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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

O CANGAÇO EM POÇO REDONDO – APENAS UM TIQUINHO DE TANTA COISA.

 Por Rangel Alves da Costa

Trinta e cinco filhos da terra fizeram parte do Cangaço de Lampião. Quase a metade da população masculina era formada por coiteiros. Da beira do São Francisco à divisa com a Bahia, as trilhas mais usadas pelos cangaceiros. De 29 a 38, constante era a presença de Lampião e seus cabras. Lampião chegou em abril de 29 e morreu em julho de 38 nas terras de Poço Redondo. A herança familiar cangaceira ainda está por todo lugar, com filhos, irmãos e outros parentes. Filhos e parentes de coiteiros também são avistados de canto a outro. A Gruta (denominação utilizada pelos antigos moradores) ou Grota (denominação geralmente utilizada nos livros) do Angico, o Maranduba, a Pia das Panelas, Tingui (Santo Antônio), Pelada, São Clemente, Cururipe (Marco de Canário), Estrada de Curralinho (Cruz dos Soldados, Marcos de Antônio Canela e de Zé de Julião), tudo em Poço Redondo. Também o Riacho do Braz, onde foi morto Pau Ferro, e que deflagrou a vingança e o cerco de três subgrupos de Lampião na Estrada de Curralinho. Foi pela Estrada de Curralinho que Lampião chegou pela primeira vez ao sertão sergipano, em 1929. De Poço Redondo era o primeiro casal que enveredou no Cangaço (Zé de Julião e Enedina). De Poço Redondo eram os quatro irmãos que se tornaram cangaceiros (Sila, Marinheiro, Mergulhão, Novo Tempo). Também parentes eram três famosas cangaceiras: as irmãs Adelaide e Rosinha, e ainda Áurea. Irmãos também eram Adília e Delicado. A região de Cajueiro e Jacaré, na beira do rio, foi berço da maior família de coiteiros de Sergipe: A Família Félix (Mané Félix, Adauto, Erasmo, Lourival e muitos outros). Os irmãos Durval e Pedro de Cândido eram de Poço Redondo. Um dos maiores pesquisadores e escritores do tema Cangaço era também poço-redondense: Alcino Alves Costa, sobrinho do cangaceiro Zabelê, o último Zabelê no Cangaço.

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CORONEL RODOLFO FERNANDES DE OLIVEIRA MARTINS.

 Por Francisco Alvarenga Rodrigues

Rodolfo Fernandes, prefeito de Mossoró a época da invasão de Lampião a cidade norte rio-grandense.


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Eu acho que Francisco Alvarenga Rodrigues foi o primeiro a dar cor a esta foto do coronel Rodolfo Fernandes.

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A SUPOSTA MORTE DE ANTÔNIO DE ENGRÁCIA

 Por Francisco Alvarenga Rodrigues

Em junho de 1930, Lampião apoiou Ângelo Roque na morte de um cangaceiro chamado Sabiá, sobrinho de Cirilo e Antônio de Engrácia, por ter estuprado a filha de um coiteiro. Em virtude desse fato, os Engrácia ficaram divididos: Cirilo se conformou, mas Antônio de Engrácia considerou uma desfeita imperdoável a morte do sobrinho. Recado pra lá, recado pra cá, Lampião sentenciou: Antônio de Engrácia podia se considerar um homem morto. Dos Engrácia, o único que ficou com Lampião foi Zé Baiano, que reconhecia abertamente o erro do primo. Cirilo, embora não tivesse rompido com Lampião, afastou-se por uns tempos, esperando a poeira assentar. Ele não tinha poder de decisão. Quem dava as cartas na família era Antônio. Passados meses, Cirilo pediu a um coiteiro para falar com Lampião, dizendo que seus parentes queriam fazer as pazes. Lampião mandou a resposta: perdoava Cirilo e os sobrinhos, mas para Antônio de Engrácia não tinha perdão. Os Engrácia, comandados por Antônio, estabeleceram-se na zona que historicamente era a sua base: as caatingas sem fim de Chorrochó, Feira do Pau e Patamuté. Os coitos prediletos eram na fazenda Cacimba do Meio, dos irmãos Benjamim, Cornélio e Feliciano, na fazenda Varjota, de Teodorico, e na fazenda Silva, de seu Dé. Em dezembro de 1930, morreu o sobrinho Antônio de Seu Naro. Como ambos se chamavam Antônio, correu a notícia de que quem tinha morrido era Antônio de Engrácia. Convenientemente, os Engrácia nem desmentiam nem confirmavam os boatos. Em fins de junho de 1931, soube-se da "segunda" morte de Antônio de Engrácia. Dizia-se que os Engrácia tinham feito uma festa na fazenda Retiro, na região de Várzea da Ema. Cirilo ficara bêbado. Havia poucas mulheres para dançar. Cirilo estava dançando com uma, e Antônio pediu que ele lhe cedesse a dama, pois queria dançar também. Cirilo não cedeu. Houve uma troca de socos e empurrões. Antônio correu e entrou numa casa. Cirilo correu atrás. Ouviu-se um tiro, e Cirilo voltou chorando, dizendo que tinha matado o irmão. Ele próprio enterrou o corpo dentro da casa, mandou quebrar o telhado por cima e tocou fogo. Não deixou ninguém ver o corpo. Depois disso, os Engrácia voltaram em peso para a companhia de Lampião. Cirilo os havia redimido.

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OS VERSINHOS PARA MARIA BONITA NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO

 Por Rostand MedeirosMaria_Bonita_br_01Maria Bonita

No dia 21 de fevereiro de 1970, no periódico Diário de Pernambuco, Waldemar de Figueiredo Valente escreveu um texto intitulado “A gesta do Cangaço”, onde no final da primeira parte reproduziu os versos que agora apresento e que, segundo o autor, foram criados pelo cangaceiro Zabelê para comemorar o aniversário de Maria Bonita.

São versos bem interessantes, que mostram um lado diferenciado e menos focado nos processos ligados a violência que tanto caracterizou o cangaço.

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Waldemar Valente foi médico, farmacêutico, antropólogo, sociólogo, etnólogo, professor, pesquisador, humorista e escritor. Pertenceu ao grupo de notáveis africanistas que se destacou na área desde o Primeiro Congresso Afro-Brasileiro de 1934. Como escritor Waldemar Valente escreveu obras como Introdução ao estudo da Antropologia Cultural (1953); Sincretismo religioso afro-brasileiro (1955); Maria Graham: uma inglesa em Pernambuco nos começos do século XIX (1957); Misticismo e região (1963); O padre Carapuceiro: crítica de costumes na primeira metade do século XIX (1969), Nordeste em três dimensões folclóricas (1986); Antologia pernambucana de Folclore (1990).

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Waldemar de Figueiredo Valente

Foi professor na Professor da Universidade Federal de Pernambuco, e na Universidade Católica de Pernambuco. Waldemar Valente morreu no Recife, no dia 27 de novembro de 1992.

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ALVARÁ DE SOLTURA DO CANGACEIRO "DEUS TE GUIE"

Achado de Moisés Reis


Domingos Gregório dos Santos, o cangaceiro "Deus te Guie", foi um dos bandoleiros entregues em 1940 em Paripiranga, com o grupo de Ângelo Roque.

Juntamente com o chefe e outros companheiros como Saracura, Cacheado e outros, foram encaminhados para Salvador, julgados e condenados a diferentes penas pelos crimes cometidos durante os anos de cangaço.

 Euclides Custódio, vulgo Cacheado, detido na casa de detenção de Salvador no ano de 1944. Apesar de pouco falado, era extremamente perigoso, após a morte do cangaceiro Gato, Cacheado passou a executar para Lampião algumas das missões mais cruéis designadas pelo rei do cangaço.

Créditos Helton Araújo

De acordo com o processo ao qual tive acesso, contava, quando foi preso, com 22 anos de idade, era filho de João Gregório dos santos e Francisca Maria de Jesus.

Deus te Guie foi recebido na penitenciária do Estado da Bahia a 15 de fevereiro de 1943 e registrado como prisioneiro de número 1523, sentenciado inicialmente a 10 anos e doze meses de prisão por participar do assassinato de Olegário Bispo da Conceição, Antônio Elias e Nonato Firmino, crime ocorrido em 8 de junho de 1939 pelo grupo de Ângelo Roque em Bebedouro. Por esse triplo homicídio, inclusive, Labareda pegaria 30 anos de prisão, conforme processo ao qual também tive acesso no arquivo público da Bahia.

Ainda de acordo com o documento abaixo, Deus te Guie teria amargado longos 12 anos e dez meses de prisão celular, isto é, regime fechado, na capital baiana.

O alvará de soltura do ex-cangaceiro é datado de 12 de outubro de 1953. Foi essa a data exata que o ex-integrante do temível grupo de Labareda ganhou a liberdade após pagar a sua dívida com a sociedade.  

Alvará de Soltura de Deus te Guie - Arquivo Público da Bahia.

 Pescado no Blog do autor
 
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