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sexta-feira, 22 de março de 2019

LUIZ GONZAGA RARIDADE - ESPECIAL ' PROPOSTA ' PT.1 (1972) PARTIC. GONZAGUINHA , JULIO LERNER

Publicado em 18 de nov de 2011

O que mais tem neste programa? Luiz Gonzaga (21/8/72 Especial'' Proposta'' - TV Cultura) 54 minutos (p & b).

Excelente e raro especial com Luiz Gonzaga onde Julio Lerner apresenta e Luiz conversa, e é entrevistado por Julio e por seu filho, Gonzaguinha (que toca um número). 

Belas histórias, muita música com Luiz Gonzaga e grupo no estúdio com Dominguinhos tocando. 

No final, Quinteto Violado! Tocando 'Asa Branca' e juntando-se ao grupo de Luiz para fechar o programa. 

Luiz Gonzaga Raridade - Especial 'Proposta' Pt.1 (1972) Partic. Gonzaguinha, Julio Lerner

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O CANGACEIRO MAIS JOVEM | O CANGAÇO NA LITERATURA | #299


Publicado em 22 de mar de 2019
Você sabe qual foi o cangaceiro mais jovem? Acompanhe nosso canal e viaje conosco!

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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima. - Email: franpelima@bol.com

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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MEU NOVO LIVRO – SOBREVOO – EPISÓDIOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NO RIO GRANDE DO NORTE

No próximo dia 2 de abril de 2019, em parceria com o SEBRAE, estarei lançando o livro “SOBREVOO –  EPISÓDIOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NO RIO GRANDE DO NORTE”, que é parte da “Coleção a participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial”.
Além desse meu trabalho, o quinto na minha carreira, eu estarei nesse lançamento ao lado dos amigos Leonardo Dantas e José Correia Torres Neto, que disponibilizarão dois interessantes trabalhos sobre o tema.
Membros do esquadrão VP-45 ao lado de um PBY Catalina, antes da vinda para o Brasi em 1944.
Entre as histórias do meu “Sobrevoo”, trago os fatos do trágico acidente aéreo de um hidroavião Catalina, da esquadrilha VP-45, que caiu em solo Riachuelense no dia 10 maio de 1944, mais precisamente nas terras da Fazenda Lagoa Nova, vitimando 10 aviadores da Marinha dos Estados Unidos.
Rostand Medeiros, José Lourençoe Aínto Freitas
Como autor Dessa obra quero deixar de público os meus mais sinceros agradecimentos ao povo riachuelense. Especialmente a prefeita Mara Cavalcanti, ao Sr. José Lourenço Filho (verdadeira memória viva dessa cidade) e ao amigo Aílton de Freitas Macedo, cuja atenção, o empenho e o gosto que possui pela história de sua terra foram para mim ferramentas preciosas e fundamentais para a concretização desse trabalho.
Trocando informações com as pessoas de uma comunidade rural que conhece bem o episódio.
https://tokdehistoria.com.br/2019/03/21/meu-novo-livro-sobrevoo-episodios-da-segunda-guerra-mundial-no-rio-grande-do-norte/
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SERTÃO, DE ALMA E CORAÇÃO

*Rangel Alves da Costa


Sou todo sertão. Nasci nas entranhas da terra, sou de barro, sou do visgo do chão. Tenho no sangue a seiva do caroá, da macambira, do mandacaru, do xiquexique, do pé de manjericão. Tenho na pele o abrasado do sol, tenho na face o brilho grande da lua, tenha um destino estrelado e uma estrada de pé no chão.
Sou sertão, sou todo sertão. Sou do mesmo visgo do barro do pote de Dona Benvinda. Sou do mesmo couro curtido por Brasilino e do ferro batido e dobrado por Galego do Alto. Sou do tecido grosso, e tão bonito e tão nobre, à moda cangaceira e bordado por Zé de Bela. Sou de entranha trançada na renda de bilros de Carmosina, Clotilde, Arací e Conceição de Laura. Sou molhado da água do cantil de caçador de Seu Ermerindo, de Odon e João de Terto. Sou da mesma obstinação desbravadora dos Lucas, dos Cardoso e dos Sousa. Sou da mesma terra da incansável valentia de Zé de Julião. Sou o grito do gado e o canto de aboio das vaqueiramas da história, por isso sou da raça vaqueira de Abdias, de João Capoeira, de Mané Cante. Sou de espírito tão doce como a cocada de Dona Quininha, de Cecília de Duié e de Naní. Sou do mesmo tacho do arroz-doce de Baíta e da tábua de pirulitos de Luisinha. Sou daquelas delícias preparadas por Maria de Miguel e dos cozidos de Maninho e de Dona Mirian. Sou do sangue cangaceiro do meu tio Zabelê e da amizade cangaceira do meu avô China. Sou tão sertanejo como todo sertanejo que um dia foi e ainda é. Sou Rangel. De Dona Peta e de Alcino. Sou do Sertão e todo Sertão.


Sou todo sertão. Carrego nos meus braços e no meu corpo as mesmas folhagens e os mesmos troncos da catingueira, da quixabeira, da umburana, da craibreira, do umbuzeiro. Tenho no sangue aquele sol mais ardente como aquele mesmo que ardia na pele e corpo da minha gente do cangaço, filhos de minha terra: Sila, Adília, Cajazeira, Zabelê, Canário, Enedina e tantos outros. Sou sertanejo, por isso também sou coiteiro, sou homem de confiança do Capitão, assim como um dia foi Mané Félix, Adauto Félix e Messias Caduda. Sou da roça e do mato, sou da cerca e do cercado, sou de quintal e de cumeeira. Sou casebre antigo e sou sobrado esquecido no tempo. Candeeiro de parede também sou. Sou tudo sertão desde a ribeira do rio à margem do riacho, mas também sou do tanque e do barreiro, sou a pedra da velha lavadeira e seu cantar bonito e plangente. Sou aquela andorinha que ainda voa pelos seus sertões, sou a tem-tem, a fogo-pagô, até o pardal de pé de cumeeira também sou. Sou do mato o mateiro, sou o pescador e sou o dono de todo mistério das noites tão sertanejas. E como sou aquela viola de pinho e a canção dolente de apaixonar. Sou o forró e o forrozeiro, a zabumba e o zabumbeiro, sou o xaxado e o chiado da chinela em noite de leilão caipira. Sou ainda de um tempo de esteira estendida na calçada e rede estendida na varanda. Tempo de compadre chegando para um proseado e Dona Zefinha debulhando o feijão de corda para comer com carne de bode. Sou desse sertão.
Sou todo sertão. Sou a comida mais simples, sou o prato do dia, sou o tiquinho que se tem. Sou a farinha com rapadura, sou a perna de preá tostado na brasa, sou a raspa do tacho, sou o resto de qualquer coisa. Mas também sou a coalhada, sou o pirão de mulher parida, sou o mocotó, sou o pedaço de toucinho abrasado, sou a tripa, sou o bucho. Quem bom ser assim, ser todo e tão sertão. E do sertão a linhagem antiga, herança primeira desde o pai do pai do pai de tudo que é pai. Sou um filho assim, um sertanejo que canta mulher rendeira e ainda segui na história os passos do Capitão Lampião. Sou o sertão catingueiro, da pedra grande, do tufo de mato, do preá escondido e do cágado que só é avistado quando vai cair trovoada. Sou desse sertão de caminhos e trilhas, de vereadas e curvas, de sombreados e árvores nuas. Um sertão passarinheiro e um sertão tão triste sem passarinho. Sou desse voo sobre a terra e sobre o alto, desse espantado voo pela devastação avistada por todo lugar. O sertão da seca e da secura, da fome e da desvalia. Mas sem igual de se nascer e se viver. Sou de um sertão assim. Sou todo sertão em mim.


Sou do sertão como um poema de sol e de chuva, como uma canção verdejante e como gemido esturricado. Sertanejo eu sou no mesmo eco de um aboio, de uma toada, de um repente. Que cheiro de feira, que cheiro de mato, que coisa de café torrado, de cuscuz ralado, de tripa na banha de porco. Coisa boa é ser sertanejo. E melhor ainda quando o sertão está dentro da gente. Então tudo se chama alma e coração.

Escritor
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QUEMA DE ARQUIVO


Por Francisco Davi Lima

"ESSE ANO POR MEIO DE SUPOSIÇÕES E TEORIAS POR MIM PRÓPRIO, EU CHEGUEI A UMA BREVE E POSSÍVEL CONCLUSÃO, QUE A MORTE DE PEDRO DE CÂNDIDO UM DOS COITEIRO DE LAMPIÃO, E A MORTE DE BENJAMIM ABRÃO "O FOTÓGRAFO E MASCATE JORNALISTA, PODEM TER 95% DE CHANCE DE TER SIDO QUEIMA DE ARQUIVOS, POIS ELES POSSIVELMENTE ERAM SENHORES DE MUITOS SEGREDOS DO BANDO DE LAMPIÃO, E POR ISSO VÁRIAS PESSOAS IMPORTANTES DA ÉPOCA TINHAM O DESEJO DE ACABAR COM TODOS OS SEGREDOS QUE ELES SUPOSTAMENTE TINHAM, POIS VOCÊS PODEM NOTAR QUE NÃO FAZ MUITO SENTIDO A FORMA COMO ELES MORRERAM!

Pedro de Cândido

O BENJAMIM ABRÃO, SEGUNDO E DESCRITO ELE TERIA SIDO MORTO A FACADAS NO SEU QUARTO ONDE DORMIA, COM 42 FACADAS POR UM PARAPLÉGICO, TERIA ALGUM SENTIDO ????

Benjamin Abraão

POUCOS ANOS DEPOIS DA MORTE DE BENJAMIM ABRÃO, FOI A VEZ DO PEDRO DE CÂNDIDO, SEGUNDO E DESCRITO ERA NOITE E ELE VINHA DA SUA CASA TALVEZ PARA IR VISITA A SUA NAMORADA OU TOMAR UMAS COM OS AMIGOS, QUANDO ELE E ATACADO POR UM RAPAZ COM FACADAS, E SEGUNDO CONSTA O MOTIVO FOI PORQUÊ ELE FOI CONFUNDIDO COM UM LOBISOMEM E ACABOU MORRENDO, FAZ ALGUM SENTIDO ESSAS DUAS HISTÓRIAS???

MISTÉRIOS E MENTIRAS DO CANGAÇO!!!


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CLIP DE JOÃO MOSSORÓ - "CORAÇÃO PORTUGUÊS"


Publicado em 17 de fev de 2019
Música de Chico Roque e Carlos Colla
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EM AGOSTO DE 1938, AS CABEÇAS DE LAMPIÃO E MARIA BONITA CHEGARAM A SALVADOR (BA), DE CARRO, DE TREM, DE AVIÃO OU DE NAVIO?

Do acervo do pesquisador Antonio Corrêa Sobrinho

O JORNAL "CORREIO DA MANHÃ", NO DIA 13.08.38, ASSIM NOTICIOU:

PARA O MUSEU DO SERVIÇO MÉDICO-LEGAL

CHEGARAM À BAHIA AS CABEÇAS DE LAMPIÃO E MARIA BONITA

Bahia, 12 (Havas) – Chegaram a esta capital de avião as cabeças de Lampião e Maria Bonita, recompostas pelo doutor Arnaldo Silveira, médico comissionado pelo governo para conseguir as mesmas para o museu do serviço médico legal.

Bahia, 12 (Havas) – Chegaram hoje, às nove horas, de avião, as cabeças de Lampião e Maria Bonita, trazidas pelo doutor Arnaldo Silveira, médico comissionado pelo governo para estudar os despojos do “rei do cangaço”.

O doutor Arnaldo Silveira recompôs as duas cabeças, tendo tirado modelagens em gesso que ficaram no Museu Arqueológico de Alagoas.

Falando à imprensa, o doutor Silveira declarou que teve grande trabalho para fazer a recomposição, pois as duas cabeças tinham todos os ossos fraturados, provavelmente devido a coronhadas de armas.

Acrescentou o Dr. Silveira que haviam desaparecido as obturações em ouro dos dentes não só de Lampião como também de sua companheira.
As cabeças de Lampião e de Maria Bonita ficarão no Museu do Serviço Médico do Estado.


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A CHEGADA DA TELEVISÃO NO SERTÃO


Por Geraldo Júnior
A chegada da televisão no Sertão nordestino causou um misto de estranheza e admiração nos conterrâneos. Era o fim da inocência do sertanejo e o fim das rodas de conversas. Era o início da mudança comportamental.


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LÍNGUA


Por Francisco de Paula Melo Aguiar

Na anatomia é um órgão muscular
Sim! Situado na boca e faringe
Rebocada de mucosa e sente paladar
Mastiga, deglute e produz sons, atinge.

Tem prega glossoepiglótica mediana
Oh! Epiglote, tonsila lingual e palativa
Amargo, papilar circunvaladas, leviana
Cada região lingual tem função ativa.

Papilas: cônicas e fungiformes, azedo
Sim! Papilas foliadas, salgado, doce
A língua usada sem freio provoca medo
Disse me disse e briga de foice.

Tem lado direito e esquerdo, nervo vago
Ah! O nervo glossofaríngeo como árvore
Na rama lingual do nervo mandibular, afago
Ramificação do nervo facial, lifore.

Corpo e dorso da língua, culminância
Sim! Não é rio ou oceano, tem margem
Ápice, topo, cume, ponta, arrogância
Ideologia do bem e do mal, convergem.

Em Gênesis 1:3 é usada para o bem
Ah! Idem autor sagrado 2:20 Adão dar nomes
Aos seres da terra e do mar, também
Resplandece a glória divina nos homens.

A mulher é usada por satanás
Sim! Ao comer o fruto proibido
Fala Gênesis 2:2-3, jaz
Ideia do mundo permitido.

Enviado pelo autor

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SEU GALDINO TOMA CRIANÇA DE ONÇA NEGRA


Por José Mendes Pereira

Na represa do pequeno açude que passava nos fundos das terras de seu Galdino e do seu Leodoro ambos, cuidavam de um plantio de melancia e jerimum, mais algumas mudas de macaxeira e mandioca. E ali, após duas horas de trabalho forçado seu Galdino convidou o seu Leodoro para amolarem as suas enxadas, isto é, limando-as, para facilitar o corte no solo úmido, porque mesmo encharcado, estava meio duro. E enquanto eles limavam as enxadas seu Galdino lembrou de um acontecimento histórico a nível nacional, segundo ele, que em anos remotos uma família teve o desprazer de ficar sem uma criança de 9 anos, porque ela misteriosamente desapareceu dos olhares cuidadosos de toda sua família. E como a história já estava preparada em sua mente, seu Galdino iniciou contando da seguinte forma:

- Meu compadre Leodoro, a gente que é pai de família sofre muito. E principalmente quando as coisas ruins acontecem com filhos pequenos. Com pessoas já adultas, e bem adultas, a gente sente, mas não tanto. Agora, se for com criança é como se o mundo caísse todo sobre a gente.

- É verdade compadre Galdino, o sentimento por criança é muito diferente. O adulto a gente sabe que está caminhando para o fim, e a criança está começando a viver.

- Compadre Leodoro, continuando o que eu raciocinava para lhe contar. Estava na primavera. A vegetação toda florida formava maravilhosos jardins de flores distribuídos nos campos, e muitas árvores já estavam brotando os seus rebentos. Uma família que havia chegado em Mossoró foi morar perto de onde eu morava quando me casei. O casal tinha três filhos pequenos. O mais velho tinha mais ou menos 10 anos de idade. Os outros dois cabiam dentro de um dedal. Os pais estavam morando numa propriedade de um senhor chamado Chico Néo, mas não tinham nenhum vínculo empregatícios, moravam de favores naquelas terras de rio perene. E aconteceu que numa tarde o menino mais velho desapareceu dos olhares dos pais. Foi um aperreio dos maiores já visto naquela região. Sendo ainda região que as casas eram distantes uma das outras, mas mesmo assim, de repente, o ocorrido saiu por toda vizinhança, isto é, o desparecimento do menino filho do novo morador.

- Sim senhor! – Fez seu Leodoro. Fatos tristes acontecidos com crianças compadre Galdino, mesmo não sendo filho nosso, a gente sente muito.

- É isso aí, compadre Leodoro..., Ninguém sabia o seu roteiro. 

Desaparecera mais ou menos 4 horas da tarde. O mundo desabou sobre aquela família. E ao saber daquele triste acontecimento a vizinhança foi solidária, e de pressa cuidou de sair à procura da criança. Um grupo de vizinhos tomou rumo ao Norte. Outro, ao Sul. Mais outro, rumo ao Leste e por último, o grupo que eu estava, tomamos rumo ao Oeste. E passamos quase a noite procurando esta criança e não a encontramos de forma algumas.

- Meu Deus! - penalizou seu Leodoro.

- O dia seguinte fizemos as mesmas procuras à criança, mas não tivemos sucesso. E assim fizemos buscas por toda mata da região durante 7 dias. Após os 7 dias de procura vimos que a criança não mais estava viva, porque por onde ela estivesse não encontraria alimentos fáceis. Talvez frutos e mais nada.

- Que infelicidade dela! - Disse seu Leodoro coçando a cabeça.

- Mas veja compadre Leodoro, o que aconteceu com 1 mês depois. Nesse período eu estava vivendo de caçar mel de jandaíra, enxuí, Enxu, capuxu e outras abelhas mais. Ao anoitecer desse dia, eu arrumei o meu material de caça, na intenção de sair cedinho de casa. Machado, uma foice, uma picareta e um facão rabo de galo. E assim fiz. Antes das 4 horas da manhã, do dia seguinte, encangalhei o meu jumento, pus os caçoas e em seguida o meu material de trabalho, mais alimento, caso eu sentisse fome. Como as matas são perigosas, porque vez por outra o sujeito é ferido por um galho, um espinhos..., sempre que eu vou à mata, levo comigo um pouco de álcool em uma garrafa, para colocar em ferimentos caso isto me aconteça, além de fósforos para fazer fogo, porque tem abelhas que são violentas no momento em que a gente inicia a retirada do mel. Com tudo pronto, me mandei de mata adentro. Lá para as tantas encontrei um enxuí. Tirei-o. Em seguida, fui entrando mais ainda na mata.

- O mato estava fechado, compadre Galdino? - Perguntou seu Leodoro.

- Não muito, mas não estava tão ralo assim. Pois bem..., em um lugar meio descampado, resolvi permanecer alguns minutos, para que o jumento descansasse um pouco. E olhando para frente, lá se vinha sabe quem, compadre Galdino?

- Não senhor, eu não tenho ideia do que o senhor via em sua frente.

- Era uma onça negra que vinha lentamente caminhando, e sobre o seu lombo eu percebi que era uma criança.

- Uma criança sobre o lombo da onça, meu compadre?!

- Isso mesmo o que o senhor ouvi. Era o menino que tinha sumido da casa do novo morador. Aquele que nós passamos dias e dias à sua procura dentro das matas.

- Mas que sorte meu compadre Galdino, a onça não comeu o menino! E o senhor fez o que para tomar a criança da onça?

- A onça ficou muito brava quando me viu. Assim como uma gata que protege os seus filhos. Claro que o menino não era nada dela, mas já fazia parte da sua amizade.

Seu Leodoro permanecia ali, quase duvidando, mas não podia dizer nada contra. Afinal, eram compadres e se respeitavam muito.

- Aí eu pensei. Onça tem medo de fogo. Como eu andava com o álcool para usá-lo em possíveis cortes de galhos na mata fiz tudo para que o menino descesse do lombo da onça. E assim que ele desceu, eu disse que saísse de perto, porque eu ia tocar fogo na mata. Dei uma boa seringada de álcool à direção dela. Risquei um palito de fósforos na caixa, e joguei sobre o álcool. De repente, o fogo tomou conta da mata. A onça não esperou mais por nada e se enfiou na mata, esturrando que fazia dó. E o mais interessante foi quando a onça entrou na mata, a criança me reclamou dizendo:

- Olha o que o senhor fez! Ela já era a minha amiga!

- Meu Deus! - Fez seu Galdino. E o menino compadre Galdino, o que aconteceu com ele?

- Depois que a onça foi-se embora levei-o para minha casa montado na garupa do meu animal, e em seguida, até a casa dos seus pais que fizeram uma das maiores festas que eu vi naquela região.

- Eu dou por vista compadre Galdino, como foi animada...

- A onça sempre aparecia por lá, e quando me via, dizia:

- Seu Galdino, eu não sou pedófilo, mas cadê a minha criancinha? Eu estou com tanta saudade dela e ela de mim...!

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ANÚNCIO DA MORTE DO CORONEL JOÃO BEZERRA DA SILVA, OCORRIDA EM 4 DE DEZEMBRO DE 1970


Do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Corrêa Sobrinho

MORREU O MATADOR DE LAMPIÃO

MACEIÓ (Meridional) – O homem que matou o cangaceiro Lampião faleceu em Garanhuns, Pernambuco. Trata-se do coronel João Bezerra da Silva, da Polícia Militar de Alagoas, que ficou mais conhecido como o “homem que matou Virgulino Ferreira, o “Lampião”. Pouco antes de morrer, ele solicitou à sua família que fosse sepultado aqui em Maceió, embora fosse pernambucano, alegando que aqui havia vivido grande parte de sua existência, e começado sua carreira militar. – Quando o coronel João Bezerra da Silva ainda era tenente recebeu a incumbência de organizar e comandar as volantes que caçavam Lampião pelas caatingas do Nordeste. – Depois da batalha de Angicos, em que foi posto fim a existência de Lampião, Maria Bonita e grande parte de seu bando, João Bezerra foi promovido a coronel, ficou famoso e chegou a publicar um livro. – Seu corpo foi trazido de Garanhuns em uma viatura da Polícia Militar de Alagoas, com escolta de honra formada por soldados e oficiais. Aqui ficou em visitação pública na capela da Corporação de onde saiu para os funerais, com grande acompanhamento para o cemitério Nossa Senhora da Piedade, onde foi sepultado.

“Diário de Notícias” (RS) – 18/12/1970

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