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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Filho de Lampião


Estas informações foram publicadas no blog Cultural, com o título: Filho de Lampião, no dia 19 de abril de 2008
 http://espacoculturalvideo.blogspot.com.br/2008/06/filho-de-lampio.html

O escritor pernambucano Antônio Vilela de Souza, neste debate colocou


lenha na fogueira em torno do suposto heroísmo do tenente

Tenente João Bezerra (esquerda) | 28 de julho de 1938 | a.d
João Bezerra sentado à esquerda

João Bezerra da Silva, comandante da volante que matou Lampião. 


Vilela diz que, de acordo com as pesquisas, o herói daquele ataque ao grupo de Lampião foi o aspirante Francisco Ferreira de Melo, que servia no quartel da PM em Santana do Ipanema, e foi indicado para integrar a volante do tenente Bezerra, no dia do cerco a Angico, em Sergipe.

As informações davam conta de que o tenente Bezerra não iria matar Lampião, porque ele e o sargento Aniceto eram casados com  filhas de um coiteiro do cangaceiro. O escritor garante que foi o aspirante Ferreira quem tomou a iniciativa do combate ao bando.

O escritor tenta corrigir outra injustiça. Ele diz que pouca gente fala no 


soldado Adrião Pedro de Souza, que morreu no cerco de Angicos. “Os historiadores só falam nos cangaceiros mortos”, lamenta.

Pequenas informações extraídas do blog Espaço Cultural.
http://cultural.blogspot.com

BASTIDORES POLÍTICOS DA INVASÃO DE MOSSORÓ POR LAMPIÃO E DO "FOGO DE PAU DOS FERROS"

 Escritor Marcos Pinto

Amigo HONÓRIO,

[Honório+lindo+026.jpg]

Bom-dia.

Garimpando novidades no vetusto jornal "O MOSSOROENSE", edição de 18.03.1914, encontrei os laços de grande amizade entre FELIPE GUERRA e BENÍCIO FILHO, sendo certo que FELIPE GUERRA foi padrinho de casamento de BENÍCIO FILHO, ocorrido em 14 de Março de 1914, em Mossoró.

Escoimando-se o ocorrido antes e depois do ataque de Lampião à Mossoró, o fato de que o BENÍCIO FILHO era o Diretor Geral da Segurança Pública do RN (cargo que corresponde ao atual Secretário de Segurança), depreende-se que o mesmo deveria ter tido todo o empenho em enviar força policial para guarnecer Mossoró.

Não o fez, de sorte que o nosso bravo RODOLFO FERNANDES defendeu a cidade convocando amigos e civis voluntários.

Ora, se FELIPE GUERRA era compadre e amigo íntimo do JERÔNIMO ROSADO, e exercia influência sobre BENÍCIO FILHO, deve-se atribuir, dentre outros fatores, a essa relação, que FELIPE GUERRA, já Desembargador desde 1919 e residente em Natal, tenha traficado influência para que BENÍCIO FILHO adotasse a posição pusilânime, e que deixou muito a desejar, em relação à defesa de Mossoró.

Qualquer novidade enviarei pra Vosmincê.

 Abraço.

Lembrei-me de outra particularidade: O Desembargador HORÁCIO BARRÊTO era sobrinho da esposa (Dona. ALEXANDRINA BARRÊTO) do Governador do Rio Grande do Norte JOAQUIM FERREIRA CHAVES, que deu apoio integral à perseguição policial ao Cel. JOAQUIM CORREIA DE MELO[1][1] e aos AIRES em Pau dos Ferros (Fogo de Pau dos Ferros, em 1919[2][2]), sendo certo que tanto HORÁCIO BARRÊTO como FELIPE GUERRA foram indicados e nomeados Desembargadores pelo Governador em 1919.

Outra particularidade: FELIPE GUERRA foi candidato e eleito Deputado Estadual em 1934 na chapa dos Pelabuchos, na qual constava, também, BENEDITO SALDANHA, que foi eleito, mas que, devido a um sério entrevero com o Deputado “cabra macho” PEDRO MATOS, de Santana dos Matos, em plena Assembleia Legislativa, renunciou à Deputação, temendo por sua vida, que lhe dissera em alto e bom tom que toparia qualquer parada, a qualquer hora, de homem pra homem.

Raibrito (RAIMUNDO SOARES DE BRITO) me falou que a morte de PEDRO MATOS, atribuída a uma fatalidade, se dera na ocasião em que ele retornava para Natal, quando parou em Santa Maria ou Lajes (me falha a memória) e um soldado, disfarçando que estava a limpar sua arma, permitiu um disparo que atingiu de forma certeira e fatal o Deputado “cabra macho”.

O pior é que na hora do ocorrido só estavam na calçada PEDRO MATOS e o dito Soldado que, de forma calma e sem alarde, alegou disparo acidental. Como não havia qualquer testemunha do episódio, ficou mesmo por tiro acidental.

Averiguemos, pois.  Ah, sim!  Em 1918 já tinha havido a ruptura do FERREIRA CHAVES com TAVARES DE LIRA, e daí em diante o Dr. ZÉ AUGUSTO BEZERA DE MEDEIROS andou vendo e sentindo veementes sinais de traição de FERREIRA CHAVES em atos governamentais, que culminou com a ruptura em 1922 (leia-se livro “OCASO E FASTÍGIO DE FERREIRA CHAVES” - escrito pelo Dr. GIL SOARES).  Sugiro-lhe, também, a leitura do livro "VERTENTES", do Dr. JOÃO MARIA FURTADO, pai do ex-deputado ROBERTO FURTADO.

Boa tarde.  INTÉ!

Marcos Pinto

 
[1][1] De BARTOLOMEU CORREIA DE MELO recebi (Honório de Medeiros), em seis de abril de 2009, às 22h29min, o seguinte e-mail:

Lourenço Correia, jovem português de Braga, exilado político, chegou ao Brasil por Fortaleza e desceu mascateando até Pau dos Ferros, onde se fixou como comerciante e depois pequeno agricultor. Nesse tempo envolveu-se com a irmã do amigo Padre Pinto, daí nascendo Joaquim Correia que, tendo a mãe morrido no parto, foi criado e educado pelo tio padre. Após estes fatos, saiu Lourenço de Pau dos Ferros para Macaíba, onde progrediu como comerciante de secos e molhados e, já quarentão, casou com Idalina Jacinta Emerenciano (irmã do Professor Zuza), com quem teve mais cinco filhos, sendo os homens: Pedro, Francisco e João Correia. Tendo seu armazém saqueado na revolta do “quebra-quilos”, quando quase foi linchado, mudou-se com a família (filhos ainda crianças) para o Ceará-Mirim onde tinha propriedades rurais e poucos anos depois faleceu. Pedro Correia foi senhor de engenho e Prefeito do Ceará-Mirim, Francisco, foi comerciante, e João (meu avô materno), oficial do Exercito.

Joaquim Correia foi deputado por mais de três décadas (considerado por Câmara Cascudo o maior tribuno do seu tempo). Não se enquadrava muito no perfil clássico de Coronel nordestino; sempre teve apenas médias posses, havendo morrido na pobreza. Era sim, dono de carisma político e senso de conciliação, somente vencidos pela violência. A versão de sua história, contada por minha avó (cunhada e confidente) confere com fontes e fatos aqui citados. Neste comentário esclareço a relação entre os Correia de Paus dos Ferros e do Ceará-Mirim pouco conhecida pelos não parentes.

[2][2] Episódio relatado em “Massilon”, de Honório de Medeiros. Diz respeito a como os FERNANDES, liderados pelo Cel. ADOLPHO FERNANDES, tomaram o poder em Pau dos Ferros, pela força das armas, do Cel. JOAQUIM CORREIA que, com sua vida ameaçada, se foi da cidade e nunca mais voltou.

Extraído do blog do professor e pesquisador do cangaço:
Honório de Medeiros

http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br/2012/04/bastidores-politicos-da-invasao-de.html

O PRIMEIRO LIVRO SOBRE O REI DO BAIÃO

Por: Kidelmir Dantas*

A ligação de LUIZ GONZAGA com o RN não vai apenas pela sua presença em shows pelo interior e em Natal; além de Cidadão Natalense ele recebeu os títulos de cidadania de várias outras cidades no estado.
O mais interessante e que pouca gente sabe é que a sua primeira biografia do Rei do Baião foi escrita pelo poeta potiguar Zé Praxédi - O Poeta Vaqueiro - em 1952, editado pela Continental Artes Gráficas, de São Paulo - SP, Tendo o prefácio do folclorista  Câmara Cascudo e com o apoio do, então, vice-presidente Café Filho, sob o título de “LUIZ GONZAGA E OUTRAS POESIAS.”
O livro é composto de vários poemas, dentre eles o principal sob o título LUIZ GONZAGA. Neste, o poeta fez levando a sua mensagem na escrita do dizer do povo do interior, semi-alfabetizado e/ou analfabeto, na linguagem que se denominou de “poesia matuta”. Muita gente boa coloca estes versos, em publicações diversas, como sendo da autoria do Mestre Lua. Mas não! Os versos são de Zé Praxédi... A verdade é pra ser dita! 
Estão lá, nos primeiros versos e na grafia original, num total de 128 estrofes, ora em quadras, ora em sextilhas, na conformidade e gosto do poeta potiguar.
“Meu nome é Luiz Gonzaga,
Não sei se sou, fraco ou forte,
Só sei que graças a Deus,
Te pra nascer tive sorte,
Apôs nasci em Pernambuco,
Fanmoso Leão do Norte.

Nas terras de Novo Exu,
Da fasenda Caiçara,
Im novecentos e dose,
Viu o mundo a minha cara.

Dia de Santa Luzia,
Purisso é qui sô Luiz,
No mêz qui Cristo nasceu,
Purisso qui sô feliz.”

Após este livro, vieram outros, ficando mais conhecido o escrito pelo jornalista cearense SINVAL SÁ, que recebeu o título de O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA; este teve 4 edições só no ano do seu lançamento, 1966, mudando apenas as cores das capas e permanecendo o desenho. Hoje já se encontra a 8ª edição nas livrarias.

A partir de então, saíram vários livros sobre Luiz Gonzaga do Nascimento, o segundo filho de Januário José dos Santos (Mestre Januário) e Ana Batista de Jesus (Santana), os quais listamos alguns abaixo:

 
Destes, particularmente e logo após o primeiro, considero-os como mais importantes: O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA, do Sinval Sá, por ser a mais conhecida e uma autobiografia do Rei do Baião; A VIDA DO VIAJANTE - A SAGA DE LUIZ GONZAGA, da francesa Dominique Dreyfus, para mim a mais completa biografia de Seu Luiz; EU VOU CONTAR PRA VOCÊS, do jornalista e escritor paraibano Assis Ângelo, o primeiro a ser publicado após a grande viagem do Rei; LUIZ GONZAGA, O MATUTO QUE CONQUISTOU O MUNDO, do jornalista potiguar, radicado em Recife, Gíldson de Oliveira, que juntou reportagens e entrevistas com Gonzagão, nos últimos meses de vida. Este livro ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo em 1990; LUIZ GONZAGA: A SÍNTESE POÉTICA E MUSICAL DO SERTÃO, da Professora e Doutora da UECE, Elba Braga Ramalho, pois é a sua Tese de Doutorado, realizado na Inglaterra e transformado em livro para os estudiosos da MPB e fãs do nosso ícone da Música Popular Nordestina.


Afora outros, não citados, ainda tem  O REI E O BAIÃO, do Bené Fonteles, publicado em 2010, resume em textos, imagens e fotografias a vida e a saga de LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO, o LULA da Família de Januário e Santana, o Luiz LUA Gonzaga, das Rádios, o GONZAGÃO, pai do Gonzaguinha, o SEU LUIZ, para Dominguinhos e seus amigos mais aproximados, o nosso grande e eterno REI DO BAIÃO.

(*) Pesquisador e poeta, de Nova Floresta – PB, radicado em Mossoró – RN. Autor do livro OS 3 PILARES DA MÚSICA POPULAR NORDESTINA.

blogdomendesemendes.blogspot.com

EX - E AGORA? (Crônica)

     Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

   EX - E AGORA?
                                       
Principalmente para os que estão acostumados ao poder, ao mando, ao estar por cima, ser ex é uma situação extremamente complicada, dolorosa, difícil de se resolver. Até porque ninguém aceita de hora pra hora sair de uma situação privilegiada pra ficar pra trás, no escanteio. Ter e ser, mas de repente apenas tinha e era é difícil de engolir.

Realmente não é nada fácil ser apanhado por tal prefixo significando êxodo, saída, expatriação, afastamento. Ser apenas o que já não é ou ser visto pelo que era. No mesmo sentido, ganhar uma qualificação muitas vezes negativa em razão daquilo que não é mais; ou ainda ser lembrado não pelo que passou a ser, mas exatamente em função do que era ou exercia.

Segundo os dicionários, o prefixo ex-, de origem latina, exprime a ideia de isolamento, saída, banimento; expressa movimento para fora de alguma coisa, saída de algum lugar, embora de onde estava. Como anteposto e ligado por hífen a certos substantivos, designa cargo, profissão ou estado que se deixou de exercer. Enquanto redução, utilizando-se apenas o termo ex, pode significar um estado modificado por uma ação. O substantivo que se lhe segue significa aquilo que alguém foi mas já não é.

Daí que se falar tanto em ex-presidente, ex-jogador, ex-namorado, ex-amante, ex-amigo, ex-aluno, ex-presidiário, ex-companheiro, ex-sócio e daí por diante. Como visto, alguém deixou o poder, deixou um relacionamento, deixou uma situação, deixou uma profissão. Contudo, dependendo do substantivo daquilo que deixou de ser, tornar-se ex é processo de rompimento com consequencias nebulosas.

Se ainda houver resquícios de amor, de paixão, de querer, não é nada fácil se tornar ex-namorado, ex-noivo, ex-amante, ex-companheiro, ex-marido ou mulher. A quebra do vínculo pode até ser compreendida e aceita por um, mas nem sempre pelo outro. Daí que ser ex também pode se transformar em sinônimo de ausência, de perda, de dor, de incompreensão do fato ocorrido.

Se para alguns ser ex, ou não ser mais, é algo bom, até desejado e esperado, pois possibilita um reencontro consigo mesmo e uma busca de recomeço – e agora totalmente livre de diversas amarras -, o mesmo pode não ocorrer com o outro. Não apenas se sentirá rejeitado, abandonado, enganado e desiludido, como também será alvo dos comentários quase sempre maldosos dos outros.

O escritor Roberto Gomes, em texto intitulado “Todo ex- é definitivo” (www.criaredicoes.com.br/robertogomes/textos_cronicas), defende que a verdadeira situação de ex é aquela que nunca deixa de ser como tal, vez que aquilo que se tem como um passado bom não pode nem deve ser esquecido. E assim defende seu argumento:

“Poucas palavras são mais enganosas do que a pequenina ex. Dizem os dicionários que desde o século XIX este prefixo tem sido usado para indicar, sempre com hífen, que alguém deixou de ocupar cargo, função etc. É uma definição inofensiva, mas perigosa. Ela implica que se trata de algo que um dia foi, mas passou. Terá passado? Acho que não. Alguém ou algo referido por um ex está sempre presente. Por exemplo: ex-mulher. Nada mais definitivo, inacabável, incontornável, colado para sempre ao ex-marido do que uma ex-mulher – e vice versa. O ex é algo (lugar, cargo, profissão) ou pessoa (mulher, marido, sócio, colega de escola) para sempre dependurados em nossa vida e não em nosso passado. O ex é aquilo que fica para sempre. Tanto é verdade que nunca indicamos com o prefixo ex aquelas coisas que efetivamente deixamos para trás como parte de um passado que se foi”.

Dependendo da situação, também creio que ser ex significa continuar ligado umbilicalmente ao que estava acostumado a ser. Veja-se o exemplo de uma criança recém nascida, um ex-feto, ex-nascituro que mesmo após vir à luz continua ligado à mãe. Cortar o cordão umbilical não significa rompimento. E no amor também é assim, pois circunstâncias existem que forçam o afastamento, porém jamais esse rompimento total, profundo e logo definitivo.

Ora, até mesmo não havendo mais possibilidade de aproximação ou reatamento, ainda assim as marcas boas daqueles tempos idos e de convivência permanecerão. Ao menos nos outros.



Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com 

Fruta da noite (Poesia)

Fruta da noite

Por: Rangel Alves da Costa



Na madrugada
a fruta madura
despenca da árvore
e cai saborosa
esperando a manhã
mas o passarinho
chega primeiro
e fico só imaginando
o sabor da goiaba
o doce da manga
o aroma da jabuticaba
a dúvida da carambola
o visgo do sapoti

meu amor
me vê tristonho
faminto por fruto
que nunca alcanço
pois minha manhã
acorda muito tarde
de tanto sonhar
o amor saborear
e então ela se perfuma
de aroma da estação
e pede que faça
da noite manhã
e colha e saboreie
a pele morena
estendida no leito.



 
Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com