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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

ICOP - INSTITUTO CULTURAL DO OESTE POTIGUAR

Por Benedito Vasconcelos Mendes

ICOP-Instituto Cultural do Oeste Potiguar FARÁ SESSÃO SOLENE PARA EMPOSSAR A NOVA DIRETORIA.    


O Prof. Benedito Vasconcelos Mendes, atual Presidente do ICOP, convida as Academias de Letras e instituições congêneres, escritores, artistas, intelectuais, professores, autoridades culturais e o povo em geral, para participarem da Sessão Solene de posse da nova Diretoria Executiva da entidade, que ocorrerá no dia 24 de novembro de 2017( sexta-feira ), às 19:30 horas, no Auditório da OAB-Mossoró. O Presidente eleito do ICOP, Clauder Arcanjo tomará posse juntamente,  com os demais  membros da nova Diretoria Executiva e  anunciará as metas que serão executadas pela instituição durante o biênio 2017/2019.

Enviado pelo professor Benedito Vasconcelos Mendes

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A BÍBLIA SAGRADA (II) (Série de duas crônicas)

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de outubro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.762

Bíblia é uma coletânea de 73 livros, dividida em duas partes gerais: Antigo Testamento e Novo Testamento.
O Antigo Testamento vai desde o Século XV a.C. até o nascimento do Cristo.
O Novo Testamento vai desde o nascimento do Cristo até o Século I d.C.
O Antigo Testamento tem 46 livros. O Novo Testamento possui 27 livros.
 
O Antigo Testamento é subdivido em quatro partes:
1.    Livros da Lei ou Pentateuco. Fala sobre a criação de Deus e a formação do povo eleito.
2.    Livros Históricos: Descrevem as guerras de Israel e história dos seus reinos.
3.    Livros Didáticos: Descrevem a sabedoria e a poesia dos hebreus.
4.    Livros Proféticos: Escritos por profetas que pregavam o arrependimento e preparavam o povo para a chegada do Messias Salvador.

O Novo Testamento é subdivido em quatro partes:
1.    Livros do Evangelho: Descrevem a vida e obras de Jesus.
2.    Livro Histórico: Apresenta a Instituição e expansão da Igreja na Palestina e no mundo, então, conhecido.
3.    Epístolas: Mostra doutrinas e exortações escritas por alguns apóstolos do Cristo e encaminhadas a comunidades ou fiéis cristãos.
4.    Livro Profético: Traz a vitória do Cristo e sua Igreja sobre a força do mal e Juízo Final.

Vendo os 73 livros que fazem parte da Bíblia, no geral, temos: Os 46 do Antigo Testamento:
Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, Samuel Livro I, Samuel Livro II, Reis Livro I, Reis Livro II, Crônicas Livro I, Crônica Livro II, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, Macabeus Livro I, Macabeus Livro II, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico, Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu,
E os 27 do Novo Testamento:
Evangelho de Mateus, Evangelho de Marcos, Evangelho de Lucas, Evangelho de João, Atos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, Primeira Epístola aos Coríntios, Segunda Epístola aos Coríntios, Epístola aos Gálatas, Epístola aos Efésios, Epístola aos Filipenses, Epístola aos Colossenses, Primeira Epístola aos Tessalonicenses, Segunda Epístola aos Tessalonicenses, Primeira Epístola a Timóteo, Segunda Epístola a Timóteo, Epístola a Tito, Epístola a Filemon, Epístola aos Hebreus, Epístola de Tiago, Primeira Epístola de Pedro, Segunda Epístola de Pedro, Primeira Epístola de João, Segunda Epístola de João, Terceira Epístola de João, Epístola de Judas, Apocalipse de João.
·         Adaptado da fonte: Agnus Dei.


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ÁGUA DE POTE

Por Rangel Alves da Costa

Noutros idos, num tempo e modo que essa juventude de agora sequer já ouviu dizer que existiu, não havia água na torneira nem reclamação por três dias ou mais dias sem um pingo caindo. Hoje em dia, basta que a encanação não jorre água a contento e a reclamação toma conta de tudo. Certamente esquecem realidades muito diferentes de outrora.
Naqueles idos de seca grande, de tanque seco e nuvens prenhes distantes, água era um verdadeiro luxo. Quando muito, água de beber somente de carro-tanque, de tanque enferrujado e cano derramando mais do que servindo aos baldes, aos potes, às latas e até às cuias. Ou a pessoa colocava tonéis em cima de carroças ou carros-de-bois e seguia em direção a qualquer córrego, ou tinha de se contentar com o que chegava nos carros-pipa.
O dia da passagem do carro era certeiro, mas a hora não. Daí que logo cedo longas filas começavam a se formar nas ruas e pelos arredores das calçadas. Gente de todas as idades e vinda de todos os lugares, chegando logo cedo para guardar seu lugar na fila. Os vasilhames eram deixados enfileirados e as pessoas ficavam ao redor proseando. Marcava-se o local também com pedras e paus, mas tendo que o dono do lugar ficasse à espreita para não ter sua vaga surrupiada por outra pessoa, como de fato ocorria.
De vez em quando dava briga, dava esculhambação, troca de tapa, cabelo arrancado e vestido rasgado. Se uma cismasse que a outra colocou o balde um pouco mais à frente, então o pé de briga já estava formado. E era uma festa de xingamentos e descobertas dos escondidos. “Sua zinha, sua gaiteira, pensa que é o que, sua labisgóia?”. E a outra: “Safada de uma figa, rampeira, pruquê tem mais de um macho acha que é mais muié que as outa?”. O clima só esfriava quando o carro despontava.
No dia seguinte era outra briga, outra discussão das comadres agora inimigas de fogo a sangue. E tudo por causa de uma lata d’água. Tudo num tempo de sofrimento sem fim. Mulheres envelhecidas e mocinhas de potes e rodilhas na cabeça, todas seguindo em direção ao tanque. Água já barrenta, mas não havia outra. Seguiam e voltavam com os potes como se já tivessem sido moldados ali na cabeça, sem pender ou cair. Uma maestria do sofrimento, um aprendizado na luta pela sobrevivência.


Chegando em casa, pegar um pano limpo e colocar na boca do purrão ou do pote maior da cozinha. Dois, três potes. Água despejada, coada, e assim o de beber do dia a dia daquele povo sertanejo. Água de beber e de fazer comida. Mas havia a melhor geladeira do mundo: a quartinha, a moringa. De dia para o outro, no umbral da janela, não havia água melhor de se beber. Fria no tempo, saborosa demais pela sede tanta.
Quando cheio, o pote logo se enchia também de umidade pelas laterais. Mesmo que o barro não deixasse vazamentos, ainda assim era como se o pote estivesse molhado pelas laterais. E tal fato também como serventia para que se soubesse a quantidade de água ainda existente sem precisar olhar para o fundo. Acaso a umidade do pote estivesse apenas na metade, então era a certeza que a quantidade era aquela. Quando já estava embaixo, no finalzinho, então a necessidade de mais idas aos tanques e açudes com latas e baldes à cabeça.
O pote era colocado em trempe, um tipo de forquilha de pau aberta em leque na parte superior, ou mesmo em pequena construção de barro, de modo a ter o fundo ovalado do pote ajustado ao local previamente aberto no barro. Um pouco mais acima, na parede também de barro ou de tijolos, as canecas de alumínio penduradas. Em certas casas, tais canetas eram tão limpas e tão brilhosas que não se admitia o uso mais de uma vez sem antes passar por nova limpeza.
Assim também com a moringa, cuja marca d’água no barro avermelhado, liso, torneado, dizia da quantidade disponível. E nada melhor que depois de experimentar um pedaço de cocada ou do cansaço pelo retorno da luta, lançar mão da caneca e despejar a água fria, gostosa, apetitosa. E depois sentar num tamborete para descansar.

Escritor

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Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
franpelima@bol.com.br
Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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TENTATIVA DE PAZ ENTRE JOSÉ FERREIRA E SATURNINO ALVES DE BARROS


Quem não conhece a História, acha, com certeza, que naqueles idos dias do cangaço as crianças e adolescentes já nasciam e cresciam de arma em punho, sem seus pais nunca tomarem providências para que a violência não existisse. 


Puro engano, tanto de um lado como do outro, houve tentativas da ‘coisa’ não ir ao extremo que foi. Ou seja: tanto o pai de José Alves de Barros, conhecido por Zé Saturnino, o senhor Saturnino Alves de Barros, como o de Virgolino Ferreira, conhecido por Lampião, José Ferreira da Silva, principalmente o último, fizeram várias e várias tentativas para que a paz reinasse naqueles rincões sertanejos.


Abaixo veremos, segundo João Gomes de Lira, ex-volante da Força Pública pernambucana, a primeira tentativa de José Ferreira, pai de Antônio, Livino e Virgolino Ferreira, para ‘apaziguar os ânimos’... Para fazer com que a violência parasse. Isso, lá pelos idos de 1917. 

João Gomes de Lira

Aquele que nos conta essa parte da História, nas entrelinhas de sua obra literária, é nada menos nada mais, que um saudoso e valoroso nazareno que participou da guerra contra o banditismo rural naquele tempo.

“(...) Por não querer barulho, no ano de 1917, para não ver seus filhos em desmantelo, José Ferreira resolveu se retirar do seu lugar, sítio Passagem (das) Pedras. 

https://professorpaulocesar.blogspot.com.br/2014/08/projeto-viajando-pela-historia-de-serra.html

Para isto, falou com o professor Domingos Soriano, para procurar um lugar no distrito de Nazaré para comprar (...) Tendo o Professor apalavrado no lugar Poço do Negro, (distando) três quilômetros para o povoado de Nazaré, um terreno pertencente ao Sr. Antônio Freire. Feito o negócio, José Ferreira vende a sua terra em Passagem (das) Pedras aos Senhores Venacinho Nogueira e Néo das Barrocas, ambos residiam na ribeira do Riacho de São Domingos. Concluído o negócio, foi feito um acordo: os “Ferreira” não deveriam ir ao Riacho São Domingos, como também José Saturnino com os Nogueira não deveriam ir à Nazaré. Desse modo, José Ferreira deixou a sua querida morada(...).” (“LAMPIÃO – Memórias de um Soldado de Volante” – LIRA, João Gomes de. 1ª edição, 1990)

Na vinda da família ‘Ferreira’ para a nova moradia, essa fora observada pelo pessoal que ali morava, no povoado de Nazaré. Um dos moradores, morador de um sítio próximo a Poço do Negro, lugar onde José Ferreira havia comprado um pedaço de terra para tentar criar sua família, observa com bastante curiosidade e atenção. Esse ‘observador’ narra mais tarde para os que moravam no povoado e circunvizinhança, e não presenciaram a passagem da família, como se portavam em suas montarias os ‘Ferreira’. Esse percebe que os filhos mais velhos de José Ferreira traziam armas na cinta e outras cruzadas nas costas seguradas por suas bandoleiras. Os “Ferreira” e Zé Saturnino e seus jagunços, já haviam trocados tiros, dessa forma, tanto um lado como o outro andava armado até os dentes, prontos para qualquer coisa que ocorresse.

Assim fora observado a entrada, ou passagem, dos ‘Ferreira’ pelo povoado de Nazaré, quando os mesmos estavam rumando para sua nova moradia: “chapéu de couro quebrado na frente e atrás, barbicacho passado no queixo, roupas de mescla, blusa tipo as usadas pelos cangaceiros do Sertão, montados em possantes cavalos galopando com os rifles enganchados aos ombros. Viajavam demonstrando uma verdadeira posição de combate, distante um do outro, tática usada pelos veteranos cangaceiros do Sertão. Tudo isso foi observado pelos nazarenos, principalmente pelo jovem Aureliano Francisco de Souza (Lero Chico), que se encontrava no lugar José Dias, próximo a Nazaré, onde presenciou tudo minuciosamente, inclusive viu que, quem viajava na frente, era o Inspetor Manoel Lopes.” (Lira).

Zé Saturnino ordena que um de seus ‘homens’, chamado Tibúrcio dos Santos, fosse tocaiar os irmãos ‘Ferreira’ quando, e se, os mesmos viessem visitar uma de suas tias, Joaninha Ferreira, de quem, ou por quem os rapazes tinham grande apreço, que morava nas redondezas da fazenda Pedreira, sua propriedade, nas imediações da Serra Vermelha. A emboscada feita por Tibúrcio não rendeu nada, pois nenhum dos três irmãos, Antônio, Livino ou Virgolino, foram para aquelas paragens.

A verdade é que não encontramos prova alguma da quebra do acordo pelos ‘Ferreira’ a não ser uma ‘desconfiança’ que teve Zé Saturnino de que os seus inimigos iriam visitar uma tia, não gostando, embora fosse só desconfiança, manda alguém emboscá-los. 


No acordo que gerou a primeira mudança da família Ferreira do Sítio Passagem das Pedras para o Sítio Poço do Negro, em uma parte dele ficou acordado que: nem os “Ferreira” podiam ‘fazer’, ir, para a feira-livre de Vila Bela, nem Zé Saturnino faria, visitaria, iria à feira livre do povoado de Nazaré. 

Poço do Negro onde residiu a família Ferreira

No acordo, os “Ferreira”, nitidamente, levam desvantagens em tudo. Primeiro por terem que vender sua propriedade por um preço muito abaixo do que valia e não ter recebido a quantia completa. Segundo, como eram almocreves, precisavam, necessitavam de uma feira mais ampla para que suas mercadorias tivessem maior saída. Porém, nos revela a história que eles não foram vender suas mercadorias em Vila Bela, cumprindo assim o que fora acordado.

Zé Saturnino, segundo a historiografia do tema, havia vendido um animal, provavelmente um cavalo, a um cidadão que morava em uma das casas do povoado de Nazaré, chamado Agripe de Manoela, que, provavelmente possuía uma propriedade rural nas imediações. Nada encontramos, lemos ou escutamos, do local em que se dera o negócio, nem tão pouco a sua data. Ocorrera-se então a venda, antes ou depois do acordo feito?

Zé Saturnino no primeiro meado do ano de 1918, resolve ir, junto com um de seus homens chamado José Cipriano, os dois viajavam armados, receber a quantia pelo animal vendido, só que na casa do comprador, ou seja, no povoado de Nazaré, desobedecendo e quebrando o acordo feito pelo seu pai entre as duas famílias.

“(...) José Saturnino, tinha vendido um animal ao Sr. Agripe de Manoela, que mora em Nazaré, e o mesmo achou por bem ir receber o pagamento do animal vendido, em Nazaré. Assim, entre os meses de fevereiro a março de 1918, José Saturnino com o companheiro José Cipriano foram para Nazaré, desobedecendo Saturnino, ao acordo que haviam firmado (...).” (Lira)

Bem, a ida de Zé Saturnino, para receber o tal dinheiro do animal vendido, ou não, não passou despercebida por um dos irmãos “Ferreira”. Naquela ocasião, Virgolino, terceiro filho de José Ferreira encontrava-se no povoado acompanhado pelo primo Domingos Paulo e, notando a presença do inimigo, junto com outra pessoa, achou ser uma afronta ao acordo feito com seu pai, José Ferreira. Desse momento em diante, Virgolino e seu primo não perdem mais nenhum movimento que fazia seu inimigo. O que danado, deve ter pensado Virgolino, estava fazendo Zé Saturnino em Nazaré acompanhado por um de seus homens, pois o mesmo, o jovem Virgolino, nada sabia sobre a venda do animal?

Um cidadão que momento também se encontrava em Nazaré, Major João Gregório Ferraz Nogueira, observa a vinda de Zé Saturnino e como Virgolino estava a lhe prestando atenção. Sabedor da intriga e do acordo entre as famílias, vai até onde encontrava-se Zé Saturnino e lhe segreda como o filho de José Ferreira o estava vigiando, portanto, que estivesse sempre alerta, tomando cuidado. O homem do sertão já é sem medo por natureza, e Zé Saturnino sem fugir a regra, não temendo a Virgolino nem a outra pessoa qualquer, fosse Ferreira ou não, responde ao amigo que não estava ali em busca de briga, porém, se isso fosse o que queriam, estava pronto para tudo.

“(...) pediu a José Saturnino que tivesse muito cuidado. Este agradeceu, porém dizendo que não os temia, que podiam vir do modo que entendessem, pois estava pronto para recebê-los do jeito que quisessem. Adiantou que não estava ali por afronta a ninguém, porque a finalidade de sua presença em Nazaré era a de receber o dinheiro de seu negócio (...).” (Ob. Ct.)

Bem, o dia vai passando e Zé Saturnino e seu jagunço ficam no povoado. Virgolino os acompanhou, de longe, todo o tempo. Vendo que o sol já havia pendido para o poente a bastante tempo, chama seu primo e saem antes dos inimigos do povoado. Sabiam a estrada que seu inimigo tomaria para retornar a sua propriedade, então, chama seu parente, escolhem um local e botam uma tocaia nele. Ao serem avistados pelos que faziam a tocaia, esses abrem fogo prematuramente, perdendo de acertarem o, ou os alvos. Zé Saturnino e seu acompanhante estavam alerta o tempo todo, nisso, ao primeiro sinal de perigo, esporearam as montarias se livrando de serem crivados de balas.

Lampião e seu irmão Antonio Ferreira

José Alves de Barros, o Zé Saturnino, não gostou nadinha da tocaia que fora vítima. Então, ao chegar a sua casa, passa a noite matutando uma maneira de ir à desforra. Ao amanhecer do dia seguinte junta dezesseis jagunços que trabalhavam para ele e saem para acertar as contas com Virgolino. Virgolino naquela manhã se encontrava na casa de uma tia, chamada Chica Jacoza, no sítio Poço do Negro. 


Dona Chica Jacosa tia de Lampião

Com Virgolino estavam, naquele momento, Manoel Lopes, seu tio, os primos Sebastião, Francisco e Domingos Paulo mais uma jagunço que trabalha para eles chamado Luiz Gameleira. Faltava, por estarem a trabalho no município de Triunfo, PE, Antônio e Livino Ferreira, irmãos de Virgolino. A coisa não foi moleza. Quem veio atacar, veio disposto a acabar com tudo e com todos que na casa estivessem, porém, toparam com uma dureza danada.

Clique no link para conhecer o Levino Ferreira da Silva - http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2015/07/pais-e-irmaos-de-virgolino-ferreira-da.html

Alguns autores classificam como sendo o ataque à casa da tia de Virgolino, a definição da ‘questão’ entre Virgolino Ferreira, Zé Saturnino e a família Nogueira, a qual pertencia a esposa do segundo... Nas quebras do Pajeú das Flores.

Fonte "LAMPIÃO - Memórias de um Soldado de Volante" - LIRA, João Gomes de. FUNDARPE, Recife, 1990.
“LAMPIÃO – A Raposa das Caatingas” – IRMÃO, José Bezerra Lima. 2ª Edição. Salvador, 2014.
Foto cangaçonabahia.com
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PALESTRA DA ESCRITORA ANA MIRANDA SOBRE O VIÉS ONÍRICO, OS SONHOS EM KAFKA ...

Por Luiz Serra
A admirável romancista Ana Maria Miranda com o escritor Luiz Serra (ANE, 19/10). .. .. Foto: Rosângela Trindade, da ANE. — com Ana Miranda.

Encontro agradável (Quinta Literária) na Associação Nacional dos Escritores em Brasília (19/10).

Ana Maria Miranda, renomada romancista brasileira, nascida no Ceará, berço de notáveis escritores.

Autora da célebre historiografia de Gregório de Mattos: o Boca do Inferno, traduzido para uma dezena de países. Livro que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, em 1990, e foi incluído na lista dos cem maiores romances em língua portuguesa, como está na publicação do Caderno Prosa & Verso, do jornal O Globo (5/09/1998).

Na Quinta Literária, foyeur da ANE, os escritores Fábio Coutinho (presidente), Luiz Serra, José Anchieta Oliveira e o cineasta Vladimir Carvalho. .. .. . Foto: Rosângela Trindade, da ANE — com José Anchieta Oliveira e Francisco Pereira Lima.

Em 1996, saiu a lume, o romance Desmundo, que trata da história de órfãs que vinham para o Brasil para casarem-se com os colonos (séc. 16). Obra que foi adaptada para o cinema em 2002, pelo cineasta Alain Fresnot.

Em Xica da Silva: a Cinderela Negra, Ana Miranda em hábil mescla de história e ficção revisita a história de uma personagem fascinante, naquele Brasil do século 18.

E a sequência aclamada pela crítica e pelos leitores, vieram os romances pela Companhia das Letras: Retrato do Rei, 1991; Sem Pecado, 1993; A última quimera, 1995; Clarice (novela), 1996; Desmundo, 1996; Amrik, 1997; Noturnos (contos), 1999; Dias e Dias, 2002; Yuxin, 2009; Semíramis, 2014; e mais obras poéticas e livros infantis saíram do prelo nestes trinta anos, que demarcam uma trajetória invulgar de profícua escritora brasileira.

Como ela mesma nos expressou: “Esposei-me com a literatura”. Ana Miranda foi casada na década de setenta com a ator Arduino Colasanti e tem um filho.

Em 2015, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Ceará.

Durante a Quinta Literária desta quinta-feira (19/10), o presidente da ANE, escritor Fábio Coutinho, fez a gentileza de entregar um exemplar do nosso O sertão anárquico de Lampião, à notável escritora Ana Miranda, que tem por berço natal a cidade de Fortaleza.

Reunião literária prazenteira com a presença de escritores, poetas e bibliófilos que, ao término da magnífica aula de Ana Miranda, passaram ao foyeur da ANE, onde se realizou a apreciada confraternização.

Registros fotográficos: Rosângela Trindade, da ANE (19/10).

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URGENTE: PARALISAÇÃO E ATO EM NATAL AMANHÃ


Amanhã (24),  Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Norte, ativos, aposentados e pensionistas realizarão um grande ato unificado no Centro Administrativo, em Natal, a fim de denunciar ao povo potiguar os desmandos do Governado do Robinson Faria. 

A ADUERN convida todos os associados e associadas a fortalecer a mobilização contra os atrasos salariais e o sucateamento da UERN. 

O sindicato disponibilizará transporte e alimentação para os/as interessados em participar da mobilização unificada. O ônibus sairá da ADUERN na terça às 5h. 

Pedimos que os/as interessados/as que enviem seu nome para a Secretaria do sindicato até hoje (23) às 17h, através do email aduern@gmail.com ou dos telefones 3312-2324 e 988703983. 

Jornalista

Cláudio Palheta Jr.

Telefones Pessoais :

(84) 96147935
(84) 88703982 (preferencial) 

Telefones da ADUERN: 


ADUERN
Cep: 59.625-620
Mossoró / RN
Seção Sindical do Andes-SN
Presidenta da ADUERN
Rivânia Moura

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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COMO NOUTROS TEMPOS

Por Rangel Alves da Costa

Domingo cedinho, ainda escurecido. Acordei no sertão saudoso demais, relembrando aquele outro sertão. Um Poço Redondo do passado, de outros idos, de outros tempos. E fiquei imaginando que mais tarde não ouviria meu pai Alcino levantar e logo colocar Tonico e Tinoco na radiola. “Nestes versos tão singelos, minha bela, meu amor, pra você quero contar o meu sofrer e a minha dor. Eu sou que nem sabiá quando canta é só tristeza desde o galho onde ele está. Nesta viola eu canto e gemo de verdade, cada toada representa uma saudade...”. Uma Tristeza do Jeca que me chega ainda mais entristecida. Quanta saudade de tudo. E depois, após Zico e Zeca, Liu e Léu, Pedro Bento e Zé da Estrada, Cascatinha e Inhana, Dino Franco e Mouraí, dentre outros do cancioneiro caipira, avistar Seu Alcino saindo pelas ruas arrastando havaianas. Do muito de tudo, muita gente se esquece. Mas eu não. Ontem mesmo, sábado, ao entardecer, foi como ainda estivesse ouvindo seu Sertão, Viola e Amor pela Rádio Xingó. “Alô, alô Alcino Alves Costa, quem vos fala é Dino Franco. A seguir vou cantar um cateretê de nossa autoria intitulado Sertão, viola e amor... No Nordeste brasileiro uma onda se espalhou, a voz da Rádio Xingó com seu apresentador. Foi uma benção divina a um povo sofredor, o violeiro cantando sertão, viola e amor...”. O mundo pode esquecer. Eu não.

Rangel Alves da Costa

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