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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

FIM DO CANGAÇO: AS ENTREGAS

 Autor Luiz Ruben F. de A. Bonfim

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Afinal, quem decapitou Maria Bonita? Os volantes Bertoldo, Cecílio ou... “Negro”, o da reportagem abaixo?

Por Antonio Corrêa Sobrinho


“O ESTADO DE S. PAULO” – 21/10/2001 MEMÓRIAS DO HOMEM QUE DECAPITOU MARIA BONITA
Por Leonencio Nossa

“NEGRO”, QUE ERA POLICIAL NAQUELA ÉPOCA, GARANTE QUE MARIA BONITA JÁ ESTAVA MORTA



OROCÓ (PE) – Ele ajudou a cortar a cabeça de Maria Bonita com faca tão afiada quanto a própria memória. Depois de trocar tiros e punhaladas com cangaceiros na juventude, Augusto Gomes de Menezes, um policial aposentado que acaba de completar 85 anos, virou contador de histórias do cangaço e de Orocó, cidade sertaneja a 620 quilômetros do Recife, às margens do rio São Francisco. Um lugar violento e pobre, com 10 mil moradores, onde mais de 5% das crianças morrem nos primeiros dias de vida.

Negro, como era chamado pelos colegas de polícia, participou de um capítulo decisivo da história do Sertão. O cenário é a fazenda Angicos, em Flor da Mata, atual Poço Redondo (AL), na manhã de 28 de julho de 1938. O bandido Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, escondia-se no local com seus homens. “Morreram nove cangaceiros e duas cangaceiras, Enedina e Maria Bonita”, inicia a prosa. “Maria Bonita morreu pertinho dele, Lampião, assim como daqui ali naquela parede”. Sentado numa cadeira de plástico, na sala da casa de estuque, onde mora com duas filhas, Negro não reivindica papel de destaque na ação que resultou na decapitação do bando de Lampião. “Quando eu cortei a cabeça dela (Maria Bonita), não estava mais viva, não”, diz. “Num combate anterior, eu gritei pra ele (Lampião): ‘Traz tua mãe, filho da peste, pra tirar raça de homem valente!’ Ele gritava pra gente também: ‘Taca espora na tua mãe, aquela égua’”, exclamou.

Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, Frederico Pernambucano de Mello afirma que Negro é personagem desconhecido pela história, talvez por ter sido soldado raso da campanha contra Lampião.

Na avaliação de Mello, o depoimento do aposentado ao “Estado” não apresenta contradições, especialmente na descrição do massacre de Angicos, e preenche lacunas, como por exemplo, a morte do cangaceiro Mané Velho, em 1937. O pesquisador planeja uma viagem a Orocó para conhecê-lo.

Hormônios – O aposentado mostra uma foto da época. “Este aqui sou eu”, aponta para um dos retratados. “Já este aqui é o cabo Terror, que tinha esse apelido porque era um terror mesmo.” Negro desafia o crepúsculo de Orocó. Entre um cigarro de palha e outro, vai construindo imagens mais vivas que o presente, feitas de duelos e sangue. 

“Só de bornal nas costas eu tenho cinco anos”, fala numa alusão ao período em que ficou isolado na caatinga. “Desses cinco anos, só descansei oito dias”. Negro ri do fato de o povo de Orocó ter pensado que ele deu o primeiro tiro em Lampião. O aposentado esclarece que não foi bem assim. “Muita gente ainda jura que ele morre por mim, não sabe?” Negro deixa claro que só quem viveu o período é capaz de acreditar nos feitos atribuídos a Lampião. “Numa fazenda em Simão Dias, mataram dois rapazes, defloraram uma moça e cortaram a língua de uma velha”, diz. “A gente perguntou a ela o que acontece, e ela: ahhh... Não disse nada. Coitada, não tinha culpa, pois não tinha língua.”
Homens valentes e mulheres decididas não fizeram sozinhos a história do cangaço. Muitos integrantes do bando de Lampião viviam a explosão dos hormônios. Menores também foram sados na repressão aos bandidos. Negro era um deles. Nascido na cidade baiana de Curaçá, em 1916, foi recrutado ainda menino pelo governo. Não tinha completado 22 anos quando participou do combate de Angicos.

“Com 14 anos peguei na espingarda para perseguir gente ruim e só saí quando acabou o derradeiro, em 1941”, afirma, numa referência ao fim do cangaço. E era na caatinga, longe das vilas e cidades que os meninos descobriam a sexualidade. A caça aos cangaceiros levava os jovens das volantes a ficarem meses afastados de mulheres. O jeito era se virar com animais ou, se tivessem sorte, cangaceiras capturadas.


PARA PEGAR BANDIDO NA CAATINGA , SÓ SE FOR A PÉ

Policial aposentado discorda dos meios usados pela polícia e pelo Exército

Um dos últimos sobreviventes do combate de Angicos, o policial aposentado Augusto Gomes de Menezes, o Negro, discorda das ações atuais das polícias e do Exército contra assaltantes de caminhões e traficantes de drogas em Pernambuco. Ele releva o fato de os fuzis e as metralhadoras terem substituído os punhais no sertão. “Eu não posso informar nada da polícia de hoje, mas o que eu acho é que carro com sirene não é modo de perseguir gente ruim”, afirma. “Na caatinga não dá para entrar de carro.”

Negro lembra que para caçar cangaceiros o jeito era andar a pé, sem mula ou viatura. Vida na caatinga era à base de carne, farinha e rapadura. A farinha ficava no bornal. O jeito era meter a mão no bornal. “A gente não tinha tempo de assar carne, comia crua mesmo, tirava a dente”, conta. A escassez de água levava o grupo a apelar para a rapadura. “A gente passava até sete dias sem beber”, dramatiza. “Isso escureceu a vista de todo mundo.”

O policial aposentado se casou e enviuvou duas vezes. Da primeira união, com Ocília Barbosa, em 1940, nasceram dez filhos. A mulher morreu 33 anos depois, quando os dois já estavam separados. “Ela caiu de repente e morreu”, lembra. Quem também morreu por nada, há oito anos, foi Antônia Maria do Nascimento, com quem teve mais oito crianças. Dos 18 filhos de Negro, restaram dez. Amigos não faltam; de solidão, reclama pouco. O maior problema, segundo ele, é o salário mínimo que recebe da Previdência Social.

A casa de Negro não tem televisão nem guarda-roupas. Também faltam baús. Segredos e histórias de uma polícia violenta e criminosa estão na memória do homem que após participar das volantes foi chamado para lutar na Segunda Guerra Mundial – chegou a se apresentar em Salvador, mas a guerra acabou uma semana antes.

Negro colaborou com o Exército na repressão aos integralistas da Bahia, durante o Estado Novo de Vargas, e no auge do regime militar, nos anos 60. Sobre essa época, pouco revela. Desconfia-se que passava informações sobre a geografia da região. “Depois de sair da volante, eu trabalhei nesse negócio de pistolagem”, diz sem ir adiante. Em 1965, no governo do marechal Castelo Branco, gente do Exército andou prometendo “coisa” para o policial aposentado. (L.N.).


PARTILHA DE BENS DO CANGAÇO GERAVA DISCÓRDIA ENTRE POLICIAIS

Tenente teria ficado com maior parte do tesouro do bando de Lampião. Os macacos, como os policiais eram chamados pelos cangaceiros, travaram duelo particular pela divisão do tesouro do bando de Lampião. Um dos integrantes da volante que massacrou os criminosos, em 1938, Augusto Gomes de Menezes, o Negro, revela que o chefe, o tenente João Bezerra, morto nos anos 70, ficou com a maior parte da fortuna, cerca de 1200 contos de réis e cinco quilos de ouro. O prêmio máximo da Loteria Federal valia, à época, 200 contos de réis. “A gente tinha ordem do presidente que quem matasse cangaceiro ia ficar com os objetos dos mortos”, diz.

Negro afirma que o tenente não repartiu a fortuna e dá a lista dos nomes dos colegas de farda que teriam sucumbido numa suposta operação travada por João Bezerra para evitar a partilha. “Zé Gomes foi morto por um pistoleiro e Mané Velho conseguiu escapulir.”

Mais de 60 anos depois da maior façanha da volante, Negro ainda tem raiva do tenente. “Eu não fui perseguido pelo João Bezerra, mas ao mesmo tempo posso dizer que fui; eu trabalhei demais”, diz resignado. “eles prometeram um negócio para mim e nunca saiu.” Ele jura que não ficou com nenhum pertence dos cangaceiros. “Eu peguei dez contos de réis de um, mas um colega me traiu.”

O pesquisador Frederico Pernambucano de Mello desconhece as perseguições, mas confirma a revolta dos soldados e a promessa de partilha. Há 40 anos estudando o cangaço, Mello diz que Mané Velho era homem violento e que causava medo entre os colegas. Após o massacre de Angicos, Mané Velho cortou as mãos do cangaceiro Luís Pedro para ficar com os anéis de ouro.

Fotos das revistas da época mostram as cabeças dos onze cangaceiros expostas na escadaria da prefeitura de Piranhas, em Alagoas. O crânio de Lampião aparece no centro. A mórbida cena é atenuada pelos chapéus com pedaços de ouro e signos de Salomão e pelos bornais. “A estética do cangaço é uma arte nascida em circunstância de conflito; seus símbolos não são apenas estéticos, mas possui funções místicas”, avalia Mello, um dos curadores da Mostra do Redescobrimento.

“Numa comparação universal, o traje do cangaceiro só se compara ao do samurai japonês.” Nas andanças pelo sertão, Mello encontrou pessoas que afirmaram que a cena de maior impacto na vida foi ver o bando de Lampião. “Tinha-se a impressão de que o grupo, ao chegar às cidades, estava trajado como se fosse pular carnaval”, diz. “Era uma mistura de pavor e êxtase; um êxtase estético, épico e viril.” (L.N.) 


Imagem ilustrativa da matéria, de Augusto Gomes de Menezes (Negro)

Fonte: facebook

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“O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS


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O FAMOSO NAZARENO "Cel. MANOEL NETO" ( Série grandes artigos) SINOPSE DA VIDA DESSE BRAVO POLICIAL NAZARENO - PARTE ii


Conta Malta Neto (Memórias de um cobrador de impostos, p. 93) que então “Lampião cercou a casa cuidadosamente, tomando os pontos aconselhados pela prudência e disparou alguns tiros para o ar, para despertar seus inimigos, pois sabia todos presos numa armadilha mortal, inteiramente a sua mercê”.

A resposta dos Gilo não se fez esperar. O tempo se fechou. Cerca de 40 cangaceiros disparavam sobre a casa de taipa; os demais tomavam a estrada que levava a Floresta, aprisionando os feirantes que para ali se dirigiam, ou se posicionavam à espera da força que esperavam vir da cidade em socorro aos atacados. Não queriam surpresas.

A notícia do ataque, entretanto, chegou a Floresta. Diz João Gomes de Lira que o capitão Muniz de Farias, “sem saber o que fazer, corria de um lado para o outro sem tomar nenhuma resolução”.

“As famílias da cidade de Floresta, penalizadas e compadecidas com a situação, dirigiam-se ao capitão pedindo que fosse socorrer aquela gente”. “O capitão mandava tocar reunir e logo mandava tocar debandar.”

O jovem anspeçada Manuel Neto fazia parte da força do capitão Muniz. Com o braço na tipóia, ainda sentindo o ferimento recebido na Caraíba, insistia com o superior, pedindo-lhe uma tropa para socorrer os Gilo. O capitão discordava. Alegava que não poderia deixar a cidade desguarnecida.

Manuel Neto insistia: se 10 homens o acompanhassem, iria por conta própria lutar com o grupo de cangaceiros, que sabia dispor de mais de cem bandidos. Passaram para o seu lado dez policiais.

Nesse momento ainda interferiu João Gominho Filho, amigo de Farias. Pediu-lhe que “o auxílio fosse melhorado suficientemente, de vez que tínhamos força bastante e não iria fazer falta à nossa cidade uma pequena tropa”, conta Siato (Memórias). Não foi atendido.

O anspeçada não mais esperou. Seguiu correndo, acompanhado dos companheiros, em direção à Tapera, distante cerca de duas léguas. Conta Malta Neto (obra citada) que Manuel Neto, a uns três quilômetros do campo da luta, “dispôs seus homens em três grupos, caminhando por dentro do mato, com cautela, para evitar as desagradáveis surpresas que Lampião sabia tão bem armar, e que ele, Manuel Neto, conhecia tão bem pelas longas batalhas que havia travado com o bandido. Nem por isso deixou de ser surpreendido”.

Foi atacado de repente, quando ainda não esperava. A luta que se seguiu foi furiosa e cruel. Os bandidos procuravam envolver a pequena força. Balas caíam “como pingos de chuva”, seguindo-se um combate de cerca de duas horas. João Ferreira de Paula, soldado, tombou varado por balas, quase aos pés de Manuel Neto.

Vendo a munição se acabar, o anspeçada, pesaroso e amargurado, teve de abandonar o infernal fogo. Devido aos movimentos bruscos, sangrava-lhe o ferimento do braço.

Ficava, assim, toda a família Gilo à mercê de Horácio e de Lampião. Diz Malta Neto que a taipa da casa foi cedendo aos poucos, “ficando os varais nus, sem a proteção do barro, até o extremo de não restar mais nenhuma argamassa para proteger os lutadores presos na armadilha da morte.”

Billy Chandler (obra citada, p. 93) esclarece que, por volta das 10 horas (o fogo se iniciara às 4 horas), cessaram os tiros dentro da casa. O mais velho dos Gilo - o único homem ainda vivo, na casa - saiu ou foi arrastado. “Lampião puxou do bolso a carta que ele acreditava ser do homem à sua frente, e começou a lê-la.

Gilo protestou e negou a autoria, acrescentando que não sabia ler nem escrever. Lampião, conforme dizem, estava propenso a acreditar na sua inocência, quando Horácio, que estava perto, levantou a pistola, atirou e matou seu inimigo. Ao todo morreram 12 pessoas na fazenda Tapera naquele dia, e, conforme disseram as testemunhas, os corpos estavam espalhados por toda a casa.

. Das 12 pessoas presentes, só não morreu a mulher de Gilo”. Acrescenta também que morreu uma pessoa que tinha sido detida na estrada, além do soldado. Dos Gilo, morreram Manoel, dois de seus irmãos, seu pai e diversos outros parentes. A tragédia foi total.

Conta Siato que, depois de tudo consumado, “chegou ainda ali o capitão Muniz de Farias, com maior contingente de força, mas nada mais fez a não ser, após informado da situação, regressar para Floresta, deixando de seguir no encalço do grupo, como desejava e pedia o bravo e destemido anspeçada Manuel Neto.”

O tiroteio da Favela:

Vinte dias depois, Lampião foi ferido gravemente na fazenda Tigre, em Floresta, retirando-se para o município de Tacaratu para ali se tratar, restabelecendo-se por fim em uma das fazendas de Ângelo da Jia.

Com força total, voltou três meses depois a espalhar o medo. Apareceu na região do riacho São Domingos, seguindo para os povoados de São Francisco e Santa Maria. Entrou no município de Floresta e passou pelas fazendas Campos Bons, Cachoeira, Exu e Arapuá, dormindo no dia 10 de novembro (1926) na fazenda Favela, a cerca de 12 quilômetros da cidade. Cerca de 90 homens sob o comando do sargento José Saturnino e anspeçada Manuel Neto seguiam-lhe a pista.

Diz Marilourdes Ferraz (O Canto do Acauã, 1 ed., p. 245) que a força “encontrou Emiliano Novais, certamente indo ao encontro de Virgulino Ferreira. Interrogado, não forneceu quaisquer informações; apenas por considerar seus parentes, Manuel Neto o libertou”. “Emiliano foi imediatamente ao encontro de Lampião avisar que Manuel Neto tomava aquele rumo.”

E quando, na madrugada do dia 11 (alguns autores, erradamente, dão esse fato como acontecido em agosto), a força chegou à Favela, já encontrou uma grande emboscada. Sem desconfiar, Manuel Neto bateu à porta da fazenda. Perguntaram quem era.

- É Manuel Neto.

Pediram para aguardar.

De repente, a parte superior da porta se abriu e uma tremenda descarga foi dada para o lado de fora da casa, tombando mortos dois soldados, sendo outros feridos.

João Gomes de Lira (obra citada, p. 339) diz que, assim que os bandidos recolheram as armas, Manuel Neto, que se encostara ao pé da parede, ao lado da porta, “sem perda de tempo, botou a boca do mosquetão para o lado de dentro, fazendo fogo.”

De outra casa partiam tiros, levando pânico aos soldados em campo raso. Da parede do açude diversos cangaceiros alvejavam os homens de José Saturnino que recuou com vários feridos e mortos em seu grupo.

Cerca de duzentas armas vomitavam fogo e “o mundo” encobriu-se de fumaça. Os bandidos viam Manuel Neto lutar como poucos. Provavelmente nesse combate o nazareno ganhou dos companheiros o apelido de Manuel Fumaça. Lampião preferia chamá-lo de Cachorro Azedo, face a sua disposição em persegui-lo.

A frágil posição das forças, com as violentas retaguardas dos cangaceiros, entretanto, não permitiram uma maior resistência. Depois de 3 a 4 horas de fogo, os soldados começaram a se retirar, resistindo bravamente Manuel Neto até o último momento. Vendo ao seu lado um punhado de combatentes e com inúmeras perdas, resolveu o anspeçada recuar, levando os feridos para Floresta.

Na cidade, somente depois que deixou de ouvir o tiroteio é que o capitão Muniz de Farias se dispôs a socorrer os companheiros, para ali seguindo com 70 a 80 praças. Segundo João Gomes de Lira (obra citada, p. 341), Muniz encontrou o anspeçada no caminho. Vinha “dando esturros de todo tamanho. Vinha mesmo faiscando de todo jeito por ter Lampião ficado na cava”. Pediu ao capitão a sua força, disposto a, no mesmo momento, perseguir os bandidos. O capitão negou.

“Indignado” - conta Lira -, “disse coisas pesadas ao superior.”

Muniz ainda foi até à Favela, nada encontrando. Ainda segundo Lira, o capitão, “por não gostar da família Novaes, incendiou as casas da grande fazenda.

. Foi bem elevado o prejuízo que o proprietário, Sr. Antônio Novaes, sofreu.” Marilourdes Ferraz esclarece que o capitão mandou “atear fogo aos cercados da Favela.”

A 15 de novembro de 1926, o Comandante das Forças Volantes, major Theóphanes Ferraz Torres, passou ao Comandante Geral da Força Pública o seguinte telegrama:

“Sindicando sobre tiroteio fazenda Favela, tenho satisfação de dizer que tal acontecimento foi um dos feitos de maior valor praticado no interior do Estado, pela nossa heróica Força Pública. Bandidos em número superior sabiam que José Saturnino e Manuel Neto marchavam em perseguição, de modo que, ao chegarem em lugar apropriado e absolutamente favorável a eles, esperaram força em campo raso, de surpresa receberam as primeiras descargas, travando-se luta verdadeiramente encarniçada, durante algumas horas.

Após o tiroteio grupo foi encontrado rumando direção serra Umã conduzindo cinco bandidos feridos. Foi também encontrado um bandido morto no local do tiroteio, afora os que de certo o grupo pôde ocultar.

Em reconhecimento ao esforço de Manuel Neto, o capitão Muniz, chegando a Floresta, “pediu por ato de bravura a promoção de cabo para o anspeçada”, sendo imediatamente atendido.

CONTINUAREMOS AMANHÃ...

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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EXTRA - 21 DE SETEMBRO - DIA DA ÁRVORE


O Dia da Árvore é comemorado em 21 de setembro e tem como objetivo principal a conscientização a respeito desse importante recurso natural.

O Dia da Árvore é comemorado no Brasil em 21 de setembro e tem como objetivo principal a conscientização a respeito da preservação desse bem tão valioso. A data, que é diferente em outras partes do mundo, foi escolhida em razão do início da primavera, que começa no dia 23 de setembro no hemisfério Sul.
A árvore é um grande símbolo da natureza e é uma das mais importantes riquezas naturais que possuímos. As diversas espécies arbóreas existentes são fundamentais para a vida na Terra porque aumentam a umidade do ar graças à evapotranspiração, evitam erosões, produzem oxigênio no processo de fotossíntese, reduzem a temperatura e fornecem sombra e abrigo para algumas espécies animais.
Além disso, entre as diversas espécies arbóreas existentes, incluem-se váriasplantas frutíferas, como é o caso da mangueira, limoeiro, goiabeira, abacateiro, pessegueiro e laranjeira.
Além de produzirem alimento, as árvores também possuem outras aplicações econômicas. A madeira por elas produzidas serve como matéria-prima para a criação de móveis e até mesmo casas. A celulose extraída dessas plantas, principalmente pinheiros e eucaliptos, é fundamental para a fabricação de papel.Além disso, algumas espécies apresentam aplicabilidade na indústria farmacêutica por possuírem importantes compostos.
Em virtude da grande quantidade de utilizações e da expansão urbana, as árvores são constantemente exterminadas, o que resulta em grandes áreas desmatadas. O desmatamento afeta diretamente a vida de toda a população, que passa a enfrentar erosões, assoreamento de rios, redução do regime de chuvas e da umidade relativa do ar, desertificação e perda de biodiversidade.
Sendo assim, o dia 21 de setembro deve ser visto como um dia de reflexão sobre nossas atitudes em relação a essa importante riqueza natural. Esse dia é muito mais do que o ato simbólico de plantar uma árvore e deve ser encarado como um momento de mudança de postura e conscientização de que nossos atos afetam as gerações futuras. É importante também haver conscientização a respeito da importância da conservação, bem como da necessidade de criação de políticas públicas que combatam a exploração ilegal de árvores.
Curiosidades:
- Cada região do nosso país possui uma árvore símbolo diferente. Observe:
Árvore símbolo da região Norte – castanheira;
Árvore símbolo da região Nordeste – carnaúba;
Árvore símbolo da região Centro-Oeste – ipê amarelo;
Árvore símbolo da região Sudeste – pau-brasil;
Árvore símbolo da região Sul – araucária.
- No Dia 21 de março é comemorado o dia Mundial da Árvore.
Por Ma. Vanessa dos Santos
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
SANTOS, Vanessa Sardinha Dos. "21 de setembro - Dia da Árvore"; Brasil Escola. Disponível em . Acesso em 21 de setembro de 2015.
http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-da-arvore.htm
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MARIA, COM OUTRO CAPITÃO?

Por Sálvio Siqueira
Heroína popular, decidida, corajosa, ciumenta, malfalada. Maria... Bonita Foto: Reprodução

Com uma bandeira do Panamá, tendo uma tripulação coreana, o navio japonês "Maria Bonita" corta os mares e oceanos, levando o nome e a cultura sertaneja para todos os povos...

Sabemos nós que o Sertão não tem nada haver com os mares, assim como vice versa. Mas, há tempos passados, existiu um navio cruzando os mares levando uma homenagem àquela que é símbolo de  mulher aguerrida. Uma mulher que acompanhou seu companheiro, o chefe cangaceiro Lampião, pelos caminhos tortuosos do cangaço.

 "Maria Bonita" e seu capitão formam outra dupla. Desta vez nos oceanos e não nas caatingas sertanejas.
Em 1985 uma armadora de embarcações, lança ao mar, para sua primeira viagem mais um novo navio. Este era comandado pelo capitão Sumio Matsumoto, da companhia japonesa Mitsui O.S.K. Line, o qual escolhe o nome "Maria Bonita" para sua embarcação, além de ter em sua cabine, um manequim vestido de mulher, de uma mulher sertaneja, de uma mulher cangaceira... de Maria.

  Capitão Matsumoto conhece a história e assume: "Eu sou o Lampião" -  Foto: Rubens Onofre 
                                                                        
Presidente da Companhia japonesa, T. Yano, faz uma explanação contando, resumidamente, a história da cangaceira Maria Gomes de Oliveira,conhecida em seu lugar, antes de tornar-se bandida, como Maria de Déa, a qual, viria a ser conhecida no mundo como "Maria Bonita", depois que um Jornal carioca lança assim seu codinome.A escolha, segundo o comandante, foi minuciosa. Até um diretor da armadora esteve no Rio de Janeiro, especialmente para estudar a história de Maria e seu Capitão. Ao escolher o nome "Maria Bonita", colocou para apreciação dos dirigentes da empresa, os quais aprovaram por unanimidade tal escolha.

O presidente da armadora falou de Maria Bonita no dia do batismo do navio.  Foto: Divulgação


Capitão, quando da reportagem, cita que a história do cangaço tem dois lados. Um, é sobre o amor que nasceu entre Virgolino e Maria, e o outro, é o crime, a vingança, as atrocidades, o desespero, a agonia e a morte que acompanhava o grupo.
                            
O "Maria Bonita" "É um navio próprio para o transporte de contêineres, moderno, com equipamentos sofisticados a bordo. Pertence a uma empresa registrada no Panamá, a Ocean Harmony S.A., controlada pela Mitsui, que aparece como a fretadora do navio. Tem 14 mil toneladas de porte bruto, 155 metros de comprimento por 25 de largura e calado que chega aos 10 metros. Viaja à velocidade de 15,3 nós horários.

O nome é uma homenagem da armadora japonesa à companheira de Lampiãoe o navio fará a linha entre o Japão e portos brasileiros. Foto: Rubens Onofre

A tripulação é composta por dois japoneses - o capitão e o 1º oficial - e 29 coreanos, inclusive sete membros da oficialidade. Os coreanos, hoje, na navegação internacional, tomaram conta de postos que anteriormente eram ocupados apenas por oficiais do país da bandeira do navio ou da nacionalidade da armadora"(Novo Milênio).

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