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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

PALAVRA SOLTA - MEU PAI ERA AMIGO E INIMIGO DE LAMPIÃO

Por Rangel Alves da Costa

Meu pai nasceu em 1940, dois anos após a chacina de Angico e a morte de Lampião, sua Maria Bonita e mais nove cangaceiros (também um soldado da polícia volante). Contudo, mesmo tendo nascido após tal acontecimento tido como o fim do cangaço (ainda que o remanescente Corisco só tenha sido emboscado em 40), meu pai começou, alguns anos depois, a ter um relacionamento profundo e intenso não só com Lampião mas também o seu bando e todo o cangaço. É que começou a pesquisar a história daqueles homens das caatingas nordestinas e logo se transformou em grande conhecedor do fenômeno, prestigiado estudioso do tema e autor de obras essenciais (Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico, Lampião em Sergipe, e O Sertão de Lampião, dentre outros). E se aprofundou tanto na análise do homem e do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que não media palavras ora para difamá-lo ora para endeusá-lo. Mas o fazia com pertinência. Segundo ele, como estrategista não havia general melhor que o capitão do sertão, mas também um covarde ao aceitar que homens de seu bando - e até ele próprio - promovesse desmedida violência contra inocentes e humildes sertanejos. Assim, de um lado era amigo do cangaceiro inteligente, perspicaz, diplomata no âmbito coronelista e sem igual no ataque e na defesa, e de outro um declarado inimigo daquele perverso e cruel Lampião.

Escritor

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JOÃO DE SOUSA LIMA É AGRACIADO COM DIPLOMA DA 6ª REGIÃO MILITAR, ATRAVÉS DO GENERAL JOAREZ ALVES.


Nessa manhã, dia 07 de Outubro de 2016, em Paulo Afonso, Bahia, no Quartel da 1ª Cia. de Infantaria, comandado pelo Major Barroso Magno, o General Joarez Alves Pereira agraciou o Historiador e Escritor João de Sousa Lima, com o Título de Amigo da 6ª Região Militar.

Major Barroso Magno, João de Sousa Lima e General Joarez  Alves
Mj. Barroso Magno, João de Sousa Lima, Sebastião, Edinho e GALl. Joarez Alves
Diploma entregue a João de Sousa Lima


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ASCRIM/PRESIDENCIA – ATO PRESIDENCIAL Nº 08/2016


MOSSORÓ(RN), 07 DE OUTUBRO DE 2016,

A ESPECIAL ATENÇÃO DOS SENHORES DIRETORES EXECUTIVOS:   

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO, Presidente da DIRETORIA EXECUTIVA DA ASCRIM.-MILTON MARQUES MEDEIROS, Vice-Presidente da DIRETORIA EXECUTIVA DA ASCRIM,-ANTONIO CLAUDER ALVES ARCANJO,  1º Secretário da DIRETORIA EXECUTIVA DA ASCRIM,-ELDER HERONILDES DA SILVA, Diretor de Comunicação e Relações Diplomáticas da DIRETORIA EXECUTIVA DA ASCRIM-ANTONIO FRANCISCO TEIXEIRA DE MELO, Diretor de Acervos da DIRETORIA EXECUTIVA DA ASCRIM,-MARIA GORETTI ALVES DE ARAÚJO, Diretora de Assuntos Artísticos da DIRETORIA EXECUTIVA DA ASCRIM,-TANIAMÁ VIEIRA DA SILVA BARRETO, Diretora Interina de Cerimonial  e de Eventos da DIRETORIA EXECUTIVA DA ASCRIM,

  ASCRIM/ATO PRESIDENCIAL Nº 008/2016

 I. Na qualidade de Presidente da ASCRIM, conforme me faculta a alínea “a”, do § único do Art. 36, Albergado no Art. 35: item 1, inciso I, item 2 inciso II, item 1 da alínea “d” do inciso III , item 7 da alínea “e” do inciso III, combinados com o parágrafo único, todos do Estatuto da ASCRIM, INDICO OS ASSOCIADOS ABAIXO, PARA COMISSÃO ELEITORAL DA ASCRIM-CEA:

EXPEDITO DE ASSIS SILVA
FRANCISCA DAS CHAGAS DANTAS(FRANCI DANTAS)
MARIA GORETTI ALVES DE ARAÚJO
TANIAMÁ VIEIRA BARRETO DA SILVA

II. Desta forma, amparado no mesmo supedâneo, caput do item I deste, por ser norma conceituada no estatuto, convoco o especial pronunciamento da DIRETORIA EXECUTIVA para “AD REFERENDUM”, NO PRAZO DE CINCO(5) DIAS CORRIDOS,A CONTAR DESTA DATA, MANIFESTANDO-SE ATRAVÉS DE VOTO FAVORÁVEL OU DE VETO, através de email, OBSERVANDO-SE QUE OS EFEITOS DAS DECISÕES REFERENTE O PRESENTE ATO, RETROAGEM NA FORMA ESTATUTÁRIA, CASO NÃO HAJA MANIFESTAÇÃO CONSENTÂNEA.

NESTES TERMOS, REGISTRE-SE, DETERMINE-SE E CUMPRA-SE
MOSSORÓ(RN  07 DE OUTUBRO DE 2016
FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
PRESIDENTE DA ASCRIM

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A MAIOR EDIÇÃO DE LIVROS DO MUNDO ESTÁ EM MOSSORÓ - NO RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL - "QUASE 1 MILHÃO DE LIVROS DA COLEÇÃO MOSSOROENSE"

 Por José Mendes Pereira
Arte do poeta Rogério Dias

Tem que ser criada logo uma associação com os escritores que têm livros nas péssimas condições da “Coleção Mossoroense”, do contrário, o que eles escreveram não serão apresentados aos futuros mossoroenses.

Arte do poeta Rogério Dias
Arte do poeta Rogério Dias

A criação de uma "Associação Protetora à Coleção Mossoroense" irá fazer com que chame a atenção de prefeitos e vereadores para aprovação de verbas que mantenha a biblioteca viva.


Vejam o que disse Aline Linhares:

FALTA RESPEITO E PAGAMENTO

"Sem pagamento desde abril de 2013, que deveria ser feito pela prefeitura de Mossoró, a fundação Vingt-un Rosado terá que sair de sua casa. Para onde irão quase "1 MILHÃO DE LIVROS DA COLEÇÃO" Mossoroense, que está sendo despejada hoje com todo seu acervo? Pro lixo? É assim que a cultura (verdadeira de Mossoró) é tratada? #luto".

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O CASTELO DE POMBAL - ANTES E DEPOI

Por Verneck Abrantes

O Castelo, construído nos anos de 1930, na época, um moderno edifício albergue, que também serviu como uma espécie de Quartel para o Tiro de Guerra do Exército Brasileiro no ano de 1938, quando instalado em Pombal. 


A sua lateral direita vai dar na antiga Rua do Giro, depois denominada de Rua Estreita, hoje Rua João Capuxu. 

Verneck Abrantes.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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PRESO UM ACOITADOR DO AFAMADO CANGACEIRO LAMPIÃO


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HISTÓRICOS QUE MARCARAM O PODER JUDICIÁRIO DE POMBAL - PB

 Por: Verneck Abrantes

A Primeira Igreja Matriz de Pombal.

Nada mais existe da nossa primeira capela de orações, datada de 1701, construída precariamente para administrar os santos sacramento a pequena população local e aos índios que iam sendo convertidos pelo capelão à religião cristã. 


Próximo da antiga, ainda existe, porém, a artística Igreja que foi a primitiva Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso e tem, hoje, o nome de Igreja de Nossa Senhora do Rosário. 


Um dos raros exemplos do barroco no sertão do Nordeste, quase intocável na sua arquitetura original. Sua construção data de 24 de fevereiro de 1721, quando foi lavrada uma escritura pelo escrivão Álvaro de Lima Oliveira, obrigando-se o pedreiro Simão Barbosa Moreira a construir a 


Igreja Matriz no período de três anos, pela quantia de seiscentos e cinquenta mil réis, paga por uma Confraria que, para esse fim, se constituíra, cujo presidente José Diniz Maciel contratou a obra, conforme Escrituras de Obrigação constante no Cartório do 1º Ofício da cidade de Pombal - PB, Verneck Abrantes.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O CANGACEIRO TUBIBA.

Por Sálvio Siqueira

Em 8 de agosto de 1923, estavam entrincheirados, fazendo uma emboscada, para Lampião e seu bando, os valentes nazarenos e dentre eles Euclides Flor, Odilon Flor, Francisco Marques e David Jurubeba.

Essa emboscada foi feita em volta de uma casa nas terras da fazenda Olho D’água da Timburana, próximo ao Distrito de Nazaré do Pico, no município da cidade de Floresta, Pajeú pernambucano.

O “Rei dos Cangaceiros” acha melhor não fazer rancho dentro da casa e segue, acampando nas proximidades.



Mas, seus ‘cabras’ começam a entrarem e saírem da mesma. Em determinado momento saem para o terreiro alguns cangaceiros. Os que estavam na tocaia abrem fogo cerrado contra os mesmos. Os cangaceiros Batista e Sátiro, que era o corneteiro do bando, tombam de imediato. Segundo relatos da pesquisadora/historiadora Marilourdes Ferraz, em seu livro “O Canto do Acauã”, tombaria, também, o cangaceiro Manoel Tubiba, esse, baleado, conseguira arrastar-se por alguns metros e morrera ali por perto, só tendo saído ileso o cangaceiro Meia Noite daquela ‘arapuca’.

Anos e anos se passam quando o pesquisador/historiador João De Sousa Lima recebe a notícia de que no povoado Baixa Verde, residia um ex cangaceiro do bando de Lampião. Segundo o pesquisador/historiador, foram várias as tentativas de aproximação da família e desse ex cangaceiro, mas, sempre encontrando uma barreira intransponível. Seguindo a vida em suas pesquisas, João de Sousa de quando em vez lembrava de que naquele lugar morava uma personagem histórica.



No ano de 2001 uma fonte revela ao pesquisador de que o ex cangaceiro havia falecido. Tendo em suas veias o ‘vírus’ de um desvendador/descobridor de personagens históricas, do tema estudado, “Piancó” volta a procurar os familiares daquele que se ‘fora’.

Desta vez, o Sr. José Mendes Vieira, filho do ex-cangaceiro, resolve se ‘abrir’ com o pesquisador.

Primeiramente ele relata ao pesquisador o motivo de não ter-lhe atendido para falar sobre seu pai, nem tão pouco o ter levado para ‘prosear’ com o mesmo. Havia um grande segredo. Segredo que para nós, estudantes desse tema, João nos mostra em mais uma de suas obras literárias “ Lampião Em Paulo Afonso”.




Segundo o escritor: “No tiroteio acontecido em 8 de agosto de 1923, na fazenda Olho D’água da Timburana, Manoel Mendes Vieira, o cangaceiro Manoel Tubiba, saiu baleado(realmente), atingido talvez, pela bala saída da arma do próprio irmão, de apelido Baião ou pela arma empunhada pelo cunhado (chamado) Roberto.”(Lampião em Paulo Afonso – LIMA, João de Sousa)

Só meus amigo, que o ferido, ao arrastar-se, não morre há poucos metros de onde fora vítima de uma emboscada. Vejamos o que nos relata o escritor, que ouviu do filho do mesmo:

“(...)Tubiba baleado conseguiu fugir e procurar a ajuda do padre Alfredo, seu primo. O padre depois de cuidar do ferimento, enviou Tubiba para proteção do tio deste, o Manuel Mascarenhas, homem importante na Vila do Cimbres, entre Pesqueira e Mimoso, em Pernambuco, onde trabalhou durante 21 anos como inspetor de polícia, função que exerceu com o nome falso de José Mendes Vieira (...).” (Ob. Ct.).

A perseguição a cangaceiros era muito intensa. O medo de saberem que alguém poderia vir a dar com ‘língua nos dentes’, fizeram, não só Tubiba, como outros vários a mudar de ares e criarem nomes falsos, a fim de conseguirem sobreviver.

O jovem egpiciense continua seu relato, através do seu livro:

“(...) Na década de 50, com as grandes construções das usinas hidrelétricas de Paulo Afonso, o filho, Zé Mendes, tentando uma nova vida, veio com o pai Tubiba e se estabelecem nesta cidade. Por ironia do destino, fomos vizinhos na década de 70, morando na rua Alto Novo(...).” (Ob. Ct.).

Esse segredo, meus amigos, era tão bem guardado que muitos dos familiares de Tubiba, não sabiam quem na verdade era ele. Em determinado momento, um familiar que sabia de tudo, resolveu abrir o jogo e contar para os outros.

Tubiba tinha uma irmã gêmea, e a mesma, antes, pensando que seu irmão tinha morrido, agora queria por que queria ver, abraçar, beija o seu tão querido mano.

“(...) Maria Mendes Vieira, irmã gêmea de Tubiba, manifestou o desejo de reencontrá-lo. O encontro aconteceu poucos dias depois, na cidade de Serra Talhada, Pernambuco. Diante dos familiares e amigos que perseguiram o cangaceiro, houve uma grande surpresa com o reaparecimento de Tubiba, onde aproveitaram o momento e selaram um acordo de paz e perdão mútuo, retificando a história, renascendo o velho Tubiba que eles imaginaram que tinha sido sepultado no chão ardente do Sertão(...).” (Ob. Ct.)

O ex-cangaceiro Tubiba, vinha a falecer, realmente, quando contava com 101 anos de idade... em terras baianas. Ficando seus familiares com suas lembranças mentais e algumas armas, que fora dele, na época do cangaço... Nas quebradas do Sertão.

Fonte/foto “Lampião Em Paulo Afonso” – LIMA, João De Sousa. 2ª edição Revisada e Ampliada. 2013.

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ASA BRANCA: DE CANGACEIRO A CURANDEIRO

Por Natividade Praxedes(*)

A história do cangaço ainda guarda muitos desconhecidos mistérios, é evidente que o tão enigmático mundo do cangaço a não vai se desvendar de uma hora para outra, por isso que não devemos ignorar o quanto esse assunto é delicado, misterioso e importante. O cuidado com as palavras é fundamental. Resgatar uma história como a do ex-cangaceiro Antonio Luiz Tavares (Asa Branca) é se envolver mnum tremendo mistério de verdades e mentiras...

Antonio Luiz Tavares ou Asa Branca como era mais conhecido, segundo seu registro de casamento, nasceu no dia 13 de agosto de 1913, na cidade de Portalegre-RN, e faleceu no dia 02 de novembro de 1981 às 09 horas e 30 minutos na cidade de Mossoró em consequência de problemas respiratórios ou melhor morte, natural, e foi sepultado no cemitério público São Sebastião bem coladinho com o túmulo de José Leite de Santana, o cangaceiro Jararaca.

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"A data acima não bate com a data desta foto que aparece no seu túmulo no  cemitério em Mossoró. Segundo dona Francisca da Silva Tavares que é a sua 2ª esposa, me disse que Asa Branca é natural da Paraíba, e não querendo ir até a sua cidade de origem para solicitar registro para efeito de matrimônio, registrou-se na cidade de Portalegre no Rio Grande do Norte". 

Continuando:

Conviveu com duas mulheres: a primeira foi dona Sebastiana Venâncio da Silva com a qual teve três filhos, dois já falecidos e o outro que mora na capital cearense (Fortaleza),; a segunda esposa dona Francisca da Silva Tavares (já tinha um filho do seu primeiro casamento) e ao unir-se com Antonio Luiz Tavares teve mais cinco que são: Antonio Esmeraldo, Francisco Tavares faleceu em 1983, aos 24 anos solteiro e não deixou filhos, Maria Gorete, Maria da Conceição e Máximo Batista.

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"Segundo dona Francisca da Silva Tavares em sua casa em Mossoró, contou a mim e a minha filha Adryanna Karlla Paiva Pereira que, com o cangaceiro Asa Branca ela teve 9 filhos, mas 4 faleceram ainda pequeninos; e que fez o mesmo papelão que fez a rainha do cangaço, Maria Bonita, quando abandonou o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Neném para acompanhar o afamado Lampião. 

A única diferença entre as duas é que Maria Bonita tornou-se cangaceira, e dona Francisca abandonou o esposo, inclusive o seu filho de menos de um ano, para viver com o cangaceiro Asa Branca, mas jamais participou de cangaço".

Continuando:

Asa Branca pertenceu ao grupo de Lampião e ficou muito conhecido por afirmar que Virgolino Ferreira da Silva (Lampião) não tinha morrido na grota de Angico, na madrugada de 28 de julho de 1938...

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"Eu sou muito amigo da família do ex-cangaceiro Asa Branca, mas para falar a verdade, o que ele disse foi através do "disse me disse", porque quando lampião foi assassinado, Asa Branca ainda estava recolhido à cadeia pública de Mossoró. Portanto as suas palavras não têm nenhum sentido real". 

Continuando:

O ex-cangaceiro afirmava que Lampião veio repetidas vezes à Mossoró, e numa delas, em 1955, teria se encontrado com ele nas proximidades do Cemitério público desta cidade. Afirmou também, em entrevista dada ao jornal "O Poti" no ano de 1975, que o capitão Virgolino tinha carros que carregava sal da cidade de Mossoró, mas negava detalhes. 

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"Quando se tem certeza do que se diz ou do que se pensa em dizer não se nega nada quando perguntado. O certo é que estava apenas registrado na mente do ex-cangaceiro".

Continuando:

Também detalhava em suas entrevistas que Virgolino Ferreira da Silva, o afamado e sanguinário capitão Lampião visitou o túmulo de José Leite de Santana, o cangaceiro Jararaca por várias vezes.

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"Incrível esta visita ao cangaceiro Jararaca, porque o capitão Lampião não tinha tanta amizade com o cangaceiro, vez que ele foi seu comandado apenas por menos de 2 anos. Se fosse o Mariano, o Corisco, um desses que tivesse sido assassinado em Mossoró, daria pra se acreditar um pouquinho, porque Lampião viveu mais tempo com estes facínoras, e com certeza, as amizades eram mais chegadas, presentes". 

Continuando:

Asa Branca participou de várias apresentações de programas de televisão em Fortaleza, Natal e Recife, de suas excursões trazia prêmios e donativos. Foi entrevistado por vários jornais do Sul do país, e também foi presença no "Fantástico" da Rede Globo.

Foi admirado por muitos, principalmente por ter trocado a vida da caatinga (fora-da-lei) pela a paz de uma família, chamou atenção da mídia e do ex-cangaceiro Augusto Toledo que pertenceu ao bando de Lampião nos idos de 1929, (esse cangaceiro não participou do ataque à Mossoró no ano de 1927, portanto não conheceu Asa Branca, mas ofereceu ajuda ao companheiro de aventuras).

Como o senhor Augusto Toledo era bem afortunado e pertencia a uma aristocracia família ofereceu amparo em sua propriedade no interior fluminense para Asa Branca e sua família o que não se concretizou.

Asa Branca solicitou dez passagens de avião para transportar toda família, o silêncio foi a resposta dada à correspondência. 

Asa Branca afirmava que não tinha saudade dos tempos de cangaceiro; afirmava também ter participado de vários ataques, inclusive os de Apodi e Mossoró; ao ataque à cidade de Mossoró, a 13 de junho de 1927, sempre afirmava não ter vindo à rua, ficando com outros cangaceiros guardando os prisioneiros e os animais do bando, a uma distância de três quilômetros da cidade. Após este ataque, Asa Branca foi preso pela polícia do Ceará e recambiado para o Rio Grande do Norte. Aqui foi julgado e cumpriu uma pena de 10 anos e 11 meses e quinze dias. No tempo em que passou na prisão, foi torturado e enterrado vivo, permanecendo por alguns minutos soterrado, por ordem de Juventino Cabral, para descobrir "coisas que não tinha feito".

Na cidade de Mossoró contou com a proteção de várias pessoas, inclusive do casal Aristides Fernandes e Maria Maia a quem serviu com presteza e dedicação por vários anos. Mas foi por decisão do reitor João Batista Cascudo Rodrigues que Asa Branca tornou-se Antonio Luiz Tavares. Primeiro foi preciso dos documentos para se tornar um cidadão de verdade; depois de um emprego para poder manter sua família dignamente. E foi por decisão do reitor João Batista que Asa Branca passou a trabalhar como vigia do campus Osvaldo Amorim, em Assu, depois de ter trabalhado como vigia da Escola Normal de Mossoró, segundo a diretoria da época teria saído da repartição de ensino por não querer participar de uma festa em homenagem ao professor Abel Freire Coelho, o "Homem" (promotor) que o acusou e fez com que ele fosse condenado a 30 anos de cadeia. 

Asa Branca também participou de conflitos na cadeia com seu companheiro e ex-cangaceiro Rouxinol, que por motivos frívolos os dois presidiários entenderam de ajustar as contas, no dia 01 de fevereiro de 1932, conforme nota do jornal "O Mossoroense", foipreciso a intervenção de detentos e de soldados para evitar maiores gravidades.

São muitos os mistérios que rondavam o ex-cangaceiro Asa Branca, do cangaceirismo ao curandeirismo ele passou e deixou marcas. Apesar de ter tido uma vida agitada como cangaceiro, era um homem simples, que apesar de não frequentar a igreja aos domingos acreditava muito em Deus e era devoto do Coração de Jesus, muito solicitado para esclarecer detalhes da marcha de Lampião pelo Nordeste ou para dar informações sobre cangaceiros foi também um excelente marido e pai, segundo afirma a família, que hoje vive bem estruturada.

(*) Professora de História e Cultura Religiosa.

Fonte: "Jornal da SBEC.
Ano: XV.
Número: 05
Cidade: Mossoró-RN
Data: 13 de junho de 2008
Digitado e ilustrado por José Mendes Pereira

Este jornal foi a mim presenteado pelo pesquisador do cangaço e sócio da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Nascimento (Chagas Nascimento). 

Nota: Desculpem-me alguma falha na digitação, sou um pouco cego. Se faltar alguma letrinha na palavra, mas você entenderá o significado.

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OS ÚLTIMOS MOMENTOS DE CANUDOS, HÁ 119 ANOS

por José Gonçalves do Nascimento

A data de 5 de outubro de 1897 marca o fim de um dos episódios mais vergonhosos da história do Brasil. Tudo começou quando o governo republicano, com o apoio de setores da elite brasileira, decidiu aniquilar a comunidade mística de Canudos ou Belo Monte, no sertão da Bahia, arregimentando para tal fim mais da metade do exército da época. Milhares de sertanejos, incluindo seu líder, Antônio Conselheiro, foram mortos durante o conflito. Outros milhares de soldados também pereceram, ficando insepultos para sempre em meio à vastidão da caatinga. A seguir, os últimos momentos de Canudos, na visão de testemunhas oculares (mantemos a ortografia da época):


“Ao clarear do dia 5, já pouco movimento se observava no centro inimigo; Os soldados, impacientes, foram pouco a pouco se introduzindo nas ruinas dos fanaticos e, dahi a momentos, tinham varejado casa por casa, cujas paredes ainda se mantinham de pé, examinando vallas, subterraneos e tudo quanto havia de mysterioso ali. Os ultimos atiradores que encontraram ainda, de armas na mão, nervosos, alucinados, fazendo fogo sobre elles, morreram nessa occasião e sepultaram-se na mesma valla em que foram encontrados. Eram quatro: um velho, ferido na perna direita, um rapaz de 18 annos presumiveis e dois outros homens vigorosos. Estava tudo acabado"

(Emídio Dantas Barreto [Destruição de Canudos], oficial do Exército, integrante da 4ª expedição contra Canudos, 1897)

“Estava marcado que Canudos seria arrasado neste dia.


Fizeram mão rasa nos habitantes; a idade, o sexo, a cor, as condições fisiológicas dos que foram encontrados neste hediondo dia, em Canudos, não foram respeitados.

As roças foram incendiadas, as casa derruídas com os jagunços dentro.
Era preciso queimá-las e queimaram-nas.

Em Canudos, os ventres em gestação, como caldeiras humanas, aqueceram se, ebuliram-se e se não estouraram foi devido ao fogo já ter abrasado as paredes das comportas onde jaziam embriões e fetos que o fogo ia incinerar.

De mais se houve brados de socorro e misericórdia, a voz do incêndio e o estrondo do bombardeio abafaram!”.

(Manoel Benício [O Rei dos Jagunços], correspondente do Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, em Canudos, 1897).




“Não se pode dar um passo sem se tropeçar em uma perna, um braço, um crânio, um corpo inteiro, outro mutilado, um monte de cadáveres, aqui meio queimado, outro ali ainda fumaçando, outro adiante completamente putrefato, disforme, e ao meio de tudo o incêndio e uma atmosfera cálida e impregnada de miasmas pútridos. A morte pela fome, pela sede, pela bala, e pelo incêndio, emudeceu a todos, substituindo as lamúrias do banditismo, pelos alegres sons dos hinos de vitória!

Canudos não existe mais!"

(Fávila Nunes, correspondente do jornal Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, em Canudos, 1897)

“Em enorme buraco os nossos homens atearam grande fogueira. De dentro dolorosamente começaram a gritar: - Pelo amor de Deus, por Nossa Senhora, pela Virgem Maria, apaguem esse fogo que nos entregamos!

Corremos então à praça de Canudos. Percorrendo as ruas da cidade tive ocasião de observar o quanto se acha ela devastada, parecendo impossível que as suas casas ainda possam servir aos habitantes"

(Alfredo Silva, correspondente do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro, em Canudos, 1897).

Assim, com o auxílio da dinamite e do querosene, finalizava a república o arrasamento de Canudos. Ao estouro do canhão e ao golpe da baioneta seguia-se a voracidade da chama e do calor.

O crime perpetrado contra os sertanejos há 119 anos continua impune. Nem sequer um pedido formal de desculpa foi até agora formulado pelo Estado brasileiro, o principal responsável pelo massacre. Canudos ainda é uma chaga aberta no seio da nação, a espera de ações concretas que possam reparar os terríveis danos provocados pelas elites contra o povo sertanejo.

Conclame-se a consciência nacional. Com a palavra os corações sensatos desse país. A história não tolera a indiferença. Ela é implacável com os que tentam ludibriá-la.

O sertão exige de quem de direito uma resposta à altura dos ideais dos peregrinos do Belo Monte. Esta resposta é urgente e terá de vir em forma de políticas públicas. Políticas públicas eficientes que sejam capazes de conferir plena dignidade à gente sertaneja.

Quando isso acontecer, o Brasil estará a alguns passos de se redimir perante o sertão ensanguentado.

jotagonçalves_66@yahoo.com.br

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O ESTRANGEIRO QUE PEITOU LAMPIÃO


Imagine-se no início do ano de 1936, andando a pé pela caatinga. A 14 léguas de Águas Belas, em Pernambuco, de repente você é surpreendido por bandoleiros armados. Levado até Lampião, é acusado de ser espião da polícia, mesmo falando castelhano. Após levar uma coronhada no peito, já de pé, mas seguro por dois homens, diz na cara do rei do cangaço: “O senhor deve me tratar como eu mereço. Sou um estrangeiro e tenho direito a ser respeitado. O senhor está desrespeitando a sua lei e o seu governo”.

O autor desta suposta resposta, que saiu vivo para contar a história, publicada no Diário de Pernambuco no dia 22 de fevereiro de 1936, chamava-se Andrés Zambrano, um venezuelano de 22 anos, capitão de um grupo de 20 escoteiros que resolveu conhecer toda a costa brasileira, partindo de Caracas no dia 12 de dezembro de 1934.

O Diário apenas reproduziu o relato que Zambrano deu, no Rio de Janeiro, ao Diário da Noite, outro jornal dos Diários Associados. Para a imprensa do Sudeste do país, relatos sobre a brutalidade de Lampião sempre atraíam leitores e a existência de um estrangeiro que conseguiu ser libertado depois de enfrentar o maior dos cangaceiros era mais do que o esperado.

Na verdade, Andrés Zambrano, que apareceu na redação do diário carioca vestido de uniforme cáqui, com galões de capitão e um grande chapéu de feltro, de abas largas, era espalhafatoso demais para descrever o ocorrido da forma como realmente aconteceu.

Segundo a conversa de Andrés Zambrano, os escoteiros estavam merendando à sombra de uma árvore quando foram cercados por 24 cangaceiros. Os venezuelanos receberam ordem de acompanhar o bando, andando cerca de cinco léguas em uma caatinga fechada. Ao chegar no esconderijo, Lampião estava contando dinheiro e perguntou quem eram aqueles rapazes fardados. “Quem é o chefe deste batalhão?”, inquiriu Virgulino. Foi quando Andrés Zambrano se apresentou, afirmando ser da Venezuela e não trabalhar para a polícia.

Depois de ter exigido respeito no tratamento, ele teria ouvido Lampião dizer que a “lei era ele”. Os escoteiros foram todos amarrados depois de ficarem devidamente nus. Morreriam no dia seguinte, como vingança à perda de quatro cangaceiros por causa do último ataque do tenente Manuel Neto.

Lampião não teria ido com a cara do estrangeiro insolente. Mandou servir café salgado para ele e depois água com pimenta. A história só não teve fim ali mesmo, porque por volta da meia-noite, teria aparecido Maria Bonita. Ela teria se interessado pela confusão e conversado com os escoteiros. Convenceu Lampião a soltá-los, depois dos “visitantes” terem dado sua palavra de honra de que não informariam à polícia o paradeiro do bando.

Aos repórteres do Diário da Noite, Zambrano teria ainda afirmado que Maria Bonita quis saber da sua idade e dito que ele era bem bonitinho, batendo no seu ombro. E ele nu, amarrado na árvore…

No dia seguinte, os venezuelanos foram soltos. Perderam as roupas, uma máquina fotográfica e o equivalente a quatro contos de réis. Da turma toda, somente Zambrano resolveu continuar suas andanças pelo Brasil. Foi assim que ele apareceu, vivinho da silva, na redação do jornal carioca. Contando uma história que Lampião não iria gostar nem um pouco.

Clique no link para ver o jornal sobre este acontecimento

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/diretodaredacao/2015/09/14/o-estrangeiro-que-peitou-lampiao/

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É HOJE A ENTREVISTA DE RUBENS COELHO COM rOgério Dias



É hoje a entrevista de Rubens Coelho com Rogério Dias - Assistam!

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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