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sábado, 21 de outubro de 2017

BIOGRAFIA: DJALMA MARANHÃO

Por Gleyse Vieira

Olá pessoal, tudo bem?

Faz um tempo que estou com essa ideia na cabeça e até já fiz algumas postagens do tipo, mas não utilizando o marcador Biografia. E como hoje, é o centenário de uma pessoa que comecei a admirar há alguns anos, fiz questão de trazer um post contando um pouco da história desse grande potiguar. (Material postado em 2015)

A estreia da coluna Biografia do blog, vai falar sobre Djalma Maranhão, um educador, jornalista, político e ativista social que transformou a cidade de Natal na década de 1960 e lutou bravamente durante a ditadura no país.


Djalma Maranhão, nasceu no dia 27 de novembro de 1915 na cidade do Natal, foi professor de educação física, jornalista e esportista. Foi também militante do Partido Comunista e em seguida constituiu seu próprio partido, o PTN (Partido Trabalhista Nacional), que posteriormente se transformou no PSB. Foi o primeiro partido que não era constituído a partir das oligarquias latifundiárias do Estado, que infelizmente existem até hoje.

Foi eleito por duas vezes Prefeito de Natal: a primeira, na segunda metade dos anos 50, por nomeação do governador Dinarte Mariz (em decorrência da aliança UDN-cafeístas); a segunda, em 1960 na primeira eleição direta para a municipalidade da Capital, com 64% dos votos válidos, integrando uma frente política de centro-esquerda chamada Cruzada da Esperança, tendo Aluízio Alves como candidato a governador do Rio Grande do Norte.

Teve seu mandato cassado devido ao golpe de Estado de 1964, foi preso e exilado no Uruguai, onde morreu no dia 30 de julho de 1971 aos 56 anos de idade. Porém, o legado deixado por ele perdura até hoje, através de políticas nacionalistas, onde lutou pela formação de um governo popular e democrático, pelo pluralismo e pela reforma agrária. Djalma Maranhão foi um apaixonado pela sua Cidade do Natal. Foi esse grande amor maior que lhe deu inspiração para superar a si mesmo como administrador.

Muitas são as obras atribuídas a sua administração, sendo pioneiro em muitas delas, como o primeiro asfalto da cidade, restauração de praças e instalação de fontes luminosas; o primeiro terminal rodoviário e o início da construção do estádio de futebol, o Machadão. Fez galerias pluviais, iniciou a Via Costeira, criando acesso a algumas praias; criou hortas municipais e o horto da cidade que ainda existe, incentivando a arborização; deu início a coleta de lixo através de tratores, também criou o primeiro coral da cidade e incentivou a inúmeros movimentos culturais; instalou o primeiro telefone público no bairro das rocas, dentre outras coisas.  


Além disso, lutou para realizar o sonho de erradicar o analfabetismo, baseado na revolução cubana de Fidel Castro, o único a conseguir tal feito até então. Seguindo o exemplo de Paulo Freire que criou um métodos de alfabetização em 40 horas, Djalma Maranhão jogou todo o peso de sua administração no mesmo caminho, desde de 1961. Porém o Golpe de 1964 interrompeu seus planos. 

Djalma Maranhão deixou a herança de administrador competente no planejamento e execução; honesto no trato de dinheiro público; lúcido e independente quando das opções tomadas. Todavia, a lembrança que mais permanece na memória popular é a Campanha De Pé no Chão também se Aprende a Ler, isto é, sua luta para a erradicação do analfabetismo. Na verdade, essa campanha foi além de uma proposta alfabetizadora e alcançou o nível de uma política educacional, esta aliada à revalorização da cultura e dos autos populares e iniciação profissional. Hoje, na distância do tempo, dá para perceber nessa política cultural alguns traços do pensamento de Gramsci e a formulação de seu intelectual orgânico. Trazendo para realidade o modelo de escola popular.
  

De Pé no Chão venceu quatro desafios comuns a escola brasileira: onde não havia escolas de alvenaria, construiu Acampamentos Escolares; como não havia professores diplomados, qualificou os seus próprios recursos humanos; face ao material didático alienado, redigiu seus próprios textos educacionais; a sala de aula jamais foi largada à própria sorte, o acompanhamento técnico-pedagógico se fez na proporção de um supervisor para vinte professores.


Em termos estatísticos (e quando a população de Natal era de 160.000 mil habitantes), em três anos, De Pé no Chão alcançou uma matrícula acumulada de 34 mil alunos; criou um centro de formação de professores; desdobrou-se na Campanha De Pé no Chão também se Aprende uma Profissão; qualificou 500 monitores e 32 orientadores/supervisores; obteve índices de aprovação escolar que foram de 60%, em 1961, a 85%, em 1963; e o custo-aluno médio anual foi de menos de dois dólares.


Djalma Maranhão provou que era possível mudar a realidade de uma cidade, através do esforço coletivo e da educação. Além do projeto De Pé no Chão Também se Aprende a ler, o qual meu pai teve o privilégio de estudar, Djalma Maranhão construiu bibliotecas públicas, galerias de arte, ginásios de esporte, e muitos desses espaços existiram até meados da década de 1980. O Palácio dos Esportes, recebeu seu nome, em homenagem ao grande líder, esportista, educador e governante que foi. E a criação da Lei Nº 4.838, de 09 de julho de 1997 de Incentivo a Cultura oferece incentivos fiscais para fomentar a cultura no Estado faz parte do legado deixado por ele. 

Parabéns a Djalma Maranhão pelos seus grandes feitos, que sua história seja um exemplo!

Até a próxima!

http://gleysevieira.blogspot.com.br/2015/11/biografia-djalma-maranhao.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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