Ptolomeu e a oratória de Demostenes. Ao mesmo tempo em que o Liceu fervilhava de ideias e inovações, erguia-se um templo em homenagem a Deusa Atenas, no centro da Polis, consultava-se o Oráculo da ilha de Delfos antes de ser declarada guerra e acreditava-se em um panteão de deuses assentados na corte do Olimpo, que muitas vezes se divertiam com as vicissitudes e fragilidades humanas, quando não estavam em uma luta fraticida pelo poder das hostes celestiais. 

Os romanos nos deram o direito no arcabouço que o conhecemos; construíram pontes e estradas e tornaram o latim a primeira língua de abrangência ultra continental. Mas os seus imperadores recebiam como primeiro título o de Pontifex Maximus – Sumo Pontífice – líder supremo da religião, antes dos demais títulos militares ou políticos. Possuíam mais de mil divindades das quais o mais poderoso era Júpiter, considerado o guardião de Roma e de todos que nela habitavam. E ofertavam punhados de terra em honra de suas batalhas.

Com o Renascimento a Europa esboçou uma ruptura entre o homem em constante evolução e a religião. Os artistas, pensadores, cientistas iriam provar que a fé era uma amarra que legara mil anos de obscuridade ao continente. Era a alforria do pensar, subjugado até então pelos grilhões do crer.

E aí veio Dante Alighieri, descrevendo o paraíso celeste com todas as cores do sublime e o inferno com o peso de uma desgraça tão profunda que por falta de um adjetivo para descrevê-lo acabou recebendo o nome deu narrador: dantesco.
Veio Michelangelo para pintar a perfeição humana, no teto da Capela Sistina, onde oram em silêncio os papas.
Veio Descartes afirmar que o objetivo maior da ciência era encontrar a harmonia com Deus.

E tivemos o choque entre mundos impulsionado pelo vento á ufanar as velas das naus ibéricas. O vapor, a eletricidade, o telegrafo, o rádio, o cinema, o mundo em guerra, o vermelho bolchevique, as flamulas em estandarte, o mundo de novo em guerra, a bomba com brilho de mil sois. 
A divisão, o Muro, os quatro de Liverpool, a minissaia, a pílula, o medo do fim do mundo pelo apertar de um botão, o PC 286, 386, a internet, o 486, Pentium 1, 2 e 3, MIRC, Orkut, Facebook, o mundo em 140 caracteres, o Instagram , um "Habemus Papam" escrito com emoticons que simbolizam abraços e uma necessidade gritante deste admirável mundo novo de buscar o divino, como nunca na sua história.

A ciência nos ajuda a compreender como os aviões voam, mas nos benzemos antes de decolar. A medicina cura doenças, mas ao lado de muitos blocos cirúrgicos existe um altar de oração. A internet nos permite saber o que se passa no mundo e o mundo passou o dia ligado na rede para saber quem seria o novo papa.

Sempre estaremos diante de um admirável mundo novo, repleto de evoluções e acontecimentos espantosos. É da natureza humana buscar tal evolução, como também é da sua natureza, buscar o divino. 

Este admirável mundo novo não refrata Deus. Pelo contrário: clama incessantemente que Ele nos ajude a compreender por que vivemos cada vez mais afastados dos nossos semelhantes, quando estamos muitas vezes a distancia de um click. E roga que Ele nos permita sempre ter esta força que nos faz marejar os olhos e acreditar no imponderável, que alguns resolveram chamar de alma.

Bem vindo Francisco I, a este admirável mundo novo.

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Enviado pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço: Kydelmir Dantas

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O PAPA

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 14 de março de 2013. Crônica Nº 982

O PAPA

Dois choques descarregaram no mundo velho de meu Deus, em relação a Bento XVI. O primeiro foi a sua indicação pátria, pois ainda estamos vivendo às lembranças das atrocidades nazistas. A Alemanha, mesmo sendo a primeira economia da Europa, era olhada como a sede do barbarismo da praga do mundo, Adolf Hitler. A indicação de um papa daquele território deixou o planeta de boca aberta, mas Bento XVI superou a marca da besta e foi um ótimo papa. A sua renúncia foi outro choque, pois os católicos não estavam acostumados com renúncia de pontífice romano. Agora, para completar o quadro das surpresas, um primo de Maradona é indicado chefe maior da Igreja. Brincadeira à parte foi uma grata notícia para o mundo cristão, principalmente para os latinos. As informações por quem entendem passadas pela televisão, tranquilizam os seguidores do Cristo pela humildade, firmeza e carisma de novo papa, Francisco I. A novela da Globo já avisava com antecedência: “Salve Jorge!”.

Francisco I

Foi muito bom que o novo Pontífice fosse argentino. Além de ser um enfrentante da mulher meio democrática, meio déspota, Cristina Kirchner, elevou a fé e a moral dos latinos. Caso tivesse sido eleito um cardeal do Brasil, pronto! Todo político safado também iria querer ser papa. E como a corrupção no país é generalizada, não duvidamos que pelo menos um deles conseguisse. Francisco I vai ter que suar as vestes para dá conta da imensa responsabilidade que lhes colocaram às costas. Casamento gay, desobediência, individualismo, celibato, mulheres na Igreja, racismo, pedofilia, guerras regionais e escândalos financeiros no Vaticano, são apenas algumas das inúmeras e difíceis questões que aguardam nas esquinas da Terra. Esperamos de fato que o novo papa tenha sido apontado pelo Divino Espírito Santo e as orações dos fiéis sejam eficientes para o novo chefe da Igreja. E que também seu carisma, firmeza e humildade façam surgir à sabedoria fornecida pelo mesmo Divino Espírito Santo. O mundo precisa de uma liderança nova e vigorosa e que poderá ser saciado com Francisco I, o papa.


(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)

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SOBRE DEUSES E SEMIDEUSES (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*

SOBRE DEUSES E SEMIDEUSES

Os tempos são outros. Presume-se que hoje o homem viva num mundo de liberdade, garantia de direitos e respeito ao próximo. Contudo, muitos insistem em idealizar – e até considerar – a vida como um Monte Olimpo, moradia mítica dos poderosos e de onde os deuses e semideuses comandavam a vida dos reles mortais.

Os deuses mitológicos, tendo Zeus (e não Deus) como seu representante maior, formavam como que uma elite do poder. Imortais, donos da vida e da morte. Os seus subalternos, ou semideuses, lhes deviam obediência e, ao mesmo tempo, sobrepunham-se em poder aos humanos.

Essa hierarquia mitológica, onde Zeus, o deus supremo, imperava sobre todos, e outros deuses possuíam poderes específicos de atuação, bem como os semideuses que estavam na esfera intermediária, não se diferencia muito da hierarquia da sociedade atual. O Olimpo está em qualquer lugar onde haja poder.


Hoje, ainda que de forma imposta ou eletiva, mas com caráter transitório, continuam existindo deuses e semideuses. Muitos outros se arvoram da condição de verdadeiros intocáveis. Assim se impõem, não abrem mão de sua glória olímpica, e reinam sobre os simples humanos como se mitologicamente vivessem.

Ora, quantos Zeus vivem nos pedestais, de cetros e escudos reluzentes, fazendo valer suas condições de soberanos de outros deuses, semideuses, intocáveis e homens comuns?  Como sempre indagam os teóricos dos antigos alienígenas, será que são frutos de raízes desconhecidas ou são pessoas de outro mundo entre os humanos?

Respondo que são pessoas iguais às outras que, diante do poder conquistado, do cargo ou função obtida, da investidura alcançada, se negam a ser iguais. Quer dizer, são as investiduras, os cargos, as funções e os ofícios que acabam transformando e corrompendo o ego. E de repente a pessoa já se acha no Olimpo, um deus, um senhor absoluto dos hierarquicamente inferiores e da sociedade em geral.

Pelas suas pretensões, e logicamente pelas formas como agem, se comportam, comandam e decidem, os senhores do Olimpo estão egocentricamente instalados em muitos lugares. Quanta mitologia renascida nos três poderes, quanto fausto espalhado nos altos escalões, quando soberba imperando pelos gabinetes da vida.

Parece uma fúria titânica, um choque de deuses, pois são supremacias demais disputando espaço de poder, forçando para ver quem manda mais, querendo a todo custo o mundo a seus pés. Até quem deixou seu posto de comando no pedestal, na grande cadeira, continua endeusado ou se achando o próprio Zeus.

Diante da guerra egocêntrica entre tantos deuses, torna-se até difícil reconhecê-los pelas qualidades, mas apenas pela imposição de poder, pelos autoritarismos exacerbados, pelos gestos ditatoriais, pelo desfazimento com que tratam os subalternos. E coitados daqueles que estão no patamar inferior, que são os cidadãos comuns.

As divindades reluzem, são facilmente reconhecíveis. Há os deuses de vestes talares, becas e togas de retinto cetim, de caneta à mão e sentenças baseadas “no livre convencimento”. Ministros, desembargadores, juízes, promotores e até auxiliares destes agem, vivem e se comportam como verdadeiros onipotentes.

Há os que são votados pelo povo para apenas governar ou legislar, mas que aproveitam a ocasião para se endeusarem também. Como os deuses são praticamente inacessíveis, vivendo em redomas e cercados por lustrosos labirintos, coitado daquele simples mortal que deseje avistá-los. Corre o risco de paralisar diante do olhar da Medusa.

São deuses contraditórios, contudo. Governante que abomina o governado, e precisamente aquele que lhe depositou confiança, não merece subir novamente o Olimpo. Mas talvez seja o estigma egoístico tão próprio dos ingratos que os torna criaturas voltadas contra o criador. Não sabem, porém, que o seu trono está levantado pelas mãos dos reles mortais. E basta uma ação e tudo desaba.


Os semideuses espalham-se pelas chefias, diretorias, presidências de órgãos, cargos os mais diversos possíveis. Ao serem investidos nas suas funções, a primeira coisa que fazem é procurar distanciar-se do povo. E agem assim porque se torna mais fácil não ter de dar explicações das atitudes que tomam em prejuízo da população. Por isso mesmo que dão a vida para continuar no poder.

Como se vê, é um mundo de egoísmos, vaidades, autoritarismos, arrogâncias, abusos, desrespeitos. Pessoas que enxergam os outros com indiferença, que tratam as pessoas com submissão e prepotência não merecem qualquer respeito pelo ofício exercido. Será preciso reaprender a ser humano, e humanamente agir, para cumprir a dádiva de ser o que é.

Ademais, é inadmissível que pessoas que de tanto saber se arvoram tenham desaprendido coisas simples demais, assim como humildade, respeito, simplicidade e, principalmente, dignidade nas relações.

(*) Meu nome é Rangel Alves da Costa, nascido no sertão sergipano do São Francisco, no município de Poço Redondo. Sou formado em Direito pela UFS e advogado inscrito na OAB/SE, da qual fui membro da Comissão de Direitos Humanos. Estudei também História na UFS e Jornalismo pela UNIT, cursos que não cheguei a concluir. Sou autor dos eguintes livros: romances em "Ilha das Flores" e "Evangelho Segundo a Solidão"; crônicas em "Crônicas Sertanejas" e "O Livro das Palavras Tristes"; contos em "Três Contos de Avoar" e "A Solidão e a Árvore e outros contos"; poesias em "Todo Inverso", "Poesia Artesã" e "Já Outono"; e ainda de "Estudos Para Cordel - prosa rimada sobre a vida do cordel", "Da Arte da Sobrevivência no Sertão - Palavras do Velho" e "Poço Redondo - Relatos Sobre o Refúgio do Sol". Outros livros já estão prontos para publicação. Escritório do autor: Av. Carlos Bulamarqui, nº 328, Centro, CEP 49010-660, Aracaju/SE.

Poeta e cronista
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Eu faço a minha prece e você faz a sua para chover



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