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quarta-feira, 9 de março de 2011

Candidatas Miss Rio Grande do Norte 2011 Universo

            O concurso Miss Rio Grande do Norte 2011 Universo será realizado de 21 a 26 de março, a final será no Teatro Dix-Huit Rosado, em Mossoró. A vencedora disputa o Miss Brasil 2011 Universo.

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+Twitter coordenação: @GeorgedeAzevedo e @JoaoBezerrajrcn

Nísia Floresta - Escritora e poetisa

Extraído do Blog Netsaberbiografias

Nísia Floresta

             Em seu livro Patronos e Acadêmicos - referente às personalidades da Academia Norte-Riograndense de Letras, Veríssimo de Melo começa o capítulo sobre Nísia da seguinte maneira: “Nísia Floresta Brasileira Augusta foi a mais notável mulher que a História do Rio Grande do Norte registra”.

            
              De fato, a história e a obra de Nísia são de uma importância rara. “Infelizmente, a falta de divulgação da obra de Nísia tem sido responsável pelo enorme desconhecimento de sua vida singular e de seus livros considerados de grande valor”, diz Veríssimo.

             A educadora, escritora e poetisa nascida em 12 de outubro de 1810, em Papari, Rio Grande do Norte, filha do português Dionísio Gonçalves Pinto com uma brasileira, Antônia Clara Freire, foi batizada como Dionísia Gonçalves Pinto, mas ficou conhecida pelo pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta. Nísia é o final de seu nome de batismo. Floresta, o nome do sítio onde nasceu. Brasileira é o símbolo de seu ufanismo, uma necessidade de afirmativa para quem viveu quase três décadas na Europa. Augusta é uma recordação de seu segundo marido, Manuel Augusto de Faria Rocha, com quem se casou em 1828, pai de sua filha Lívia Augusta.

             Neste mesmo ano, o pai de Nísia havia sido assassinado no Recife, para onde a família havia se mudado. Em 1831, ela dá seus primeiros passos nas letras, publicando em um jornal pernambucano uma série de artigos sobre a condição feminina. Do Recife, já viúva, com a pequena Lívia e sua mãe, Nísia vai para o Rio Grande do Sul onde se instala e dirige um colégio para meninas. A Guerra dos Farrapos interrompe seus planos e Nísia resolve fixar-se no Rio de Janeiro, onde funda e dirige os colégios Brasil e Augusto, notáveis pelo alto nível de ensino.

           Em 1849, por recomendação médica leva sua filha, gravemente acidentada, para a Europa. Foi em Paris que morou por mais tempo. Em 1853, publicou Opúsculo Humanitário, uma coleção de artigos sobre emancipação feminina, que foi merecedor de uma apreciação favorável de Auguste Comte, pai do positivismo.

          Esteve no Brasil entre 1872 e 1875, em plena campanha abolicionista liderada por Joaquim Nabuco, mas quase nada se sabe sobre sua vida nesse período. Retorna para a Europa em 1875 e, três anos depois, publica seu último trabalho Fragments d’un ouvrage inédit: Notes biographiques.

           Nísia faleceu em Rouen, na França, aos 75 anos, a 24 de abril de 1885, de pneumonia. Foi enterrada no cemitério de Bonsecours. Em agosto de 1954, quase 70 anos depois, seus despojos foram transladados pra o Rio Grande do Norte e levados para sua cidade natal, Papari, que já se chamava Nísia Floresta. Primeiramente foram depositados na igreja matriz, depois foram levados para um túmulo no sítio Floresta, onde ela nasceu.

"O túmulo do cangaceiro Jararaca"

Por: José Mendes Pereira
Túmulo do cangaceiro Jararaca em Mossoró
 
          José Leite de Santana nasceu no dia 05 de maio de 1901, em Pajeú das Flores, no Estado de Pernambuco. Era um homem forte, de estatura mediana, moreno-escuro, e muito violento. De péssimo comportamento, e foi obrigado a fugir de sua cidade, indo para Maceió, Alagoas.

Foto de Jararaca quando era soldado do exército
               
                Entre 1920 e 1925, foi soldado do Exército. Mas posteriormente desistiu da farda para vestir a armadura de pano e couro do cangaço. 
      
               Segundo os estudiosos do cangaço, afirmam que Jararaca passou mais ou menos um ano e meio sendo um  dos comandados do  grupo de Lampião. 

               No dia 13 de Junho de 1927, o bando de Lampião atacou a cidade de Mossoró, e o cangaceiro Jararaca foi baleado, preso e covardemente assassinado no cemitério São Sebastião.

                 Mas se você pensar bem, com certeza vai querer dizer e perguntar: Como Mossoró na época do ataque à cidade, tinha pessoas despreparadas, quando não souberam optar pela conservação da vida do cangaceiro, já que o bandido  estava algemado, baleado, faminto e muito doente, e por que covardemente tiraram a sua vida?

                   Com medo da Jararaca humana se soltar, ou Lampião voltar à cidade para resgatá-la, as autoridades optaram pela sua execução.
  
 Jararaca na cadeia pública de Mossoró

                 Já nos fins do ano de 1925, o José Leite de Santana estava no sertão pernambucano, e com o apelido de Jararaca. E era chefe de um bando de cangaceiros, que assaltava fazendas, comboieiros, matava, incendiava e  depredava.

           Chegou ao bando de Lampião, levando oito companheiros. Destacou-se no grupo por ser bom atirador e grande lutador de faca.

             Diz o jornalista Geraldo Maia, que no depoimento baseado que Pedro Sílvio de Morais, um dos integrantes da escolta que matou o cangaceiro, fez ao historiador Raimundo Soares de Brito, dizia o depoente:

             “- Pelas onze e meia horas da noite, de um  luar claro e  frio, do mês de junho, uma escolta composta de oficiais, sargentos e praças, conduziu em automóvel o bandido, dizendo que ele ia para Natal. No momento da saída e ao dar entrada no carro, Jararaca disse que tinha deixado as alpargatas na prisão, e pediu ao comandante para mandar buscá-las, pois não queria chegar na capital com os pés descalços.
            O tenente-comandante então disse que em Natal lhe daria um par de sapatos de verniz. Quando os automóveis pararam no portão do cemitério, Jararaca interrogou-os:                                                                 

              - Mas isto aqui é o caminho de Natal?

              Como resistisse descer do automóvel, um soldado, empurrando-o, deu-lhe uma pancada com a coronha do fuzil. 

              No cemitério, mostraram-lhe uma cova aberta lá num canto, e um deles perguntou-lhe: 

              -Sabe para que é isso?

              -Saber de certeza não sei não, mas, porém estou calculando. Não é para mim? Agora, isso só se faz porque me vejo nestas circunstâncias, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um gosto eu não deixo para vocês: é se gabarem de que eu pedi que não me matassem. Matem! Matem que matam, mas é um homem! Fiquem sabendo que vocês vão matar o homem mais valente que já pisou neste...

              Mas o Jararaca não teve tempo de dizer o que queria.

             Um soldado por trás dele, deu-lhe um tiro de revólver na cabeça. Ele caiu e foi empurrado com os pés para dentro da cova.                  

             Que maldades fizeram com o cangaceiro!

             - Ele era desumano?

             -Era, e como era! Mas não deveriam ter feito tamanha atrocidade com o rapaz.

Fonte de pesquisa: gemaia@bol.com.br

AUTA DE SOUZA

Por: José Mendes Pereira
 
Auta de Souza

Auta de Souza - a maior poetisa do Rio Grande do Norte

           Auta de Souza nasceu no dia 12 de setembro de 1876, na cidade de Macaíba, no Estado do Rio Grande do Norte. De corpo esbelto, falava só o bastante, de cor morena. Era filha de Eloi Castriciano de Souza, que veio a falecer aos trinta e oito anos de idade, e de Dona Henriqueta Rodrigues de Souza de Souza, tendo falecido aos 27 anos de idade, ambos foram afetados com o vírus da tuberculose.                   

            Próximo a completar 3 anos de idade, Auta de Souza ficou órfão de mãe, e com um anos depois ficou órfão de pai. Auta de Souza não teve boa vida, foi sofrida até o dia de sua morte.

           Aos dez anos de idade, viu o seu irmão Irineu Leão Rodrigues de Souza partir para eternidade, causado por uma explosão de um lampião de querosene, na noite de 16 de fevereiro de 1887.

           Com a morte dos pais, Auta de Souza e seus quatro irmãos foram criados em Recife, pela avó materna Dona Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues, e seu esposo Francisco de Paula Rodrigues, este vindo a falecer logo que Auta de Souza completou seis anos de idade.

           Antes de completar 12 anos de idade, Auta de Souza foi matriculada no Colégio São Vicente de Paulo, no bairro da Estância, e lá foi acolhida pelas religiosas franciscanas, e neste colégio, Auta de Souza foi muito bem educada com: Literatura, Inglês, Música, Desenho e deu um grande passo na língua francesa, o que lhe permitiu ler no original: Lamartine, Victor Hugo, chateubriand, Fénelon. 

           De 1888 a 1890, Auta de Souza estuda, recita, verseja, ajuda as irmãs do Colégio, aprimora a beleza de sua fé, na leitura constante do Evangelho.

           Aos 14 anos, continuava no Educandário Estância. Mas em 1890, apareceram os primeiros sintomas da enfermidade que lhe roubou, em plena juventude, o viço e foi a causa de sua morte. 

           Aos 16 anos, mostrou o seu talento poético, e apaixonou-se pelo jovem Promotor Público de Macaíba, João Leopoldo da Silva Loureiro, com a duração apenas de um ano e poucos meses.

           Auta tinha amor profundo pelo promotor, mas a tuberculose progredia e seus irmãos convenceram-na a renunciar.

            A separação foi cruel, mas apenas para Auta. O Promotor não demonstrou a menor reação... É verdade que gostava de ouvi-la nas festas caseiras a declamar com sua belíssima voz envolvente, aveludada e com ela dançar quadrilhas, polcas e valsas, mas não era o homem indicado para amar uma alma tão delicada e sonhadora como Auta de Souza. Faltava-lhe o refinamento espiritual para perceber o sentimento que extravasava através dos olhos meigos da grande Poetisa.

            Infelizmente Auta de Souza faleceu na madrugada de 7 de fevereiro de 1901, numa quinta-feira à uma hora e quinze minutos, na cidade de Natal, exatamente com 24 anos, 4 meses e 26 dias de idade. 

            Foi sepultada no cemitério do Alecrim e em 1906, seus restos mortais foram transladados para o jazigo da família, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba, sua terra natal. 

Horto

           Em 1900, publicou seu único livro, Horto, de significativa repercussão e cujo prefácio foi escrito por Olavo Bilac, o poeta brasileiro mais célebre daquela época. Edições de Horto:1900 (Rio de Janeiro), com prefácio de Olavo Bilac. Esgotou-se em dois meses.1910 (Paris), contendo nota biográfica de seu irmão Henrique Castriciano1936 (Rio de Janeiro), com prefácio de Alceu Amoroso Lima (o Tristão de Ataíde)1964 (Natal), incluiu 17 poemas inéditos da escritora2001 (Natal), com um estudo crítico de vida e obra.O cancioneiro de Auta de Sousa é composto pelos seguintes poemas:

               Agonia do Coração  
              Ao Cair da Noite
              Ao Luar
              À Eugênia
              Caminho do Sertão
              Desalento
              Meu Pai
              Meu Sonho
              Nunca Mais
              Olhos Azuis
              Palavras Tristes
              Regina Coeli
              Rezando (que deu origem à canção Róseo Menino)Teus Anos.

Eis o descanso eterno, o doce abrigoDas almas tristes e despedaçadas;Eis o repouso, enfim; e o sono amigo
Já vem cerrar-me as pálpebras cansadas.

Amarguras da terra! eu me desligo
Para sempre de vós… Almas amadas
Que soluças por mim, eu vos bendigo,
Ó almas de minh’alma abençoadas.

Quando eu d’aqui me for, anjos da guarda,
Quando vier a morte que não tarda
Roubar-me a vida para nunca mais…

Em pranto escrevam sobre a minha lousa:
“Longe da mágoa, enfim, no céu repousa
Quem sofreu muito e quem amou demais”.

Ao pé de um berço
A Leopoldina Monteiro  
Pensei em ti, Leopoldina, escrevendo estes versos; quero
             que os cantes embalando o teu Milton. 
 

Dorme, dorme, pequenino
Encanto de meu amor;
Que o sono doce e divino
Cerre-te as folhas, ó flor!
 
Fecha os olhos, meu filhinho;
E pede ao sono que leve
Ao céu, em faixas de linho.
Tu’alma da cor da neve.
 
Mas não demores, meu filho,
Volta nas asas do amor,
Traz a meus olhos o brilho,
Traz a meu seio o calor.
 
Meu coração é um ramo
Onde teci o teu ninho;
Dorme nele, gaturamo,
Ó sonho branco de arminho!
 
Dorme, dorme; de mansinho
Vou te embalando a cantar...
Esconde as asas no ninho,
Não quero ouvir-te chorar.
 
Fecha os olhos docemente
E voa longe da terra,
Dorme o teu sono inocente,
Ó nívea pomba da serra!
 
Dorme, santinho, as estrelas
Virão cobrir-te com um véu;
Não chores se queres vê-las
Fazer de teu berço um céu.
 
Foge da noite aos abrolhos
Neste celeste abandono;
Eu guardo um sonho nos olhos
Para dourar o teu sono.
 
Olha, meu santo, Jesus,
Que tanto amava os meninos,
Vela sorrindo da cruz
O sono dos pequeninos.
 
E a mãe do céu, nos espaços
Deixando de luz um trilho,
Traz o filhinho nos braços
Para beijar-te, meu filho!
 
Recebe o carinho amigo
E pede ao rei do Universo
Que fique a sonhar contigo,
Dormindo no mesmo berço.
 
Às duas mães, n’um sorriso,
Sobre o ninho velarão...
E eu direi ao Paraíso,
Baixinho, no coração:
 
Qual dos dois mais luz encerra,
Envoltos no mesmo véu:
O filho da mãe da terra?
O filho da mãe do Céu?
 
Dorme, bonina nevada,
Enquanto eu velo a cantar;
Guia-me à pátria adorada,
Ó doce estrela do Mar!
 
Dorme e não chores, criança!
A Lua do Céu sorri -
Na vida sem esperança
Eu hei de chorar por ti.

             Fontes de pesquisas: Jornal de Poesia
                                                   pt.wikipedia.org/wiki/

Ao Pé do Túmulo

Auta de Zouza - natal

Fragmentos de história da abolição mossoroense

Escrava Anastácia em Pompeu, 12 de maio de 1740


Artigo abaixo escrito pelo Jornalista Geraldo Maia
Na íntegra

           Em 30 de setembro, Mossoró comemora a mais cívica de suas festas: a libertação de seus escravos em 1883, fato ocorrido cinco anos antes da famosa Lei nº 3.353, de 13 de maio de 1888, a cognominada "Lei Áurea", assinada pela Princesa Isabel, que acabava definitivamente com a escravidão no Brasil. Não foi a primeira cidade brasileira a libertar seus escravos, como muitos apregoa; esse mérito coube a Acarapé, no vizinho Estado do Ceará, que libertou os seus escravos no dia 1º de janeiro de 1883. Na realidade, Mossoró foi a sexta cidade a acabar de vez com a mancha negra da escravidão, já que antes de 30 de setembro, cinco outras cidades cearenses já os tinham libertados, como segue:

           * Icó, em 25 de março de 1883;
           * Baturité, em 25 de março de 1883;
           * Maranguape, em 20 de maio de 1883;
           * Fortaleza, em 24 de maio de 1883 e
           * Viçosa, em 29 de setembro de 1883.

            Acarapé, já mencionada, ainda era vila, pois não tinha sido elevada à categoria de cidade. Mossoró, no entanto, "é a única cidade em todo o Brasil onde a abolição é comemorada com as homenagens da gratidão e do orgulho mental", segundo as palavras do historiador "Luís da Câmara Cascudo".

           A idéia de libertação dos escravos veio do Ceará, trazida por Romualdo Lopes Galvão e sua esposa D. Amélia Dantas de Souza Melo Galvão. Quando o casal chegou a Mossoró, na primeira quinzena de 1882, foi recebido festivamente pelos seus amigos e companheiros da Loja Maçônica "24 de Junho". Romualdo trazia uma mensagem da maçonaria de Fortaleza para a Loja "24 de Junho", de Mossoró, para concitarem, sem perda de tempo, seus amigos e parentes para levar a efeito a grande batalha cívica em favor da raça negra. E foi o próprio Romualdo que promoveu a fundação da "Libertadora Mossoroense", como presidente interino, no dia 6 de janeiro de 1883, na "Casa das Sessões da Câmara Municipal". O objetivo da entidade, era de libertar todos os escravos do município de Mossoró, a exemplo do que havia sido feito em Acarapé, no Ceará. Uma vez constituída a sociedade com as adesões dos melhores elementos da terra, foi eleita por aclamação a diretoria definitiva com Joaquim Bezerra da Costa Mendes, presidente, Romualdo Lopes Galvão, vice-presidente, Frederico de Carvalho, 1º secretário, Dr. Paulo Leitão Loureiro de Albuquerque, como orador.

          O Código da Liberdade era composto de um único artigo, sem parágrafo, que dizia: "Todos os Meios são Lícitos a fim de que Mossoró Liberte os seus Escravos".

          Mossoró não foi uma cidade de muitos escravos. Existiam 86, segundo registros da Coletoria Estadual, em livro para esse fim destinado. Trabalhavam principalmente no comércio e nas residências como domésticos. Quarenta, destes escravos, foram libertados numa única noite, numa sessão especial realizada na Loja Maçônica "24 de Junho", no dia 10 de junho de 1883, resultado do trabalho conjunto de todas as forças abolicionistas de Mossoró, unidas numa campanha memorável.

            Possuir escravos era sinônimo de poder. Era um bem material caro. Comprava-se escravos como se comprava um boi de cultivador. Tinha que trabalhar muito para compensar o investimento. Daí a dificuldade que os abolicionistas encontraram para a libertação dos cativos. Alguns proprietários de escravos, abraçando o movimento, os alforriavam sem problema. Outros, exigiam indenização pela perda de patrimônio.

            Mas no dia 30 de setembro de 1883, ao meio-dia, Joaquim Bezerra da Costa Mendes, presidente da Libertadora Mossoroense, pôde declarar de viva voz: "Mossoró está livre: aqui não há mais escravos!"

           Para conhecer mais sobre a história de Mossoró visite o site: 
        

           www.mossoro.cjb.net 

              gmaia@bol.com.br

"A primeira mulher a votar no Brasil e na América Latina"

Celina Guimarães Viana

             Celina Guimarães Viana nasceu em Natal, no Estado do Rio Grande do Norte, no dia 15 de novembro de 1890, e faleceu e faleceu Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais,  no dia  11 de julho de 1972. Era professora, e foi a primeira eleitora do Brasil e da América Latina, a votar em 5 de abril de 1928 na cidade de Mossoró, no interior do Rio Grande do NorteEra filha do casal  José Eustáquio de Amorim Guimarães e Eliza de Amorim Guimarães.

             Foi aluna da  Escola Normal de Natal, e lá concluiu o curso de formação de professores. Nessa escola Celina Guimarães Viana conheceu Elyseu de Oliveira Viana, um jovem estudante vindo de Pirpirituba, do Estado da Paraíba, e com ele se casou em dezembro de 1911, tendo sido  seu companheiro para toda a vida.

             Em 1912 foi morar na pequena cidade de Acari, no Estado do Rio Grande do Norte,  e em 13 de janeiro de 1914 mudou-se para Mossoró, também no Rio Grande do Norte.
  
            Com o advento da Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, o Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado que, ao regular o "Serviço Eleitoral no Estado", estabeleceu que não haveria mais "distinção de sexo" para o exercício do sufrágio. Segundo pesquisa do escritor João Batista Cascudo Rodrigues, o histórico despacho foi vazado nestes termos:


“Tendo a requerente satisfeita às exigências da lei para ser eleitora, mando que se inclua nas listas de eleitores. Mossoró, 25 de novembro de 1927”.


            Logo que foi aprovada  a Lei, várias mulheres requereram suas inscrições. As eleitoras compareceram às eleições de 5 de abril de 1928, mas seus votos foram anulados pela Comissão de Poderes do Senado. Somente com o Código Eleitoral de 1932, é que "o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo…" poderia votar efetivamente.


Quanto à questão de ter se tornado, de repente, a primeira mulher do país a votar, Celina confessou:


             “Eu não fiz nada! Tudo foi obra de meu marido, que se empolgou na campanha de participação da mulher na política brasileira e, para ser coerente, começou com a dele, levando meu nome de roldão. Jamais pude pensar que, assinando aquela inscrição eleitoral, o meu nome entraria para a história. E aí estão os livros e os jornais exaltando a minha atitude. O livro de João Batista Cascudo Rodrigues - A Mulher Brasileira - Direitos Políticos e Civis - colocou-me nas alturas. Até o cartório de Mossoró, onde me alistei, botou uma placa rememorando o acontecimento. Sou grata a tudo isso que devo exclusivamente ao meu saudoso marido”.

               Fonte: Wikipedia