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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O ATAQUE DO BANDO DE LAMPIÃO A JOSÉ DE ESPERIDIÃO EM VARZINHA

Material do acervo do pesquisador José João Souza

Em 25 de novembro de 1926, um dia antes da Batalha da Serra Grande, o bando de Lampião atacou José de Esperidião, residente na fazenda Varzinha, município de Serra Talhada - PE. Nessa ocasião, sua residência estava com alguns visitantes, os quais foram cumprimentar Rosa Cariri, esposa de José de Esperidião, por ter dado luz a uma criança, que estava com sete dias de nascido.


Rosa, ao avistar, de longe, alguns cangaceiros avisou ao marido, alertando-o para que se retirasse. José de Esperidião perguntou:

- Quantas pessoas você acha que vêm?

Ela respondeu:

- Uns vintes homens.

Ele disse:

- Não corro com medo de vinte homens.

José de Esperidião pegou seu rifle e dois bornais de balas e ficou entrincheirado no quarto.

Quando os cangaceiros chegaram deram boa tarde e perguntaram:

- José de Esperidião está?

Lá de dentro ele respondeu:

- Estou aqui!


Os cangaceiros disseram:

- Venha para fora, precisamos conversar.

José respondeu: 

- Já estamos conversando, eu não vou sair e vocês também não vão entrar.

Quando as pessoas presentes notaram que estavam diante do bando de Lampião, começou a correria, o pavor foi tanto, que algumas mulheres pularam pelas janelas. Os cangaceiros perceberam que José de Esperidião não sairia e começou o tiroteio.


O recém-nascido, José Pereira Lima (Cazuza), filho da vítima, estava deitado em uma rede na sala e foi baleado nos dois pés (o mesmo estava com os pés cruzados). De toda ribeira ouviam-se os tiros e a maioria dos habitantes da localidade abandonaram suas casas e foram se refugiar na caatinga.


Lampião ficou sentado na calçada de Agostinho Bezerra, próximo ao local. O ataque foi coordenado por Antônio Ferreira, motivado por uma vingança de um assassinato cometido por José de Esperidião na Serra Negra, no município de Floresta. 

Antonio Ferreira irmão de Lampião foi assassinado em combate no dia 25 de Dezembro de 1926

Quando Lampião percebeu que o caso era demorado, foi aguardar o desfecho deitado em uma rede no alpendre da casa de Braz Estevão, um pouco mais distante do local do ataque.

João Gomes de Lira

Segundo relatos do escritor João Gomes de Lira, os cangaceiros chegaram à casa de José de Esperidião por volta de uma hora da tarde. O tiroteio durou a tarde inteira. “Às seis horas da tarde, um cangaceiro foi até onde estava Lampião, para dizer que José de Esperidião era valente; uma fera, até parece que não morre. Assim, o que deviam fazer? Lampião respondeu e determinou que arrancassem as cercas do curral, apinhassem a madeira no pé da parede em volta da casa e tocassem fogo, que ele morria”.

O fogo destruiu toda madeira do telhado, ficou apenas as paredes em pé, no dia seguinte, uma mulher moradora da localidade, foi a primeira pessoa a entrar no recinto, pulando por cima de brasas e cinza, conseguiu chegar ao quarto da casa, onde tombou o corpo de José de Esperidião, com seu rifle na mão, bala na agulha e o dedo no gatilho. Quando a mulher pegou e puxou o rifle, o mesmo disparou. 

Frederico Pernambucano de Melo

Em uma conversa informal do historiador Frederico Pernambucano de Melo, ele afirmou que, José de Esperidião era homem valente, mesmo depois de morto ainda conseguiu atirar.

Quando retiraram o corpo de José de Esperidião para fazer o sepultamento, não encontraram marcas de balas no corpo dele, portanto, chegou-se à conclusão de que a morte fora por asfixia provocada pela fumaça.

José Pereira Lima, filho da vítima, ficou com uma marca no pé pelo resto de sua vida. Geralmente, quando ia comprar sapatos, adquiria dois pares, um par 41 e outro par 42, pois um pé ficara menor.

Conforme consta no livro, Memórias de um Soldado de Volante, de João Gomes de Lira, “Ao cair da tarde daquele dia, a Força que vinha distante, ouviu as últimas descargas do fogo dos bandidos contra José de Esperidião. Quando ali chegou, na manhã seguinte, só encontrou o tristíssimo quadro”.

Fonte: facebook
Página: José João Souza

ACESSANDO ESTE LINK

Saiba como o Antonio Ferreira foi assassinado por Luiz Pedro, seu companheiro: 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/05/morre-antonio-ferreira.html

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A NOITE DOS CACETEIROS

POR FERNANDO MAIA NÓBREGA

Os Caceteiros, também conhecidos como “Cerca-igrejas”, eram pessoas simples, moradores de sítios e fazendas do Cariri, afamados por manusearem com destreza, técnica e perícia um bastão de madeira nos combates que exigiam corpo a corpo. No do século XIX, foi muito comum o uso dos Caceteiros como grupo paramilitar na proteção das cidades ou em revoluções devido à escassez e dificuldades na aquisição de armas de fogo. Era uma terrível e assustadora arma usada por eles, tanto para defesa pessoal como para guerra, fabricada de várias maneiras, conforme afirma Gustavo Barroso: “Quirim é o cacete meio curto, feito de uma vergôntea de duro e fortíssimo jucá, assada, de canela de veado, cheia de estrias, de negra maçaranduba ou coração de negro”.

Uma das primeiras vezes em que se têm notícias da utilização desse contingente como grupo paramilitar ocorreu na Confederação do Equador em 1824 pelo Capitão-de-Ordens Joaquim Pinto Madeira. No combate de Picada, os Caceteiros formando uma espécie de infantaria dizimaram ferozmente os adversários com certeiros golpes desse bordão no crânio ou esfacelando ossos onde quer que atingissem. Têm-se notícias da presença de 500 Caceteiros na Guerra do Paraguai em 1865. Um fato bastante interessante é quando os Caceteiros se transformavam em “Cerca-Igrejas”, espécie de defensores ou guardas da religiosidade popular. Bastava qualquer ameaça que pairasse sobre a Igreja, mesmo infundada, eles se reuniam autônima e independentemente e lá estavam como guardiãs da fé, defendendo sua crença e sua religiosidade.

Um Medo Coletivo... A mudança intelectual sofrida pela Europa nos princípios do século XIX, foi profunda demais para ser aceita repentinamente nos cafundós do nordeste brasileiro. As grandes transformações vindas com a Revolução Francesa, em 1789, apregoando a igualdade, fraternidade e liberdade, impactaram violentamente aqui no Brasil onde imperava ainda a escravidão.


Outro lema proposto na Revolução era o banimento por completo da escuridão intelectual reinante no planeta. Em plena efervescência do positivismo francês, difundia-se o racionalismo e se sugeria o fim das tolas crendices religiosas impostas principalmente pela Igreja Católica, a grande responsável pelo atraso científico do mundo. Existiam pensadores que propunham, até, a troca do catolicismo pelo culto à racionalidade. Chegou-se ao exagero de sugerir que a imagem de Nossa Senhora de “Notre Dame” fosse substituída pela Deusa Razão na cidade de Paris.

No Cariri essa nova filosofia chegou de forma deturpada, gerando receio que tais heresias se repetissem por aqui. O Brasil evidentemente não ficaria imune às transformações ocorrida na França, posto que nossa elite era educada na Europa e a França ditava a moda e costumes daquele tempo. Daí que em 1821 houve várias manifestações, no sul do país e, no nordeste, em Pernambuco, clamando por uma constituinte que viesse mudar o quadro social da nação.

Tal movimento político se espalhou no interior do Ceará. Talvez pela similaridade com os lemas da Revolução Francesa, o povo, sem muita instrução escolar, interpretou erroneamente as notícias chegadas. Em pouco tempo, corria de boca em boca a inverossímil notícia de que um grupo de ateus pretendia retirar, do altar da matriz do Crato, a imagem de Nossa Senhora da Penha e por, em seu lugar, uma prostituta de nome Úrsula! Ocorreu que no dia 05 de agosto de 1821, celebrava-se, no Crato, uma missa de ação de graça pelo regime constitucional, quando a igreja foi invadida pelos “cabras” da serra de São Pedro, armados de cacetes, enxadas e foices, com o propósito de impedir que a Santa fosse dali retirada. Na ocasião houve brigas e várias pessoas saíram feridas.


O fanatismo religioso no Cariri era tão forte a ponto dos “Cerca-Igrejas” não dependerem do ponto de vista oficial da Igreja ou de líderes políticos para tomarem suas decisões. Auto se denominavam de “Protetores da Fé”, “Guardiãs do Templo” e defendiam per si a bandeira de suas próprias crenças. É bem verdade que essa autonomia tinha origem na desconfiança dos populares contra os padres. Os sacerdotes, salvo honrosas exceções, viviam em concubinatos, amealhavam riquezas e durante bastante tempo apoiaram o regime escravocrata do Brasil. Há registro que as igrejas do Recife foram invadidas e se quebraram imagens de santos. “Nos municípios de Acarape e Quixeramobim, no Ceará, registram-se também, nos anos de 1874-1875, a invasão de templos católicos, e aí são rasgados livros de atas e quebrados móveis”. (06). Havia uma profunda mágoa na alma do povo contra os padres lazaristas franceses que abandonaram, com medo de morrerem, a cidade do Crato quando lá surgiu cólera morbus, em meados do século XIX, procedimento esse muito contrário aos ensinados por Jesus Cristo.

Um outro fato que veio servir de divisor de águas entre a igreja oficial e a popular foi o denominado “Milagres de Juazeiro”. Em 06 de março de 1889, na Igreja de Nossa Senhoras das Dores, quando o reverendo padre Cícero Romão ao dar comunhão à beata Maria de Araújo, a hóstia consagrada se transforma em sangue! (07) A notícia do milagre se espalhou rapidamente pelo sertão e a cidade passou a ser ponto de peregrinação e o sarcedote a ser venerado como santo pelos nordestinos. A Igreja oficial enviou várias comissões de inquérito para averiguação dos fatos e os considerou como embuste. Uma forte pressão foi exercida sobre o padre Cícero para que negasse a miraculosidade dos acontecimentos. A posição forte da Igreja revoltou os sertanejos que passaram a tê-la como inimiga.

Beata Maria de Araújo

Um bom exemplo dessa dicotomia ocorreu em Juazeiro do Norte em 15 de setembro de 1921. O vigário da cidade, Padre Esmeraldo, resolveu demolir uma das torres da igreja, por estar deteriorada, em péssimo estado de conservação, para reconstruí-la depois. Aos olhos dos Caceteiros ou “Cerca-Igrejas”, isso se constituía uma invasão profana à Casa de Deus! Como guardiões da fé, ali estavam para defenderem-na com sacrifico das próprias vidas! Afirma a escritora Amália Xavier: ”Armados de cacetes pensavam que deviam assim defender a casa de Nossa Senhora (...)” . Via-se, então, que pouco a pouco a formação de um sistema autônomo protetor da fé popular. Sem qualquer comando, sem um local fixo, o grupo de Caceteiros surgia organizado e forte. Bastava um boato qualquer e eles se arvoram de um poder defensor da fé popular.

O Dia do Massacre... Após a morte do Padre Cícero ocorrida em 1934, aconteceu um processo inverso do que pensava a igreja católica: o número de fanáticos em Juazeiro do Norte aumentou assustadoramente! Era freqüente a presença de beatos na calçada da igreja pregando o fim do mundo ou interpretando à sua maneira o que o patriarca de Juazeiro falara. A religiosidade popular aumentava de maneira impressionante.

Eis que um fato fez eclodir o velho medo coletivo da usurpação da Casa de Deus! Em 29 de setembro de 1934, Monsenhor Pedro Esmeraldo, ao rezar missa, aproveitou o sermão para falar sobre o regime comunista e as recentes atrocidades que essa forma ateísta de governo vinha cometendo na Rússia. No ápice da empolgação de sua oratória, atentava aos tementes a Deus sobre uma possível destruição da Igreja por partes dos ateus comunistas! Agora era que a coragem dos romeiros estava à prova: expulsar os inimigos de Deus quando chegasse esse terrível momento! E por essas fatalidades do destino, em meio a sua pregação, o padre Esmeraldo foi acometido de repentina dor de cabeça e caiu fulminado em cima do altar que celebrava a missa!

Eis uma das torres que o Pe. Esmeraldo pretendia demolir
e foi impedido pelos  Caceteiros

A estupefação popular foi enorme! Os fieis viam naquilo um aviso divino. O velho pesadelo da invasão à Casa de Deus veio à tona. Dr. Geraldo Menezes Barbosa retrata com maestria a sensação dos presentes: “Ficara, porém, seu sermão comentado entre os romeiros e sua morte, no altar como uma ação divina, um martirológio, a exigir dos fiéis uma represália corajosa contra a vinda dos comunistas. (...)”.

A morte do vigário, dois dias após a síncope sofrida na igreja, em circunstância tão inusitada foi o acicate para a junção do grupo dos “Cerca-Igrejas” na função de protetores da Morada da Mãe de Deus. Em pouco tempo foram-se aglutinando a frente da matriz homens armados de foices, enxadas e bastões sob o comando de um certo Venâncio “(...) chegando a se reunir, na aludida igreja, em número mais de 200”. Como um exército perfeitamente treinado e organizado, os Caceteiros de logo traçaram a estratégia a ser tomada. Um grupo seleto circundaria a imagem da Santa como um rosário dentro da igreja e os demais permaneceriam nas portas impedindo a passagem de quem quer que fosse. Ninguém saía ou entrava sem a permissão dos chefes. É evidente que tal aglomeração nas dependências da matriz tornara-se inoportuna para a população local que reclamava do aumento de furto e desordem na cidade. Acusava-se, até, do uso de maconha por parte de alguns invasores. Em que pese os constantes rogos das autoridades locais, os Caceteiros se mantinha irresolutos na sua decisão. Intitulavam-se de “(...) Leões e leões não recuam diante do perigo!”.


Certa ocasião, o próprio Padre Juvenal Colares Maia, substituto do falecido vigário, tentou dialogar com os invasores e foi agredido violentamente. De outra feita, Preto Júlio, Guarda Civil conhecidíssimo na cidade, foi confabular com os Caceteiros e saiu gravemente ferido. Diante da situação insustentável, o prefeito José Geraldo da Cruz se viu obrigado a solicitar a intervenção policial. Dirigiu um telegrama relatando os fatos ao Secretário de Polícia e este autorizou ao comandante do batalhão a tomar as providências cabíveis.

Seguindo ordens, o capitão da polícia Osimo de Alencar Lima, juntamente com o colega também Capitão Firmino de Araújo, reuniu uma comissão de civis e tentaram convencer os ocupantes da inutilidade de suas ações. Em dado momento, porém, um fanático investiu com uma foice sobre o civil Antonio Braz que não morreu graça a interferência do capitão Firmino. O diálogo se tornara inútil. De Fortaleza emanou um telegrama do Secretário de Polícia exigindo a expulsão dos invasores. Que fosse evacuada a igreja ocupada por mais de dois meses. Uma volante policial comandada pelo sargento Mena Barreto, outro sargento, um cabo e doze soldados, armados de fuzis, dirigiram-se ao templo com o intuito de promover sua desocupação. Mesmo diante da presença dos militares, não demonstrando medo, os ocupantes vociferavam:

-“Viva a meu Padim Padre Cícero e 
a Virgem Santa Maria Mãe de Deus!”.

O clima emocional foi ficando paulatinamente mais quente. De um lado se encontrava a volante policial pronta para cumprir a ordem recebida; do outro lado os Caceteiros em pé de guerra. O sargento Mena Barreto vira para seus comandados e grita: - “Acelerado!”

Ao penetrar na igreja o corpo policial se viu acuado diante da ameaça dos “Cerca-Igrejas” que partiram decididos em cima dos soldados. Diante do perigo iminente, o sargento ordenou que fosse disparada uma saraivada de balas para o alto com o intuito de amedrontar os agressores. Os fanáticos ao notarem que ninguém havia sido atingido, viram nisso uma intervenção de Deus e aos gritos de “Vivas a meu Padim!” investiram ferozmente contra os policiais. Sem alternativa, o sargento Mena Barreto bradou: - “Fogo! Fogo!”

Os corpos dos insurgentes começaram a cair e o sangue a salpicar pelas paredes da capela. Gritos de desesperos foram ouvidos por todo lado e numa correria desordenada abandonando a igreja. Horas depois, já alta noite, um caminhão recolhia os mortos e os levava para serem enterrados numa cova coletiva no cemitério local. O número de mortos nunca foi oficialmente informado. Porém, há registro de seis ou sete óbitos e vários feridos. Os Caceteiros se manifestaram novamente no massacre ao Capitão José Bezerra em 1936 e a ojeriza do povo pelo clero oficial culminou com a morte do Monsenhor Joviniano Barreto em 1950, na cidade de Juazeiro do Norte, assassinado brutalmente por um louco alcunhado Pé de Galo.

Fernando Maia Nobrega
Fonte: http://historiadejuazeiro.blogspot.com.br/2011/07/noite-dos-caceteiros.html

E em março...

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/02/a-noite-dos-caceteiros-por-fernando.html

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ENQUANTO OS CANGACEIROS PULAM O CARNAVAL - 7 CASOS SURPREENDENTES DE ROUBOS DE OBRAS DE ARTE - PARTE IV

Por Jessica Soares

4. O caso do caminho subterrâneo

Ano: 2002

Valor: 1 milhão de dólares

Tudo começou seis meses antes. Narciso Ramón Narvaes e Wilfrido Alvarez Cubas alugaram um imóvel a cerca de 25 metros do Museo Nacional de Bellas Artes de Asunción, no Paraguai. A localização poderia ser considerada privilegiada para os amantes das artes. Para a dupla, era mais do que isso. Era estratégica. O objetivo de Narciso e Wilfrido era entrar no museu sem serem vistos. E eles encontraram uma maneira engenhosa para fazer isso: por debaixo da terra. Três metros abaixo do nível da rua, os dois ladrões cavaram um túnel ligando o imóvel alugado à galeria. No dia 29 de julho de 2002, colocaram o plano em ação: no chamado “roubo do século”, foram levados cinco quadros, entre eles obras de Esteban Murillo, Gustave Coubert e Adolpe Piot, avaliadas em mais de 1 milhão de dólares. Em 2008, La Virgen y el Niño, quadro do pintor espanhol Bartolomé Esteban Murillo foi recuperado na posse de Rubén Darío Gonzáles, boliviano que teria sido o mandante do roubo cinematográfico.


CONTINUA...


http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-casos-surpreendentes-de-roubos-de-obras-de-arte

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

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“O GLOBO”- 26/11/1958 - PARTE XIX

Material do acervo do pesquisador Antonio Corrêa Sobrinho 

COMO SE FORJA UM CANGACEIRO

VINTE ANOS DE CADEIA

Lampião Dizima os Delatores – Há Mais Sordidez Nas Prisões do Que Entre os Cangaceiros – Condenação Exagerada e Injusta – Sonhos e Esperanças Desfeitos.

Recebido como raro animal de circo em todas as localidades a que chegava, acabei em Salvador, depois de uma longa viagem de mãos amarradas. E não me fizeram, durante todo o percurso, nenhuma maldade. Na capital da Bahia, a minha chegada constituiu um verdadeiro carnaval, principalmente por parte dos repórteres, que não me deixavam em paz. Procuravam-me todos os dias para entrevistar-me, mas, como eu nada dizia, eles imaginavam tudo. Redigiam sozinhos as “minhas” entrevistas. Eu era, de fato, um bicho raro, e até fui examinado por médicos que se detinham cuidadosamente no meu crânio, medindo-o e tentando descobrir o que havia lá dentro... Eu era um monstro que precisava ser bem estudado. E como o fui...


FIM DOS ROXOS

ANTES de passarmos adiante, entretanto, convém dizer que, quinze dias após minha prisão por delação de Adão Roxo, Lampião passou com o bando pelo local. Foi informado de tudo e parece não ter gostado muito. Digo que “parece” porque imediatamente matou ele mesmo Adão, e o bando acabou com o resto da família, exceto, é claro, as moças e a própria velha que queria a minha morte a todo custo. Em seguida incendiou a fazenda, destruiu as plantações e as criações e seguiu viagem. Só escapou o irmão de Adão porque estava fora.

Não acredito que Virgulino tenha feito isso por não ter gostado do que fizeram a mim. É que ele nunca admirou delatores e, de mais a mais, aquela família sempre gozou de vantagens com ele. Intimamente, porém, depois do que fez, Lampião devia estar satisfeito, pois me sabia preso e, ainda por cima, livrou-se daquela família “ingrata” e que, para o futuro, só complicações lhe poderia causar.

A PRISÃO É PIOR

DEPOIS de toda a algazarra provocada pela minha chegada, fui mandado para a Penitenciária de Salvador, na Feira do Curtume. Deram-me uma roupa listrada e entrei num novo mundo, numa nova vida, da qual supus jamais me livrar. A cadeia é um ambiente terrível e, para um garoto com quinze anos incompletos, então, nem se fala. Sempre andei, desde que ingressei no bando, entre gente à-toa, mas na cadeia a sordidez é maior. E como é triste olhar pelas grades, ver gente em liberdade e não poder sair. Não ter dinheiro para comprar nem cigarros e às vezes ter que pedir pela janela aos que passam pela rua. Quando se pede e não há recusa, ainda passa, mas pedir e ouvir: “Se tu estás aí é porque não prestas!” aí é que a humilhação maltrata mais do que pancada.

Dentro, porém, do regime penitenciário da Bahia, fui bem tratado, muito embora já chegasse analfabeto e de lá saísse da mesma forma vinte anos depois. Nunca ninguém fez muita força para me ensinar a ler, talvez pelo meu temperamento rude ou porque, de fato, era difícil mesmo ensinar a alguém desinteressado e bronco. O fato é que nos primeiros anos de cadeia eu só pensava em fugir. Pensei muito numa forma de me evadir e custei a cair na realidade de que dali só se sairia morto, indultado ou depois de cumprir a pena. Afinal, conformei-me.

Mandaram-me para a marcenaria, e eu consegui aprender alguma coisa, mas onde me destaquei foi nos trabalhos feitos com o chifre de boi. Sei fazer figas, fivelas, botões, bilhas de água, navios, uma infinidade de coisa com chifres, e ainda hoje ganho uns cobres com isso. Pagavam-me pelo o que eu fazia, e quando me puseram em liberdade eu tinha oito contos de réis. Não utilizei esse dinheiro, pois havia feito uma promessa de que, se me soltassem antes de cumprir a pena a que fui condenado, daria tudo como auxílio aos pobres. A pobreza de Salvador no dia de minha libertação, passou bem, à custa do fruto de meu trabalho de vinte anos...

145 ANOS

NA cadeia, éramos três em cada cela. Conforme disse, levei um ano sem falar com ninguém, mas depois fui-me civilizado, e conversava com o velho Faustino, o Bananeira e outros mais. Bananeira, nem dois anos de cadeia pegou, pois soube inocentar-se e lançar a culpa de todos os crimes do bando sobre mim.

As autoridades baianas sabiam que eu não poderia ir a julgamento com quinze anos incompletos, por isso esperaram que eu completasse 21 e me transferiram para Queimadas, a fim de que eu respondesse por crimes do bando naquele local. O julgamento foi uma vergonha e uma infinidade de testemunhas depôs contra mim, até que, no final, o juiz me condenou a 145 anos de cadeia! Lembro-me de que, na minha ignorância, ao ouvir aquela condenação tão longa, disse para o juiz: “Estudaste, estudaste, e continuas burro! Onde já se viu um homem viver tanto tempo assim”... Eu pensava que eles queriam me fazer viver tantos anos preso quantos os da sentença... Quando me trouxeram de volta para Salvador, a pena foi reduzida para trinta anos de reclusão.

ILUSÃO

FORAM vinte anos cruéis os que passei na penitenciária, cumprindo uma pena de que, a rigor, eu não tinha consciência de merecer. Sofri muito, e não desejo a ninguém, nem a meu maior inimigo, castigo igual. Quem passou tanto tempo atrás das grades, sabe muito bem que a pena de morte não é castigo e que ninguém pode ser feliz dentro da cadeia. Duvido mesmo que a felicidade consiga penetrar numa penitenciária. Lá só vive o remorso, o ódio, a desgraça e, como não pode deixar de ser, a esperança...

De fato, a esperança acompanhou-me nesses longos e tristes vinte anos de cárcere. Um belo dia, sem dúvida, no ano de 1952, o presidente Getúlio Vargas insultou-me e eu deixei a cadeia finalmente. Lá entrei com quinze anos incompletos. Foi o dia mais feliz de minha vida, e eu supunha que, deixando o cárcere, tudo seria mais fácil e iria, enfim, encontrar a felicidade.

Ilusão... Até hoje ando a procura da felicidade e não a encontrei. A cadeia envelheceu-me o corpo, e quem me vê atualmente me dá mais dez anos. De qualquer forma, porém, estou solto e, se não sou feliz, pelo menos não sou desgraçado.

CONTINUA...

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho

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CANGACEIROS E FANÁTICOS

Material do acervo do pesquisador Robério Santos


Como sou de opinião e não suporto guardar material... Boa leitura! A fonte está no arquivo. 

O que me dizem?
O Cangaço morreu dia 28 de Julho de 1938?
Seria esta a data estipulada? 
Por quê? E Corisco? 
E Floro?

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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BEZERRA FARIA-CORONEL VELHO DA POLÍTICA SERIDOENSE E SOBRINHO DE JUVENAL LAMARTINE FALECE E DEIXA O SERIDÓ POLÍTICO TRISTE

Por Arysson Soares

Na tarde desta Terça-feira quando a Dinamarca ainda se ouvia o ecoar das águas e quando o sol a pino dava luz clara ao sertão das Espinharas, ali naquela gleba hospitaleira dos Pereira Monteiro, em Serra Negra o seu Coroné da velha política lhe dava seu último Adeus. Bezerra Faria, como era conhecido ou Bezerrinha para os mais íntimo e Bezerra de Serra Negra para a grande maioria na verdade deixava sua terra e sua gente quando a idade já lhe cobrava descanso da grande missão já ali desempenhada. Grande homem em tudo, grande autoridade não só local mas regional, Clementino Bezerra era por todas as ribeiras das Espinharas, Piranhas e Seridó respeitado, querido e amado, as vezes devotado pelos grandes pleitos feitos, porém jamais desmanchados, ou afetados. Homem do seu tempo e para todo tempo, honrou a bandeira do povo e da sua grande ascendência política quando na verdade ingressou na vida pública ainda muito jovem, administrou fazendas de gados a velhos currais de aroeiras e cercados, deu ordens a tudo e nunca lhe foram maculados, participou da velha política quando dela herdou lhe o título coronel da verdade, de prestígio em tudo soube no tempo e no espaço cultivar as grandes amizades.

Governou o município de Serra Negra em cinco ocasiões (1949 a 1953, 1973 a 1976, 1983 a 1988 e de 2002 a 2004).

Fonte: Arysson Soares

http://blogdoprimo.com.br/noticias/bezerra-faria-coronel-velho-da-politica-seridoense-e-sobrinho-de-juvenal-lamartine-falece-e-deixa-o-serido-politico-triste/

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço Francisco Borges de Araújo - Jardim de Piranhas - Rio Grande do Norte

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ESTÁTUA DE LAMPIÃO DESPERTA AMOR E ÓDIO NO SAERTÃO


Podemos voltar a um debate antigo por outra ótica, agora munidos de informações. Qual Soldado Volante mereceria uma estátua?

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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NETA DE LAMPIÃO QUER APAGAR A IMAGEM DE BANDIDO DO AVÔ



Só uma pergunta: Vera Ferreira conseguiu?

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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FOTOS DO CANGACEIRO VOLTA SECA


Senilton dos Santos e Antônio dos Santos (Volta Seca): Sobrinho e Tio. Eles se parecem? Fotos:Robério Santos e Revista Manchete.


Robério Santos: Creio que esta foto de Volta Seca dos comentários nunca foi publicada no grupo.

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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