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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

franpelima@bol.com.br

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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JUNIOR ALMEIDA: A VOLTA DO REI DO CANGAÇO NO FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS


O livro custa 45,00 Reais

Entre em contato com o professor Pereira através deste e-mail:  franpelima@bol.com.br

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“PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS”


Recebi hoje do Francisco Pereira Lima (Professor Pereira) lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba uma excelente obra com o título "PAJEÚ EM CHAMAS O CANGAÇO E OS PEREIRAS - Conversando com o Sinhô Pereira" de autoria do escritor Helvécio Neves Feitosa. Obrigado grande professor Pereira, estarei sempre a sua disposição.


O livro de sua autoria “Pajeú em Chamas: o Cangaço e os Pereiras”. A solenidade de lançamento aconteceu no Auditório da Escola Estadual de Educação profissional Joaquim Filomeno Noronha e contou com a participação de centenas de pessoas que ao final do evento adquiriram a publicação autografada. Na mesma ocasião, também foi lançado o livro “Sertões do Nordeste I”, obra de autoria do cratense Heitor Feitosa Macêdo, que é familiar de Helvécio Neves e tem profundas raízes com a família Feitosa de Parambu.

PAJEÚ EM CHAMAS 

Com 608 páginas, o trabalho literário conta a saga da família Pereira, cita importantes episódios da história do cangaço nordestino, desde as suas origens mais remotas, desvendando a vida de um mito deste mesmo cangaço, Sinhô Pereira e faz a genealogia de sua família a partir do seu avô, Crispim Pereira de Araújo ou Ioiô Maroto, primo e amigo do temível Sinhô Pereira.

A partir de uma encrenca surgida entre os Pereiras com uma outra família, os Carvalhos, foi então que o Pajeú entrou em chamas. Gerações sucessivas das duas famílias foram crescendo e pegando em armas.

Pajeú em Chamas: O Cangaço e os Pereiras põe a roda da história social do Nordeste brasileiro em movimento sobre homens rudes e valentes em meio às asperezas da caatinga, impondo uma justiça a seus modos, nos séculos XIX e XX.

Helvécio Neves Feitosa, autor dessa grande obra, nascido nos Inhamuns no Ceará, é médico, professor universitário e Doutor em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal), além de poeta, escritor e folclorista. É bisneto de Antônio Cassiano Pereira da Silva, prefeito de São José do Belmonte em 1893 e dono da fazenda Baixio.

Sertões do Nordeste I

É o primeiro volume de uma série que trata dos Sertões do Nordeste. Procura analisar fatos relacionados à sociedade alocada no espaço em que se desenvolveu o ciclo econômico do gado, a partir de novas fontes, na maioria, inéditas.

Não se trata da monumentalização da história de matutos e sertanejos, mas da utilização de uma ótica sustentada em elementos esclarecedores capaz de descontrair algumas das versões oficiais acerca de determinados episódios perpassados nos rincões nordestinos.
Tentando se afastar do maniqueísmo e do preconceito para com o regional, o autor inicia seus estudos a partir de dois desses sertões, os Inhmauns e os Cariris Novos, no estado do Ceará, sendo que, ao longo de nove artigos, reunidos à feição de uma miscelânea, desenvolve importantes temas, tentando esclarecer alguns pontos intrincados da história dessa gente interiorana.

É ressaltado a importância da visão do sertão pelo sertanejo, sem a superficialidade e generalidade com que esta parte do território vem sendo freqüentemente interpretada pelos olhares alheios, tanto de suas próprias capitais quanto dos grandes centros econômicos do País.

Após a apresentação das obras literárias, a palavra foi facultada aos presentes, em seguida, houve a sessão de autógrafos dos autores.

Quem interessar adquirir esta obra é só entrar em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br
Tudo é muito rápido, e ele entregará em qualquer parte do Brasil.

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A CRAIBEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.983

FOTO: CLERISVALDO B. CHAGAS.
Com a aproximação da primavera, a Craibeira começa a florir devagar e depois com maior intensidade. Enfeita-se de flores amarelas que contrastam com o seu verde bonito. Nas extremidades dos galhos forma um arredondado de flores que parece uma coroa. Esta árvore (Tabebuia aurea) é o símbolo do estado de Alagoas, desde a gestão do governador Geraldo Bulhões. A Craibeira pode atingir mais de vinte metros de altura e viver tranquilamente mais de cem anos. No Sertão do nosso estado costuma surgir às margens e nos leitos secos de rios e riachos, lugares de areias salgadas. Inúmeras são vistas ainda pequenas entre pedras quebradas também nos leitos e nas margens.
Mesmo clandestinamente, ainda é utilizada para as partes mais importantes dos carros de boi. Sua madeira é compacta e tem um peso descomunal, não sendo aconselhado o seu plantio na zona urbana. Os seus galhos oferecem perigo tanto quanto o tronco numa queda inesperada. A Craibeira é considerada madeira de lei e se apresenta como rainha fora ou nas suas magníficas floradas. Apresenta-se solitária ou em bosques naturais embelezando riachos, rios, caatinga, sítios e fazendas. A proteção das suas sementes é um invólucro que parece muito com o protetor medicamentoso “Band-aid”. Sua casca protetora é muita grossa e tem aparência de cortiça e, o miolo tem manchas de anéis.
Em Santana do Ipanema, temos como destaques, uma na Rua do Colégio Estadual, outra no pátio externo da Escola Padre Francisco Correia e outra ainda, dentro da área da Escola Helena Braga. Esta foi plantada em 1985, pelo senhor João Boêmio. Aos seus 33 anos, queremos fazer uma solenidade para homenagear a Natureza, a Craibeira e ao seu plantador.
Nos tempos em que árvores de grande porte foram plantadas na zona urbana, não se avaliava os perigos. Protegidas por lei é preciso muito protocolo para substituições. Mesmo assim as Craibeiras vão dando seus espetáculos de beleza no tempo das floradas. Preparam-se com bastante antecedência para os festejos do Natal.
E nós?



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MISTÉRIOS DA MATA

*Rangel Alves da Costa

A mata possui vida própria, já dizia o velho caçador. E mais que existência própria, sempre está povoada de mistérios sem fim. Ninguém desse mundo há de compreender o que verdadeiramente se passa ou que possa acontecer no seio da mata. Ela tem olhos, pulsações, todos os sentidos. E uma infinidade de nos seres que nela habitam.
A caçada é bom exemplo de como tudo pode acontecer. Todo caçador sabe que nunca depende somente de si mesmo para se sair bem nas suas caçadas. Sabe mais ainda que as matas sempre estão repletas de mistérios e segredos, e que estes vão muito além de qualquer imaginação.
Não adianta ser corajoso, destemido ou valente. A arma que carrega consigo pouca valia possui perante o desconhecido. Não raro que puxa o gatilho e nenhum efeito produz. Não é difícil que mire algo logo à frente e o tiro saia todo desconcertado. Por que?
Ora, as matas não pertencem aos caçadores e muito menos servem como matadouro de animais. As matas pertencem à natureza e são protegidas por seres e encantados que nunca se apresentam claramente ao forasteiro, ainda que de vez em quando a própria entidade se apresente.
Todo caçador que descuidadamente entre na mata, logo corre o risco de se arrepender nos primeiros passos. Ele não sabe, mas está sendo observado a todo instante. Os ocultos estão por todo lugar e nada do que ele faça deixa de ser sopesado pelos verdadeiros donos das florestas, matas ou caatingas.
Em cima da copa das árvores, por entre os tufos de mato, nos rasteiros das macambiras, nas locas das pedras, bem ao lado das veredas espinhentas, olhos atentos, afoitos e até raivosos, miram a todo instante. E se o caçador levanta sua arma e aponta em qualquer direção, então as forças se juntam em contra-ataque.
O caçador até que pode dar um tiro certeiro e derrubar sua presa. E assim sempre acontece quando ele já sabe o que deva ser feito antes de colocar os pés por ali. Rezas existem que abrem os caminhos e dão alguma proteção, amuletos existem que acreditam como guardiães contra todo o mal. Contudo, nada melhor que adentrar respeitando a natureza, principalmente os seres nas suas entranhas.


Os seres da natureza são de tamanha sabedoria que já conhecem aqueles caçadores que ali rastejam em busca do alimento do dia. Não entram na mata apenas para matar, para tirar a vida de seus habitantes. Muitas vezes, é a necessidade familiar que os impulsiona a pegar em armas para caçar nambu, codorna, passarinho, teiú, etc.
Contudo, mesmo sendo por máxima necessidade, sempre será bom que o caçador nunca se esqueça de levar um pedaço de fumo para a caipora. Ai dele se esquecer. Quando o encantado percebe o caçador e não avista o seu fumo em cima da pedra, ali deixado para o seu uso, então logo cuida de dar o troco. E é troco mais medonho que possa existir.
Muitos caçadores já sofreram terrivelmente por haverem esquecido o fumo do encantado. De repente e se sentem acossados, encurralados, amedrontados e sem mais saber o que fazer. Em seguida são açoitados, chibatados, até que caiam amolecidos pelo chão. O pior é que sabem que estão sendo açoitados e não podem se defender, pois sequer avistam o agressor. Apanham, apanham e apanham.
Desmaiam e ficam arriados do meio do tempo. Acordam depois de muito tempo e ainda assim sem saberem qual a direção que devem tomar. Muitos deles são encontrados perdidos na mata, lanhados, feito uns loucos esfarrapados. Parecem saídos de uma guerra, mas não, apenas por um esquecimento do fumo da caipora. Diferente ocorre quando a oferenda é farta. Perante o fumo, o encantado até mostra onde tem caça boa para ser abatida.
Os velhos caçadores conhecem bem os mistérios e os segredos da mata. Nunca se dispõe a caçar perante algumas situações. A própria mata avisa. As folhagens sopram os perigos, os ruídos da ventania sempre dizem que naquele dia não adianta. E o que insistir em enfrentar os avisos, logo adiante se terá diante daquilo que jamais quis encontrar.
Há um negrinho – e cuja história depois vou contar – que surge do nada de dentro dos pés de pau. Não passa de um metro de tamanho, todo pretinho e de cabelo mais parecendo uma porção de estrume escurecido, falando sem parar, mas numa linguagem incompreensível, que se posiciona perante o caçador para depois sumir após seu recado.
O que ele diz? Ninguém sabe, mas certamente que é melhor voltar dali mesmo. E que ali tem dono e precisa ser respeitado. Do contrário...

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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"ARDENDO DE AMOR, AS CIGARRAS CANTAM; MAIS BELOS PORÉM SÃO OS PIRILAMPOS, CUJO MUDO AMOR LHES QUEIMA O CORPO!" (HERBERTO HELDER, POETA PORTUGUÊS)

Por Rubens Stone

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VENHAM !!! A FAMÍLIA CARIRI CANGAÇO ESTARÁ DE BRAÇOS ABERTOS ESPERANDO POR VOCÊS.

Por Léo Cangaceiro

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SOLDADO ADRIÃO PEDRO DE SOUZA


Por Joel Reis

Segundo o jornal O IMPARCIAL – RJ (05 de ago. 1938, p. 5.), o Soldado Adrião Pedro de Souza foi promovido a TERCEIRO-SARGENTO mesmo depois de ter tombado em Angico.


PROMOVIDOS TODOS OS QUE COMBATERAM LAMPIÃO

MACEIÓ, 4 (A. N.) – O Governo do Estado de Alagoas promoveu ao posto de CORONEL o Tenente-Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão, comandante do 2º Batalhão Volante, sediado no sertão; ao posto de CAPITÃO, o Tenente João Bezerra; a PRIMEIRO-TENENTE o Aspirante Francisco Ferreira de Mello e a ASPIRANTE o Sargento Aniceto Rodrigues, todos por ato de bravura e em virtude de suas atuações na diligência de Angico e na repressão ao banditismo.

Foram promovidos a SEGUNDO-TENENTE e ASPIRANTE, respectivamente, o Aspirante Porfírio de Oliveira Lima e o Sargento Waldemar da Silva.

Até que abra vaga no efetivo, o Capitão João Bezerra, o Segundo-Tenente Porfírio e o Aspirante Aniceto foram agregados ao 2º batalhão do qual já faziam parte.

Também foi promovido a TERCEIRO-SARGENTO, o Soldado Adrião Pedro de Souza que tombou em Angico.

O IMPARCIAL – RJ (05 de ago. 1938, p. 5.)
COMO CITAR:
REIS, Joel. Promovidos todos os que combateram Lampião. São Paulo: Via Cognitiva. 14 set. 2018. Disponível em: <https://viacognitiva.blogspot.com/…/promovidos-todos-os-que…>. Acesso em: 14 set. 2018.

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MULHERES NO CANGAÇO . AS CRUZES DE MARIQUINHA e outros Cangaceiros



Dia 16 de setembro de 2013, eu e Felipe Marques saímos de Paulo Afonso em direção a Jeremoabo e de lá, já na companhia de Antonio Fernandes, nos dirigimos até a cidade de Coronel João Sá, onde nos encontramos com o professor Enoque Cardoso e Antonio Vieira, dois amigos que nos auxiliaram em uma pesquisa sobre o cangaço apresentando pessoas e lugares que tiveram ligações com a história. Dentre as várias entrevistas estivemos com Laurinda da Cruz de Jesus e podemos ouvir dela o relato da morte dos cangaceiros Mariquinha, Pé de Peba e Xofreu (ou também chamado de Chofreu e Sofreu). As cabeças dos cangaceiros foram levadas do local da morte no lombo de uma jumenta que pertencia a Maria da Cruz Gouveia, que era mãe de Laurinda. A jumenta estava com poucos dias de parida.


A cangaceira Mariquinha foi uma das primeiras mulheres a entrar no grupo de cangaceiros. Ela era prima de Maria Bonita, irmã de Zé de Nenê. Mariquinha seguiu com o cangaceiro Ângelo Roque, o famoso Labareda.

Os cangaceiros foram cercados ao anoitecer pela volante do nazareno Odilon Flor. Um dos soldados que estava presente nesse combate ainda encontra-se vivo em Paulo Afonso, é o cabo Gérson Pionório. A seguir o relato que ele fez do combate:

- Eu destaquei em Jeremoabo, Canindé, Canudos (fui delegado), Pilão Arcado, Sento Sé, Remanso, Sobradinho, Casa Nova, Senhor do Bonfim, Juazeiro, Napele, Tucano, Calda de Cipó, Urucí, Itabuna, Canavieiras, Canacá, Jacareci (fui delegado), Euclides da Cunha (fui comandante), e Cocorobó (fui delegado).Gérson passou pelas volantes de Pedro Aprígio, Aníbal Vicente, Zé Rufino e Odilon Flor.


Quando serviu com Odilon Flor, participou do combate onde foram mortos os cangaceiros Pé-de-Peba, Xofreu e Mariquinha. O combate aconteceu no Riacho do Negro, em Sergipe.

A volante seguiu com o coiteiro nos rastros dos cangaceiros indo encontrá-los às 23hs. O combate noturno travado entre 15 policiais e 8 cangaceiros foi ferrenho. Odilon Flor saiu baleado nas nádegas, os cangaceiros tiveram uma baixa de 3 componentes do grupo. Os policiais cortaram as cabeças e ainda à noite as colocaram em um carro de boi e levaram pra Paripiranga. Na cidade, a população pode ver as cabeças de Pé-de-Peba, Xofreu e Mariquinha. Gérson passou a receber o soldo de sargento depois da morte dos cangaceiros.



Da residência de dona Laurinda da Cruz, depois de saborearmos um doce de leite , partimos para conhecer o local das mortes dos cangaceiros. Com o sol já se pondo fizemos uma viagem contra o tempo. O local da morte dos cangaceiros fica na localidade conhecida por Serrote e pertence ao Sítio do Quinto. Atravessamos muitas porteiras até encontrarmos com o fazendeiro Gervásio de Carvalho Filho, que vinha montado em seu cavalo. Conversamos um pouco com Gervásio e seguimos o trajeto, tendo ainda que abrir várias porteiras e o sol cada vez mais sumindo no horizonte.

Chegamos até a última casa da região, propriedade de José Alves da Costa, conhecido por Zé de Loló. Sem ele não teríamos conseguido chegar até as cruzes. Convidamos Zé e ele seguiu no carro com a equipe enquanto Enoque e Vieira seguiram andando. Deixamos o carro em um ponto e subimos o “SERROTE”.

Eu, Antonio de Juvininho, Felipe Marques e Zé de Loló chegamos até o local. Transpusemos uma cerca de arame farpado e Zé de Loló saiu abrindo uma trincheira, quebrando mato, desfazendo um emaranhado de cipós secos que fechava o caminho. Aos poucos fomos chegando, o sol baixando. Conseguimos fotografar o local e as cruzes. Mais um mistério estava desvendado, as cruzes de Mariquinha, Xofreu e Pé de Peba surgiram para a história. Nos preparamos para retornar pois a noite não demoraria a chegar. Pulamos a cerca de volta e descemos a serra. Ao longe ouvimos as vozes de Enoque e Vieira. Dirigimos-nos até o carro. Encontramos Enoque com uma vara na mão, pois acabara de ser atacado por uma raposa e a arma encontrada no chão serviu de defesa. Colocamos Enoque na mala do veículo e retornamos. Deixamos Zé de Loló em sua casa onde ele vive solitário e pegamos a estrada de volta. Várias cancelas depois chegamos até o povoado mais próximo. Nesse povoado fomos ver a capela onde estão sepultados alguns sertanejos que foram mortos por Ângelo Roque como vingança as mortes dos seus companheiros cangaceiros. Estão enterrados na capela os senhores Olegário, Antonio e Constâncio. Seguindo essa vingança o Ângelo Roque ainda matou a senhora Jovina que estava grávida de gêmeos. Jovina residia na localidade Logradouro e era prima do cangaceiro Saracura.

Naquele intrincado e longínquo pedaço de chão baiano, a história deixou marcas profundas, marcas de um tempo que o povo ainda tenta entender. Tempo que tem sua compreensão fundamentada nas cruzes erigidas em lembrança de alguns cangaceiros e de sertanejos que viram suas vidas envolvidas na história do cangaço.


João de Sousa Lima
Historiador e escritor

Membro da ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso.
Membro de GECC – Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará.

Paulo Afonso, 27 de setembro de 2013.

Zé de Lolo, João e Toinho de Juvininho
peafeitura de coronel João Sá
casarão do coronel João Sá em jeremoabo
João e Enoque com um dos entrevistados.
Enoque, João, Laurinda Cruz, Toinho e Vieira
João e Toinho com o filho de Laurinda
grande dificuldade pra chegar até as cruzes
a cruz da cangaceira Mariquinha
as cruzes de Mariquinha, Péde Peba e Xofreu (Chofreu)
o vaqueiro Gervásio indica o lugar das cruzes
a equipe atravessa o Vaza Barris
o encontro com Zé de Loló
enoque relata o ataque da raposa com um cajado na mão...
João de Sousa Lima às 15:44

 https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fb_dtsg_ag=AdxuA32nP2A6lUYZcnslI6q2NadgAQ9PNnv5zSSIeArOXw%3AAdyo7cxhGU92fVXak3oZG6Ocft86xbs_vpzNJ-CljGPvuw

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CARIRI CANGAÇO SÃO JOSÉ DE BELMONTE


Por José Irari

Faltando um mês para o grandioso evento cariri cangaço são José de Belmonte , outubro/ 2018!! Alguns inquilinos antecipam residência. Avante cariri cangaço pedra do reino!!!!




https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?ref=br_rs

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