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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Muitas Surpresas

Por: Ana Lúcia
Diana Lopes, Lily e Ana Lúcia

Mais uma vez, o Cariri Cangaço mostrou que é um evento consolidado, sério, dinâmico, criativo e acima de tudo é inovador. Nesta terceira edição, conhecemos mais uma cidade que fez parte do cangaceirismo e coronelismo nordestino. Barro. Barro do “major” José Ignácio. A mais nova cidade que se juntou as demais revelando sua história no cenário brasileiro. Como não poderia deixar de acontecer, mais pessoas vindas de outros estados do Brasil fizeram parte da caravana Cariri Cangaço integrando-se nesta grande família no intuito de aprender e conhecer este tema tão cheio de fatos e versões que é o cangaço, movimento social ocorrido na República Velha da História do Brasil que muito nos encanta, nos fascina pela sua riqueza sócio-cultural e antropológica dos vários elementos envolvidos.

Quero aqui parabenizar as cidades de Aurora, Missão Velha, Barbalha, Barro, Crato, Juazeiro do Norte e Porteiras que nos receberam muito bem, com todo carinho, com muita alegria e satisfação, cada uma com sua beleza peculiar, o sorriso nos lábios, o cuidado, o charme particular na receptividade de cada uma delas, enfim, agradecer o “que bom que você veio” ou “seja bem vindo” então, esse carinho não tem preço.

Ana Lúcia

Também agradecer ao curador do evento Manoel Severo e Danielle, pessoas maravilhosas que eu amo de verdade e que nos propiciam esse encontro a cada ano com muito capricho e dedicação, pois sabemos que não é fácil conduzir um evento grandioso como este, então, só temos a agradecer por todo esse carinho sob as bênçãos desta terra abençoada que é o Cariri. Aos funcionários do Hotel Pasárgada pela excelente acolhida e dizer como foi maravilhoso ter estado mais uma vez neste agradável ambiente das serras. A cada integrante da família Cariri Cangaço que vieram. Como é bom rever a todos, saudades.

Neste encontro eu pude ver muitas surpresas. Lançamentos de novos trabalhos, novos livros, novas descobertas, novas pesquisas sendo debatidas e ainda os mistérios e versões sobre Angico e muitas discussões saudáveis, muitas vezes intermináveis, mais um bom debate tem que ser assim. Só no Cariri Cangaço temos tudo isso e muito mais aprendendo sobre a nossa História. O Cariri Cangaço 2011 nos deixou saudades, mas o Cariri Cangaço 2012, já está trazendo muita ansiedade.

Professora Ana Lúcia Granja Souza
Petrolina - PE
http://cariricangaco.blogspot.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

RECEITA CHINESA PARA VIVER MAIS

Por: Dulce Cavalcante


Coloque alegria e cores em sua vida. Isso faz a diferença. Pode acreditar!!!

Receita chinesa para viver mais



Um ocidental em visita à China ficou surpreso de ver a quantidade de velhos saudáveis e, curioso a respeito da milenar medicina chinesa, indagou a um experiente médico qual o segredo para se viver mais e melhor.
Ouviu do mesmo a sábia resposta:
"É muito simples. É só:
Comer a metade.
Andar o dobro.
E rir o triplo."

Enviado para este blog por Dulce Cavalcante

FAÇA UMA VISITINHA

Por: José Mendes Pereira

Amigo leitor:

Dê uma passadinha nestes blogs:

"Blog do João de Sousa Lima"


Do escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima

"Blog do José Cícero"


Do escritor, pesquisador do cangaço e Secretário de Cultura de Aurora, no Estado do Ceará.

"Blog Cangaço na Bahia"

[Rubens+2.jpg]

Do mestre em geologia, Rubens Antonio

"Blog Portal do Cangaço de Serrinha"

[semp+020.jpg]

Do apaixonado pela Cultura Nordestina:
Guilherme Machado

Link: http://portaldocangaco.blogspot.com/

Todos estes blogs têm excelentes histórias sobre "Cangaço",
mais outros assuntos do seu interesse.

Cangaceira Durvinha, Uma Saudade eterna!

Por: João de Sousa Lima

Quando da morte de minha amiga Durvinha deixei essa homenagem  como lembrança de nossa amizade.

 

Damarys, Pedro Soares, Aristeia, Nely e João
Durvinha estão sentados


João, Durvinha, Nely e Hilda Gomes,
chegando na casa onde Durvinha nasceu, povoado Arrasta-Pé, Paulo Afonso, Bahia.


João e Durvinha em Brasilia, DF.


 Durvinha sendo carregada por João e  uma das coordenadoras do evento de Brasilia.


Carlos, Wolney, Márcio, Nely, Junia, Pedro, Damarys, Carlos Elidio.
Sentados: Teofilo, Durvinha, Moreno, Aristeia, Antonio Vieira, Amaury e João Lima.


Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima

MORTE DO CANGACEIRO CIRILO DE ENGRÁCIAS

Por: José Mendes Pereira

A foto abaixo, 
mostra o cangaceiro Cirilo de Engrácias da família dos Engrácias, irmão do cangaceiro Antonio de Engrácias, ambos tios de Mané Moreno, Zé Baiano e Zé Sereno.
  A cabeça de Cirilo já havia sido decepada, mas foi recolocada para a foto.
Os  que participaram da morte de Cirilo de Engrácias foram:
A partir da esquerda: José Ignácio, João Henriques, Agripino Feitosa, e Cícero Ribeiro. data em 5 de Agosto de 1935 em Mata grande Alagoas.
Quem matou o cangaceiro Mané Moreno?


Mané Moreno foi assassinado pela volante de Odilon Flor, em um baile, quando este dançava no salão com a sua amada Áurea, esta, sendo filha do sofrido casal, Zé Nicárcio e dona Josefa (segundo Alcindo Alves da Costa), em: "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico).

Nesta mesma noite, além de Mané Moreno e a sua companheira Áurea, também foi assassinado o cangaceiro Cravo Roxo, o Serapião, lá de Poço Redondo, e filho natural de um senhor chamado Mané Gregório.

Quem matou o cangaceiro Zé Baiano?


Zé Baiano foi assassinado através de um plano de populares, inclusive um dos seus melhores amigos, o coiteiro Antonio de Chiquinho,  idealizou e participou da chacina do "Pantera Negra".



O cangaceiro Zé Sereno, levou sua vida para mais adiante, tendo ido morar em São Paulo. Mas em 1981, ele faleceu naturalmente. Mas teve direito a uma cova dígna.  Zé Sereno e Zé Baiano eram primos carnais, seus pais e mães eram irmãos. 

DESCONTRAÇÃO DO REI DO CANGAÇO EM SUAS LEITURAS DE PLANOS


Raríssima fotografia de Vergulino Ferreira da Silva, o Lampião, sentado com a sua inseparável caderneta, onde nela anotava seus planos de compromissos de guerra. Nela também anotava gordos acertos de contas com fazendeiros de todo nordeste.

Prestem bem atenção as meias do rei do cangaço, de fio francês. Observe a riqueza de ouro e prata em seus dedos, e na alça de transporte do "fuzil papo amarelo" Wingchester americano legítmo.

Foto de Benjamim Abraão  

Trasladado do blog "Portal do Cangaço de Serrinha.

"Sila" será foco do próximo encontro do GECC

Por: Aderbal Nogueira

Olá amigos,

Hermecília Brás São Matheus, a "Sila",


companheira de


Zé Sereno, vai ser tema da próxima reunião do G.E.C.C. - Grupo de estudos do cangaço do Ceará em Fortaleza. Eis uma personagem muito polemica, pois muitos pesquisadores a tem como " A MAIOR MENTIROSA DO CANGAÇO ". Coisa que discordo. Vamos tentar debater sobre isso e tirar algumas conclusões. 

Quero entender o porque de tanto "desprezo". Talvez eu seja um dos poucos a pensar diferente, quem sabe eu esteja errado. Espero não estar. Porem se estiver dou a mão a palmatoria. Posteriormente divulgaremos a data desta reunião para que os interessados, principalmente os opositores, possam estar presentes. Discutiremos na "Santa paz" todos os questionamentos possiveis.

Enquanto issso, confiram parte de mais um documentário com essa nossa inesquecivel amiga e colaboradora para a construção da memória do Cangaço.



Abraços cordiais
Aderbal Nogueira
Documentarista, Fortaleza, CE.

O Cariri Cangaço de volta a Capital Federal

Por: Elosia Farias
Eloisa Farias e Manoel Severo

Amigo Severo, o Cariri Cangaço é de fato uma família no sentido mais profundo da palavra. É muito bonito perceber o quanto os sentimentos de amizade, carinho e consideração permeiam as relações entre os membros que fazem esse grandioso evento acontecer. Como é bom saber que fazemos parte de um grupo tão coeso! Um grupo que se compromete com o respeito à sua cultura e com a democratização do conhecimento dela originário.

Na medida em que o Cariri Cangaço vai expandindo suas frentes de atuação, sejam elas referentes ao campo da produção científica (diversidade temática) ou às linhas de demarcação geográfica (participação de diversas Prefeituras Municipais), o evento vai paulatinamente traçando o mapa da cultura nordestina, fato que contribui de maneira significativa para a divulgação da história cultural do sertão, mais especificamente da região do Cariri. É possível perceber o quanto a participação cidadã vem sendo incentivada através da realização do Seminário Cariri Cangaço, pois o evento não se restringe apenas ao seus colaboradores. Ele tem dado oportunidade para vários grupos dedicados à cultura nordestina (grupos de teatro, dança e outros) demonstrarem seus talentos e abrilhantarem ainda mais o Seminário.

Além disso, tem se demonstrado uma alternativa de lazer para os moradores das cidades por onde passa a caravana de pesquisadores, visto que todas as nossas conferências são abertas ao público em geral. Cabe frisar, ainda, o importante papel que o Cariri Cangaço tem assumido nesses 3 anos de atuação: o de servir de exemplo para os órgãos públicos cujos trabalhos giram em torno da cultura brasileira. Com muito esforço, dedicação e raça, conseguimos apresentar anualmente um Seminário sério e comprometido com sua cultura. Nos mostramos muito mais ativos e preocupados com a questão cultural, do que aqueles que deveriam incentivá-la, promovê-la e fomentá-la por meio de suas políticas públicas.

Somos assim... Somos arretados...! Somos a Família Cariri Cangaço!

Obrigada, Manoel Severo, pelo carinho e pela consideração !

ELOISA FARIAS - Brasília DF
Nota Cariri Cangaço: Neste último mês de Outubro ,estivemos em audiência no Ministério da Cultura quando fomos recebidos pela querida Eloisa Farias, da Secretaria de Cultura Digital. Na pauta do encontro, os documentários do Cariri Cangaço 2009 e 2010, e para em breve, mais novidades Cariri Cangaço 2012, com a inauguração da Tv Digital Cariri Cangaço.

http://cariricangaco.blogspot.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Revirando o Baú da Sedição...

 Por: Manoel Severo

Sérgio Reis, Manoel Severo e o nosso "Floro Bartolomeu"

Revirando os arquivos digitais, encontrei tres fotografias que marcaram um momento importante da gravação da minisérie Sedição de Juazeiro, quando a equipe estava em Crato; assim além de reorganizar as fotografias e colocá-las em suas devidas pastas, trouxe para o Blog, além de prestar uma homenagem a estes grandes artistas e produtores, ajuda a matar a saudade.

Nemésio Barbosa, que já foi cangaceiro de "Corisco e Dadá" e Manoel Severo

Aderbal Nogueira, Huberto Cabral e Jonasluis de Icapuí

Logo logo teremos  a estréia da minisérie Sedição de Juazeiro, pela FGF Tv e veiculada também pela rede cearense de televisão, vale a pena esperar e conferir.

Manoel Severo
 


Lampião O Rei do Cangaço - Filme Completo



Por: Alfredo Bonessi
Filme com  cerca de 1 hora e 42 minutos, conta os últimos dias de



Lampião e Maria  Bonita  e vale a pena ser visto.

Clique duas vezes no link abaixo para aumentar a tela e ver o filme no YouTube:

Enviado para este blog pelo pesquisador do cangaço:
Capitão Alfredo Bonessi

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

REVENDO - Lampião e Maria Bonita

João de Sousa Lima



Lampião, Maria Bonita e o Cangaço serão tema de uma mostra cultural que acontecerá em Paulo Afonso durante os dias 24 à 29 de julho de 2010.

O evento conta com a realização da secretaria de Cultura e Turismo local.
 

Delmiro Gouveia, "O Mauá do Sertão"

Por: João de Sousa Lima

Em breve poderemos apreciar o livro Quem matou Delmiro Gouveia, do confrade Gilmar Teixeira.
 
Gilmar vem realizando uma ótima pesquisa, trazendo fatos novos a um capítulo da historiografia nordestina, ainda tão cheia de mistérios.
 

O Livro além de uma análise profunda ainda trará fotos inéditas
desse que foi um dos maiores visionários do progresso Nordestino, que através dos impulsos das águas da Cachoeira de Paulo Afonso, com a construção da Usina Angiquinho, conseguiu geração de energia
destinada a movimentação do maquinário de sua fábrica de linhas
de costura.
 
Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço,
 João de Sousa Lima.
 

Cangaço: uma foto rara, uma página perdida.

Por: João de Sousa Lima
João de Sousa Lima visita no Ceará, Expedito Celeiro, o artesão do couro

Muitas fotografias foram realizadas quando das entregas dos cangaceiros.

Acabo de descobrir duas fotos inéditas do cangaceiro Balão se entregando em Jeremoabo e essas sairão na segunda edição do livro Lampião em Paulo Afonso.

Acabo também de ganhar um livrete onde tem essa fotografia que eu já havia visto, porém ela não é muito comum, trata-se de Sebastiana, Boa Vista, Moita Brava e Laura quando se entregaram.


É mais uma página, é mais uma fotografia na longa viagem fotográfica que o cangaço nos proporciona.


Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço,
João de Sousa Lima.

Lampião é notícia em carta de 1926

Por: João de Sousa Lima
[Imagem+218.jpg]

Recebi das mãos do professor Edson, que leciona na universidade Federal de  Pernambuco,


uma carta de 1926, da cidade de Custódia, onde é citado que os moradores daquela região estavam se armando para proteger a cidade de Lampião e que a população estava amedrontada.
O que se sabe é que Lampião esteve lá nessa data, requisitou as armas e as munições  que estavam no quartel, almoçou na casa de um amigo e encomendou um terno e algumas alpercatas aos comerciantes, não havendo repressão a entrada do cangaceiro.
A carta estará exposta no Museu do Homem do Sertão, que será aberto aqui em Paulo Afonso.


Segunda e terceira parte da carta de 1926 que cita Lampião e sua passagem em Custódia, Pernambuco.

Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço,
João de Sousa Lima. 

Links: 

COMPREI FLORES (E UM BUQUÊ DE SAUDADES)

Rangel Alves da Costa

Rangel Alves da Costa

COMPREI FLORES (E UM BUQUÊ DE SAUDADES)

Ontem cedinho, domingo, resolvi ir até o mercado de artesanato aqui pertinho. Gosto de passear, andar descontraidamente por ali, olhando as esculturas em barro, as criações em madeira, os trançados e bordados. E em tudo que se olha se avista as mãos do povo artesão no seu gestual de criar arte tão singela e tão maravilhosamente bela.

Mas nessa manhã segui até lá com objetivo definido, pois com intenção de adquirir um jumentinho de barro carregando dois caçuás, envolto em cordames. Já havia adquirido dois para colocar em cima das estantes da sala principal do meu escritório. Esse outro seria para a estante da antessala. E saí de lá trazendo nos braços o barro cuidadosamente trabalhado.

Aliás, todas minhas estantes, sejam apenas de livros ou de bugigangas e quinquilharias, tem de ter espaços reservados para o artesanato. E tenho minhas claras preferências pelas peças que adquiro para colocar ali. Sempre coisas nordestinas, autenticamente sertanejas, como Lampião e Maria Bonita moldados no barro, bois, cavalos, jumentos, moringas, figuras matutas, igrejinha de madeira tomada por fitas e rosários.

Pensei em colocar meu lindo e também artesanalmente construído oratório em qualquer lugar do escritório. Contudo, não havia espaço, mas não o lugar físico para colocar minha própria igreja, e sim um espaço do tamanho do céu, pois ele é um verdadeiro céu cheio de imagens sacras, rosários, crucifixos e o meu Deus imenso dentro e ao redor dele. E haveria de ter a vela sempre acesa ao lado, as flores e onde eu pudesse ficar com as mãos juntas em oração e o coração cheio de fé e devoção.

Mas tenho ainda cactos vivos espalhados pelas mesas e estantes do meu escritório, e tudo que vem lá do sertão, ainda marcados com vestígios daquela boa terra onde nasci um dia e certamente voltarei. Queria ter aqui ao meu lado uma catingueira, uma imensa umburana, um lajedo com uma cabeça-de-frade por cima, uma moita de onde saíssem preás em correria. E também o sol e a lua do meu sertão. Oh, filho, deixa de sonho, deixa de sonhar!

Mas nesse passeio até o mercado, andando por ali e acolá, acabei entrando noutro local chamado mercado das flores, que fica bem num vão aberto entre as duas partes do mercado de artesanato. E passar em meio àquelas flores novinhas, lindas, com cores de vivacidade impressionantes, seus cheiros e tantas pétalas espalhadas ao redor, torna-se até uma situação constrangedora ao espírito, ao senso de maravilhamento, ao coração que se alegra e aos olhos que se encantam diante de cada cesto florido, de cada buquê preparado.

E logo pensei que se aquele jumentinho de barro que levava no braço pudesse andar, até que compraria umas flores e colocaria nos caçuás, voltando pra casa enxotando o animal com suas costas se derramando de verde, vermelho, amarelo, branco e rosa. Mas não pude sair de lá sem lançar mão de um arranjo diferente que encontrei.

Pouco entendo de flores, a não ser a certeza de que elas causam uma sensação diferente ao apreciá-las. Num jardim se avista de modo diferente, mais contido, menos emotivamente, pois não é grande o encorajamento de ir a cada pé de planta e cortar os seus galhos e dali formar o buquê que quiser. Mas com os arranjos já prontos, arrumadinhos com flores diferentes e cores diferentes, a sensação é bem outra, pois a pessoa sente necessidade de ter, a qualquer custo, aquela beleza.

Cheguei em casa carregando jumento e flores. O animal de barro foi logo colocado no seu cantinho e agora o vejo todo feliz enfeitando a estante. Mas as flores, adquiridas para satisfazer o espírito e o olhar, agora vejo que atingiram diretamente o coração. E o pior é que o arranjo não veio sozinho, trouxe consigo um buquê de saudades.

E como vejo em cada haste um corpo, uma mão, um aceno; em cada pétala uma face, uma boca, um olhar a me olhar, a querer romper minha lágrima e dizer que também está com um jardim no coração; e como sinto em cada cor nossos dias e nossas noites, tanta lua e tanto sol, tanto entardecer noutros tempos. E com vejo em tudo uma saudade imensa, uma dor amorosa pelo espinho que me sangra a pele.

Talvez outro dia eu jogue as pétalas murchas ao vento. Mas hoje quero viver essa saudade, esse doce sofrer.

Poeta e cronista

e-mail: rangel_adv1@hotmail.com

Drogas: o crack e os novos termos

Por: Archimedes Marques
Antes de adentrarmos  nos fatos e nas consequências do uso do crack peço permissão à língua portuguesa para usar duas palavras chave do tema, que na verdade são inexistentes no nosso dicionário, quais sejam: crackudo e vacilão.
Crackudo é originário do termo crack que é uma droga sintética. A palavra foi recentemente criada pelo povo brasileiro para identificar o indivíduo que é usuário e viciado dessa droga, ou seja, crackudo nada mais é do que o consumidor do crack, aquele cidadão que adquire o produto para uso próprio.
Quanto a vacilão, tal palavra é originada do verbo vacilar que significa, dentre outros: não estar firme, cambalear, enfraquecer, oscilar, tremer, hesitar, estar irresoluto, incerto... Vacilão na linguagem popular nada mais é do que o indivíduo que não mede as conseqüências dos seus atos e tampouco se importa com o que lhe aconteça.
A composição química do crack é simplesmente horripilante e estarrecedora. A partir da pasta base das folhas da coca acrescentam-se outros produtos altamente nocivos a qualquer ser vivo, tais como: ácido sulfúrico, querosene, gasolina ou solvente e a cal virgem,  que ao serem processados e misturados se transformam numa pasta endurecida homogênea de cor branco caramelizada onde se concentra mais ou menos 50% de cocaína, ou seja, meio à meio cocaína com os outros produtos citados. A droga é fumada pura, misturada em cigarro comum ou em cigarro de maconha.
O crack trás a morte em vida do crackudo arruína a vida dos seus familiares, aumenta a criminalidade onde se instala, degrada e mata mais do que todas as outras drogas juntas.
Lançando um olhar no passado o crackudo vê o rumo errado que tomou. Olhando ao futuro somente se lhe afigura a tumba. O seu presente é só o crack: o crack como o senhor do seu viver, como seu dominador, como seu real transformador do bem para o mal, como destruidor da sua família, como aniquilador da sua vida, como o seu curto caminho para a morte.
Estamos, sem sombras de dúvidas, em aguda e profunda crise social, familiar e criminal relacionada a essa droga avassaladora e mortal. A população mostra-se atônita, indefesa e impotente com tal problemática.
Até parece que apesar de todas as alertas feitas constantemente na mídia, as autoridades constituídas ainda não atentaram para esse gravíssimo problema que gera tantos outros em áreas diversas e que transforma tudo em malefícios.
O homem é o único animal racional existente na face da Terra, mas age, sem sombras de dúvidas de maneira irracional e gananciosa quando conscientemente fabrica o mal para o seu semelhante. Dentre todos os malefícios criados pelo homem para o homem, o crack está entre os primeiros colocados.
Basta o experimento de um único cigarro da pedra do crack para viciar o vacilão. A fumaça altamente tóxica da droga é rapidamente absorvida pela mucosa pulmonar excitando o sistema nervoso, causando euforia e aumento de energia ao usuário. Com  a falta dessa sensação ao passar o efeito da droga,  logo o vacilão é compelido ao segundo cigarro e assim por diante até levá-lo a conseqüências irremediáveis vez que ele é capaz de matar e morrer para sustentar o seu vício.
Com o passar do tempo o crack causa destruição de neurônios e provoca ao crackudo a degeneração dos músculos do seu corpo, fenômeno este conhecido na medicina como rabdomiólise, o que dá aquela aparência esquelética ao indivíduo, ou seja, ossos da face salientes, pernas e braços finos e costelas aparentes.
O crackudo pode ter convulsão e como conseqüência desse fato, pode levá-lo a uma parada respiratória, coma ou parada cardíaca. Além disso, para o debilitado e esquelético  sobrevivente seu declínio físico é devastador, como infarto, dano cerebral, doença hepática e pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer de garganta, além da perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da composição química do crack assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição.
Conclui-se assim que do mal nasceu o crack, que do crack surgiu o vacilão, que do vacilão gerou o crackudo, que do crackudo restou a morte.

Delegado de Polícia. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS) archimedes-marques@bol.com.br

Enviado para este blog pelo autor: Dr. Archimedes Marques