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sábado, 21 de outubro de 2017

LUIZ CONRADO DE LORENA E SÁ

 por Cícero Aguiar Ferreira · 

LUIZ CONRADO DE LORENA E SÁ, filho de Antônio Pereira de Lorena e Sá (Antônio Conrado) e de Jacinta Pereira da Silva, casado com Maria do Socorro de Oliveira, filha de Sebastião Ignácio de Oliveira e de Antônia Nunes de Souza, do casal nasceram os seguintes filhos: Maria do Rosário Lorena Oliveira, Maria Aparecida Lorena Oliveira, Mônica Lívia Maria Lorena Oliveira, Débora Maria Lorena Oliveira e Maria de Fátima Lorena Oliveira.

Nascido no dia 01 de janeiro de 1926 na fazenda Quebra Unha município de São José do Belmonte-PE, ainda era criança quando foi morar na cidade de Serra Talhada-PE para ajudar seu pai Antônio Conrado na mercearia da família (prédio onde hoje funciona a farmácia Cormell). Vindo de família que exercia grande influencia politica no município, aos 18 anos de idade foi nomeado prefeito (1945 a 1946), porém no ano seguinte foi exonerado do cargo e cerca de um mês depois foi novamente nomeado (1946 a 1947).

Com a derrota do “eixo”, após a segunda grande Guerra, depois do estado novo (da queda de Getúlio Vargas, em outubro de 1945), o Marechal Eurico Dutra (eleito Presidente da República), manda para Pernambuco o General Demerval Peixoto, inimigo de Agamenon Magalhães. Quando o General Demerval Peixoto veio para Pernambuco, Luiz Lorena, com 18 ou 19 anos de idade, era o prefeito de Vila Bela (Serra Talhada) e foi chamado ao Palácio com outros prefeitos do Sertão. Rapaz inteligente, pela conversa do General, percebeu que ia ser exonerado do cargo. Foi, então, a casa do deputado Metódio Godoy, primo de Agamenon Magalhães e que havia sido até há pouco o Interventor, de fato, no Sertão, para informa-lo da ocorrência e dizer de sua disposição de pedir afastamento do cargo antes de ser demitido. Metódio Godoy levou-o à residência do velho chefe do Partido Social Democrático, recém-chegado do Rio de Janeiro, à Rua da Amizade, nas Graças. Lorena conheceu o Dr. Agamenon Magalhães naquela noite.

- Quem é o seu avô, em Serra Talhada? Perguntou Agamenon.

- Isidoro Conrado.

- É de boa raça. Aguenta pressão. Você será exonerado. No dia seguinte compre uma Folha da Manhã por qualquer preço e leia.

Este fato aconteceu em uma terça feira. No sábado, o Diário oficial do Estado trazia a exoneração de Luiz Conrado de Lorena e Sá da prefeitura de Serra Talhada e no domingo a Folha da Manhã publicava o artigo de Agamenon: “Ele Voltará”.

Quando algum tempo depois, o Dr. Otávio Correia (Partido Social Democrático, ala do “Marechal” Osvaldo de Lima e então presidente da Assembleia de Pernambuco), assumiu o Governo do Estado, e a nomeação de Luiz Lorena para prefeito de Vila Bela, foi publicada no Diário Oficial, logo após a dos secretários do novo Governador.

O jovem Lorena,  voltou mais uma vez a ser prefeito de Serra Talhada, eleito como candidato único, apoiado por todas as correntes políticas do município para o período de (1955 a 1959), em 1958 deixou a prefeitura com seu vice Antônio Andrada Policarpo para ser candidato a deputado Estadual  ficando na suplência, assumindo por certo período uma cadeira na “ Casa Joaquim Nabuco” (1962 ou 1963). 1958, apoiou e elegeu Hildo Pereira de Menezes seu parente. Em 1963 foi eleito mais uma vez prefeito de sua terra, cargo em que permaneceu até o dia 31 de janeiro de 1969. Apoiou e elegeu seu sucessor Nildo Pereira de Menezes que era filho de Argemiro Pereira de Menezes seu parente. Depois apoiou os prefeitos Sebastião Andrada Oliveira (Tião Oliveira) e Hildo Pereira de Menezes (Hildo Pereira), porém candidato na eleição de 1982 contra Sebastião Andrada Oliveira (Tião Oliveira), Lorena sofreu sua primeira e única derrota como candidato para o cargo de prefeito de Serra talhada-PE.

Além de um influente político, Fiscal de Renda do Estado, foi um grande estudioso da historia do município, era considerado uma verdadeira “enciclopédia viva” e servia como fonte de pesquisas para estudantes e pesquisadores. Também se enveredou na literatura, em 1951 escreveu uma monografia sobre o 1º Centenário de Serra Talhada. Em 1991 escreveu o “Perfil Histórico Religioso de Serra Talhada” e em 2001 a sua principal obra “Serra Talhada – 250 anos de História – 150 anos de Emancipação Política”, em 2003 “Festa de Nossa Senhora do Rosário 150 Anos” no início de 2007 escreveu uma letra propondo que se tornasse o hino de Serra, musicado por Rômulo Sampaio Araújo com interpretação de Ray, e em 2008 começou a escrever mais um trabalho, porém, com a sua morte em 2009 a obra não foi concluída. Era membro fundador da Academia Serra-talhadense de Letras, onde ocupou a cadeira de nº 01.

Luiz Conrado de Lorena e Sá (Seu Lorena), faleceu no dia 25 de fevereiro de 2009 com 83 anos de idade.

“Eu, deste mundo só fico contente, que Serra Talhada amei e a sua gente” Luiz Lorena.

Por Cicero Aguiar Ferreira

Fontes de pesquisas: Serra Talhada 250 anos de História-150 anos de Emancipação Política. Blog Farol de Notícias (Luiz Ferraz Filho), Maria Socorro de Sá sua parente, e que por muitos anos trabalhou com ele, Genealogia Pernambucana.

http://familiapereira.net.br/%E2%80%8Bluiz-conrado-de-lorena-e-sa/

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MATÉRIA PUBLICADA NA GAZETA DO OESTE SOBRE O LIVRO LAMPEÃO, SUA HISTÓRIA, AUTORIA DO JORNALISTA PARAIBANO ÉRICO DE ALMEIDA




Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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AINDA A FESTA DA MENINA NUA

*Rangel Alves da Costa

Alguns sinais anunciavam a festa da menina nua. O vento começava a soprar diferente e de modo mais apressado, as plantas farfalhavam murmurando, um bicho corria daqui e dali, a natureza ao redor ficava mais perfumada, o tempo parecia preguiçoso demais pra passar. E olhos passeavam pelos arredores.
E quando ela abria a porta de casa, começava caminhar pela rua e virar no beco do riachinho, então tudo parecia que ia desandar de vez. Com passos lentos, formosura no andar, corpo tão singelo que parecia uma flor, ela seguia sorrindo bonito, balançando a flor no cabelo e encantando aquele momento da vida.
E o lugar, cidadezinha pacata, de pessoas empobrecidas e lutadoras, nas suas janelas e calçadas de todo dia, parecia completamente transformado quando ela saía de casa ao entardecer e seguia para tomar seu banho no riachinho. Tomava outro em casa, assim que retornava, mas parecia promessa pra ser assim.
O banho era de roupa mesmo. Nem pensar em ficar na pele de nascimento diante dos tantos olhares mirando seu corpo. E não apenas os olhos dos meninos danados, dos molecotes traquinas, mas também dos bichos, das plantas,  das pedras, da própria água. Tudo tinha olhar espichado pra bela flor.
Ora, dizem que a beleza quando se expressa em toda sua pujança faz a pedra ativar seus sentidos. E certamente não haveria gente ou qualquer outro elemento da natureza que não se encantasse quando ela surgia, passava caminhando, mostrava suas formas divinais. E quase nua então, tomando banho então, com aquele vestidinho fino rente ao corpo molhado então.
Linda, linda, era a menina. Menina no modo de dizer, mas mocinha cheirando a leite, como se dizia por lá, nas distâncias do fim do mundo onde vivia. Na idade da espiga de milho rompendo da palha, da fruta amadurecendo, do café coado tomando cheiro e sabor. O nome dela? Ah, o nome dela sei não. Flor. Talvez flor. Outro nome não assentaria.
Mas a meninada a chamava de outro jeito. Brisa para uns, Mimosa para outros, ou simplesmente Linda Donzela. Ela não se importava com nada disso, pelo contrário. Respondia com um leve sorriso de qualquer jeito, deixando o mundo ainda mais feliz e apaixonado. Foi por isso que silenciosamente a pedra a tinha por Anjo.


Ao chegar sempre sozinha na beirada do riachinho, a menina tirava o chinelo, guardava a flor do cabelo e dava uns cinco passos até alcançar as águas. Abaixava-se, tocava a água com a mão direita, em seguida fazia o líquido se derramar pela testa e pela face. Estava benta e pronta para o seu banho.
Após colocar o pé direito, arremessava-se de corpo inteiro. Mergulhava solenemente, fazia a água borbulhar de prazer. E ao levantar, com pele e pano numa forma só, parecia estar completamente nua. E realmente nua era como os olhos ao redor a avistavam. O passarinho chegava até a ponta da pedra mais próxima, uma folha chegava no vento e se deixava cair bem ao lado.
Os meninos quase caíam dos galhos das árvores aonde subiam para se esconder e presenciar a deusa nua e molhada. Alguns molecotes disputavam com os bichos e as próprias pedras a melhor visão que pudessem ter. E coisa incrível acontecia, pois as águas paravam de correr para se avolumar e fazer festa ao redor da mocinha.
Mas um dia ela mergulhou e ficou mais tempo que o costume. Os olhares, preocupados, cresceram, só faltaram correr até o ponto borbulhante na água. Palavras de espanto e temor ficaram forçosamente silenciadas; tudo sem saber o que havia acontecido. E de repente ela surgiu. E ao levantar estava completamente nua. Em pelo. E em pétala.
Um menino despencou de cima da árvore nesse momento. Uma algazarra imensa na mataria. As águas pareciam em turbilhão. E impossível descrever quando ela, assim todo nua, deitou numa pedra e assim ficou até o surgir da lua.
Foi o dia que a lua abriu caminho no por do sol e brilhou mais cedo. Apaixonada. Também. E depois a menina nua deixou a roupa na beirada do riachinho e completamente nua seguiu seu caminho de volta. Uma cena indescritível. A coisa mais linda que já se viu.
Sobre o seu corpo ainda molhado, a cor dourada da lua. Os olhos que viram não acreditaram. E os que tinham certeza que era ela, eis que acabaram perdendo o juízo. Assim a menina nua. Ou o encantamento da menina nua.

Escritor
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A BÍBLIA SAGRADA (I) (Série de duas crônicas)

Por Clerisvaldo B. Chagas, 18 de outubro de 2017 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.761

Certa feita, ainda rapazinho, ouvimos um depoimento rápido de um dos maiores advogados do Nordeste, o senhor Aderval Tenório Wanderley. Em uma roda de pessoas que falavam sobre a Bíblia, foi chegando o brilhante advogado e dizendo: “Já li todas as qualidades de histórias do mundo e pensava que sabia tudo. Quando li a Bíblia, vi que não sabia nada”. Isto aconteceu na loja de tecidos de meu pai. E neste momento em que a minha mente mandou-me escrever sobre o Livro Sagrado, chegaram às lembranças daquela afirmação longínqua do doutor Aderval Tenório. A Bíblia é uma coletânea grossa e quase sempre com letras pequenas, fato que desencoraja de imediato sua leitura.

IMAGEM (GOOGLE PLAY). 

Devo ter lido a Bíblia capa a capa, cerca de duas a três vezes. De fato é o livro da vida, aquele que ensina como se deve viver. Com seus 73 livros divididos em vários temas, têm alguns empolgantes e outros chatos. Partes cansativa, monótonas e outras que emocionam. Achamos sim, que cada cristão deveria ler a Bíblia completa pelo menos uma vez na vida. Depois, alimentar a alma lendo de vez em quando as passagens da sabedoria. O Velho Testamento é bom para uma visão geral. O Novo Testamento, principalmente, os livros dos Evangelhos, deve ser consulta permanente que são os ensinamentos de Jesus e que anula muitos costumes do Antigo Testamento. Porém, também no Velho Testamento têm livros que ajudam muito na sabedoria, reforço na caminhada da vida. Como exemplos os livros Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria e Eclesiástico.

Estudar a Bíblia sem se tornar fanático iguais aos doidos do futebol; aos insanos que adoram cangaceiros e vivem desenterrando bandidos; aos malucos do terrorismo. Não ficar “enchendo o saco” das pessoas em todos os lugares sem falar em outra coisa; tornar-se insuportável. Pelo contrário, adquirir a sabedoria bíblica é em tudo ser moderado e saber agir em todas as ações da existência. Ser amigo, companheiro, conselheiro, sem ser cabuloso, insistente e intragável.

Na próxima crônica dividiremos didaticamente a Bíblia, para facilitar àqueles que não têm ideia mínima do que seja o Livro Sagrado. Depois é só folhear de início ao fim, leitura devagar, coisa que leva aproximadamente duas semanas. A segunda tentativa melhora o entendimento e assim sucessivamente. Seja um sábio e não um chato.



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A CANÇÃO DE UM POVO

*Rangel Alves da Costa

Muita gente não consegue disfarçar a dor e o sofrimento. Entrega-se ao padecimento quando está triste, chora rios e mares quando vem a aflição. Contudo, pessoas existem que não deixam transparecer a agonia de jeito nenhum. Mesmo que sofram por dentro, externamente se mostram encorajadas e até festivas. Assim acontece com o povo africano, cujo sofrimento não consegue inibir seu canto e sua dança. E assim também no sertão, só que o canto sertanejo é de feição tristonha e coração apertado.
O sertão é verdadeiramente terra de contrastes, de contradições. E inexplicável, por vezes. Porém tudo compreensível para que assim aconteça. Diante das condições próprias do lugar, num misto de desolação e esperança, de secura e florada brotando nas cactáceas, também o sertanejo se ajusta ao instante, ainda que seja difícil entender porque o canto na boca quanto o olhar avista ao redor e só encontra tristeza.
Tantas vezes, com a panela vazia, com o pote já chegando ao barro do fundo, mesmo assim a guerreira sertaneja, de pano amarrado na cabeça e olhar tristonho, olha para o varal sem roupa e se põe a cantar:
“Quero uma ciranda sertaneja, quero cirandar no meu lugar. Já cirandei menina, já rodei debaixo do luar, e não é porque envelheci que vou deixar de cirandar. Traga uma lua pra mim, traga uma ciranda pra mim, hoje eu quero cirandar até o dia raiar...”.
Noutras vezes, talvez relembrando as histórias cangaceiras tão costumeiras por ali, fazendo moradia no sertão como o calango reinando por cima da terra quente, a velha senhora vai varrendo o chão de barro da casa de taipa e cantarolando:
“Acorda Maria Bonita, levanta vai fazer o café, que o dia já vem raiando e a polícia já está de pé. Se eu soubesse que chorando empato a sua viagem, meus olhos eram dois rios que não lhe davam passagem. Cabelos pretos anelados, olhos castanhos delicados, quem não ama a cor morena morre cego e não vê nada. Acorda Maria Bonita...”.


Descalça, caçando araçá amarelinho pelos arredores, de modo a se dar o prazer de saborear uma doçura naquela vastidão tão hostil, a menina sertaneja, de vestido de chita e fita no cabelo, se imagina numa roda de brincadeira entre amigas e cantando:
“Atirei o pau no preá, mas o preá não morreu. Todo mundo se admirou do buraco que o preá se meteu... Se essa nuvem se essa nuvem fosse minha, eu mandava, eu mandava ela chover, uma chuva, uma chuva forte assim, pra salvar o sertão e também a mim... Sou sertanejinha, sou sim meu bem, sou de palha de milho, sou sim meu bem, tenho cabelo de trança, tenho sim meu bem, e não sou e não sou mais criança...”.
Mesmo com seca de mais de ano, com tudo acinzentado, devastado, com mandacarus e xiquexiques encurvados e entristecidos, gado caindo de fome e tanque sem uma gota d’água, ainda assim os sertanejos se encontram para aboiar suas desventuras ao pé do balcão. E ecoam um aboio dolente:
“Ê, ê, ê, gado ô, eiá...Vaqueiro que fui pelo mundo atrás da bicharada perdida, galopei a vida num segundo sem pensar em despedida, mas hoje já velho e cansado, sem quem me ouça aboiar, sou cavalo atrofiado sem poder mais galopar. É com o coração despedaçado que me despeço do cantar, só pedindo ao meu Senhor para o sertão nunca calar o verso matuto aboiador. Ê, ê, ê, gado ô, eiá...”.
E pelas estradas espinhentas, sob o sopro calorento das tardes, as velhas beatas seguem em procissão pedindo a intercessão divina diante de tanto padecimento. Carregando a imagem de São José, o protetor dos sertanejos, levantam as vozes melodiosas numa reza esperançosa:
“São José do sertanejo, São José de todo o sertão, olho pra cima e não vejo sinal de chuva e trovão. Salvai esse povo sofrido, fazei chover nesse chão, alegria do povo oprimido e fazendo crescer plantação. São José irmão do nordestino, tão bom pai do meu Senhor, dai graças ao nosso destino, livrai-nos da desgraça e da dor”.
E assim vão levando a vida, passando os dias, entre cantos e lamentos, sempre com os olhos voltados para o horizonte. Mas quando chove, quando a esperança vem dos céus com a molhação, o que se ouve então é uma orquestra subindo da terra, despontando dos escondidos, ganhando voz na mataria, no bicho ainda restante, no barro que se desfaz. Todo o sertão, numa só cantoria de todas as bocas, visíveis e invisíveis, sente tomado pela mais bela canção:
“Quanta beleza vem do céu, se vai nossa vida ao léu. É a nuvem carregada, molhando telhado e estrada, encharcando a terra seca, vida nova de invernada. Chuva que vem de Deus, para os seus e para os meus, para encher panela e pote, de tudo a melhor sorte. Então deixa chover, chuvarar, chuvarecer, então deixa pingar pro sertão todo molhar. Se ontem comi da pedra, amanhã do que plantar...”.
E assim até que o maestro sol novamente levante sua batuta e faça calar tão singela cantiga. E depois somente a cantoria da vida, o canto do dia a dia, diante dos mesmos temores pela seca que logo virá. Mas é preciso cantar, é preciso rezar, pois alguém poderá ouvir essa voz.

Escritor
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O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA

Material do acervo do pesquisador do cangaço Ruy Lima





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AMIZADE É A CHAVE QUE ABRE A PORTA DO CASTELO ONDE MORA O CORAÇÃO.

Por Kydelmir Dantas

Certa vez eu cheguei naquela casa
Com uma simples e pequena pretensão
Conhecer o poeta e a família
Que acolhe a todos como irmão.
E com Antonio Francisco e dona Nira
Aprendi que a música sem a lira
Pode até precisar diapasão.
Recebendo com o carinho que conforta
AMIZADE É A CHAVE QUE ABRE A PORTA
DO CASTELO ONDE MORA O CORAÇÃO.

(Kydelmir Dantas – Nova Floresta-PB, 21.10.2017)



Parabéns meu Mestre Poeta ANTÔNIO FRANCISCO

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PARALISAÇÃO E ATO EM NATAL DIA 24


Na próxima terça-feira, 24 de outubro,  Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Norte, ativos, aposentados e pensionistas realizarão um grande ato unificado no Centro Administrativo, em Natal, a fim de denunciar ao povo potiguar os desmandos do Governado do Robinson Faria. 

A ADUERN convida todos os associados e associadas a fortalecer a mobilização contra os atrasos salariais e o sucateamento da UERN. 

O sindicato disponibilizará transporte e alimentação para os/as interessados em participar da mobilização unificada. O ônibus sairá da ADUERN na terça às 5h. 

Pedimos que os/as interessados/as que enviem seu nome para a Secretaria do sindicato até segunda-feira (23) às 17h, através do email aduern@gmail.com ou dos telefones 3312-2324 e 988703983. 

Jornalista

Cláudio Palheta Jr.

Telefones Pessoais :

(84) 96147935
(84) 88703982 (preferencial) 

Telefones da ADUERN: 



ADUERN
Av. Prof. Antonio Campos, 06 - Costa e Silva
Fone: (84) 3312 2324 / Fax: (84) 3312 2324
E-mail: aduern@uol.com.br / aduern@gmail.com
Site: http://www.aduern.org.br
Cep: 59.625-620
Mossoró / RN
Seção Sindical do Andes-SN
Presidenta da ADUERN
Rivânia Moura

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A MARIA BONITA DE MELCHIADES ROCHA

Por Geziel Moura

Não é novidade que a historiografia do cangaço de modo geral, em particular, a de Lampião, está encharcada de incertezas, dentre elas, a origem de sua alcunha, a morte de seu irmão Antônio Ferreira, suas relações com os coronéis, daí destaco o de Princesa, José Pereira Lima.


Assim, para todas as indagações que envolvem o cangaço lampiônico, temos diversas respostas, das lógicas e coerentes às mais estapafúrdias possíveis, configurando-se, não raro, em verdadeiras teorias de conspirações à moda Oliver Stone.

Na medida em que, sempre deixei as "verdades" do cangaço, e suas "aproximações de verdades" em suspeição, busquei pensar naquelas explicações que eram imbuídas, não de certezas históricas, mas de se fazer e ter sentido plausível, a ordem agora não é encontrar "verdades", mas sentido razoável, nos relatos.

Nessa direção, o genial escritor lampiônico, Frederico Pernambucano de Mello, nos aponta, em sua última obra, "Guerra em Guararapes & outros estudos", uma nova perspectiva, para a origem do apelido (Maria Bonita), da companheira de Lampião, Maria Gomes de Oliveira.


Portanto, é pacífico, entre os pesquisadores, escritores e leitores da saga de Virgolino e Maria Bonita, que o apelido, dela, não era utilizado no interior do bando, as ex-cangaceiras Sila e Dadá testemunharam dessa forma, inclusive afirmando que este vulgo, circulava apenas no seio da polícia, e por consequência, incorporado pela imprensa posteriormente.

Frederico Pernambucano de Mello comenta que este novo olhar para o apelido, "Maria Bonita", foi disparado pelo repórter Melchiades Rocha, o primeiro quem cobriu, a matéria jornalística da hecatombe de Angico, e que esteve com ele, Frederico, no ano de 1983, na cidade do Rio de Janeiro.

A conversa entre os dois começou com a seguinte pergunta de Melchiades a Frederico: "Você sabe como apareceu este apelido Maria Bonita?" sem dá tempo de seu interlocutor responder, o idoso repórter revela o mistério: "Não apareceu no sertão, foi coisa de repórteres daqui mesmo do Rio de Janeiro, eu estava entre eles".

Diante da surpresa do escritor, Melchiades se reportou para a origem do apelido, à inspiração de livro de 1914, e que virou filme em meados de 1937, cujo título era/é "Maria Bonita". 


O filme que Melchiades se refere, foi protagonizado pela atriz Suely Belo, que fazia o papel título da película, na personagem Eliana Angel, nada mais era que um romance fílmico, daqueles da Sessão da Tarde, que nada se relacionava com sertão ou cangaço.

A ótica produzida por Melchiades Rocha, para o apelido de Maria Bonita, e que foi discutido, por Frederico Pernambucano, o "Number One", pode até não ser a "Verdade Verdadeira", mas que está impregnada de lógicas e coerências, no contexto histórico, está.

Para conhecer, um pouco mais, a primeira Maria Bonita, segue a edição da Revista Cinearte de 15/04/1937. Boa leitura!


Fonte: facebook
Página: Geziel Moura
Grupo: Historiografia do Cangaço 

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FEROCIDADE! OS SEQUAZES DE "LAMPEÃO"


Bonfim (Bahia), um grupo de bandidos da horda de "Lampeão" chefiados por "Arvoredo" e "Calais" surgiu neste município, na fazenda Favela, distante 25 kilometros de Jaguaracy, matando barbaramente um menor de 12 annos de edade filho de Leandro de Tal, que ali reside e trabalha como vaqueiro. A infeliz creança foi sangrada em cruz por dois punhaes. 

Na fazenda Jacunan que dista de Jaguaracy 12 kilometros, os mesmos cangaceiros raptaram uma filha do fazendeiro Alexandre Chrysostomo, rumando em seguida para a fazenda dos Diogos e outros pontos...

Os cangaceiros de "Lampeão" espalharam o terror e praticaram bárbaros atentados no município de Bonfim.

(A NOITE, -1934- Ed. 8016)
Foi mantida a grafia da época
📷Fotos: Jornal A "Noite" (Rio de Janeiro)
"Arvoredo" e "Calais"

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Pedro Ralph Silva Melo (Administrador)

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BIOGRAFIA: DJALMA MARANHÃO

Por Gleyse Vieira

Olá pessoal, tudo bem?

Faz um tempo que estou com essa ideia na cabeça e até já fiz algumas postagens do tipo, mas não utilizando o marcador Biografia. E como hoje, é o centenário de uma pessoa que comecei a admirar há alguns anos, fiz questão de trazer um post contando um pouco da história desse grande potiguar. (Material postado em 2015)

A estreia da coluna Biografia do blog, vai falar sobre Djalma Maranhão, um educador, jornalista, político e ativista social que transformou a cidade de Natal na década de 1960 e lutou bravamente durante a ditadura no país.


Djalma Maranhão, nasceu no dia 27 de novembro de 1915 na cidade do Natal, foi professor de educação física, jornalista e esportista. Foi também militante do Partido Comunista e em seguida constituiu seu próprio partido, o PTN (Partido Trabalhista Nacional), que posteriormente se transformou no PSB. Foi o primeiro partido que não era constituído a partir das oligarquias latifundiárias do Estado, que infelizmente existem até hoje.

Foi eleito por duas vezes Prefeito de Natal: a primeira, na segunda metade dos anos 50, por nomeação do governador Dinarte Mariz (em decorrência da aliança UDN-cafeístas); a segunda, em 1960 na primeira eleição direta para a municipalidade da Capital, com 64% dos votos válidos, integrando uma frente política de centro-esquerda chamada Cruzada da Esperança, tendo Aluízio Alves como candidato a governador do Rio Grande do Norte.

Teve seu mandato cassado devido ao golpe de Estado de 1964, foi preso e exilado no Uruguai, onde morreu no dia 30 de julho de 1971 aos 56 anos de idade. Porém, o legado deixado por ele perdura até hoje, através de políticas nacionalistas, onde lutou pela formação de um governo popular e democrático, pelo pluralismo e pela reforma agrária. Djalma Maranhão foi um apaixonado pela sua Cidade do Natal. Foi esse grande amor maior que lhe deu inspiração para superar a si mesmo como administrador.

Muitas são as obras atribuídas a sua administração, sendo pioneiro em muitas delas, como o primeiro asfalto da cidade, restauração de praças e instalação de fontes luminosas; o primeiro terminal rodoviário e o início da construção do estádio de futebol, o Machadão. Fez galerias pluviais, iniciou a Via Costeira, criando acesso a algumas praias; criou hortas municipais e o horto da cidade que ainda existe, incentivando a arborização; deu início a coleta de lixo através de tratores, também criou o primeiro coral da cidade e incentivou a inúmeros movimentos culturais; instalou o primeiro telefone público no bairro das rocas, dentre outras coisas.  


Além disso, lutou para realizar o sonho de erradicar o analfabetismo, baseado na revolução cubana de Fidel Castro, o único a conseguir tal feito até então. Seguindo o exemplo de Paulo Freire que criou um métodos de alfabetização em 40 horas, Djalma Maranhão jogou todo o peso de sua administração no mesmo caminho, desde de 1961. Porém o Golpe de 1964 interrompeu seus planos. 

Djalma Maranhão deixou a herança de administrador competente no planejamento e execução; honesto no trato de dinheiro público; lúcido e independente quando das opções tomadas. Todavia, a lembrança que mais permanece na memória popular é a Campanha De Pé no Chão também se Aprende a Ler, isto é, sua luta para a erradicação do analfabetismo. Na verdade, essa campanha foi além de uma proposta alfabetizadora e alcançou o nível de uma política educacional, esta aliada à revalorização da cultura e dos autos populares e iniciação profissional. Hoje, na distância do tempo, dá para perceber nessa política cultural alguns traços do pensamento de Gramsci e a formulação de seu intelectual orgânico. Trazendo para realidade o modelo de escola popular.
  

De Pé no Chão venceu quatro desafios comuns a escola brasileira: onde não havia escolas de alvenaria, construiu Acampamentos Escolares; como não havia professores diplomados, qualificou os seus próprios recursos humanos; face ao material didático alienado, redigiu seus próprios textos educacionais; a sala de aula jamais foi largada à própria sorte, o acompanhamento técnico-pedagógico se fez na proporção de um supervisor para vinte professores.


Em termos estatísticos (e quando a população de Natal era de 160.000 mil habitantes), em três anos, De Pé no Chão alcançou uma matrícula acumulada de 34 mil alunos; criou um centro de formação de professores; desdobrou-se na Campanha De Pé no Chão também se Aprende uma Profissão; qualificou 500 monitores e 32 orientadores/supervisores; obteve índices de aprovação escolar que foram de 60%, em 1961, a 85%, em 1963; e o custo-aluno médio anual foi de menos de dois dólares.


Djalma Maranhão provou que era possível mudar a realidade de uma cidade, através do esforço coletivo e da educação. Além do projeto De Pé no Chão Também se Aprende a ler, o qual meu pai teve o privilégio de estudar, Djalma Maranhão construiu bibliotecas públicas, galerias de arte, ginásios de esporte, e muitos desses espaços existiram até meados da década de 1980. O Palácio dos Esportes, recebeu seu nome, em homenagem ao grande líder, esportista, educador e governante que foi. E a criação da Lei Nº 4.838, de 09 de julho de 1997 de Incentivo a Cultura oferece incentivos fiscais para fomentar a cultura no Estado faz parte do legado deixado por ele. 

Parabéns a Djalma Maranhão pelos seus grandes feitos, que sua história seja um exemplo!

Até a próxima!

http://gleysevieira.blogspot.com.br/2015/11/biografia-djalma-maranhao.html

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