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sexta-feira, 21 de julho de 2017

HISTÓRIAS DO CANGAÇO

Por Bira Delgado

Em 1997, em Serra Talhada-PE onde residia, fiz uma entrevista com o Tenente Davi Jurubeba(foto). Nesta época ele estava com 94 anos e 4 anos depois faleceu em Recife(10/10/201). Nesta entrevista eu lhe fiz várias perguntas, dentre elas, a seguinte:

Por quê o senhor chorou quando soube da morte de Lampião?

Manoel Neto

Resposta de Jurubeba-“Não só fui eu quem chorou, o Coronel Mané Neto chorou junto comigo. Nós queríamos resolver nossa questão com Lampião no punhal e não na bala era um assunto pessoal entre eu, Mané Neto e Lampião. Só que isso não foi possível. Quem matou Lampião, se cagava de medo do bandido”.

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BANDIDOS DAS RUAS DE POMBAL, DÉCADA DE 1960 O VELHO LEONIDES.

Por: Jerdivan Nóbrega Araujo

O velho Leonides

Seu Leônidas ou Leonides, era um negro, de baixa estatura que, pelo seu porte físico não chegava amedrontar niquem, mas, trazia no seu histórico uma fama assustadora. Dizia-se na cidade que quando jovem era um perverso matador de aluguel. 


Ele passava toda a manhã sentado em um tamborete do lado de fora da Cadeia, muitas vezes até com as chaves da carceragem no colo. Nos meus doze anos de idade, passei muitas horas ouvindo suas histórias, que nunca diziam respeito aos seus crimes. 

Leonides era pai de Chico (Chico de Leonides), um pequeno agricultor que entregava leite nas residências de Pombal, inclusive na minha casa: os dois não se falavam muito embora fosse ele que levasse as suas refeições. Vi muitas vezes Chico chegar montado em uma mula, colocar uma sacola de tecidos com a comida e recolher a do dia anterior, sem que os dois trocassem uma única palavra.

Eu cheguei a assistir um dos Julgamentos do velho Leonides, no qual a sua pena somada foi de cento e quarenta anos de prisão. Na época ele devia ter próximos oitenta anos de idade.

Naquela manhã o réu foi conduzido algemado da cadeia velha até rua Cel José Avelino, local onde hoje é a Câmara Municipal, para o julgamento, escoltado por quatro soldados, armados com velhos fuzis, seguido por uma procissão de meninos.

O curioso dessa condução ostensiva do réu é que, como eu falei antes, seu Leonides há muito tempo já não ficava encarcerado. Muitas vezes era ele quem abria a cadeia para a entrada de novos “inquilinos”. Também não tinha para onde fugir.

Talvez a proteção fosse para proteger o réu de atos de vinganças pelos muitos crimes que cometera quando jovem, mas, mesmo isso não era verdade, já que seu Leônidas chegava a cochilar do lado de for da cadeia, sentado em seu velho tamborete, exposto a sanha de qualquer parente das suas muitas vítimas.

Não sei o ano que ele morreu, mas acredito que chegou a viver até próximos noventa anos de idade, o que é uma façanha para um matador de aluguel, se é que de fato a era.

Os processos de seu Leonides encontram-se no cartório de Pombal a espera de alguém que os leia e conte a sua história com maior clareza. A minha narrativa é feita com base em resquícios da minha memória, já que nunca se escreveu uma linha a respeito dos seus muitos crimes, e o motivo que o levou a cometê-los.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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OUVIDOS DE GELO

Por Clerisvaldo B. Chaga, 21 de julho de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.698

Não nos parece nenhuma vitória para o planeta em geral, mas para a comunidade científica representa grande passo à frente. O monitoramento do iceberg que se rompe na Antártida mostra o fantástico dos avanços tecnológicos e as apurações dos estudos especializados. O fenômeno de desprendimento de blocos de gelo é natural, mas devido ao volume calculado deste que se anuncia preocupa e compromete as ações humanas de aquecimento provocado. Icebergs são feitos de água doce congelada e que se desprendem das geleiras polares. Flutuam à deriva pelos mares até o derretimento ou evaporação que dependem de uma série de fatores.

Iceberg. Foto: (Curiosos no Mundo).

Não nos parece nenhuma vitória para o planeta em geral, mas para a comunidade científica representa grande passo à frente. O monitoramento do iceberg que se rompe na Antártida mostra o fantástico dos avanços tecnológicos e as apurações dos estudos especializados. O fenômeno de desprendimento de blocos de gelo é natural, mas devido ao volume calculado deste que se anuncia preocupa e compromete as ações humanas de aquecimento provocado. Icebergs são feitos de água doce congelada e que se desprendem das geleiras polares. Flutuam à deriva pelos mares até o derretimento ou evaporação que dependem de uma série de fatores.

As geleiras se formaram na Era Glacial e são estudadas atualmente com grande intensidade dependendo do interesse de cada país. O degelo descompassado e em grande quantidade pode afetar os continentes elevando o nível das águas dos oceanos. Isso preocupa territórios que estão à beira mar, principalmente, os que possuem terras muito baixas e outros que são ilhas. Existem países grandes banhados pelos oceanos, mas não deixam de ter suas faixas costeiras na mira dessas recentes ameaças. Os icebergs também variam de tamanho desde um carro até 150 metros de altura e centenas de quilômetros de comprimento.

Dizem que um dos maiores já registrados foi o iceberg B-15 que se desgarrou da costa da Antártida em março de 2000. Tinha 11 mil km2 e era maior do que a Jamaica.

Com tantas notícias políticas no mundo, situações como as dos icebergs parecem indiferentes aos humanos. Parte do território brasileiro já foi mar, especialmente do Nordeste. No caso de elevação das águas oceânicas, as autoridades brasileiras já sabem os pontos da costa mais sensíveis ao possível fenômeno. No momento estamos apenas louvando os avanços das ciências sobre a Natureza que muitos cegos rejeitam em nome de mesquinha política financeira.

No Brasil o iceberg maior está nos ouvidos doentes dos engravatados de Brasília e de um louco traidor, tirano que não larga o poder diante dos gritos do povo.


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25 DE MAIO DE 1940...

Por Geraldo Júnior

Corisco e Dadá são finalmente localizados e cercados pela Volante do Tenente Zé Rufino. O casal cangaceiro que seguia em fuga encontrava-se há alguns dias arranchados em uma fazenda denominada Pacheco, localizada no município baiano de Barra do Mendes.

A Volante do Tenente Zé Rufino auxiliado pelo Tenente José Otávio de Sena, que há tempos vinha no encalço do Diabo Loiro, finalmente localiza o casal foragido.

Corisco é surpreendido.

Cercado e sem condições de fuga o casal Corisco e Dadá não atende a ordem da polícia para que se entreguem.

Corisco mesmo com os braços debilitados responde com tiros à ordem de prisão e juntamente com sua companheira tenta fugir do local, sendo na sequência alvejado por tiros de metralhadora disparados por um dos Soldados da Volante baiana (Murundú).

Cristino Gomes da Silva Cleto. vemos ele morto. prestem atenção em seus braços. e na cabeça, estava com o cabelo cortado bem baixinho.

Corisco cai mortalmente ferido e Dadá é atingida na perna direita por um tiro de fuzil. Dadá tem sua perna mutilada e seu pé fica pendurado apenas pelos tendões.

Provavelmente devido ao seu vigor e porte físico, Corisco se mantém vivo por algum tempo, mas não resiste aos ferimentos.


Dadá é conduzida até a cidade de Djalma Dutra/BA (Atual Miguel Calmon), onde é atendida pelo Médico Dr. Gasparino Barreto, que na impossibilidade de realizar uma cirurgia de reparação/reconstrução na perna lesionada, teve que amputar o pé direito e parte da perna de Dadá.


O atendimento médico realizado pelo Dr. Gasparino Barreto foi essencial para que a vida da cangaceira Dadá tenha sido preservada e/ou passasse por maiores complicações.

Fotografia gentilmente cedida pelas amigas Rhéa Sylvia Santos Barrêto e Jussara Barretto, filhas do Dr. Gasparino Barreto.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)

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SONETO: UM PAÍS À DERIVA.

Por Medeiros Braga

Soneto: UM PAÍS À DERIVA

Em pesadelo intenso, eis o país!
É no momento, como todos vemos,
Um barco sem o leme e sem os remos,
À deriva, sem uma diretriz!

Seu povo vê a vaga e nada diz
Pois, não compreende seus extremos,
Salva-vida só uns têm, enquanto vemos
O barco se safando por um triz.

Nessas águas revoltas, vamos nós
Por no lugar alguém, tipo albatroz,
Com porte pra vencer a tempestade!

E assim passado todo furacão
Que tenhamos aprendido a lição
E que pratique a coletividade.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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TRÊS PERSONAGENS QUE FALECERAM NO MESMO MÊS.

Por Ruberval Sousa

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O CORDEL E AS CORDELISTAS.

 Por Aderaldo Luciano

Quando tinha 8 anos, comprei meus dois primeiros folhetos de cordel, na feira, das mãos de seu Severino Folheteiro: Vicente, O Rei Dos Ladrões e O Herói João de Calais. São duas narrativas clássicas do cordel brasileiro. Contam uma história a partir das proezas dos dois protagonistas. Todos nós gostamos de histórias. A humanidade é posta para dormir em sua primeira infância ao som de histórias saídas dos lábios de suas mães. Minha primeira infância cumpriu essa proposta. Minha mãe narrava as histórias de cordel, rimadas e, algumas cantadas. Adormeci várias noites pensando nas maravilhas contadas nas histórias do cordel e imaginei que todo o produto cordelístico obrigatoriamente contaria uma história, seria uma narrativa. Esse encontro com o cordel, já contei isso várias vezes, oportunizou-me anos depois, aos 13 anos, o caminhar entre Borges, depois Poe, depois Twain, depois Kafka, depois Tchekov, ou seja, autores contadores de histórias, mas estrangeiros. Um dia li, na biblioteca do padre, Jorge Amado. E assim seguiram os autores brasileiros, até Inácio de Loyola Brandão. Esse ano, o ano treze de minha existência, foi o ano da tomada de consciência literária. E o cordel continuava abastecendo meus dias. Até deparar-me com um folheto cujo título chamou-me muito a atenção: Conselhos Paternais. Fui uma criança que cresceu sem pai e esse título encabulou-me. Quais conselhos um pai daria a um filho? Comprei-o e corri para casa para ler no pé de goiaba, meu ponto de encontro com a literatura era o auto da goiabeira no quintal. Ao ler o cordel de José Bernardo descobri, imediatamente, que o cordel não contemplava apenas as narrativas, mas, também, a reflexão sobre o mundo, sobre os costumes, sobre as relações sociais. Mais tarde, mais maduro, descobri que o cordel contemplava todo o espectro dos gêneros literários. Ainda há poetas que pensam que o cordel é apenas narrativo, entretanto a observação mostra-nos o contrário. O cordel tem o veio épico, o veio lírico, o veio dramático. Vai além com a crônica e a biografia. Equipara-se, várias vezes ao ensaio. Vejamos quatro exemplos de cordéis que fogem à narrativa, enveredados pelo ensaio. São muito importantes estes títulos porque escritos por mulheres, o que muitos estudiosos e historiadores do cordel, como os que citei em artigos anteriores, não elencam. As mulheres são uma peça fundamental no processo histórico do cordel. E é necessário, urgente, contar essa história. Por enquanto:

Dalinha Catunda, cearense radicada no Rio de Janeiro, é uma militante expressiva do cordel. O Cordel de Saia é uma das referências para o cordel brasileiro na internet e o Cantinho da Dalinha é parada obrigatória para nós que procuramos entender o fenômeno cordelístico brasileiro. Sem meias palavras, atenta aos caminhos cordeliais, compreendendo a importância da reflexão sobre o fazer poético-cordelístico feminino escreve e publica As Herdeiras De Maria. Nasceu o cordel a partir da história de vida de Maria das Neves Batista Pimentel, a primeira mulher a publicar folhetos, em 1938, mas com o nome do marido, Altino Alagoano, estampado na capa como sendo o autor. Maria das Neves foi filha de Francisco das Chagas Batista, um dos principais editores de cordel do Brasil, com sua Popular Editora, montada em João Pessoa, na Paraíba do Norte. Foi mãe de Altimar Pimentel, estudioso da cultura brasileira, observador atento de nossa brasilidade. O folheto não trata de uma narrativa, mas da reflexão sobre o papel da mulher no universo cordelístico. O preconceito, o mercado escasso, a desconfiança dos pares masculinos são os elementos para a reflexão. Dalinha é zelosa em sua poética e cobra a excelência do cordel em sua produção. Não só na sua, mas na produção feminina e no todo nacional. Ao se referir à produção de Maria das Neves (Altino Alagoano) apresenta os títulos da pioneira: O Violino do Diabo, O Corcunda de Notre Dame e O Amor Nnnca Morre, nas estrofes 7, 8 e 9, respectivamente. Na estrofe 8, porém, há uma pequena inexatidão: o seu pai, editor, nunca editaria um folheto da filha. Francisco das Chagas morrera em 1930 e Maria das Neves só publicaria o seu primeiro trabalho em 1938. Mas isso não retira o brilho e o chamado. São 24 estrofes bem elaboradas, ritmo bem definido, pois Dalinha tem a acentuação do verso no coração, os versos voam, batem asas. É um ensaio pertinente. Chama a atenção a apresentação do poema feita por Bastinha Job, outra expoente do cordel brasileiro, escrevendo com intensa responsabilidade as páginas do cordel no Brasil.

Josenir Lacerda, cearense do Crato, é uma pensadora do cordel. O seu folheto A Medicina No Cangaço abriu nossos olhos para a o ensaio sobre a medicina popular no Nordeste. Outros poeta, alertados, empreenderam outros olhares sobre o tema do cangaço, pensando-o, ao invés de narrá-lo, mas foi Josenir, a mulher de escrita forte e precisa, quem abriu-nos a porta. No folheto O Saber Do Povo, ela lança-se por um viés mais abrangente ao observar a criatividade popular para as encruzilhadas da vida. O falar nordestino já foi bastante cantado e explorado pelo cordel, também o foram os provérbios, ditados e dialetos, agora, Josenir ancora sua lira nas expressões comparativas, metafóricas. E desfiam-se s expressões do povo. Tomando como base formal a setilha, em 32 estrofes, apresenta-nos 27 expressões das mais variadas para as mais diversas situações. Aplicada na rima, não é repetitiva, pelo contrário, é ousada. Por exemplo, na estrofe 12 rima “xêxo”, com “trecho” e “Alêxo”, aproveitando-se do falar coloquial sem modificar a maneira como é pronunciada, pois ninguém, no nordeste profundíssimo, pronuncia “seixo”, mas “xêxo”. Tampouco “Aleixo”, mas “Alêxo”. Já na estrofe 23 traz a expressão “mais fino que assobio de soim.”, grafada como o dito pelo sertanejo. Não significa que Josenir não conheça ou tente forçar a barra, não, não é isso. É o respeito ao tema, o respeito às coisas mais interessantes do povo. A última estrofe, seguindo uma marca formal cordelística, a autora grafa seu acróstico. Essa característica, o acróstico, é um dos elementos que fazem o cordel fugir ao que alguns pesquisadores e estudiosos querem: o traço da oralidade. O acróstico só é notado quando está no papel, é a assinatura do poeta, visível no papel e nunca no arco sonoro. Josenir é senhora dessa seara. Como diz José Joel de Souza, na pequena apresentação, na primeira contracapa, ela “brinca com os versos.” O cordel brasileiro sempre sabe escolher aqueles que lhe serão fiéis. É mais um cordel etnográfico de vasta importância.

Susana Morais Cordelista, pernambucana, firmou-se no mundo do cordel com muita propriedade. Dialogante, escreve boas páginas de cordel no meio virtual, percebendo a importância da interferência digital na atualidade e no futuro. No título Banditismo Social: O Cangaço e Lampião, foge à narrativa, como observei no caso de Josenir, para trabalhar partindo do todo, o banditismo social, para fechar sua lente no famoso capitão. Não perdoa, nem lança laivos de louvação sobre o cangaceiro, como está na setilha 4, mas faz um círculo no qual consegue visualizar o todo social da época. Recorre aos elementos presentes no sertão naquele tempo, seja coronelismo cruel, fome, seca e miséria, para situar as ações cangaceiras, afunilados pela injustiça do Estado e da política. Na estrofe 13, ao pensar as perseguições do Estado a tudo que significasse busca libertária, cita o célebre caso da Coluna Prestes, mas não se aprofunda. Cabe-nos apenas apontar as profundas diferenças entre os dois movimentos, o cangaço e a Coluna, porém a poeta tem autonomia para suas citações. Observo ainda um traço de contradição quando, na estrofe citada acima, a de número 4, a autora aponta para um Lampião “desalmado e desumano”, mas na estrofe 21 alardeia: “Dou um Viva a Lampião e ao Cangaço no sertão.” Pode-se minorar a contradição na compreensão de um Lampião, indivíduo, pessoa, aí sim carregado pelos adjetivos, na estrofe 4, e um Lampião icônico, simbólico de um movimento de resposta às vicissitudes sertanejas da época, mas toda a interpretação agora torna-se muito rasa e exige um aprofundamento em textos vindouros. O cordel ensaístico de Susana Morais termina, na página 8, última página do folheto, com uma homenagem à Nação Zumbi e a citação oportuna a Chico Science na canção Banditismo Por Uma Questão De Classe. Finalizando deve-se observar as rimas da estrofe 5 e da estrofe 15 nas quais a autora rima “história”, “palmatória” e “memória”, na primeira, e “memória”, “história” e “trajetória”, na segunda, repetindo duas palavras na construção das duas sextilhas. O poema é uma reflexão sobre o cangaço como levante social (estrofe 15 e seguintes) e aposta na educação como fator de mudança social (estrofe 20). Susana se assina entre os escolhidos.

Izabel Nascimento, sergipana, filha do clássico Pedro Amaro, herdeira de sua veia poética, tem uma missão: perfazer os passos familiares nas trilhas da cultura nordestina, seja na música, seja na poesia. Assim como Susana Morais, compreende o momento tecnológico e empreende a cruzada ocupando territórios (físicos e virtuais), tanto no jornal impresso, com sua participação semanal no Cinform, veículo jornalístico aracajuano, seja no seu canal no YouTube, ou em vertentes artesanais como as intervenções “cordel no guardanapo”, ou em seus perfis nas redes sociais. Izabel tem a consciência de sua atuação. Paraíba do Sul, O Testamento De Um Rio é um ensaio cordelístico centrado no eco-ambientalismo. Se Dalinha Catunda, Josenir Lacerda e Susana Morais preferiram as setilhas para seus poemas, Izabel elege a décima de sete pés. Nosso escreviver sobre o cordel nos deu a certeza de que a sextilha, a setilha e a décima são as modalidades estróficas mais utilizadas pelos poetas. A sextilha abrangendo a maioria, a setilha, em seguida e a décima em terceira preferência. Já na primeira estrofe, Izabel nos surpreende com um verso, um pé do seu poema, formado apenas por uma palavra: “Extraordinariamente”. Ousadia numa palavra de sete sílabas poéticas. Observe-se também que a décima utilizada não é a décima comum na armadura ABBAACCDDC, mas ABCBDDEFFE. Considerem-se na equação (Sim! O cordel também é matemática, a busca pelo número áureo!) as incógnitas iguais são as rimas, assim teremos a ideia estrófica. No seu espelho poético, Izabel solicita o olhar crítico sobre as condições de depredação que vive o Rio Paraíba do Sul. Convoca a União e os estados banhados pelo rio, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, para a tomada de atitude na busca de salvar o rio de “Amaldiçoada Herança.” A partir da terceira estrofe, o rio assume a retórica de seu próprio testamento que segue até a estrofe 29, visto que nas estrofes de 30 a 32, a autora retoma a rédea de sua escrita para assinar o poema. Perceba-se que na estrofe 31 há a menção ao poema ter sido a narração de um fato, o que se revela em certo equívoco pois um testamento não é um fato, mas a reflexão e orientação para o futuro. Além disso, chamo a atenção para duas estrofes fundadas com preciosismo: a estrofe 6, na qual, nos dez versos, traça-se o percurso do rio, desde São Paulo, na Serra da Bocaina, até seu desaguar no norte fluminense; e a estrofe 22, quando se abre um painel para a religiosidade do povo brasileiro e seu sincretismo, clamando a Deus, Oxalá, Oxum, Jesus e Jeová pela saúde do rio. Izabel aos poucos consolida-se como uma das vozes femininas mais importantes para o cordel brasileiro.


Meu olhar sobre esses quatro folhetos é apenas para fortalecer o que defendo na introdução: o cordel não é apenas narrativo. Vai além, abrangendo todo um complexo poético em vários caminhos estéticos.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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PRAÇA DOS SERESTEIROS

Por José Mendes Pereira
https://www.youtube.com/watch?v=UknCfuhgU1Y

O Rio Grande do Norte produziu nas terras da cidade de Mossoró um dos melhores seresteiros, e que até ainda hoje não foi substituído por outro, o Francisco de Almeida Lopes que era carinhosamente alcunhado em Mossoró por Cocota.

Cocota foto gentilmente cedida pelo poeta, escritor, professor e pesquisador do cangaço Antonio Kydelmir Dantas de Oliveira

Era filho do senhor  Messias Lopes de Macedo e da honrada dona Joana Almeida Lopes, e irmão dos cantores Oséas Lopes (o atual Carlos André), Hermelinda Lopes e João Batista Almeida Lopes que artisticamente, é conhecido por João Mossoró, os três foram fundadores e componentes do Trio Mossoró, que durante muitos anos, fez sucesso de Norte a Sul e de Leste a Oeste do Brasil.

https://www.youtube.com/watch?v=UknCfuhgU1Y

Vejam bem, a foto acima é da tal Praça dos Seresteiros em Mossoró que a Prefeitura Municipal construiu, em frente à antiga casa em que moraram o seresteiro e o Trio Mossoró, além de pequenina, está totalmente acabada, bancos quebrados, piso destruído, suja, cheia de mato, servindo apenas para acomodar alguns carros, e pessoas que usam drogas, sem que a Prefeitura Municipal de Mossoró tome as providências para recuperá-la.

http://telescope.blog.uol.com.br/sociedade/arch2010-06-01_2010-06-30.html

Não é difícil o leitor entender: Ao lado direito da foto, um pouco acima desta barragem, está a Praça dos Seresteiros, e colada a ela, era a casa da família Almeida Lopes do antigo Trio Mossoró.

O cantor Carlos André segundo ele me enviou através de e-mail, tem um projeto para ser construído sobre a barragem de Mossoró, que acho eu que ele cansou de tanto esperar, pretende fazer com os seus próprios recursos, acho, não sei, já que as autoridades de Mossoró não tomam esta causa para si. 

Segue o que me enviou o cantor Carlos André:

PROJETO PARA A PRAÇA DOS SERESTEIROS EM MOSSORÓ
Por: Oséas Lopes - o cantor Carlos André 

Carlos André, João Mossoró alcunhado por Sibito( segundo o Kydelmir Dantas e ele, apelido dado por Luiz Gonzaga quando ele trabalhou com o rei do baião), e Hermelinda Lopes.
Amigo Mendes,

a "Praça dos Seresteiros" é Cultura Popular, e como a nossa cidade de Mossoró é considerada a capital da cultura popular do Rio Grande do Norte, essa Praça a muito que já era para estar pronta, em homenagem, não somente ao Cocota, mas toda classe artística  de nossa cidade. Ali, pretendemos fazer um pequeno palco, e nas paredes, colocaremos quadros dos grandes do Rádio na época como: Paulo Gutemberg, Genildo Miranda e tantos outros. Todos serão lembrados.

 Da esquerda para direita: José Renato, sobrinho de Paulo Gutemberg, Nilo Santos, radialista e Paulo Gutemberg, todos já falecidos.

..., Carlos Augusto Rosado da família numerada de Mossoró, José Genildo de Miranda, ... e Dr. Jerônimo Dix-huit Rosado Maia ex-senador e ex-prefeito de Mossoró.

No paredão da barragem faremos caricatura de todos os artistas da terra. Ali também serão colocadas algumas mesas, com a seguinte inscrição: "MESA DA FAMA", com nomes de seus artistas que se destacaram no cenário artístico Nacional. (A título de ilustração, nos Estados Unidos da América, existe a calçada da fama).

Na praça será um dia o encontro de toda classe artística da cidade. Por cima da barragem, teremos que fazer, de acordo com o projeto, uma ponte de madeira, tipo passarela, por cima da barragem, ligando o local onde fica a ARTE DA TERRA" e a "PRAÇA DOS SERESTEIROS." Quem estivesse na Arte da Terra, não precisaria pegar o carro e dar a volta até a Praça, e sim, atravessaria a passarela. Esta passarela teria (e tem) um toque turístico cultural, com o rio cheio, então que seria bonito ficar na passarela bem em cima da barragem. Logicamente, que aos lados da passarela, teremos uma proteção aos lados fechados, para evitar alguma surpresa de algum descuido. 

Rio Mossoró quando está cheio é assim
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/despoluicao-nao-depende-so-de-mossoro/43104

A Praça dos Seresteiros às sextas-feiras, teremos Mossoró ao Luar, com Seresta, e as quartas-feiras à noite do chorinho com artistas da terra. Será incluído também uma lanchonete barzinho, que ainda estou estudando o nome bem popular que se identifique com o local.

Vamos se falando quando surgirem outras lembranças.

Grande abraço.

Oséas Lopes (Carlos André)
Tel. 55 (81) 3422.0605 / (81) 9121.4485

ADENDO - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Agora só falta a prefeita Rosalba Ciarlini ter interesse para executar esta obra que a população de Mossoró tanto espera por sua construção. 

Este material foi enviado pelo próprio cantor Carlos André.

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MATERIAL DO ACERVO DO PESQUISADOR DO CANGAÇO GEZIEL MOURA


Veja esta matéria com Sinhô Pereira Elenildo publicada na Revista Manchete de 1977.


https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/

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CONVITE!


https://www.facebook.com/rui.vieira.1048

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COMO ERA LÍDIA? | O CANGAÇO NA LITERATURA #57

https://www.youtube.com/watch?v=V_HZYlBcEpA&feature=youtu.be

Publicado em 20 de jul de 2017
Estamos vendendo o livro Volta Seca. Pergunte-me como comprar!

Olá Volantes e Cangaceiros de toda Nação! Hoje fomos a fundo e tentamos debater a real feição da mais bela cangaceira: Lídia de Zé Baiano. Acompanhem nosso programa. Tá gostando?
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UM DIA MUITO ESPECIAL.

Por: Neymara Lima
Prof. Msc. Otoniel Fernandes da Silva Júnior, Profa. Msc. Maria José Costa Fernandes, Geógrafa Neymara Lima e o Prof. Msc. Tacísio Silveira Barra

Um dia muito especial: Defesa da minha monografia, intitulada: A PRÁTICA DOCENTE DO PROFESSOR DE GEOGRAFIA E SUA INFLUÊNCIA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DOS ALUNOS NO ENSINO FUNDAMENTAL.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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