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terça-feira, 6 de junho de 2017

ENTREVISTA DO DR MARCOS ARAÚJO, PRESIDENTE DA COMISSÃO ORGANIZADORA DOS 90 ANOS DA RESISTÊNCIA, À JORNALISTA LILIAN MARTINS DA TCM.

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Entrevista do Dr Marcos Araújo, Presidente da Comissão Organizadora dos 90 anos da Resistência, à jornalista Lilian Martins da TCM.

JÚRI SIMULADO DO CANGACEIRO JARARACA FAZ PARTE DAS COMEMORAÇÕES AOS 90 ANOS DE RESISTÊNCIA 


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BRUTAL LAMPIÃO DESPIDO DO MITO, CANGACEIRO ESTAVA MAIS PARA NARCOTRAFICANTE DO RIO QUE PARA ROBIN

Por Lira Neto

Eles faziam do assassinato um ritual macabro. O longo punhal, de até 80 centímetros de comprimento, era enfiado com um golpe certeiro na base da clavícula – a popular “saboneteira” – da vítima. A lâmina pontiaguda cortava a carne, seccionava artérias, perfurava o pulmão, trespassava o coração e, ao ser retirada, produzia um esguicho espetaculoso de sangue. Era um policial ou um delator a menos na caatinga – e um morto a mais na contabilidade do cangaço. Quando não matavam, faziam questão de ferir, de mutilar, de deixar cicatrizes visíveis, para que as marcas da violência servissem de exemplo. Desenhavam a faca feridas profundas em forma de cruz na testa de homens, desfiguravam o rosto de mulheres com ferro quente de marcar o gado.

Quase 80 anos após a morte do principal líder do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, a aura de heroísmo que durante algum tempo tentou-se atribuir aos cangaceiros cede terreno para uma interpretação menos idealizada do fenômeno. Uma série de livros, teses e dissertações acadêmicas lançados nos últimos anos defende que não faz sentido cultuar o mito de um Lampião idealista, um revolucionário primitivo, insurgente contra a opressão do latifúndio e a injustiça do sertão nordestino. Virgulino não seria um justiceiro romântico, um Robin Hood da caatinga, mas um criminoso cruel e sanguinário, aliado de coronéis e grandes proprietários de terra. Historiadores, antropólogos e cientistas sociais contemporâneos chegam à conclusão nada confortável para a memória do cangaço: no Brasil rural da primeira metade do século 20, a ação de bandos como o de Lampião desempenhou um papel equivalente ao dos traficantes de drogas que hoje sequestram, matam e corrompem nas grandes metrópoles do país. Guardadas as devidas proporções, o cangaço foi algo como o PCC dos anos 1930. 

Cangaceiros e traficantes

Foram os cangaceiros que introduziram o sequestro em larga escala no Brasil. Faziam reféns em troca de dinheiro para financiar novos crimes. Caso não recebessem o resgate, torturavam e matavam as vítimas, a tiro ou punhaladas. A extorsão era outra fonte de renda. Mandavam cartas, nas quais exigiam quantias astronômicas para não invadir cidades, atear fogo em casas e derramar sangue inocente. Ofereciam salvo-condutos, com os quais garantiam proteção a quem lhes desse abrigo e cobertura, os chamados coiteiros. Sempre foram implacáveis com quem atravessava seu caminho: estupravam, castravam, aterrorizavam. Corrompiam oficiais militares e autoridades civis, de quem recebiam armas e munição. Um arsenal bélico sempre mais moderno e com maior poder de fogo que aquele utilizado pelas tropas que os combatiam.

“A violência é mais perversa e explícita onde está o maior contingente de população pobre e excluída. Antes o banditismo se dava no campo; hoje o crime organizado é mais evidente na periferia dos centros urbanos”, afirma a antropóloga Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e autora do livro A Derradeira Gesta: Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão. A professora aponta semelhanças entre os métodos dos cangaceiros e dos traficantes: “A maioria dos moradores das favelas de hoje não é composta por marginais. No sertão, os cangaceiros também eram minoria. Mas, nos dois casos, a população honesta e trabalhadora se vê submetida ao regime de terror imposto pelos bandidos, que ditam as regras e vivem à custa do medo coletivo”.

Além do medo, os cangaceiros exerciam fascínio entre os sertanejos. Entrar para o cangaço representava, para um jovem da caatinga, ascensão social. Significava o ingresso em uma comunidade de homens que se gabavam de sua audácia e coragem, indivíduos que trocavam a modorra da vida camponesa por um cotidiano repleto de aventuras e perigos. Era uma via de acesso ao dinheiro rápido e sujo de sangue, conquistado a ferro e a fogo. “São evidentes as correlações de procedimentos entre cangaceiros de ontem e traficantes de hoje. A rigor, são velhos professores e modernos discípulos”, afirma o pesquisador do tema Melquíades Pinto Paiva, autor de Ecologia do Cangaço e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Homem e lenda

Virgulino Ferreira da Silva reinou na caatinga entre 1920 e 1938. A origem do cangaço, porém, perde-se no tempo. Muito antes dele, desde o século 18, já existiam bandos armados agindo no sertão, particularmente na área onde vingou o ciclo do gado no Nordeste, território onde campeava a violência, a lei dos coronéis, a miséria e a seca. A palavra cangaço, segundo a maioria dos autores, derivou de “canga”, peça de madeira colocada sobre o pescoço dos bois de carga. Assim como o gado, os bandoleiros carregavam os pertences nos ombros.

Um dos precursores do cangaço foi o lendário José Gomes, o endiabrado Cabeleira, que aterrorizou as terras pernambucanas por volta de 1775. Outro que marcou época foi o potiguar Jesuíno Alves de Melo Calado, o Jesuíno Brilhante (1844-1879), famoso por distribuir entre os pobres os alimentos que saqueava dos comboios do governo. Mas o primeiro a merecer o título de Rei do Cangaço, pela ousadia de suas ações, foi o pernambucano Antônio Silvino (1875-1944), o Rifle de Ouro. Entre suas façanhas, arrancou os trilhos, perseguiu engenheiros e sequestrou funcionários da Great Western, empresa inglesa que construía ferrovias no interior da Paraíba. 

Bonnie e Clyde do sertão

O amor de Maria Bonita e Lampião provocou uma revolução no cotidiano dos cangaceiros

Maria Bonita e Lampião / Foto: Wikimedia Commons Images

Uma sertaneja amoleceu o coração de pedra do Rei do Cangaço. Foi Maria Gomes de Oliveira, a Maria Déa, também conhecida como Maria Bonita. Separada do antigo marido, o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Neném, foi a primeira mulher a entrar no cangaço. Antes dela, outros bandoleiros chegaram a ter mulher e filhos, mas nenhuma esposa até então havia ousado seguir o companheiro na vida errante no meio da caatinga. O primeiro encontro entre os dois foi em 1929, em Malhada de Caiçara (BA), na casa dos pais de Maria, então com 17 anos e sobrinha de um coiteiro de Virgulino. No ano seguinte, a moça largou a família e aderiu ao cangaço, para viver ao lado do homem amado. Quando soube da notícia, o velho mestre de Lampião, Sinhô Pereira, estranhou. Ele nunca permitira a presença de mulheres no bando. Imaginava que elas só trariam a discórdia e o ciúme entre seus “cabras”. Mas, depois da chegada de Maria Déa, em 1930, muitos outros cangaceiros seguiram o exemplo do chefe. Mulher cangaceira não cozinhava, não lavava roupa e, como ninguém no cangaço possuía casa, também não tinha outras obrigações domésticas. No acampamento, cozinhar e lavar era tarefa reservada aos homens. Elas também só faziam amor, não faziam a guerra: à exceção de Sila, mulher do cangaceiro Zé Sereno, não participavam dos combates – e com Maria Bonita não foi diferente. O papel que lhes cabia era o de fazer companhia a seus homens. Os filhos que iam nascendo eram entregues para ser criados por coiteiros. Lampião e Maria tiveram uma filha, Expedita, nascida em 1932. Dois anos antes, aquele que seria o primogênito do casal nascera morto, em 1930. Entre os casais, a infidelidade era punida dentro da noção de honra da caatinga: o cangaceiro Zé Baiano matou a mulher, Lídia, a golpes de cacete, quando descobriu que ela o traíra com o colega Bem-Te-Vi. Outro companheiro de bando, Moita Brava, pegou a companheira Lili em amores com o cabra Pó Corante. Assassinou-a com seis tiros à queima-roupa. A chegada das mulheres coincidiu com o período de decadência do cangaço. Desde que passou a ter Maria Bonita a seu lado, Lampião alterou a vida de eterno nômade por momentos cada vez mais alongados de repouso, especialmente em Sergipe. A influência de Maria Déa sobre o cangaceiro era visível. “Lampião mostrava-se bem mudado. Sua agressividade se diluía nos braços de Maria Déa”, afirma o pesquisador Pernambucano de Mello. Foi em um desses momentos de pausa e idílio no sertão sergipano que o Rei do Cangaço acabou sendo surpreendido e morto, na Grota do Angico, em 1938, depois da batalha contra as tropas do tenente José Bezerra. Conta-se que, quando lhe deceparam a cabeça, a mais célebre de todas as cangaceiras estava ferida, mas ainda viva.

Lampião sempre afirmou que entrou na vida de bandido para vingar o assassinato do pai. José Ferreira, condutor de animais de carga e pequeno fazendeiro em Serra Talhada (PE), foi morto em 1920 pelo sargento de polícia José Lucena, após uma série de hostilidades entre a família Ferreira e o vizinho José Saturnino. No sertão daquele tempo, a vingança e a honra ofendida caminhavam lado a lado. Fazer justiça com as próprias mãos era considerado legítimo e a ausência de vingança era entendida como sintoma de frouxidão moral. “Na minha terra,/ o cangaceiro é leal e valente:/ jura que vai matar e mata”, diz o poema “Terra Bárbara”, do cearense Jáder de Carvalho (1901-1985).

No mesmo ano de 1920, Virgulino Ferreira entrou para o grupo de outro cangaceiro célebre, Sebastião Pereira e Silva, o Sinhô Pereira – segundo alguns autores, quem o apelidou de Lampião. Como tudo na biografia do pernambucano, é controverso o motivo do codinome. Há quem diga que o batismo se deveu ao fato de ele manejar o rifle com tanta rapidez e destreza que os tiros sucessivos iluminavam a noite. O olho direito, cego por decorrência de um glaucoma, agravado por um acidente com um espinho da caatinga, não lhe prejudicou a pontaria. Outros acreditam na versão atribuída a Sinhô Pereira, segundo a qual Virgulino teria usado o clarão de um disparo para encontrar um cigarro que um colega havia deixado cair no chão.

O cangaço não tinha um líder de destaque desde 1914, quando Antônio Silvino foi preso após um combate com a polícia. Só a partir de 1922, após assumir o bando de Sinhô Pereira, Virgulino se tornaria o líder máximo dos cangaceiros. Exímio estrategista, Lampião distinguiu-se pela valentia nas pelejas com a polícia, como em 1927, em Riacho de Sangue, durante um embate com os homens liderados pelo major cearense Moisés Figueiredo. Os 50 homens de Lampião foram cercados por 400 policiais. O tiroteio corria solto e a vitória da polícia era iminente. Lampião ordenou o cessar-fogo e o silêncio sepulcral de seu bando. A polícia caiu na armadilha. Avançou e, ao chegar perto, foi recebida com fogo cerrado. Surpreendidos, os soldados bateram em retirada.

A capacidade de despistar os perseguidores lhe valeu a fama de possuir poderes sobrenaturais e, após escapar de inúmeras emboscadas, de ter o corpo fechado. No mesmo mês da tocaia de Riacho de Sangue, Lampião e seu bando caíram em nova emboscada. Um traidor ofereceu-lhes um jantar envenenado, numa casa cercada por policiais. Quando os primeiros cangaceiros começaram a passar mal, Virgulino se deu conta da tramóia e tentou fugir, mas viu-se acuado por um incêndio proposital na mata. O que era para ser uma arapuca terminou por salvar a pele dos cangaceiros: desapareceram na fumaça, como por encanto.

Mas o maior trunfo de Lampião foi o de cultivar uma grande rede de coiteiros. Isso garantiu a longevidade de sua carreira e a extensão de seu domínio. A atuação de seu bando estendeu-se por Alagoas, Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Lampião chegou a comandar um exército nômade de mais de 100 homens, quase sempre distribuídos em subgrupos, o que dava mobilidade e dificultava a ação da polícia. Em 1926, em tom de desafio e zombaria, chegou a enviar uma carta ao governador de Pernambuco, Júlio de Melo, propondo a divisão do estado em duas partes. Júlio de Melo que se contentasse com uma. Lampião, autoproclamado “Governador do Sertão”, mandaria na outra.

Há divergências – e discussões apaixonadas – em torno da figura histórica de Virgulino. Ele comandava sessões de estupro coletivo ou, ao contrário, punia indivíduos do bando que violentavam mulheres? Castrava inimigos, como faziam outros tantos envolvidos no cangaço? Há controvérsias. “Lampião não era um demônio nem um herói. Era um cangaceiro. Muitas das crueldades imputadas a ele foram praticadas por indivíduos de outros bandos. Entrevistei vários ex-cangaceiros e nenhum me confirmou histórias a respeito de estupros e castrações executadas pessoalmente por Lampião”, diz o pesquisador Amaury Corrêa de Araújo, autor de sete livros sobre o cangaço. 

As narrativas de velhos cangaceiros contrapõem-se à versão publicada pelos jornais da época, que geralmente tinham a polícia como principal fonte. Com tantas histórias e estórias a cercar a figura de Lampião, torna-se difícil separar o homem da lenda. “Acho que está justamente aí, nessa multiplicidade de olhares e versões, a grande força do personagem que ele foi. É isso que nos ajuda inclusive a entender sua dimensão como mito”, explica a historiadora francesa Élise Grunspan-Jasmin, autora de Lampião: Senhor do Sertão (Edusp).

Bandido social?

Já foi moeda corrente entre os especialistas interpretar o “Rei do Cangaço” como um “bandido social”, expressão criada pelo historiador inglês Eric Hobsbawm para definir os fora-da-lei que surgiam nas sociedades agrárias em transição para o capitalismo. Em Bandidos (Forense Universitário), de 1975, Hobsbawn cita Lampião, Robin Hood e Jesse James como exemplos de nobres salteadores, vingadores ousados, defensores dos oprimidos.

A imagem revolucionária começou a se desenhar em 1935, quando a Aliança Nacional Libertadora citou Virgulino como um de seus inspiradores políticos. A tese foi reforçada em 1963 com o lançamento de um clássico sobre o tema, Cangaceiros e Fanáticos, no qual o autor, Rui Facó, justifica a violência física do cangaço como uma resposta à violência social. Na mesma época, o deputado federal Francisco Julião, representante das Ligas Camponesas e militante político pela reforma agrária, declarava que Lampião era “o primeiro homem do Nordeste a batalhar contra o latifúndio e a arbitrariedade”.

“Lampião não era um revolucionário. Sua vontade não era agir sobre o mundo para lhe impor mais justiça, mas usar o mundo em seu proveito”, afirma a também a historiadora Grunspan-Jasmin, fazendo coro a um dos maiores especialistas do cangaço da atualidade, Frederico Pernambucano de Mello. Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e autor de Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste Brasileiro, Mello diz que o cangaceiro e o coronel não eram rivais. Os coronéis ofereciam armas e proteção aos cangaceiros, que, em troca, forneciam serviço de milícia. Dois dos maiores coiteiros de Lampião foram homens poderosos: o coronel baiano Petronilo de Alcântara Reis e o capitão do Exército Eronildes de Carvalho, que viria a ser governador de Alagoas. “Aprecio de preferência as classes conservadoras: agricultores, fazendeiros, comerciantes”, disse Virgulino em uma entrevista de 1926.

Marqueteiro da caatinga

A ideia de que Lampião fosse um vingador também é contestada por Mello. Ele argumenta que, em quase 20 anos de cangaço, Lampião nunca teria se esforçado para se vingar de Lucena e Saturnino, o policial e o antigo vizinho responsáveis pelo assassinato de seu pai. De acordo com um dos homens de Virgulino, Miguel Feitosa, o Medalha, Saturnino chegara a mandar um uniforme e um corte de tecido com o objetivo de selar a paz entre eles. Um portador teria agradecido por Lampião. O mesmo Medalha dizia que o ex-soldado Pedro Barbosa da Cruz propôs matar Lucena por dinheiro. “Deixe disso, essas são questões velhas”, teria respondido Lampião. Segundo o autor de Guerreiros do Sol, os cangaceiros usavam o discurso de vinganças pessoais e gestos de caridade como “escudos éticos” para os atos de banditismo.

Apesar da vida árdua, quem entrava no cangaço dificilmente conseguia (ou queria) sair dele. Havia um notório orgulho de pertencer aos bandos, revelado também na indumentária dos cangaceiros. O excesso de adereços, os enfeites nos chapéus, os bordados coloridos foram típicos dos momentos finais do cangaço. Lampião era um homem bem preocupado com sua imagem pública, o que colaborou para que permanecesse na memória nacional. O Rei do Cangaço também era o rei do marketing pessoal. Assim como adorava aparecer em jornais e revistas, deixando-se inclusive fotografar e até filmar, fazia de seu traje de guerreiro uma ostensiva e vaidosa marca registrada. “Nisso, talvez apenas o cavaleiro medieval europeu ou o samurai oriental possa rivalizar com o nosso capitão do cangaço”, escreveu Pernambucano de Mello.A antropóloga Luitgarde Barros enxerga aí um outro ponto em comum com a bandidagem atual: “Os traficantes também gostam de ostentar sua condição de bandidos e possuem um código visual característico, composto por capuzes e tatuagens de caveiras espalhadas pelo corpo”. A violência policial é outro aspecto que aproxima o universo de Lampião do mundo do tráfico. Como ocorre hoje nas favelas dominadas pelo crime organizado, a truculência dos bandoleiros sertanejos só encontrava equivalência na brutalidade das volantes – as forças policiais cujos soldados eram apelidados pelos cangaceiros de “macacos”. Nos tempos áureos do cangaço, não havia grandes diferenças entre a ação de bandidos e soldados. Não raro, eles se trajavam do mesmo modo – o que chegava a provocar confusões – e uns se bandeavam para o lado dos outros. Cangaceiros como Clementino José Furtado, o Quelé, abandonaram o grupo e foram cerrar fileiras em meio às volantes. O bandido Mormaço fez o movimento contrário. Havia sido corneteiro da polícia antes de aderir a Lampião.

Como é comum à história da maioria dos criminosos, uma morte trágica e violenta marcou o fim dos dias de Virgulino. Traído por um de seus coiteiros de confiança, Pedro de Cândida, que foi torturado pela polícia para denunciar o paradeiro do bando, Lampião acabou surpreendido em seu esconderijo na Grota do Angico, Sergipe, em 28 de julho de 1938. Depois de uma batalha de apenas 15 minutos contra as tropas do tenente José Bezerra, 11 cangaceiros tombaram no campo de batalha. Todos eles tiveram os corpos degolados pela polícia, inclusive Lampião e Maria Bonita. Durante mais de 30 anos, as cabeças dos dois permaneceram insepultas. Em 1969, elas ainda estavam no museu Nina Rodrigues, na Bahia, quando foram finalmente enterradas, a pedido de familiares do casal mais mitológico – e temido – do cangaço.

Artimanhas do cangaço

As estratégias e técnicas para despistar os inimigos

Lampião e os seus cangaceiros / Foto: Domínio publico

Embora seja inadequado referir-se aos cangaceiros como guerrilheiros – eles não tinham nenhum propósito político –, é inegável que lançaram mão de táticas típicas da guerrilha. Habituados a viver na caatinga, não eram presa fácil para a polícia, especialmente para as unidades deslocadas das cidades com a missão de combatê-los no sertão. Uma das maiores dificuldades de enfrentá-los era a de que preferiam ataques rápidos e ferozes, que surpreendiam o adversário. Também não tinham qualquer cerimônia em fugir quando se viam acuados. Houve quem confundisse isso com covardia. Era estratégia cangaceira.

Tropa de elite: Os bandos eram sempre pequenos, de no máximo 10 a 15 homens. Isso garantia a mobilidade necessária para a realização de ataques-surpresa e para bater em retirada em situações de perigo.

Calada da noite: Em vez de se deslocar a cavalo por estradas e trilhas conhecidas da polícia, percorriam longas distâncias a pé em meio à caatinga, de preferência à noite. Para evitar que novas vias de acesso ao sertão fossem abertas, assassinavam trabalhadores nas obras de rodovias e ferrovias.

Os apetrechos: Todos os pertences do cangaceiro eram levados pendurados pelo corpo. Como não se podia carregar muita bagagem, dinheiro e comida eram colocados em potes enterrados no chão, para serem recuperados mais tarde.

Raposas do deserto: Cangaceiros eram mestres em esconder rastros. Alguns truques: usar as sandálias ao contrário nos pés. Pelas pegadas, a polícia achava que eles iam na direção contrária (detalhe); andar em fila indiana, de costas, pisando sobre as mesmas pegadas, apagadas com folhagens; pular sobre um lajedo, dando a impressão de sumir no ar.

Peso morto: Com exceção de sequestrados, quase nunca faziam prisioneiros em combate, pois isso dificultaria a capacidade de se mover com rapidez. Também não mantinham colegas feridos ou com dificuldade de locomoção.

Seu mestre mandou: Para resolver discórdias internas no bando, Lampião sempre planejava um grande ataque. Todos os membros do grupo se uniam contra o inimigo e deixavam de lado as divergências entre si.

Os infiltrados: Quem dava abrigo e esconderijo aos cangaceiros era chamado de coiteiro e agia em troca de dinheiro, de proteção armada ou mesmo por medo. Coiteiros que traíam a confiança eram mortos para servirem de exemplo.

Rota de fuga: As principais áreas de ação do cangaço eram próximas às fronteiras estaduais. Em caso de perseguição, eles podiam cruzá-las para ficar a salvo do ataque da polícia local.

Fogo amigo e inimigo: Durante os combates, havia uma regra fundamental: em caso de retirada, nunca deixar armas para o inimigo; nas vitórias, apoderar-se do arsenal dele.

A saga de Lampião na caatinga

➽ 1898: Virgulino Ferreira da Silva nasce em 4 de junho, na comarca de Vila Bela, atual Serra Talhada, Pernambuco. É o terceiro dos nove filhos de José Ferreira e Maria Lopes.
➽ 1915: Começa a briga entre a família Ferreira e a do vizinho José Saturnino.
➽ 1920: José Ferreira é morto. Virgulino e três irmãos (Ezequiel, Levino e Antônio) entram para o cangaço. Durante um tiroteio em Piancó (PB), ele é ferido no ombro e na virilha: são as primeiras cicatrizes de uma série que colecionará na vida.
➽ 1922: Sinhô Pereira abandona o cangaço e Lampião assume o lugar do chefe. A primeira grande façanha é um assalto à casa da baronesa Joana Vieira de Siqueira Torres, em Alagoas.
➽1924: Toma um tiro no pé direito, em Serra do Catolé, município de Belmonte (PE).
➽1925: Fica cego do olho direito e passa a usar óculos para disfarçar o problema.
➽1926: Visita Padre Cícero no Ceará e recebe a patente de capitão do “batalhão patriótico”, encarregado de combater a Coluna Prestes. Em Itacuruba (PE) é ferido à bala na omoplata.
➽1927: Ataque do bando a Mossoró (RN). A cidade resiste. É uma das maiores derrotas de sua carreira.
➽1928: A ação da polícia de Pernambuco faz com que atravesse o rio São Francisco e passe a agir preferencialmente na Bahia e em Sergipe.
➽ 1929: Primeiro encontro com Maria Bonita, na fazenda do pai dela, em Malhada do Caiçara (BA).
➽1930: Maria Bonita torna-se sua mulher e ingressa no bando. O governo da Bahia oferece uma recompensa de 50 contos de réis para quem o entregar vivo ou morto. Em Sergipe, é baleado no quadril.
➽1932: Nasce Expedita, sua filha com Maria Bonita.
➽ 1934: Eronildes Carvalho, capitão do Exército e coiteiro de Lampião, é nomeado governador de Sergipe.
➽1936: O libanês Benjamin Abraão, ex-secretário de Padre Cícero, convence Virgulino a se deixar filmar no documentário Lampeão. O filme é recolhido pelo Estado Novo.
➽ 1938: Em 28 de julho, o bando é cercado em Angico (SE). Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros são assassinados.
Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste Brasileiro, Frederico Pernambucano de Mello, 2004
Lampião: Senhor do Sertão, Élise Grunspan-Jasmin, 2006


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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OIÊ MUIÉ RENDERA, OIÊ MUIÉ RENDÁ, TU ME ENSINA A FAZÊ RENDA QUE EU TE ENSINO A “RECORDÁ”

*Rangel Alves da Costa

Calçadas de sombreados, tardes fagueiras, brisas com perfume de mato e mãos ágeis correndo pelas almofadas. No papelão cuidadosamente desenhado pelas mãos sertanejas, surge o molde que é deitado e pregado por riba do enchimento. Nele as curvas perfeitas, os caminhos, o trançado que vai ter o bordado. E quanta beleza, quanta originalidade surgida de mãos matutas, tantas vezes já envelhecidas, que nem sempre sabem escrever o próprio nome, mas que se esmeram na singela feitura da arte de um povo.
Pelas calçadas, nos silêncios da boa fresca ou mesmo entre um converseiro e outro, as mãos seguram, levantam, passeiam, transmudam e revolvem, até colocar os bilros na marcação do espinho. E espinho grande, pontudo, de mandacaru sertanejo, ali sobre a almofada para demarcar o desenho e a curva a ser percorrida no molde perfurado no papelão. Por entre os espinhos os bilros vão sendo pendurados até novamente serem procurados. Não há ofício mais belo que este, que a arte da “muié rendera” do nosso sertão.
“Muié rendera”, mulheres rendeiras de um Poço Redondo que não mais tece sua arte como antigamente. Mas onde elas estão agora? Que fim levaram aquelas mulheres e suas almofadas grandes, imensas, gordas, colocadas em cima de tamboretes e na proximidade das mãos? Onde estão aqueles bilros, aqueles moldes, onde estão aquelas almofadas de panos floridos, cheias de velhices e sempre novas? Onde estão aquelas mãos calejadas de tempo e tão hábeis nos seus ofícios? Onde estão aquelas tardes de calçadas sombreadas, aquelas tardes debaixo de pés de paus ou mesmo nas varandas e cantos de casa?
Mas saudades não somente das almofadas, dos bilros, dos moldes, daquelas mãos ágeis em pressa de fazer coisas belas, mas também daquelas senhoras e mocinhas que tantas costuras bonitas faziam. Costureiras de mão cheia, como se dizia, mas não costura de máquina, e sim na mão, na agulha, no dedal e no bastidor. Pra quem sequer se lembra mais, bastidor é a denominação sertaneja para aquele aro de madeira onde o pano era estendido e preso para ser costurado ou bordado.


De cima do bastidor, a partir de riscos previamente feitos ou pela criatividade da bordadeira, logo surgindo os pontos cruz para dar forma a toalhas, colchas e outras peças em tecidos. Das mãos dessas bordadeiras iam surgindo verdadeiras obras de arte. De Poço Redondo saíam verdadeiros carregamentos de bordados para o sul do país. Senhores como Zé Hipólito e Gabriel Feitosa mantinham verdadeiro intercâmbio comercial entre as bordadeiras sertanejas e as madamas sulistas.
Era um comércio injusto, contudo, sempre desfavorável às artistas interioranas, vez que suas belas e demoradas costuras e seus magníficos bordados saíam de suas mãos por preço muito abaixo do real valor. Ora, uma colcha de mesa bem feita, rendada, bem trabalhada no esmero e na formosura, podia levar até meses para ficar pronta. E trabalhos artesanais tão bem elaborados que vão ficando ainda mais valiosos com o passar dos anos. Ainda hoje, mesmo em Poço Redondo, as colchas de cama e toalhas antigas só saem dos armários em dias especiais ou no período da Festa de Agosto.
Mas os tempos são outros e nossas rendeiras, costureiras e bordadeiras, ou já foram tecer para o altar do Senhor ou já guardaram suas almofadas, seus bilros, seus moldes, seus bastidores, seus dedais, suas linhas, suas tesouras. Restam poucas, muito poucas, infelizmente. Dona Clotilde, uma das maiores rendeiras de todos os tempos, não possui mais sequer almofada. Outro dia, numa das visitas que sempre faço à sua residência, senti seus olhos molhados enquanto conversávamos sobre essas coisas belas. Dona Conceição de Laura, na sua beleza de todo dia, ainda mantem viva nossa tradição. Cenira também abdicou da almofada, assim como fizeram tantas outras. Dona Domingas vive sonhando com alguma jovem que bata à sua porta desejosa de aprender os segredos da almofada e dos bilros. Ainda bem que suas filhas abraçaram a arte da mãe.
Minha avô Emeliana costumava sentar-se diante de almofada. Mas nunca igual a Dona Araci, a Maria de Iaiá, a Dona Davina, a Carmosina e tantas outras. E se agora eu tivesse um lenço, queria um bem antigo, bordado à mão por uma calejada mão sertaneja: “Para usar na saudade!”.

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ANTÔNIO AMAURY CORRÊA DE ARAÚJO (ENTREVISTA) - PARTE I

https://www.youtube.com/watch?v=A3dF0CLe0Ac&t=198s

Publicado em 8 de abr de 2014
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FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO - GLOBO NEWS_ESTRELAS DE COURO

https://www.youtube.com/watch?v=3P0ia9NILAA

Publicado em 18 de mar de 2013

Entrevista do historiador Frederico Pernambucano de Mello, autor do livro "Estrelas de couro: a estética do cangaço" (Escrituras Editora), para o jornalista Francisco José, Globo News (TV Globo), Brasil, 07/11/2010
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O CORPO, DEPOIS DE MORTO

Por Sálvio Siqueira

“O processo de decomposição do corpo começa alguns minutos depois da morte. Quando o coração para, nós experimentamos o algor mortis ou o frio da morte, quando a temperatura do corpo esfria em uma média de 1,5 ºC por hora, até atingir a temperatura ambiente. Quase imediatamente, o sangue se torna mais ácido com o acumulo do dióxido de carbono. Isso é o que faz com que as células comecem a se dividir, esvaziando as enzimas dos tecidos.


A gravidade deixa as primeiras marcas instantes depois da morte. Enquanto o corpo todo fica pálido, células vermelhas do sangue passam para as partes do corpo que estão mais próximas do solo, já que a circulação foi interrompida.

O resultado disso são manchas roxas nas partes mais baixas, algo que é conhecido como livor mortis. Juntamente com a temperatura do corpo, essas marcas ajudam os legistas a identificar o tempo e a posição do corpo no momento da morte.


Você já deve ter ouvido falar que um corpo morto se torna duro e difícil de se mover. O nome disso também vem do latim: o rigor mortis aparece cerca de três horas depois da morte, atinge seu pico 12 horas depois e se dissipa depois de 48 horas.

Isso acontece pois existem bombas nas membranas das células musculares que regulam o cálcio no corpo. Quando as bombas param de funcionar, inundações de cálcio fazem com que os músculos se contraiam e endureçam.


Micróbios vão se juntar a essas enzimas, deixando o corpo todo verde a partir do ventre. Segundo Caroline Williams, da NewScientist, "os principais beneficiários são as 100 trilhões de bactérias que passaram suas vidas vivendo em harmonia conosco em nossas entranhas." Conforme as bactérias vão tomando conta do corpo, ele libera putrescina e cadaverina, que são os compostos responsáveis pelo mau cheiro do corpo humano após a morte.”

Fonte MOTHER NATURE NETWORK

Vejamos, nós, em momento algum estamos querendo defender nenhum cangaceiro. Porém, sempre que possível, analisamos cada fato, cada detalhe ocorrido desses, em suas vários ações ocorridas durante a história. Coisa que não pode ser mudada. O que aconteceu, aconteceu e virou fato histórico, sem endeusamentos, acusações ou defesas incabíveis.

A fisiologia advém do grego, "physis e logos", conhecimento e estudo, ou seja, é a ciência que estuda as funções dos seres multicelulares (vivos). A anatomia e a fisiologia são campos de estudo estreitamente relacionados onde a primeira incide sobre o conhecimento da forma e a segunda dedica-se ao estudo da função de cada parte do corpo, sendo ambas, áreas de vital importância. Nosso corpo, em toda a sua extensão, é uma sequência que não pode ser comprometida, se ocorrer um comprometimento, rompimento dessa sequência, após o local do trauma, podem surgir sequelas irreparáveis. Com o avanço dos estudos e a tecnologia atual, há, no momento condições de se fazer reparações nesses rompimentos, principalmente de nervos e tendões. Quando um nervo ou tendão é rompido, cortado, ele, em ambos as parte, anterior e posterior ao local do rompimento, começa a encurtar. Exemplificando: se por um acaso alguém rompe o tendão ou o nervo ulnar, na altura do terço médio do antebraço, esse começa a contrair-se imediatamente, tanto no sentido caudal como cefálico, dando trabalho, muitas vezes para o cirurgião especialista encontra-lo novamente a fim de fazer o ‘interligamento’ das partes.

De maneira geral, podemos reconhecer três tipos de músculo no corpo humano: Músculo não estriado (músculo liso); Músculo estriado esquelético; Músculo estriado cardíaco. Para nós, no momento, citaremos os dois primeiros.

Os músculos não estriados têm contração lenta e involuntária, isto é, os movimentos por eles gerados ocorrem independentemente da nossa vontade. Esses músculos são responsáveis, por exemplo, pela ereção dos pelos na pele (“arrepio”), e pelos movimentos de órgãos como o esôfago, o estômago, o intestino, as veias e as artérias, ou seja, músculos associados aos movimentos peristálticos e ao fluxo de sangue no organismo.

Os músculos estriados esqueléticos fixam-se aos ossos geralmente por meio de cordões fibrosos, chamados tendões. Possuem contração vigorosa e voluntária, isto é, seus movimentos obedecem a nossa vontade. Exemplos: os músculos das pernas, dos pés, dos braços e das mãos. Uma das principais propriedades dos músculos é a capacidade de se contrair; a contratilidade; é ela que torna possíveis os movimentos que praticamos em nosso corpo. O corpo humano, segundo os estudiosos, leva 12 horas após a morte para ficar rígido totalmente. Depois, após 48 horas, de enrijecimento, começa a mudar desse estado e ficar flexível, mole, novamente, pois há horas entrou em fase de decomposição.

Porque dessa nossa tentativa de explicar o enrijecimento pós morte do corpo humano e parte da anatomia e fisiologia do corpo humano: é que, para alguns que viram uma matéria nossa, dias atrás, sobre a morte do cangaceiro Corisco e a prisão de sua companheira, a cangaceira Dadá, o cangaceiro morreu brigando. Tudo bem para quem assim pensa, é uma opinião particular e merecedora de respeito. No entanto, para nós que analisamos a cena, segundo relatos de pessoas que passaram para um amigo nosso, de lá, de onde o corpo do cangaceiro foi sepultado, de Barra do Mendes, BA, além de confrontarmos as notícias dos jornais, as entrelinhas de vários autores, e o estudo da posição em que se encontrava o corpo , pouquíssimo tempo após sua morte na carroceria de um caminhão, é que chegamos a conclusão, nossa conclusão em particular, pois não estávamos lá para averiguarmos, nem tão pouco temos um laudo escrito por algum especialista, dizendo como encontrava-se, principalmente, os membros superiores daquele corpo, por isso não podemos dar uma conclusão inconteste, acharmos que o jovem, quando em vida, não tinha mais condições de lutar com arma de fogo em punho.

Nota-se, na captura fotográfica abaixo, a posição que se encontrava o membro superior esquerdo, do ex cangaceiro. Vejam que é exatamente esse membro que se relata ser o que ‘estava bom’, dando-lhe condições de sacar uma arma curta e atirar na patrulha que o cercava. Depois, correr em disparada, e atirar várias vezes por cima do ombro com a dita arma enquanto corria.

Estudando a maneira como se encontra o membro superior esquerdo, notamos que a articulação do cotovelo estava comprometida, não permitindo ele estender, abrir, o braço. Isso pode ter sido causado por um trauma direto naquela região e/ou o rompimento dos tendões e nervos dos movimentos do braço/antebraço/mão e dactilos, pois são uma sequência e, quando muito duplicam-se em suas extensões. Notamos ainda a posição em que se encontram os dactilos da mão esquerda, lisos em suas articulações, revelando-nos falta de movimentos anteriores. Quando uma parte do corpo, de um membro do corpo perde seus movimentos, essa parte comprometida começa a mudar seu aspecto, ficando mais fino, perdendo até parte dos pelos na pele, e essa, a pele, o maior órgão do corpo humano, muda totalmente seu aspecto naquela região.

Além desse pequeno esboço acima mostrado, tem o pedido de perdão do comandante daquela volante, José Osório de Farias, o tenente Zé Rufino, a dona Sérgia, ex cangaceira Dadá, muitos anos depois em seu leito de morte. Pedido que fiquei por vários e vários anos sem entender. Cheguei até a pensar que o tenente tinha uma ‘quedinha’ por Dadá, mas, aprofundando os estudos, senti que poderia, e por que não, o pedido de desculpas ter vindo pela forma, maneira, que ele ordenou o ataque ao companheiro dela nas terras da fazenda Cavaco, naquela tarde de domingo, 25 de maio de 1940. Depois, o que nos chamou a atenção foi a não decapitação do cangaceiro morto, ação que se tornou corriqueira entre os comandantes das volantes, principalmente usada pelo tenente Zé Rufino, e, muito chamou atenção, também, não terem sido mostradas as armas, através das tão conhecidas fotografias mostrando cabeças de cangaceiros e seus equipamentos bélicos, conduzidas pelos cangaceiros, Corisco e Dadá naquele momento, mostrando apenas a prisioneira, baleada em uma cama, em outra o corpo, ou parte desse, do cangaceiro morto, e, em outra ainda, o registro da volante, executora de tal façanha, com seu comandante e o repórter enviado para região do conflito do Diários Associados. As armas de Corisco foram levadas e entregues as autoridades quando da ‘entrega’ do cangaceiro Velocidade II.

Portanto, não defendendo alguém ou acusando outrem, continuamos acreditando que Cristino Gomes foi morto sem ter condições de defender-se. Achamos também que, se alguém atirou contra a volante, com certeza, esse alguém foi a Dadá, pelo seu jeito impulsivo, não lhe faltando coragem para tal ato.

Não somos donos da verdade, longe disso, no entanto, nada nos impede de irmos à busca da mesma, ou pelo menos, chegarmos o mais próximo possível dela.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: Historiografia do Cangaço
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XXIII EGEORN ABERTURA DO EVENTO


Participe do XXIII EGEORN 
Encontro Estadual de Geografia do Rio Grande do Norte 
07 a 09 de junho de 2017- Mossoró/RN
Realização: Departamento de Geografia da FAFIC/UERN

Profa. Maria José Costa Fernandes (Zezé Costa)
Coordenadora Geral do Evento

Jionaldo Pereira de Oliveira
Chefe do Departamento de Geografia
Portaria 031/2016-GR

Lázaro Emerson Soares 
Agente Técnico Administrativo
Departamento de Geografia

Mat. 08944-3

João Paulo Costa  
Agente Técnico Administrativo 
Departamento de Geografia
Mat. 08743-2


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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PARTICULARIDADES SOBRE O ATAQUE DO BANDO DE LAMPIÃO A MOSSORÓ

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Participação do Presidente da SBEC, Prof. Benedito Vasconcelos Mendes no Programa da Jornalista Lilian Martins, na TCM (Canal-10), realizado no dia 2 de junho de 2017.

https://tcm10hd.com.br/variedades/particularidades-sobre-o-ataque-do-bando-de-lampiao-a-mossoro/

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BARROS DE ALENCAR, CANTOR, COMPOSITOR E RADIALISTA, MORRE AOS 84 ANOS


O comunicador de rádio e TV estava internado em um hospital no bairro da Mooca, em São Paulo, e morreu no início da madrugada.

Barros de Alencar morreu na madrugada desta segunda-feira (ontem, 05), aos 84 anos. Cantor, compositor e comunicador de rádio e TV, ele estava internado em um hospital no bairro da Mooca, em São Paulo. Segundo post feito por Virgínia Barros, irmã do radialista, no Facebook, o enterro acontece às 13h30, no cemitério Primavera em Guarulhos, Grande São Paulo.

https://www.youtube.com/watch?v=kQCRUSnIAnk

Pela manhã, o radialista Kaká Siqueira, locutor da Tropical FM 107,9 - SP, afirmou que Barros entrou em coma no domingo (04). "Ele estava com o coração bem fraquinho", afirmou Kaká, que relembrou ainda o período em que o amigo passou por problemas nas cordas vocais e precisou passar por uma cirurgia.

Cristóvão Barros de Alencar nasceu na Paraíba e iniciou sua carreira como radialista em Campina Grande, na Rádio Borborema. Na década de 1960, passou também pelas rádios Tupi, Record e América. Em 1966, lançou seu primeiro disco. Entre seus projetos musicais, gravou em 1975 uma versão em português de "Emmanuelle", trilha do famoso filme homônimo da época. Ao longo dos anos, intercalou a carreira musical com seu reconhecido trabalho nas rádios.

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/barros-de-alencar-cantor-compositor-e-radialista-morre-aos-84-anos.ghtml

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EVENTO: MOSSORÓ - CELEBRANDO OS 90 ANOS DE RESISTÊNCIA AOS CANGACEIROS DE LAMPIÃO..

Por Voltaseca Volta

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=684200648448579&set=gm.655816424627305&type=3&theater

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SALAS DAS OFICINAS E MINI CURSOS DO XXXIII EGEORN 2017 MINI-CURSOS E OFICINAS


SALAS DAS OFICINAS E MINI CURSOS DO XXXIII EGEORN 2017 MINI-CURSOS E OFICINAS: 08 e 09 de junho (Manhã) https://contatoxxiiiegeorn.wixsite.com/xxiiiegeorn/inscricoes 

COMISSÃO ORGANIZADORA DO XXIII EGEORN 

Nº LOCAL RESPONSÁVEL MINI CURSO OU OFICINA 

01 LABOGEO FILIPE E BLÊNIO GEOPROCESSAMENTO APLICADO À ESTUDOS AMBIENTAIS MONITOR (A): ÍTALA 

02 SALA DE CARTOGRAFIA DANIELE E LUZENIR O USO DE LIVROS (POP UP) NO ENSINO DE GEOGRAFIA MONITOR (A): DÁLIA 

03 AUDITÓRIO DA FAFIC ROMERO O NORDESTE NAS MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA MONITOR (A): ERIC 

04 FAFIC JEYSON O PLANEJAMENTO EM GEOGRAFIA: CONTEÚDOS E PRÁTICAS MONITOR (A): ARI MAGNO 

05 FAFIC GEOPROF EDUCAR PELA PESQUISA EM GEOGRAFIA MONITOR (A): JOSÉ FÉLIX 

06 FAFIC ROBSON INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS MANGUEZAIS MONITOR (A): ÍCARO 

07 FE PIBID GEO SEQUÊNCIAS DIDÁTICOMETODOLÓGICAS PARA O ENSINO DAS TEMÁTICAS CAMPO E CIDADE MONITOR (A): LÍDIA 

08 FE PIBID GEO SEQUÊNCIAS DIDÁTICOMETODOLÓGICAS PARA O ENSINO DAS TEMÁTICAS RURAL E URBANO MONITOR (A): ANDERSON 

09 FE PIBID GEO HISTÓRIA DOS MAPAS E PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS - ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO MONITOR (A): ERICK 10 FE PIBID GEO ESCALA CARTOGRÁFICA E ELEMENTOS SIMBÓLICOS NO MAPA (LEGENDAS) MONITOR (A): ELANO

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço o gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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