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sábado, 10 de maio de 2014

POETA DUVAL BRITO VISITA JORNAL FOLHA SERTANEJA

Por João de Sousa Lima

O poeta Duval Brito visitou o Jornal Folha Sertaneja onde foi recepcionado por João de Sousa Lima, Ricardo Cajá e Nícolas.
Duval é autor de dois livros de poesias  e tem algumas músicas gravadas  por seu primo Luiz Wilson e pelos artistas Zé da Guia, Dika de Monteiro,  Almir Santos, Angélica Sandes, Zé de Zilda e Inácio Siqueira.
     
Participou também de vários eventos da "MALA DO POETA" e de algumas antologias.

Quem tiver interesse em adquirir seus livros favor contactar o poeta:
duvalbrito@yahoo.com

75-3281-9516 e 8816-6079 

UM POUCO DA SUA POESIA:

"OS OLHOS DO VELHO CHICO"
(Duval Brito)

Abre os olhos, velho Chico!
O teu curso até à foz
Não parece aquele rio,
Quando o único desafio
Do homem, eram os anzóis.

Verte tuas lágrimas doces
Não deixa teu leito secar,
Pois, não bastando as estiagens
E o controle das barragens,
Agora querem te sangrar!

Não te deixa abater,
Faz jorrar nas cabeceiras,
Desliza lá do alto
Estrondando em cada salto,
Revivendo as cachoeiras.

Sacia a vida sedenta,
Esquece aquelas mágoas
De Xingo a Sobradinho...
Lembra-te dos teus ribeirinhos;
O que fariam sem tuas águas?

O progresso agrediu-te
Das margens à correnteza,
Enodoou teu esplendor
Mas teu sangue incolor
Restaurou tua beleza.

Meu velho, eu imagino
Se um dia você secar,
Quem vai girar as turbinas                                                                                                                               Das hidrelétricas nordestinas?
É bom até nem pensar!

Reage, meu velho amigo!
Faz teu grito retumbar;
Reabre os olhos semicerrados,
Serpenteia entre cerrados

Espumando rumo ao mar.





João de Sousa Lima é poeta, escritor, sócio da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, autor de 9 livros, e  é pesquisador do cangaço.

http://www.joaodesousalima.com/2014/05/poeta-duval-brito-visita-jornal-folha.html

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Ruínas da fazenda Poço do Negro, próxima à Nazaré, distrito de Floresta-Pe.


Ruínas da fazenda Poço do Negro, próxima à Nazaré, distrito de Floresta-Pe. Última morada dos Ferreiras. 

José Saturnino - inimigo nº. "1" dos Ferreiras

Nesta casa em Março de 1918, Zé saturnino com 16 homens ataca a casa. Virgolino e seu tio (materno) Manoel Lopes, e os primos Sebastião Francisco e Domingos Paulo, e o cabra Luiz Cameleira enfrentam Zé Saturnino por horas de cerrado fogo. 


Zé Saturnino abandona o campo de luta, conduzindo baleado, o companheiro José Joaquim dos Santos (José Guedes). 


Quando Zé Saturnino saiu da luta, Virgolino saltou no terreiro gritando e atirando, chamando Zé Saturnino para voltar a luta, e não  retirasse, porque era feio.

Fonte: facebook

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"Misterio do fogo da Macambira-Ce"


Quem lia os jornais das capitais, principalmente de Fortaleza, na época, tinha por certo a captura ou morte de Lampião e seus homens. 

Ao produzir os telegramas enviados pelos comandantes das forças, os periódicos apregoavam a iminente derrota dos cangaceiros.

Um telegrama enviado de Jaguaribe-Ce, dizia:

"Nossas forças bem colocadas, Lampião não poderá romper o cerco. Nesses dias daremos fim ao terrível bando sinistro.

Saudações respeitosas. 
Tenente Firmo, comandante da força".

O governo do Ceará divulgava para a imprensa local e a dos Estados vizinhos, que a vitória era certa:

"Dentro de dois dias estarão inteiramente exterminados", diziam as autoridades sobre os bandoleiros. 

De fato, a situação dos cangaceiros divulgada diariamente, era vexatória. Cerca de cinquenta homens, sem montarias, mal alimentados, carregando um ferido e conduzindo ainda dois reféns, tinham estacionado numa área inóspita e desconhecida. Já o cerco policial compunha-se de aproximadamente 400 homens, comandado pelo major Moisés de Figueiredo e pelo tenente Firmo.

O tiroteio começou cedo por volta das 6;00. Uma grande resistência dos cangaceiros contrariou todas previsões, os cangaceiros de Lampião mesmo em extrema desvantagem, sabiam lutar em território como o da macambira. 

Houve baixas consideráveis na polícia, 4 mortes e alguns feridos, e conseguiram empreender uma fuga, quando tudo parecia perdido. 

Constitui-se até hoje, um mistério para todos os que se interessam pelo assunto.

Fonte: facebook

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Lampião na Bahia - Concurso literário 2014

 Por Luiz Carlos Marques Cardoso

O livro do qual faço a resenha já se encontra na 6° Edição, foi escrito pelo pesquisador Oleone Coelho Fontes, esse que acabou por legar a sociedade mundial uma obra riquíssima em detalhes sobre a vida do maior bandido que o Brasil já teve. Em seus estudos entrevistou uma gama de pessoas, gente essa que teve papel singular em algum dado momento da passagem de Virgulino pelas terras da Bahia. O livro trás ainda fotografias dos integrantes do cangaço, e comentários que nos faz pensar num período de trevas aos sertanejos sofridos, tanto pela seca, a pobreza e naquela época, pela violência imputada pelo bando do facínora. 

O cangaceiro Lampião companheiro de Maria Bonita

Lampião, ou Capitão Lampião, assim exigia que fosse chamado, por ter ele recebido do Padre Cícero essa titulação. Saía a dizer ser ele o governador dos sertões, na verdade, por mais de dois séculos foi sim de certa forma o Governador das bandas secas do Brasil. Deixou o Estado de Pernambuco ciente da perseguição que os volantes infligiam a seu debilitado bando, precisava de repouso para repor as energias e recrutar novos homens. Fez aquilo que a polícia não imaginava que seria feito, a travessia de uma margem para a outra do Rio São Francisco, aconteceu depois do meio-dia do dia 21 de agosto de 1928.
    
Já nas terras baianas, gozava de paz, a polícia débil do Estado fazia vista grossa. Ficou a andar por cidades falando que estava na Bahia em paz, que se meteu no Cangaço por imposição da vida e se lhe tivesse condições ele largaria tudo para viver em paz. Sempre coagindo conseguia dos sertanejos o sustento do bando.
    
Após o grupo de cangaceiros passarem pela vila do Cumbe uma volante cruza em seu encalço. Numa fazendo logo adiante acontece o primeiro embate dos homens de Lampião com a polícia baiana. Na ocasião, o bando saiu vitorioso, matou um sargento e dois soldados. Aquele momento marcou o inicio das atividades perversas do banditismo na Bahia.
    
O cangaceiro Corisco, esposo de Dadá

De cidade em cidade os cangaceiros iam pilhando, matando, castrando e tomando das mulheres. Teve uma ocasião em que obrigaram cinco moças a dançarem nuas. Corisco, o Diabo Louro, pegou um antigo inimigo, tinha jurado que quando tivesse o homem nas mãos esse sofreria muito antes de morrer. Corisco afirmava que fora o dito homem o responsável pela sua entrada no cangaço. Teve sociedade com ele, porém foi passado para trás. No momento do pagamento pegou a pobre presa e amarou feito bode a ser morto de cabeça para baixo, tirou o couro do homem, esse ainda em vida, sobre muitos gritos.
    
Em um conflito com os “macacos” (dessa forma os cangaceiros chamavam os policiais) Lampião perde um dos seus homens, esse fato acirrou ainda mais os embates dos volantes com os cangaceiros. Lampião após tomar uma vila prende oito macacos e um sargento. Depois de beberem muito, dançarem; o bando vai a delegacia, local onde se encontrava os soldados presos, tinha soltado os que estavam presos e encarcerados aqueles. Um por um ia sendo levado para fora e com golpes de punhal e tiro na testa tombavam ao chão. Apenas o sargento foi poupado por Lampião, conta que Virgulino fez uma aposta com uma senhora, como essa ganhou, ele pediu que ela exigisse algo, a mesma inquiriu que soltasse o sargento, o rei do cangaço como não ia contra a palavra dada, dessa forma o fez, contrariando seus ideais, pois o lema dele era matar todos os macacos que colocasse as mãos.
    
O bando de Lampião cresceu tanto que ele se viu obrigado a dividi-lo em vários subgrupos. Corisco chefiava um, fato esse que poupou da morte no encontro da volante com os cangaceiros na Gruta do Angico. Dessa forma ficou mais difícil em exterminar o cangaço. A polícia que parecia com os cangaceiros, tanto em trajes como em perversidade, fatos comprovados e contados no livro. Em cada encontro os bandoleiros obtinha vitória, eles possuíam informantes e fazendeiros a disporem de armas, além de agirem por meio de emboscadas. Conheciam a caatinga como ninguém, além de usarem técnicas para despistar, conseguia farejar macacos de longe.
    
Em um combate Lampião perde o último irmão que o acompanhara no cangaço, sobrou-se apenas um, por sinal, esse foi o único a não se meter com o cangaço. Depois desse fato, conta-se que Lampião ao ver o irmão sofrendo e sem possibilidade de vida deferiu-se um certeiro na testa, o homem aumentou sua crueldade, matava por matar, castrava. Por vingança ele matou um coronel, mas antes fez despir esse e a mulher e no lombo de animal o homem na frente, a mulher na garupa, foram levados para uma vila próxima para que o ato servisse de exemplo. O coronel foi morto a punhaladas, a esposa foi poupada a pedido dos companheiros de cangaço, todavia essa jamais recobrou a consciência.

O cangaceiro Zé Baiano 

Zé Baiano tinha como marca um ferro de ferrar animais, porém o usava para marcar mulheres. “J B” era as letras que continha no instrumento. Quantas não foram as moças ferradas por ele? Ferrava-se no rosto, nas pernas, nas nádegas. Carregar uma marca dessas, além da feiúra levantava muitas indagações, pois o povo sabia de quem era tais iniciais.
    
Tamanha brutalidade ocorreu com a família Salina, foi uma verdadeira chacina. Lampião manda um bilhete exigindo do chefe da família uma determinada importância. Esse se aconselha na cidade e a autoridade fala para ele não ceder aos bandidos. Assim feito, Lampião ameaça dizendo que quando colocasse as mãos nele poderia considerar um homem morto. A família Salina passa a residir no povoado, porém suas posses iam sumindo, já que ficava sempre ocioso e precisava de recurso para se manter. Dado dia ele foi obrigado a ir a fazenda colher a mandioca e fazer dessa farinha. Reuniu-se com a família e alguns amigos para o trabalho, era fazer a farinha e voltar logo ao povoado. Lampião chega e cerca a propriedade, matam quase todos, deixam apenas duas moças vivas para contar o ocorrido, um rapaz que se encontrava sobre o telhado também consegue fugir. O velho Salina tem os dois olhos furado, orelhas cortadas e é castrado. Lampião coloca o homem ainda vivo no cavalo e leva para a casa de um dos filhos deste, defronte ele mata o velho, abre o peito a golpe de facão e tira o coração. Mata também o filho de Salina que saiu a porta. A brutalidade de Virgulino chegava ao estremo.

O cangaceiro Volta Seca

Volta-Seca entrou para o cangaço quando ainda era garoto. Por ter muita coragem foi levado por Lampião. Ele na chacina dos soldados chegou após o ocorrido e disse que estava desapontado, pois o chefe só havia deixado sangrar quatro macacos. Certa feita o garoto ameaçou o rei do cangaço dizendo: “Se você bater em mim eu te mato”. Com medo e aconselhado por alguns colegas foge no calar da noite. A namorada vai para a casa dos parentes, ele foge para outro povoado. Retorna para ver a moça, porém a família dela não queria o relacionamento. Volta-Seca fica pelas intermediações, acuado pela polícia os irmãos da moça armam uma emboscada e pega o garoto e o entrega as autoridades. Volta-Seca é conduzido para Salvador, onde após um ano passa a dá entrevistas e conta suas proezas do cangaço.

Maria Bonita

Maria Déia, popularmente conhecida por Maria Bonita, entrou para o cangaço por desejo próprio, pois odiava a mansidão da vida que levava ao lado do marido sapateiro. Certo dia um Luís Pedro foi ao povoado verificar a situação do local, parou ao escutar uma moça falar do chefe dos cangaceiros, ela dizia que largaria tudo se Lampião a quisesse. O cabra retornou ao esconderijo e falou ao chefe tudo que havia escutado. Virgulino quis conhecer a moça, já que pelas palavras do informante a danada era muito bonita. Chegou e com poucas palavras levou Maria, ao sair ainda disse ao marido sapateiro (José de Neném), que se encontrava de cabeça baixa, “Adeus Zé”. Maria Déia nasceu no povoado de Malhada do Caiçara, município de Santa Brígida. Teve alguns filhos, porém somente um conseguiu vingar, essa logo ao nascer foi entregue a um coiteiro do bando. Expedita ficou sobre guarda de dona Aurora, a esposa do vaqueiro Mamede, na fazenda Inchu. Maria Bonita faleceu ao lado de Lampião na Gruta do Angico.
    
A morte de Lampião é cercada por muitas controvérsias, um diz que ele foi envenenado, mas o enredo mais aceito é aquele divulgado pela mídia. Lampião e seu bando de cabras foram repousar na Gruta de Angico, na ocasião iria acontecer uma reunião entre os grupos. Certo é que o Rei do Cangaço já não tinha a mesma vitalidade de outrora, com a idade passando dos quarentas e levando uma vida dura: andava muito sob o sol quente do nordeste, comia muito em alguns períodos e nada em outros, sofria com o pânico de ser surpreendido pelos macacos. Pedro de Cândida foi o coiteiro que traiu Lampião, ficou conhecido como Judas de angico, fez por ter sido ameaçado pelos homens de Bezerra. Na madrugada do dia 28 de julho de 1938 quando os volantes atacaram o pouso do Rei do Cangaço e mataram onze pessoas, nove homens e duas mulheres, uma delas Maria Bonita, que segundo consta, foi degolada ainda em vida, começava ali o fim do cangaço que durou mais de duas décadas. Os policiais saquearam todos os pertences dos cangaceiros, uns chegaram a arrancar as mãos dos cadáveres para quando em casa tirarem os anéis de ouro. As cabeças foram levadas para servir de prova que o cangaço havia perdido seu principal homem, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião. Muitos cangaceiros conseguiram fugir, Corisco ainda não tinha chegado ao local.

Dadá,a suçuarana,  esposa do cangaceiro Corisco
    
Corisco ao ver a foto contendo as cabeças chorou copiosamente junto sua companheira Dadá. Resolveu se vingar. As primeiras vítimas foram da família de Domingos Ventura, avô da esposa de João Bezerra. Chegou à casa do homem, comeu e pediu que seus cabras levasse um a um para fora, ao final foi ele com o chefe da família, esse último teve o mesmo fim dos demais, foram degolados e suas cabeças enviadas a Bezerra juntas a um bilhete: “Se o negocio é de cabeças, vou mandar em quantidade”. Em um confronto o Diabo Louro foi baleado na perna, fragilizado ele tenta refugio em outras terras, mas o caçador de cangaceiros Zé Rufino o encontra. Ferido por bala não agüenta e morre. Morreu em Brotas de Macaúbas no dia 25 de Maio de 1940. Com a morte de Cristino Gomes da Silva Cleto o cangaço chegava ao seu final.
    
Aconselho a todos que leem esse magnífico livro. O leitor verá nessas páginas como foram aqueles anos no sertão, onde o Governador não era o Governador, mas um cangaceiro, homem que para uns era bom, enquanto para outros uma peste; fazia caridade ao mesmo tempo em que tomava do que era dos outros.

http://www.focadoemvoce.com/resenhas/lampiaonabahia.php

Ilustrado por José Mendes Pereira
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Pedro Nél Pereira - Uma longa vida de trabalho e honestidade - Três anos de saudades!

Por: José Mendes Pereira
Pedro Nél Pereira

Pedro Nél Pereira nasceu no dia 17 de Abril de 1922, na Fazenda Duarte, município de Mossoró. Se sair de Mossoró em um automóvel, gastará no máximo 10 minutos. 

Era filho de Manoel Francisco Pereira (Seu Néo) e de Herculana Maria da Conceição (Madrinha Herculana, como chamava a vizinhança, e  netos e bisnetos a chamavam de Mãenanana, Mananana ou ainda Mamãenana).

Pedro Nél Pereira

Pedro Néo Pereira nasceu e se criou na Fazenda Duarte, propriedade de Francisco Duarte (Chico Duarte), tendo sido educado por dona Chiquinha Duarte, esposa do fazendeiro. Após o seu casamento continuou sendo morador do fazendeiro, só saindo de lá quando conseguiu comprar uma pequena propriedade, nos dias de hoje pertence aos herdeiros. 

Dona Chiquinha Duarte, sua professora, esposa do fazendeiro Chico Duarte

São poucos mossoroenses que não conheceram Pedro Nél Pereira; costumeiramente ele organizava no mês de Outubro a festa de São Francisco, e após o leilão, o fole gemia nas noites enluaradas do Sítio São Francisco, de sua propriedade.

Pedro Nél Pereira

Nos anos 40 prestava serviços ao exército brasileiro, em Natal, quando foi convocado para participar da guerra da Alemanha, juntamente com tantos outros mossoroenses. Mas para sorte de todos, quando estavam no navio para partirem, receberam a notícia que a guerra havia acabado.

 
Pedro Nél Pereira no exército brasileiro

Pedro Nél Pereira foi agricultor, membro efetivo de dois Conselhos Comunitários de Mossoró, membro efetivo do Sindicado dos Trabalhadores na Lavoura de Mossoró, durante 40 anos. 

Pedro Nél é o segundo da fila.

Foi fundador da Capela de São Francisco de Assis, no Sítio São Francisco e suplente vereador de Mossoró. Pedro Nél Pereira recebera por merecimento patente 2º tenente do exército.

Era pai de 16 filhos: Nilton Mendes Pereira, Francisco Mendes Pereira (já falecido), Eneci Mendes Pereira, Antonio Mendes Pereira, Maria das Graças Pereira, José Mendes Pereira, Luzia Mendes Pereira, Anzelita Mendes Pereira, Antonio Mendes Sobrinho, Raimundo Mendes Pereira (falecido), Elizabete Mendes Pereira (falecida), Maria do Carmo Mendes Pereira (falecida), Laete Mendes Pereira, Eliete Mendes Pereira (falecida), Antonia Vera Lúcia Mendes Pereira e Lúcia do Carmo Mendes Pereira.


Pedro Nél Pereira faleceu no dia 10 de Maio de 2011, em Mossoró, aos 89 anos; não deixou nenhuma intriga durante  o período em que viveu. Foi compadre de  trinta e um casais, incluindo os padrinhos dos seus filhos. Durante a sua vida soube considerar todos os seres humanos. Jamais fez intrigas, apenas lutava para manter amizades sinceras sem menosprezar ninguém.

Hoje, 10 de Maio de 2014, está completando três anos que ele partiu para a eternidade. Pedro Nél Pereira era pai do administrador deste blog.

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LAMPIÃO, POEIRA E BALA

Por Clerisvaldo B. Chagas, 9 de maio de 2014 - Crônica Nº 1. 185

O negócio estava feio. Dizem que quando o povo fala, ou é ou está para ser. Portanto, o apavoramento da população santanense, justificava-se, pois, apesar da existência do Tiro de Guerra, no centro da cidade, ninguém havia traçado estratégia militar para enfrentar o bandido Lampião.

Antiga Rua da Poeira que esperou Lampião em Santana do Ipanema. Hoje calçada, com o nome de Manoel Medeiros Aquino. foto: Clerisvaldo B. Chagas

O bandoleiro descia de Pernambuco, vindo do Juazeiro, onde conseguira uma falsa patente do exército. Com apenas 102 homens bem montados e municiados com as armas que recebera para combater a Coluna Prestes, Lampião abandonou o plano. Repara se ele iria enfrentar cerca de oitocentos homens experimentados no gatilho! Deu meia volta em Pernambuco, raivoso por ter sido enganado com o caso da patente e, deixou apenas uma frase de efeito e nada mais, se referindo a Carlos Prestes: “Vou olhar se esse Prestes, presta mesmo!”


Não podendo enfrentar os homens da Coluna, preferiu atacar Alagoas, onde matou fazendeiros e um cabo, primeiramente.

Houve debandada em Santana. Algumas famílias correram para o mato e duas, em automóveis, preferiram o agreste de Palmeira dos Índios.

Mas um grupo de homens resolutos convocou pessoas e armas formando uma força de 25 cadetes do Tiro de Guerra, 14 praças da Cadeia Velha, da Rua do Sebo e, mais alguns civis. Entre os últimos estavam o padre José Bulhões, Ormindo Barros, Firmino Rodrigues da Rocha, Joaquim Ferreira da Silva, Pedro Rodrigues Agra, e Joel Marques. Os cadetes tinham no comando o brigada Antônio Ribeiro Cavalcante e, os policiais, o delegado civil Bertoldo Rodrigues Machado. Inúmeros rifles saíram das residências inclusive também com o incentivo do juiz Manoel Xavier Accioly.

A resistência santanense partiu para a Rua da Poeira (hoje, Manoel Medeiros de Aquino), entrada oeste de Santana. Era a tarde de 5.6.1926. O pessoal passou o resto da tarde e a noite inteira na espera, mas o bandido não apareceu, com sua força dobrada em relação à defesa.

Lampião e sua legião de demônios, entretanto passou ao largo, cometendo seus atos infames nas caatingas indefesas do município e foi invadir Olho d’Água das Flores, na época pertencente a Santana, situada a 4 léguas da sede e, também indefesa.

Não sei se o bandido, estuprador, ladrão, assassino e assaltante venceria o fogo que não houve. Mas que a resistência estava aguardando, estava. Mesmo assim a Rua ficou na história com as conversas sobre LAMPIÃO, POEIRA E BALA.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2014/05/lampiao-poeira-e-bala.html

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