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domingo, 19 de junho de 2022

EM MOSSORÓ É REALIZADO O XVIII FÓRUM DO CANGAÇO, III ENCONTRO DE SABERES HISTÓRICOS E O I DIÁLOGOS PAULO GASTÃO.

 

Lemuel Rodrigues, Ângelo Osmiro, Paulo Gastão Junior, Antônio Robson, 
Manoel Severo, Geraldo Maia e Marcilio Falcão

Aconteceu nos últimos dias 13 a 15 de junho de 2022, na cidade de Mossoró, a partir de promoção do Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (Fafic) e da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, o XVIII Fórum do Cangaço, conjuntamente o III Encontro de Saberes Históricos e o I Diálogos Paulo Gastão.

A solenidade de abertura aconteceu nas dependências do Auditório da FAFIC/UERN e teve como primeira Mesa o tema: Revisitando a Historiografia do Cangaço, mesa composta por Cid Augusto - Faculdade Católica do RN; Ângelo Osmiro - Presidente do GECC e Marcílio Falcão - UERN/SBEC.

Cid Augusto , Marcílio Falcão e Ângelo Osmiro
Público presente no Auditório da FAFIC/UERN
Patrícia Gastão, Cid Augusto e Kydelmir Dantas

A programação teve sequência na manha da terça-feira com a Mesa que discutiu o filme "Baile Perfumado" e contou com a participação de Aderbal Nogueira, Ângelo Osmiro e Josué Damasceno, a apresentação também aconteceu no Auditório da FAFIC/UERN.

Aderbal Nogueira, Josué Damasceno e Ângelo Osmiro
Benedito Vasconcelos

A segunda e última noite do Fórum do Cangaço teve como tema: “95 anos do ataque de Lampião a Mossoró: Novos enfoques e possibilidades”, acontecida às 19 horas com a coordenação de Geraldo Maia e a participação de Marcilio Falcão e Antônio Robson.

Antônio Robson, Geraldo Maia e Marcilio Falcão
Lemuel Rodrigues, Manoel Severo e Geraldo Maia

"Só temos que parabenizar à iniciativa da UERN e da SBEC pela realização do XVIII Fórum do Cangaço, conjuntamente com o III Encontro de Saberes Históricos e o I Diálogos Paulo Gastão, pela qualidade das temáticas desenvolvidas e pelos debatedores de alto nível. Os confrades Lemuel Rodrigues, Geraldo Maia e Marcilio Falcão estão de parabéns pela grande realização" Ressalta Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço.

Lemuel Rodrigues e Heldemar Garcia

Segundo o professor doutor Lemuel Rodrigues (UERN/SBEC), “Os 95 anos da resistência dos mossoroenses ao bando de Lampião serve para refletir sobre nossa História mas também sobre nossa cultura e identidade e como o poder público pode usar os fatos históricos como retórica política. E como não poderia deixar de lembrar do Fórum do Cangaço em sua XVIIIV edição, bem como o I Diálogos Paulo Gastão e o III Encontro de Saberes Históricos, discutem os 95 anos da resistência e a violência rural no Brasil republicano”.

Angelo Osmiro e Manoel Severo
Manoel Severo e Ricardo Meira Arruda
Abimael Silva e Manoel Severo

O encerramento do Forum se deu na manha de quarta-feira, 15 de junho, com a Visita Técnica aos principais cenários históricos de Mossoró. Visita coordenada por Geraldo Maia, Lemuel Rodrigues e Marcilio Falcão.

XVIII Fórum do Cangaço, conjuntamente o III Encontro de Saberes Históricos e o I Diálogos Paulo Gastão - 13 a 15 de junho de 2022

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/06/em-mossoro-e-realizado-o-xviii-forum-do.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO NO RN, MEDO TERROR E SANGUE - PARTE I

 Por José de Paiva Rebouças


Antes de pisar em Mossoró, o mais conhecido cangaceiro da história nordestina realizou uma peregrinação de mais de 200 km, espalhando medo, e sangue. Mas, talvez ele não tivesse vindo se não fosse o ataque de Massilon a Apodi, uma parte da história que poucos conhecem ou dão atenção.


Para a maioria dos pesquisadores, o grande incentivador do ataque de Lampião a Mossoró, em 13 de junho de 1927, foi Massilon Leite, capanga de coronéis da Paraíba que teve vida curta no cangaço.


Natural de Timbaúba dos MocósPE, segundo pesquisa de Honório de Medeiros, esta figura emblemática do cangaço da década de 1920 viveu em Cacimba de Areias, em Patos-PB, depois no Sítio São Joaquim, em Pombal-PB até, finalmente, chegar ao sítio Japão, no município de Luíz Gomes-RN onde viveu até sumir do mapa.

Massilon ou Benevides, como também é chamado, teria sido o responsável por persuadir o coronel Isaías Arruda a convencer Lampião do ataque. Coiteiro afoito do Ceará, Arruda era chefe político em Missão Velha-CE e costumava dar guarita aos cangaceiros no município de Aurora-CE, onde também tinha propriedade.


O argumento principal para fazer a cabeça de Virgulino, no entanto, foi a invasão promissora de Massilon à cidade de Apodi, no dia 10 de maio de 1927, atendendo solicitação do fazendeiro Décio Holanda, de Pereiro-CE.

Genro Tylon Gurgel, chefe político de Pedra de Abelha, distrito da zona rural apodiense onde hoje é o município de Felipe Guerra, Hollanda queria notoriedade política para ele e para o sogro.

Na oposição, vivia de atacar a família Pinto, especificamente o presidente da Intendência Municipal, Francisco Ferreira Pinto, e era perseguido politicamente por isso.

Acontece que a oligarquia Pinto tinha ligação com o poder em Apodi desde 1780 quando tomou posse na cidade o capitão Pinto Machado. Esse grupo se tornou tão poderoso que possuía representação política em toda a região - de Portalegre a Mossoró.

Como Hollanda não conseguiu assumir a posição desejada, só lhe restou a vingança. Para isso, procurou o coronel Isaías Arruda. Este por sua vez, contratou Massilon Leite para montar um grupo e pôr em prática o crime encomendado.

Massilon e seu bando entraram em Apodi por volta das quatro horas da manhã do dia 10 de maio de 1927. Com tiros e algazarras espalharam o terror. Atacaram prédios importantes e estratégicos como o telégrafo e a cadeia pública, onde prenderam os praças e roubaram as armas.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2022/04/livro-do-geraldo-maia-do-nascimento.html

Segundo o pesquisador Geraldo Maia, os cangaceiros levaram uma lista de tarefas indicando o castigo de cada uma das futuras vítimas: executar o presidente da Intendência Municipal, Francisco Ferreira Pinto (Chico Pinto) e o capitão Jacinto Tavares; espancar e cortar a orelha do comerciante Luiz Leite e saquear as fazendas de Luiz Sulpino e Benevides Laurindo.

https://fatosdeapodi.blogspot.com/2019/04/cel-chico-pinto.html

Ao lado de cada um dos nomes, a pena respectiva ia desde o espancamento até a execução. Na ocasião de Chico Pinto, Massilon anunciou sua morte, mas, não se sabe porque acabou desistindo depois de conversar com o intendente. Levaram do homem cinco contos de réis entre dinheiro e joias da família.

O segundo ataque foi na casa de Luiz Leite. Arrombaram a porta e pediram resgate. O homem implorou pela vida. Depois disse que não tinha em caixa o dinheiro pedido por seu resgate e então pediu permissão para tomar emprestado nas redondezas. Massilon vacilou, mas acabou cedendo. O homem saiu e não voltou mais.

Quase 10h da manhã, os cangaceiros ainda dominavam a cidade. O chefe do bando, enfurecido com a enganação do refém, mandou saquear seu comércio. Acabaram entrando na firma Jásimo & Pinto, pertencente a outro comerciante.

Apossaram-se dos bens mais valiosos e em seguida, incendiaram o lugar. O fogo se espalhou por outros prédios. Os cangaceiros ainda roubaram os comércios de Elpídio Câmara, João de Deus Ferreira Pinto e a agência da Mesa de Rendas Estaduais.               
Ali perto, o quadrilheiro José Pequeno, o Cajazeiras, encontrou, por acaso, com o bodegueiro Manoel Rodrigues de França, conhecido como Manoel Velho, antigo desafeto. Depois de humilhá-lo, atirou nele à queima-roupa. Agonizou até a morte.

Segundo Sérgio Dantas, não aconteceram outras mortes na cidade graças à intervenção do padre Benedito Basílio Alves, De crucifixo na mão, rogou por misericórdia. Devotos, os cangaceiros atenderam.

Sem o retorno de Luiz Leite, o bando foi embora por volta do meio-dia =, deixando a cidade arrasada. No caminho, invadiram e saquearam as propriedades de Antônio Manoel de Sousa, Joaquim Pereira e João Francisco de Oliveira.

De acordo com a edição de 15 de maio de 1927, além dos 5 contos levados de Chico Pinto, os bandidos levaram ainda 1 conto de Luiz Sulpino e 20 contos de Bevenuto Hollanda. João Pinto, Elpídio Câmara e João de Deus também foram assaltados em quantias inferiores a 1 conto de réis.

Um fato interessante, segundo Geraldo Maia, é que embora não fosse comum aos cangaceiros, parte dos bandidos que atacaram Apodi estava mascarado. Mas isso não impediu que alguns fossem identificados como antigos residente do lugar.

Continuarei amanhã.

Fonte - Revista Brava Gente  do Jornal de fato.com 

Página 10

Mês Junho de 2022.

Digitado e Ilustrado por José Mendes Pereira - administrador deste blog.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Continuarei amanhã.

Fonte - Revista Brava Gente  do Jornal de fato.com 

Página 09 e 10

Mês Junho de 2022.

Digitado e Ilustrado por José Mendes Pereira - administrador deste blog.