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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Antônio Silvino

Por: Giovani Costa

Manoel Batista de Morais nasceu no dia 2 de novembro de 1875, em Afogados da Ingazeira, uma pequena cidade situada às margens do rio Pajeú das Flores, sertão do Estado de Pernambuco. Era filho de Francisco Batista de Morais e de Balbina Pereira de Morais. Na juventude, ficou conhecido como Batistinha (ou Nezinho). Seus dois irmãos eram Zeferino e Francisco.


Batistinha possuía um tio chamado Silvino Aires Cavalcanti de Albuquerque que, após ter brigado com os partidários do General Dantas Barreto (governador de Pernambuco), decidira organizar um bando e, desde então, vivia espalhando o terror pelos sertões adentro.

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Desse grupo, faziam parte: Luís Mansidão e o seu irmão, Isidoro, Chico Lima, João Duda, Antônio Piúta e, posteriormente, os seus sobrinhos Zeferino e Manoel Batista de Morais (Batistinha).

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Manuel Baptista de Moraes, celebrizado no cangaço como Antônio Silvino.o mais famoso antecessor de Virgulino Ferreira, Lampião, no alvorecer do século XX.

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Período  de atuação:de 1897 a 1914, quando o cangaceiro foi ferido pela Polícia De Pernambuco e se entrega sem oferecer resistência e somente pede garantias de vida, no que atendido pela autoridade que efetuou a prisão.

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Em julgamento sucessivos realizados pelo tribunal do Júri de Olinda é condenado a mais d e trinta anos de prisão. 
Cumpriu a maior parte da pena na Casa de Detenção de Recife, sendo indultado por Getúlio Vargas em 1944.regenerou por completo.

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Antônio Silvino teve oito filhos: José, Manoel, José Batista, José Morais, Severino, Severina, Isaura e Damiana. Ele morreu na casa de sua prima Teodulina, no dia 30 de julho de 1944. 

Casa onde Antonio Silvino faleceu

Teodulina, no dia 30 de julho de 1944. Ao lado de uma multidão de curiosos, procurando vê-lo pela última vez, o ex-cangaceiro foi enterrado no Cemitério de Campina Grande.

Foto do túmulo do cangaceiro Antonio Silvino

Onde eu estou não se rouba
Nem se fala em vida alheia,
Porque na minha justiça
Não vai ninguém pra cadeia:
Paga logo o que tem feito
Com o sangue da própria veia.

Postado por Giovani Costa
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MENSAGEM DA MISSA DE 7º DIA

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa

MENSAGEM DA MISSA DE 7º DIA

MISSA DE 7º DIA
ALCINO – UMA MENSAGEM DE RECONHECIMENTO
E PARA O SEU ETERNO DESCANSO

Ontem, 07 de novembro de 2012, na igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Poço Redondo, ocorreu a celebração da missa de 7º dia em memória de Alcino Alves Costa. Através da oração, os seus irmãos sertanejos pediram pelo descanso eterno de sua alma. Foi um gesto de fé na misericórdia de Deus, na ressurreição da carne e na vida eterna.

Durante o ato, foi lida a seguinte mensagem escrita pelo seu filho Rangel Alves da Costa:

Sete dias que separam a vida terrena da vida eterna. Ontem a presença entre nós, hoje ao lado do Senhor.

Mas a dimensão de Alcino Alves Costa é tão grande, tão imensa e profunda, que mesmo o chamado de Deus aos 72 anos não o fez partir sem deixar entre nós os reflexos de suas duradouras realizações.

Reflitamos bem e percebamos que Alcino não possuía apenas esse nome de batismo, Alcino Alves Costa, pois poderia ser reconhecido e chamado Sertão, Poço Redondo, História, Poeta Matuto, Caipira de Poço Redondo, ou simplesmente Sertão, Viola e Amor.

Ninguém mais amou sua terra, seu povo e sua história do que Alcino. Não só venerou no seu humilde coração sertanejo, como teve a singela preocupação de transcrever para a posteridade, para estas e as futuras gerações, o viver de um povo, suas lutas, suas conquistas, seus costumes e tradições.

Ninguém mais amou aos seus do que Alcino. Pessoa de grandiosa família, pois seu sangue não corria apenas nos seus filhos, netos e parentes, mas em toda população poço-redondense, em todo o povo sertanejo.

Por essa imensa família chamada sertão devotou um amor desmedido. Para sentir mais de perto o chão do seu lar, o calor de seus caminhos ensolarados, seguia pelas ruas e estradas com sua inseparável havaiana. Luxo apenas na sua honra sertaneja de ser, de levantar a voz e dizer da benção divina nascer e viver no sertão.


Foi político, prefeito por três vezes, grande liderança entre os seus. Mas disso só lhe restou aquilo que tão bem foi citado pelo poeta Carlos Drummond: Um retrato na parede! Contudo, por trás dessa fotografia a grande obra de Alcino pelo seu município, pela sua cidade: construiu um lugar, deu-lhe vida, arborizou-o, espalhou praças e cimentou seus caminhos. Até hoje o melhor de Poço Redondo vem dessa herança administrativa deixada por Alcino.

Por não querer carregar sozinho o seu sertão no coração, o poeta matuto começou a descrevê-lo para os seus e para o mundo. Vestiu roupa de sol e trilhou as veredas cangaceiras para mostrar as dimensões de tantas batalhas inglórias, dos filhos de Poço Redondo que trocaram o lar pelo espinho. Desceu as águas do Velho Chico para cantar a vida ribeirinha, os lamentos pescadores, as lutas para salvar o leito que é vida e pão.

Sem jamais tocar qualquer instrumento, ainda assim Alcino dedilhou a viola caipira, trazendo consigo Tonico e Tinoco para mostrar ao seu povo a importância da autêntica música sertaneja, aquela mesma que fala da simplicidade do amor, da vida campesina, do sertão de imensa lua, da vida que é a nossa.

Quando prefeito, sua festa era um festejar sertanejo, trazendo para o seu povo sua raiz musical. Forró, cantoria matuta, grandes nomes da musicalidade nordestina já pisaram nesse chão em eventos de rua e para jamais esquecer. Não há um de mais idade que não recorde dessa preocupação daquele jovem prefeito em respeitar a identidade do seu povo.


Assim, Alcino foi múltiplo, foi muitos, vários, diversos, e assim continuará. E continuará não apenas pelos seus livros, sua poesia, suas músicas, sua voz ao entardecer dos sábados na Xingó FM, mas também, e principalmente, porque soube tão bem enraizar aquilo que se eternizará: ontem, hoje, amanhã, daqui a mil anos, e para sempre, será lembrado como aquele que de havaiana nos pés cruzou as fronteiras do conhecimento e foi bradar nas mais altas academias as riquezas do seu sertão.

Saiba, meu bom sertanejo que, como diz a música, ainda que a noite traiçoeira nos tenha chegado tão impiedosamente, buscamos o possível conforto por saber que repousa eternamente na casa do Senhor, guarnecido sempre pelo amor e pelas preces dos seus filhos, netos, parentes, amigos e todo o povo sertanejo.

Por isso mesmo que Poço Redondo deve sentir muito orgulho desse seu filho amado que há sete dias nos deixou. São sete dias que nos separam de sua presença; sete dias em que o Senhor fez o chamado para ouvir de sua voz uma história de Sertão, Viola e Amor.

Biografia do autor:

(*) Meu nome é Rangel Alves da Costa, nascido no sertão sergipano do São Francisco, no município de Poço Redondo. Sou formado em Direito pela UFS e advogado inscrito na OAB/SE, da qual fui membro da Comissão de Direitos Humanos. Estudei também História na UFS e Jornalismo pela UNIT, cursos que não cheguei a concluir. Sou autor dos eguintes livros: romances em "Ilha das Flores" e "Evangelho Segundo a Solidão"; crônicas em "Crônicas Sertanejas" e "O Livro das Palavras Tristes"; contos em "Três Contos de Avoar" e "A Solidão e a Árvore e outros contos"; poesias em "Todo Inverso", "Poesia Artesã" e "Já Outono"; e ainda de "Estudos Para Cordel - prosa rimada sobre a vida do cordel", "Da Arte da Sobrevivência no Sertão - Palavras do Velho" e "Poço Redondo - Relatos Sobre o Refúgio do Sol". Outros livros já estão prontos para publicação. Escritório do autor: Av. Carlos Bulamarqui, nº 328, Centro, CEP 49010-660, Aracaju/SE.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com