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terça-feira, 11 de março de 2014

AS VEREDAS DO CANGAÇO NO RASO DA CATARINA.



Por João de Sousa Lima
Atravessando o Raso da Catarina

O Raso da Catarina foi um dos maiores coitos de Lampião e seus seguidores. Vários índios da Tribo Pankararé, residentes no povoado Brejo do Burgo, fizeram parte do cangaço.

Durante o carnaval refiz com mais alguns amigos uma parte da rota por onde passavam os cangaceiros. Atravessamos os povoados Salgadinho, Juá, Brejo do Burgo, Salgado do Melão e as cidades de Macururé e Chorrochó.
    
No Salgadinho visitamos a casa da cangaceira Lídia, de Zé Baiano. No Salgado do Melão visitamos dona Joana, irmã da cangaceira Dadá. Em Macururé fomos conversar com um dos descendentes do Coronel Petronilio de Alcântara Reis e em Chorrochó, no povoado São José, fomos visitar o soldado de volante Teófilo Pires do Nascimento.

 Casa da cangaceira Lídia
 Visitando Joana, irmã da cangaceira Dadá
Visitando Teófilo Pires do Nascimento - soldado da volante
Descendente do coronel Petro
Museu casa Maria Bonita
Casa de Maria Bonita
Baixa do Ribeiro, onde nasceu Dadá
Casa de Maria Bonita

Enviado pelo o escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima

http://www.joaodesousalima.com/

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Filho de cangaceiros.

Por José Mendes Pereira
Foto do acervo do Governador do Sertão - facebook

Filho do cangaceiro Mariano Laurindo Granja, que foi entregue ao Padre Firmino, de Mata Grande no Estado de Alagoas.

Amigo leitor, não fui informado quem era a mãe desta criança. Se era a Otília, ou a Rosinha, que foi assassinada a mando de Lampião. Apesar de antes ter sido a companheira do seu grande cangaceiro, que era o Mariano Laurindo Granja, Lampião não teve dó, ordenou a sua morte.

Após a morte de Mariano, Lampião liberou a Rosinha para visitar os seus pais e irmãos, mas com uma condição: voltaria logo para o coito. Só que a Rosinha não retornou na data combinada. E sabendo que ela poderia ser pega pelas volantes, Lampião mandou que os seus comandados fossem até a casa da Rosinha e a matasse. 

O cangaceiro Mariano Laurindo Granja
 
Mariano Laurindo Granja foi morto pela volante do tenente José Rufino, e que foi um dos cangaceiros que mais sofreu no momento da sua morte.

 Da esquerda para direita: Bem-Te-Vi e o tenente Zé Rufino

Segundo os pesquisadores do cangaço, Mariano levou várias punhaladas, todas aplicadas pelo o volante Bem-Te-Vi, que o acusava pela morte do seu pai. 

Quando o Bem-Te-vi e seus comparsas pensavam que o cangaceiro já estava morto, enganavam-se. O Mariano tentava se levantar. Ficou todo banhado de sangue, mas lutava pela a vida. E nessas horas, o tenente Zé Rufino chamava a atenção de Bem-Te-vi, que não mexesse com a cabeça, pois precisava dela intacta, para apresentar ao povo, que o Mariano estava morto.


Diz o pesquisador e colecionador do cangaço Ivanildo Alves da Silveira, que o cangaceiro Mariano Laurindo Granja nasceu em 1898, em Afogados da Ingazeira, no Estado de Pernambuco, e faleceu no dia 10 de outubro de 1936, entre os municípios de Porto da Folha e Garuru, sendo esta região conhecida como Cangaleixo.

 
Se você quiser conhecer bem a história da Rosinha de Mariano adquira o livro do escritor Alcino Alves Costa, com o título e subtítulo: “Lampião Além da Versão – Mentiras e Mistérios de Angico”, através do e-mail do seu filho Rangel Alves da Costa.

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O Ataque de Lampião a Mossoró - Um Mistério Quase Centenário

Por: Honório de Medeiros

Detalhe da Casa de Rodholfo Fernandes em foto da Resistência ao Ataque de Lampião

Em dias do início do mês de maio do ano da graça de 1927, pelas terras do Rio Grande do Norte que confrontam com aquelas da Paraíba, lá no alto Sertão desses estados, mais precisamente as que ficam entre as cidades de Uiraúna e Luis Gomes, vindos de Aurora, no Ceará, Cariri velho de Nosso Senhor Jesus Cristo, eles, os cangaceiros, entraram no território potiguar.

Era uma horda selvagem com aproximadamente uma centena de homens, para o mais ou para o menos, imundos e bestiais, a cavalo, fortemente armados, portando rifles, fuzis, revólveres, pistolas, punhais longos e curtos, e farta munição. Vinham ébrios, ferozes, e sedentos de violência, sem qualquer outro propósito que não a rapinagem, pura e simples.

E assim entraram. Durante os quatrocentos quilômetros e quatro dias que durou a epopéia, deixando e voltando à Aurora após alcançarem Mossoró,  desenharam, com a ponta dos cascos dos cavalos ou a face externa das alpargatas com as quais pisavam o chão, como que um movimento cujos contornos lembram o de uma flor de mufumbo, cujas laterais seriam as margens da Serra de Luis Gomes e Serra do Martins, por um lado, e, pelo outro, as margens do serrame do Pereiro, limites com o Jaguaribe, Ceará adentro.

Espalharam o terror por onde passaram. Humilharam, surraram, feriram, extorquiram, sequestraram, furtaram, roubaram, mataram... Em toda a história do cangaço, complexa e específica por si mesma, nada há igual. Não foi um ataque qualquer a um arruado, vila ou povoação. Nem mesmo a uma cidade pequena.

Foi um ataque a uma cidade de grande porte para os padrões da época, bem dizer litorânea, a segunda maior do Rio Grande do Norte, com quatro igrejas, três jornais, agência do Banco do Brasil, população que rivalizava com a da capital do Estado, um comércio rico e pujante, que funcionava como centro para o qual convergiam paraibanos, norte-rio-grandenses e cearenses, e, por intermédio do porto de Areia Branca, ao qual se chegava pelo Rio Mossoró ou Apodi, caso necessário, o Brasil todo.

Mossoró não acreditava que tal ataque pudesse se concretizar. O Governo do Estado do Rio Grande do Norte também não. Era inconcebível. O Brasil, representado por sua capital, o Rio de Janeiro, que dou perplexo.

Tanto anos depois é possível algo novo quanto às causas que levaram Lampião a empreender esse ataque?


Os cangaceiros acima foram nominados por Jararaca, a quem a fotografia foi mostrada enquanto ele convalescia, preso em Mossoró, pouco antes de morrer

De antemão, que se diga: não é consenso que haja mistério quanto às causas do ataque de Lampião a Mossoró.

Ao contrário. Excetuando-se algumas vozes isoladas aqui e ali, outras ouvidas aos sussurros em Mossoró, é prática corrente atribuir à ganância de Lampião, Isaías Arruda e Massilon – este com papel secundário, a existência do episódio.

Entretanto ao estudarmos com atenção redobrada, até mesmo com obstinação, o acervo do qual dispõem os pesquisadores, constata-se a existência de questões, dúvidas, perplexidades, que insistem em aparecer desafiando o passar dos anos e a natural inércia originada das versões consideradas consumadas.

Levando-se em consideração todas essas questões, após tê-las colhido, assim é que, a seguir, dando-lhes o tratamento mais racional e factual possível, buscando a isenção necessária à qual se deve ater quem busca encontrar a melhor explicação entre várias concorrentes, são elas elencadas, analisadas e colocadas à disposição do leitor, para que este possa fazer sua escolha ou, se não for o caso, meramente ser colocado a par de suas existências.

Há, portanto, e basicamente, quatro teorias acerca das causas do ataque de Lampião a Mossoró:

(i) o ataque a Mossoró resultou da ganância do Coronel Isaías Arruda e de Lampião, no que foram secundados por Massilon;
(ii) o ataque a Mossoró resultou unicamente da cobiça de Massilon.
(iii) o ataque a Mossoró resultou da paixão de Massilon por Julieta, filha de Rodolpho Fernandes;
(iv) o ataque a Mossoró resultou de um plano político.
Qual delas é a verdadeira?

FONTE: honoriodemedeiros.blogspot.com

http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com