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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O ATAQUE DO BANDO DE LAMPIÃO A JOSÉ DE ESPERIDIÃO EM VARZINHA

Material do acervo do pesquisador José João Souza

Em 25 de novembro de 1926, um dia antes da Batalha da Serra Grande, o bando de Lampião atacou José de Esperidião, residente na fazenda Varzinha, município de Serra Talhada - PE. Nessa ocasião, sua residência estava com alguns visitantes, os quais foram cumprimentar Rosa Cariri, esposa de José de Esperidião, por ter dado luz a uma criança, que estava com sete dias de nascido.


Rosa, ao avistar, de longe, alguns cangaceiros avisou ao marido, alertando-o para que se retirasse. José de Esperidião perguntou:

- Quantas pessoas você acha que vêm?

Ela respondeu:

- Uns vintes homens.

Ele disse:

- Não corro com medo de vinte homens.

José de Esperidião pegou seu rifle e dois bornais de balas e ficou entrincheirado no quarto.

Quando os cangaceiros chegaram deram boa tarde e perguntaram:

- José de Esperidião está?

Lá de dentro ele respondeu:

- Estou aqui!


Os cangaceiros disseram:

- Venha para fora, precisamos conversar.

José respondeu: 

- Já estamos conversando, eu não vou sair e vocês também não vão entrar.

Quando as pessoas presentes notaram que estavam diante do bando de Lampião, começou a correria, o pavor foi tanto, que algumas mulheres pularam pelas janelas. Os cangaceiros perceberam que José de Esperidião não sairia e começou o tiroteio.


O recém-nascido, José Pereira Lima (Cazuza), filho da vítima, estava deitado em uma rede na sala e foi baleado nos dois pés (o mesmo estava com os pés cruzados). De toda ribeira ouviam-se os tiros e a maioria dos habitantes da localidade abandonaram suas casas e foram se refugiar na caatinga.


Lampião ficou sentado na calçada de Agostinho Bezerra, próximo ao local. O ataque foi coordenado por Antônio Ferreira, motivado por uma vingança de um assassinato cometido por José de Esperidião na Serra Negra, no município de Floresta. 

Antonio Ferreira irmão de Lampião foi assassinado em combate no dia 25 de Dezembro de 1926

Quando Lampião percebeu que o caso era demorado, foi aguardar o desfecho deitado em uma rede no alpendre da casa de Braz Estevão, um pouco mais distante do local do ataque.

João Gomes de Lira

Segundo relatos do escritor João Gomes de Lira, os cangaceiros chegaram à casa de José de Esperidião por volta de uma hora da tarde. O tiroteio durou a tarde inteira. “Às seis horas da tarde, um cangaceiro foi até onde estava Lampião, para dizer que José de Esperidião era valente; uma fera, até parece que não morre. Assim, o que deviam fazer? Lampião respondeu e determinou que arrancassem as cercas do curral, apinhassem a madeira no pé da parede em volta da casa e tocassem fogo, que ele morria”.

O fogo destruiu toda madeira do telhado, ficou apenas as paredes em pé, no dia seguinte, uma mulher moradora da localidade, foi a primeira pessoa a entrar no recinto, pulando por cima de brasas e cinza, conseguiu chegar ao quarto da casa, onde tombou o corpo de José de Esperidião, com seu rifle na mão, bala na agulha e o dedo no gatilho. Quando a mulher pegou e puxou o rifle, o mesmo disparou. 

Frederico Pernambucano de Melo

Em uma conversa informal do historiador Frederico Pernambucano de Melo, ele afirmou que, José de Esperidião era homem valente, mesmo depois de morto ainda conseguiu atirar.

Quando retiraram o corpo de José de Esperidião para fazer o sepultamento, não encontraram marcas de balas no corpo dele, portanto, chegou-se à conclusão de que a morte fora por asfixia provocada pela fumaça.

José Pereira Lima, filho da vítima, ficou com uma marca no pé pelo resto de sua vida. Geralmente, quando ia comprar sapatos, adquiria dois pares, um par 41 e outro par 42, pois um pé ficara menor.

Conforme consta no livro, Memórias de um Soldado de Volante, de João Gomes de Lira, “Ao cair da tarde daquele dia, a Força que vinha distante, ouviu as últimas descargas do fogo dos bandidos contra José de Esperidião. Quando ali chegou, na manhã seguinte, só encontrou o tristíssimo quadro”.

Fonte: facebook
Página: José João Souza

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Saiba como o Antonio Ferreira foi assassinado por Luiz Pedro, seu companheiro: 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/05/morre-antonio-ferreira.html

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