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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sinhõ Pereira ano 1970


Sinhõ Pereira foi a maior influencia na vida de Lampião e por ele nutria o maior respeito, aprendeu muito sobre a vida e o que significava ser um cangaceiro, certa vez  depois de alguns anos e já conhecido como Lampião o maior cangaceiro da historia declarou que se um dia Sinhõ Pereira voltasse ao cangaço ele ,Lampião teria o maior prazer de servir novamente como seu cabra. 


 Frase dita por Virgolino depois das mortes de sua mãe e seu pai, divisor de águas na vida de Virgolino que passaria dali em diante a ser o cangaceiro, mas amado e odiado do sertão brasileiro.    


Nós já mudamos três vezes para fugir das rixas dos nossos perseguidores. Saímos de Passagem das Pedras, de Poço do Negro e de Olhos de Água. O pior perdemos mãe, perdemos pai. Então quem não tiver coragem acompanhe João com os meninos, porque de hoje em diante eu vou matar até morrer.

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Vídeos sobre cangaço e Lampião






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MORCHE: VOVÔ JEJÊ-NAGÔ

Por Clerisvaldo B. Chagas, 23 de julho de 2014. - Crônica Nº 1.226

Tive o prazer de receber em minha residência, a visita do grande escultor santanense, hoje radicado em Blumenau, Santa Catarina, Marcel Ricardo de Almeida. Isso veio trazer a lembrança da época em que trabalhávamos no Encarte Jornal do Sertão, quando fui o redator do matutino, Marcel e Roberval Ribeiro, diagramadores. 

Morche. Capa de trás, de livro

Trazendo notícia daquele estado do Sul, Marcel falou-me dos seus irmãos, hoje escritores Marcello Ricardo Almeida e Morche Ricardo Almeida, cuja família dedicou-se às letras e às artes, vencedores longe do Nordeste.

Vou debulhando trabalhos presenteados pelo escultor como “O Dente Cariado de Monalisa” e mais um ensaio do ex-companheiro de jornal (gerente de vendas) Marcello Ricardo. Do escritor Morche, vieram juntar-se à “Bruxa do Ribeirão”, da sua autoria, “A Pândega do Boi”, o programa oficial da 20ª Feira do Livro, realizado em Florianópolis, com a participação do escritor de Santana e mais um mini folheto que conta a origem do mundo visto através do povo africano. Este último trabalho, leva o título de “Vovô Jejê-Nagô e o mito afro-descendente dA ORIGEM DO MUNDO”. É que o amigo Morche é historiador e africanista em Blumenau e vive no ambiente da Educação e nos salões da Literatura.

“A Pândega do Boi” é um livro destinado a cinco contos, puxados pelo “Pândega” que trata da tão conhecida nacionalmente “farra do boi”.

Faz parte da literatura dos Almeida, também, a mãe dos escritores acima, Maria do Socorro Farias Ricardo, que resolveu enveredar pelas misteriosas e gratificantes veredas literárias, acompanhando os batedores.

O resultado é que a família produziu livros para todos os gostos, porém, o Marcel preferiu trabalhar na madeira. Suas obras são vendidas para vários países e, o escultor trabalha sob encomendas. Lembro-me que entrevistei Marcel e Maria do Socorro quando dispunha de um programa (Forró da Academia), na Rádio Cidade, em Santana do Ipanema.

Sucesso para todos os que fazem a família Almeida na pessoa do Morche e seu VOVÔ JEJÊ-NAGÔ.

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FORROZEIROS

Por Rangel Alves da Costa*

O forró é estilo musical, é dança, é ritmo, é melodia que se enraizou e se espalhou pelo Nordeste brasileiro como o próprio xiquexique e o mandacaru. Se na terra não pode faltar as cactáceas espinhentas suportando as agruras do sol, nos salões, salas de reboco e varandas não pode faltar o forrobodó para alegrar a peleja cotidiana do sertanejo. Basta ouvir o som da sanfona, do pandeiro, do triângulo e do zabumba que o espírito se contagia e o corpo inteiro fica querendo chinelar.

Tradição tão nordestina, simbolizando a verdadeira aptidão festeira do sertanejo, mas é de origem europeia, modificando-se que foi das danças de salão. Mas já em fins do século XVI, em Pernambuco, bailes populares eram acompanhados pelo ritmo da sanfona. Os ritmos se diversificaram e ganharam nomes próprios como o xaxado, o baião, o xote e o coco. Todos exigindo sensualidade e requebro dos dançadores. Mas foi o baião que alcançou maior sucesso, principalmente após a ascensão de Luiz Gonzaga no cenário musical brasileiro.

A partir de 1940, Luiz Gonzaga, depois denominado Rei do Baião, começou a popularizar o ritmo na junção voz e instrumentos. Com o baião também a sanfona alcançou status de reverência. E de repente o forró deixava de ser exclusividade das festanças nordestinas para ser apreciado e dançado em todas as regiões. A discriminação musical foi quebrada a partir do sucesso obtido por sanfoneiros nordestinos no eixo Rio-São Paulo.

Nomes como Zé Calixto, Gérson Filho, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Pedro Sertanejo, Sivuca, todos nordestinos, de repente já estavam migrando do sul para as terras de origem sua arte musical. Quer dizer, os ofícios aprendidos nos rincões nordestinos foram parar nos auditórios, nas rádios, nos programas musicais dos grandes centros. E retornava para o seu povo na forma de grandes sucessos para encantar os salões festeiros durante todo o ano. E assim porque o nordestino não se contenta apenas com a sanfona junina, querendo sempre mais a qualquer hora.


A partir dos grandes mestres da sanfona, do acordeon, da concertina, do fole, todos dando o mesmo nome para o instrumento do tocador, sanfoneiro ou forrozeiro, o forró foi resguardando seu lugar como tradição cultural. Muitos outros nomes, ainda que apenas cantores ou participantes de grupos, enriqueceram ainda mais a festança forrozeira. Marinês, Abdias, Anastácia, Sebastião do Rojão, Elino Julião, Clemilda, Zenilton, Genival Lacerda, Jacinto Silva, Jackson do Pandeiro, Mestre Zinho, Trio Nordestino e tantos outros, mesmo sendo mais reconhecidos como cantadores, igualmente devem ser vistos como forrozeiros.

Como se depreende, o forrozeiro é aquele que cantando ou tocando, ou fazendo as duas coisas, faz a poeira levantar com os casais chinelando no salão. Dominguinhos cantava e tocava, Luiz Gonzaga também. O mesmo ocorrendo com Abdias e Sebastião do Rojão, só para citar alguns exemplos. Já Clemilda, Genival Lacerda e Marinês são mais conhecidos pelas vozes que enriqueceram as melodias. Mas Gérson Filho foi representante máximo do autêntico forró pé-de-serra, aquele que nasce da pureza da sanfona e acompanhado apenas pelos instrumentos tradicionais. Este sim, este alagoano de Penedo foi forrozeiro na sua mais pura expressão.

Fiel às tradições nordestinas, Sergipe também tem lugar garantido na história do forró. Mesmo sendo alagoanos, Gérson Filho e Clemilda abraçaram Aracaju como chão de vivência e a partir daqui deram continuidade às suas trajetórias de sucesso. Mas outros nomes souberam se firmar com a maestria do dedilhar na sanfona e também na cantoria. Neste sentido, há de se reconhecer a importância de forrozeiros e sanfoneiros como Erivaldo de Carira, Cobra Verde, Domingos Vassoural, Luiz Paulo, Coelho dos Oito Baixos, Edgar do Acordeon, Zé Américo de Campo do Brito, Robertinho. E também de Mestrinho, Sávio e Renê, estes da safra mais nova.

Não posso esquecer os forrós de antigamente no meu sertão de Poço Redondo. Diferentemente de hoje, aquela região tinha sanfoneiro de não se contar nos dedos, em cada canto, em cada pé de serra. Contudo, nem todo mundo que ostentava uma sanfona no peito podia ser considerado sanfoneiro de verdade. Pra bebericar e rodar salão valia com qualquer um, mas quando se falava em festa da padroeira, em quermesse, em festa junina, então o sanfoneiro tinha de ser escolhido a dedo.

Ainda assim eram tantos nomes que até ficava difícil escolher. Para se ter uma ideia, na região tinha passagem certa Agenor da Barra, Zé Aleixo, Dudu e seu terno de linho branco, Zé Goiti e Didi, só pra começar. Quando um cabra desses puxava o fole nem precisava que Zelito, o cantador maior, acompanhasse, pois parecia que a própria sanfona já soava o toque e trazia consigo a voz, a plangência de cada nota e o soar da melodia que alegrava o sertão e suas noites de festança e forró.

No silêncio da distância de agora, felizmente me chega a voz de Zelito. E tudo como se eu estivesse presenciando sua cantoria em algum salão sertanejo, com o forró se derramando em suor. E ouço aquela incomparável canção nordestina de Sebastião do Rojão na voz suada de Zelito: Olhe eu não posso ver ninguém chorar, porque vem logo uma vontade em mim, quem foi que disse que não chora por amor, pois os meus olhos já chegaram ao fim...

Poeta e cronista

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1951, Noite Illustrada.


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Material encontrado no:
 Facebook - 
Página: Robério Santos

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ARIANO SUASSUNA – O DECIFRADOR DE BRASILIDADES

Por Publicado em 23/07/2014 por Rostand Medeiros  


Nascido em 16 de junho de 1927, em João Pessoa, quando a capital paraibana ainda se chamava Nossa Senhora das Neves, Ariano Vilar Suassuna era filho de João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna, então presidente (governador) de seu estado natal, que exerceu seu mandato entre os anos de 1924 e 1928. Ariano inclusive nasceu no palácio do governo paraibano.


O velho contador de histórias do sertão tinha apenas três anos quando um fato trágico marcou sua infância. No desenrolar da Revolução de 1930, um pistoleiro de aluguel assassinou seu pai com um tiro pelas costas, numa rua do Rio de Janeiro. O assassinato foi motivado por boatos que apontavam o patriarca da família Suassuna como mandante da morte de João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, seu sucessor no governo, que pertencia ao grupo político oposto e serviu de estopim para a deflagração da revolução.

Um ambiente assim, com dívidas de sangue e rivalidade entre famílias, cobrava dos órfãos a vingança. Mas, um dia antes de ser assassinado, João Suassuna deixou uma carta aos nove filhos pedindo que eles não se tornassem assassinos por sua causa. Ariano Suassuna obedeceu. A mãe também ajudou, ao dizer que o pistoleiro responsável pelo crime já havia morrido (era mentira).


Com a tragédia, a família mudou-se para a pequena cidade de Taperoá, no interior da Paraíba, onde Ariano morou de 1933 a 1937. Ele herdou a biblioteca do pai e ali encontrou livros importantes para sua formação. Um dos mais significativos foi “Os sertões”, de Euclides da Cunha. A obra lhe apresentou um dos personagens que mais marcaram sua vida: Antônio Conselheiro, profeta e líder de Canudos. Foi também em Taperoá que Ariano Suassuna assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.

Em 1942 foi para Recife concluir o ensino básico. Em 1946 fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco, junto com o amigo Hermilo Borba Filho. No ano seguinte escreveu e encenou sua primeira peça teatral: “Uma mulher vestida de sol”. Em 1948, sua peça Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena. Neste mesmo ano Ariano formou-se em Direito e advogou até 1956, quando se tornou professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco (onde se aposentou em 1994).

Em 1955 escreveu “Auto da Compadecida”, que conta as aventuras de dois amigos, Chicó e João Grilo, no Nordeste brasileiro. A peça o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral Sábato Magaldi diria que a peça é “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”. Sua obra mais conhecida já foi montada exaustivamente por grupos teatrais de todo o país e duas vezes para o cinema, em 1969 e 2000.

Ariano Suassuna continuou criando, escrevendo peças de teatro, romances e poesias, entre estes podemos listar “O Santo e a Porca - Casamento Suspeitoso”, de 1957, “A Pena e a Lei”, de 1959, “A Farsa da Boa Preguiça”, de 1960, e “A Caseira e a Catarina”, de 1961. Outra obra fundamental foi “Romance d’a pedra do reino e o príncipe do sangue vai-e-volta”,  é quando o escritor avança em relação à literatura regionalista dos anos 1930, representada por João Guimarães Rosa e José Lins do Rego. Mais tarde, Ariano Suassuna diria que “A pedra do reino” era de certa forma, uma tentativa de trazer seu pai de volta à vida.

Para transformar o local em simbólico e universal, Ariano aliava os valores mais arraigados de sua região a seu imenso arcabouço erudito e teórico. Com uma escrita que une elementos do Simbolismo, do Barroco e da literatura de cordel. Esse ficcionista, poeta, dramaturgo e pensador da cultura, transformou o sertão no palco das questões humanas de qualquer lugar do mundo.


Ele foi o criador do Movimento Armorial, que possuía como projeto central a ideia de gerar uma confluência simultânea de todas as artes populares do Nordeste brasileiro. Lançado oficialmente, no Recife, no dia 18 de outubro de 1970, com a realização de um concerto e uma exposição de artes plásticas realizados no Pátio de São Pedro, no centro da cidade. Surgiu sob a inspiração e direção de Ariano Suassuna, com a colaboração de um grupo de artistas e escritores da região Nordeste do Brasil e o apoio do Departamento de Extensão Cultural da Pró-Reitoria para Assuntos Comunitários da Universidade Federal de Pernambuco. Teve início no âmbito universitário, mas ganhou apoio oficial da Prefeitura do Recife e da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. Seu objetivo foi o de valorizar a cultura popular do Nordeste brasileiro, pretendendo realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares da cultura do país.

Segundo Suassuna, sendo “armorial” o conjunto de insígnias, brasões, estandartes e bandeiras de um povo, a heráldica é uma arte popular. Desse modo o nome adotado significou o desejo de ligação com essas heráldicas raízes culturais brasileiras.

A maioria de suas obras foi traduzida para outros idiomas, como francês, alemão, espanhol, inglês e holandês. Em 1989, passou a ocupar a Cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras.

Ariano Suassuna foi secretário estadual de Cultura no período 1994-1998, durante o governo de Miguel Arraes (1916-2005) e assumiu o mesmo cargo, como secretário especial no primeiro mandato do governo Eduardo Campos (PSB), neto de Arraes, em 2007. Seu foco sempre foi o da valorização da cultura popular, posicionando-se também contra qualquer estrangeirismo da língua portuguesa. Mostrou ao povo brasileiro como ele é inventivo, engraçado, esperto e interessante e provou que não existe nada do lado de lá das fronteiras que possamos invejar.

Foto – Bianca Lima

Carismático e popular, Ariano Suassuna esbanjou simpatia por onde passou. Nos últimos anos apresentava por todo o Brasil suas famosas e concorridas “aulas-espetáculo”, onde ensinou formas de arte para o público e mostrou a riqueza da cultura do país, contando histórias, “causos” e piadas.

Em 2011 foi veemente no apoio ao veto ao patrocínio nas festas juninas das bandas de forró estilizadas, as chamadas “bandas de plástico”, defendido pelo secretário de Cultura do Governo da Paraíba, o cantor Chico César, que defendeu a teses que estes grupos musicais não refletiam a música nordestina. A posição do secretário gerou descontentamento nas prefeituras que promoviam os festejos juninos com o patrocínio do Estado, nos empresários e músicos das bandas de forró estilizado e gerou muita polêmica, mas Ariano esteve ao seu lado.\

Foto – Sergio Enilton

Há uma realista descrição de Ariano feita por seu amigo, o também dramaturgo Hermilo Borba Filho:

“Magro e alto, de uma coerência extremada, radical em suas opiniões, é preciso vê-lo numa discussão com seus amigos (porque, com seus inimigos, basta ler seus artigos); zombeteiro, argumentador, desnorteante, irreverente. Vive, com a maior convicção, o preceito de Unamuno* de que o artista espalha contradições. É capaz de destruir o argumento mais sério com uma piada ou sair-se de um problema metafísico dos mais angustiantes numa conversa ligeira. Tem horror aos aparelhos modernos enceradeira, vitrola, televisão, rádio, telefones, considerando-os coisas do demônio. Gostaria de crer em Deus como as crianças crêem, mas crê com angústia, fervor e perguntas. Não vai a reuniões oficiais, coquetéis, espetáculos, mas amanhece o dia num bate-papo ou ouvindo repentistas. Tem pavor de avião e se martiriza com uma alergia que lhe dá comichões no nariz. Seu caráter é ouro de lei, e, embora o negue, esforça-se para amar os inimigos, como manda o evangelho. A arte e religião são por ele encaradas de maneira fundamental.”

*Escritor espanhol Miguel de Unamuno (1864-1936).

Fontes - http://oglobo.globo.com/cultura/livros/morre-aos-87-anos-escritor-ariano-suassuna-cavaleiro-do-sertao-13341934

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Mestre Ariano Suassuna

Por Rogério Mota

Todos os nordestinos lamentavelmente perderam a sua maior referência na interpretação dos seus valores. Ninguém sabia falar tão bem, com tanta intensidade e, de uma forma brilhante e muito verdadeira como o grande Ariano Suassuna contava nas suas histórias e em suas aulas-espetáculo a riqueza de Nordeste. Num dos seus memoráveis depoimentos Ariano Suassuna disse: “por ser a palavra Paraíba feminina, adotei a Paraíba como a minha Mãe. Agora, ser a palavra Pernambuco masculina, adotei Pernambuco como o meu Pai. Portanto sou cidadão legitimamente desses dois Estados.” O escritor e dramaturgo Ariano Suassuna vai nos fazer muita falta, vai nos deixar com muita saudade. Fica com Deus mestre Ariano!

Rogério Mota

Membro da União Brasileira de Escritores 

Enviado pelo autor

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Começa Hoje o Cariri Cangaço Piranhas 2014...


Tudo pronto para a abertura da Agenda Cariri Cangaço 2014. Piranhas, a sede Cariri Cangaço nas Alagoas, promove a primeira Avante-Premiere de 2014. Uma das cidades mais bonitas e acolhedoras do Brasil, às margens do São Francisco, rica em beleza, esbanjando história e tradição, realiza a partir de logo mais as 16 horas a Semana do Cangaço, com vasta e rica programação no momento em que se registram 76 anos da morte de Virgulino Ferreira em Angico, Sergipe.

VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA CLICANDO NO LINK ABAIXO:

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/07/comeca-hoje-o-cariri-cangaco-piranhas.html

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Falar um pouco sobre Ariano Suassuna


Matheus Nachtergaele escreve carta para Ariano Suassuna; leia.
Ator aclamado pelo papel de João Grilo em 'O auto da compadecida' homenageia o autor em texto.

momento de comoção por Ariano Suassuna tomou conta do Brasil. Além de familiares e amigos próximos, escritores, atores, políticos e leitores exaltam a relevância do paraibano. Um deles é o ator Matheus Nachtergaele, que escreveu uma carta para o autor de 'O auto da compadecida', internado na UTI do Real Hospital Português desde a última segunda-feira.

No texto, o intérprete do emblemático personagem João Grilo, da adaptação para a TV e cinema da obra, descreve a importância do papel em sua vida e fala sobre o afeto que cultiva pelo escritor.

Leia a carta na íntegra:

Ariano Suassuna - autor do Auto da Compadecida

"Carta para Ariano,

Quem te escreve agora é o Cavalo do teu Grilo. Um dos cavalos do teu Grilo. Aquele que te sente todos os dias, nas ruas, nos bares, nas casas. Toda vez que alguém, homem, mulher, criança ou velho, me acena sorrindo e nos olhos contentes me salva da morte ao me ver Grilo.

Esse que te escreve já foi cavalgado por loucos caubóis: Por Jó, cavaleiro sábio que insistia na pergunta primordial. Por Trepliev, infantil édipo de talento transbordante e melancólicas desculpas. Fui domado por cavaleiros de Sheakespeare, de Nelson, de Tchekov. Fui duas vezes cavalgado por Dias Gomes. Adentrei perigosas veredas guiado por Carrière, por Büchner e Yeats. Mas de todos eles, meu favorito foi teu Grilo.

O Grilo colocou em mim rédeas de sisal, sem forçar com ferros minha boca cansada. Sentou-se sem cela e estribo, à pelo e sem chicote, no lombo dolorido de mim e nele descansou. Não corria em cavalgada. Buscava sem fim uma paragem de bom pasto, uma várzea verde entre a secura dos nossos caminhos. Me fazia sorrir tanto que eu, cavalo, não notava a aridez da caminhada. Eu era feliz e magro e desdentado e inteligente. Eu deixava o cavaleiro guiar a marcha e mal percebia a beleza da dor dele. O tamanho da dor dele. O amor que já sentia por ele, e por você, Ariano.

Depois do Grilo de você, e que é você, virei cavalo mimado, que não aceita ser domado, que encontra saídas pelas cêrcas de arame farpado, e encontra sempre uma sombra, um riachinho, um capim bom. Você Ariano, e teu João Grilo, me levaram para onde há verde gramagem eterna. Fui com vocês para a morada dos corações de toda gente daqui desse país bonito e duro. Depois do Grilo de você, que é você também, que sou eu, fui morar lá no rancho dos arquétipos, onde tem néctar de mel, água fresca e uma sombra brasileira, com rede de chita e tudo. De lá, vê-se a pedra do reino, uns cariris secos e coloridos, uns reis e uns santos. De lá, vejo você na cadeira de balanço de palhinha, contando, todo elegante, uma mesma linda estória pra nós. Um beijo, meu melhor cavaleiro.

Teu,
Matheus Nachtergaele"


http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/arte-e-livros/2014/07/23/noticia_arte_e_livros,157575/matheus-nachtergaele-escreve-carta-para-ariano-suassuna-leia.shtml

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O CANGAÇO NO CEARÁ - JOÃO CALANGRO NO CARIRI


Os relatos do cangaço remontam a 1777 durante a grande seca, quando "Cabeleira" assombrou os sertões de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, com suas violências e maldades. O movimento ganhou força e renome a partir de 1870 e foi até 1940, com a destruição do bando mais famoso, o de "Lampião".

 Representação artística do cangaceiro Cabeleira

Durante a seca de 1877 um cangaceiro se destacou na região do Cariri, foi "João Calangro", que organizou um bando e dominou toda a área. João Calangro era apenas um capanga do grupo de "Inocêncio Vermelho", bando aliciado e sustentado pelo juiz municipal do município de Jardim, chefe político local, com o objetivo de manter a ordem, até Inocêncio ser morto pela polícia em 1876. Calangro, que se gabava de ter cometido 32 assassinatos sem haver sofrido nenhum processo, tornou-se seu sucessor.

Com a seca de 1877 e as desordens regionais que ela ocasionava - bandos de retirantes invadindo e saqueando povoados - várias autoridades e chefes políticos reclamaram contra a forma com que Calangro combatia os "grupos de malfazejos", que eram apenas miseráveis que procuravam não morrer de fome. O Cariri, rico oásis, era particularmente visado pelos retirantes, diante dos quais fugiam os ricos fazendeiros e autoridades.

O bando de João Calangro era conhecido como "Calangros" ou "Calangos". Conta-se que, para fugir da polícia, Calangro obrigava seus homens a calçar os chinelos com as pontas voltadas para o calcanhar. Após vencer muitos rivais, Calangro se intitulou "Gal. Brigadeiro de Sousa Calangro". Do Ceará fugiu para o Piaui e nada mais se soube dele.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste - Texto da Profª Tania Maria de Sousa Cardoso / Sociedade brasileira: Uma história através dos movimentos sociais (Rubim Santos Leão de Aquino)

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