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terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Polícia precisa da participação popular para melhor proteger o idoso

Por: Archimedes Marques

A Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, mais conhecida como Estatuto do Idoso representa uma mudança significativa no sistema protetivo dessa vulnerável camada social, contudo, apesar de contar com mais de seis anos em vigor continua sendo pouco divulgada e não muito respeitada por parte considerada da população brasileira.
É obrigação da família, da sociedade e do poder público, zelar e assegurar com absoluta prioridade o efetivo direito à vida do idoso, assim como a sua saúde, alimentação, educação, cultura, cidadania, esporte, lazer, trabalho, liberdade, dignidade, respeito e a convivência familiar e comunitária, além da prioridade no atendimento público e privado.
Apesar desses direitos e garantias constituídos, do rigor penal do Estatuto do Idoso e do próprio Código repressivo brasileiro que complementa as diversas punições para os seus transgressores, essa classe social continua sendo desrespeitada e vítima dos mais diversos tipos de violência e maus tratos, tanto no âmbito social e familiar quanto na área das entidades públicas e privadas diversas que agem como se estivessem acima da Lei.
O idoso é vítima fácil para todas as espécies de marginais. Constantemente sofre lesões corporais, injúrias, homicídios, latrocínios, roubos, furtos e golpes de estelionatos ou fraudes diversas.
No âmbito familiar não é diferente. Por vezes os próprios filhos, netos ou parentes próximos dos idosos, além da prática dos maus tratos físicos e psicológicos, usando de artifícios e fraudes, de posse de procurações ardilosas passam a administrar os seus bens e proventos ou realizam empréstimos em nome desses desviando o dinheiro em benefícios próprios.
Resta ainda a problemática freqüente em que muitos familiares ao saírem de casa, trancam os idosos sozinhos que por vezes estão acamados, em cadeiras de rodas ou seriamente doentes, tratando-os como verdadeiros animais inclusive deixando-os a passar fome ou em situação de higiene totalmente subumanas.
A Polícia está atenta a qualquer tipo de ocorrência envolvendo o idoso, não só na esfera familiar, como nas ruas, em bancos, transporte coletivo e outros locais públicos, entretanto precisa ainda mais da ajuda de toda a população para tomar conhecimento de tais ilícitos. Os olhos do povo têm que ser a extensão dos olhos da Polícia.
Deve, cada vez mais, a população por uma questão de Justiça e respeito, abandonar a postura passiva frente a tal problemática tomando para si o sofrimento e maus tratos que ainda se praticam contra essa classe social, agindo com mais sensibilidade, consciência, para denunciar com mais freqüência as diversas ilicitudes pelas quais passam os nossos idosos que por vezes preferem calar e até desmentir as suas próprias dores para não prejudicar outras pessoas.
Espoliados, vilipendiados e humilhados, na condição de dependência daqueles com quem vive, ou sobrevive, muitos idosos recuam e omitem informações por medo, resquícios de amor para com seus familiares, falta de amor a sua própria vida, ou até mesmo por impossibilidade absoluta de fazê-lo como é o caso dos idosos prostrados em leito sendo maltratados ou aqueles deficientes mentais e certos deficientes físicos mantidos em família como espécie de cárcere privado.
Todas as Polícias podem receber as denúncias das ilicitudes praticadas contra os idosos para as primeiras providencias, entretanto, para cumprimento e iniciação dos procedimentos investigativos criminais, temos nas principais cidades do país as Delegacias Especializadas de Proteção ao Idoso, e quando não, as Delegacias de Policia comuns que dão conhecimento dos fatos devidamente apurados ao Judiciário para punição aos transgressores.
As denuncias também podem ser feitas para o Ministério Público, OAB, Defensoria Pública, Guardas municipais, Conselhos Estaduais ou Conselho Nacional do idoso, Igrejas, Associações de classes inerentes ou para os diversos órgãos municipais que realizam o trabalho social, que por certo endereçarão o problema para a Polícia Judiciária iniciar a investigação pertinente.
Não bastasse toda essa problemática que vai de encontro as Leis e aos direitos do Idoso, ainda existe a questão da luta pela reposição das perdas salariais que são frequentemente desrespeitadas, com aposentadorias ínfimas e com Projetos de Lei que visam melhoria para a classe que se arrastam no Legislativo por anos sem solução, bem como da falta de educação e sensibilidade do povo que frequentemente o descrimina em diversas áreas sociais.
Todo idoso tem a sua história de vida, experiências diversas e, os seus conselhos e ensinamentos também devem ser mais observados e seguidos. O idoso é antes de tudo um sobrevivente desse mundo tão conturbado, um exemplo para todos. O respeito aos seus direitos é o mínimo que podemos ofertá-los.
Só uma luta vigilante e permanente das entidades de classe inerentes com mobilizações constantes e ajuda do povo para cobrança de providencias pelo poder público, além da exaltação e amor próprio no âmbito dessa camada social são capazes de configurar um novo olhar, um olhar dignificante e merecedor para os nossos queridos idosos que são os nossos irmãos, pais, tios, avós, parentes, amigos, cidadãos e, seremos nós num futuro próximo, se tivermos sorte, caso a morte não antes nos leve.

Autor: Archimedes Marques (Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS) – archimedesmarques@infonet.com.br  - archimedes-marques@bol.com.br  - archimedesmelo@bol.com.br

A VELHA CONFEITARIA CISNE

Por: Rostand Medeiros
Família Cangaceiróloga

Em Parnamirim - Aviadores da U.S. Navy ao lado de uma aeronave PB4Y-1 Libarator de caça e destruição de submarinhos TEXTO – Protásio Melo

Ficava quase no final da rua João Pessoa, 162, junto ao prédio da loja Nações Unidas, esquina com a Rio Branco. Aquele local era ponto de destaque da cidade. Na década de 30, foi o Café Avenida onde a rapaziada elegante se reunia de paletó e gravata e, algumas vezes, até de bengala, para tomar café. Os jovens bebiam menos nesse tempo. Iam, ali, mais para passar o tempo, contar suas conquistas ou ‘‘bodagens’’ e, como não podia deixar de ser num grupamento humano civilizado, ‘‘sentar a pua’’ em quem prevaricava. A cidade era pequena. Sabia-se de tudo e se conhecia todo mundo.
Depois veio a Grande Ponte, de Andrade, que também exerceu papel importante na vida da Natal em desenvolvimento. O Grande Ponto viu alegria, cachaçada, brigas de Milton Siqueira, perseguição política, esculhambação de estudantes, prisões, enfim, um aglomerado à altura de uma cidade que se modernizava.
Vestia-se camisa esporte, ‘‘silek’’, que os americanos introduziram nos costumes. Os assuntos eram outros, já se viajava para fora de Natal para conhecer um Brasil maior, os filhinhos de papai – os mauricinhos – arrumados à última moda e dirigindo carros modernos, para olhar o ‘‘footing’’ de tarde, descendo a João Pessoa ou subindo a Rio Branco, que alguns ainda chamavam de rua Nova.
E se passaram os tempos, as condições de vida acabaram com o velho Grande Ponto, e a Loja Nações Unidas abre elegante estabelecimento na esquina. Mas ficara a grande falha. Não havia mais um lugar para sentar, conversar, beber ou comentar a vida alheia. É quando aparecem os irmãos Rossini, Múcio e Aldemar Miranda, inaugurando a Confeitaria Cisne, no nº 162, local bonito, elegante e moderno, onde era explorado o ramo de Confeitaria na parte da frente, e, ao


contact tropical

fundo, imenso serviço de bar, onde imperava o famoso garçom Zé Américo, homem que sabia tudo.
A Cisne teve vida longa, funcionando por quase 25 anos, servindo à cidade e seu povo exigente, numa Natal adulta, aos americanos que chegavam.
Os irmãos Miranda eram simpáticos, atenciosos e amáveis, porém Rossini, por ser o mais extrovertido, era a figura principal. Delicado, simpático, paciente, de grande amabilidade e cara bonita, até quando ‘‘penduravam’’ uma despesa. Nunca o vi de cara feia, facilitando em tudo a vida da freguesia. Havia de tudo na Cisne, e bebia-se de tudo. Os ricos pediam whisky estrangeiro e a população média tomava rum, conhaque, cachaça. Mas a preferência era pela cerveja. Existiam os cervejeiros especiais também. Vi Xico Lamas, certa vez, apostar e ganhar, adivinhando três copos, com cerveja de três marcas diferentes: casco verde, casco marrom e casco preto.
Bozó
Havia os fregueses solitários, como o comerciante Omar Furtado, que vinha todo dia, às 10h da manhã, tomava duas cervejas e ia embora. Pela manhã, entre os jogadores de bozó de cinco dados, era uma alegria presenciar uma partida do professor William Aires, o célebre professor de matemática do Atheneu. Literatos, médicos, advogados e militares graduados também freqüentavam a Cisne. De manhã, podia se encontrar ali Cascudo, Amaro Mesquita, General Leitão, Zé Aguinaldo, Pelusio Melo, Veríssimo Melo, João Medeiros Filho, sempre contando suas aventuras, João Machado Gordo, José Melquíades, membros da Federação de Futebol e outras entidades esportivas.

Submarino alemão U-848 atacado em 5 de novembro de 1943. Foto obtida a partir do avião do tenente Charles A. Baldwin, da reserva da marinha americana, esquadrão VB-107
E a turma mais jovem, aprendendo o caminho, também passou a freqüentar a Cisne. Era um movimento muito grande pela manhã, de tarde e de noite. Havia fregueses para todas as horas, assim como os ‘‘especiais’’. O Rei Momo, Wilson Maux, grande cervejeiro, Luizinho Doublecheck, Clóvis Guerreiro e muitos outros dos bares vizinhos, como a Baiúca e o Pk Bar, de Rui Praieiro, que vinham mudar de ambiente.
Certo dia, entrei no bar e, sozinho numa mesa, estava um rapaz moreno e simpático tomando uma cerveja. Olhou para mim e, de dedo em riste, perguntou: ‘‘Você é que é Protásio Melo? Respondi que sim, e ele continuou: ‘‘Você escreveu um poema na Revista ‘‘Bando’’: Perdi no meu sonho a estrela da tarde, não foi? Respondi que sim, e ele disse: ‘‘Diga a Manoel Rodrigues que mude o nome de ‘‘Bando’’, que sugere cangaceiro, morte, sangue. Um poema bonito e lírico como o seu não devia estar ali’’. Então, perguntei: ‘‘quem é você’’? Disse: José Gonçalves de Medeiros.

Farra dos americanos

Estava diante do poeta mais badalado do Rio Grande do Norte a elogiar um poema de minha autoria. Na Cisne, se tramavam coisas e até golpes políticos. Os estudantes do Atheneu também iam ao bar. Mas como dinheiro de estudante é minguado, demoravam pouco tempo. Vi muito por lá o estudante apelidado de ‘‘Pecado’’, Danilo Bessa, Berilo Wanderley, Pompeu, Claudionor Filho. Militares graduados de várias estrelas tomando discretamente whisky.
E corre o tempo, a Cisne prospera, aumenta a freguesia e começa a fazer parte da fisionomia de Natal. Do lado de fora, formavam-se rodinhas: médicos, advogados, jogadores de futebol, desportistas, bicheiros, vagabundos de toda espécie, pedintes.
A Cisne dos Miranda tornou-se um marco na cidade de Natal.
Fonte - http://mediocridade-plural.blogspot.com/
As fotos são meramente ilustrativas.

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Biró de Onofre

 José Romero Araújo Cardoso

Ele nasceu em 15 de novembro de 1926 e faleceu no fatídico dia dois de agosto de 1976. Veio ao mundo na cidade de Pombal, Estado da Paraíba, e lá também desencarnou. Visitei seu túmulo em cinco de novembro de 2005, na companhia de alunos da graduação do curso de Geografia do Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, quando de viagem de estudo de campo programada para a disciplina Geografia das Indústrias e dos Serviços.

Não pude lhe fazer visita de túmulo no dia de finados, razão pela qual solicitei ao corpo discente que coordenei em atividades de campo para acender velas comigo no jazigo onde ele repousa eternamente.

Nunca havia tocado com ênfase no assunto, é algo que me incomoda, pois se trata do meu pai, um homem a quem dedico muitas reflexões e orações. Foi ele quem começou a me ensinar os segredos do sertão, mostrando-me o que representava cada filete d’água do rio Piancó, os métodos para pescar e caçar e a serventia de cada espécie de nossa flora tão ameaçada pela ação do homem nos dias de hoje.


Recordo-me bastante de Biró de Onofre, não obstante ter apenas seis anos, perto de completar sete, quando ele fez sua última viagem rumo ao além. Ele era baixinho, moreno de cabelos lisos e fala mansa e pausada. Conversava sempre fitando as pessoas nos olhos, bem no fundo dos olhos. Creio que foi dele que herdei isso.

Papai, porém, tinha na imprudência, uma marca registrada. Ele não tinha medo de absolutamente nada, era corajoso ao extremo. Nada se constituía em mistério para ele, tudo era natural e passível de ser desvendado. Mas a imprudência de Biró de Onofre lhe foi fatal, ele desprezava toda e qualquer noção acerca de cuidados. Pena que ele achasse o contrário.

Chorei no seu túmulo quando da visita efetivada por não ter tido como ir ao dia de finados de 2005 em Pombal. Chorei muito, me lembrando de muitas coisas que passamos juntos, lembrei também as inúmeras surras que levei dele. Papai era um siri na lata quando se zangava, ninguém conseguia controlá-lo.

A tragédia de Biró de Onofre aconteceu numa segunda-feira. Era a primeira segunda de agosto, quando a tradição judaico-sertaneja prescreve a necessidade de não haver manuseio de instrumentos de metal.

Tudo começou quando a trifásica que corta o terreno de Chiquinha de Dozinho, irmã do meu avô, começou a tangenciar as galhas da cajazeira que ali existia. Descargas impressionantes foram lançadas ao chão, causando espanto e terror às nossas primas da rua de baixo.

Biró, intempestivo e sem nada temer, observou o pavor de todos e logo começou a arquitetar seu último plano. Tinha que cortar àquelas galhas imediatamente, antes que algo pior pudesse acontecer. Conhecedores do temperamento espalhafatoso e surrealista de Biró de Onofre, alguns parentes acionaram a companhia energética paraibana, tentando evitar o iminente, o inevitável. Ele estava disposto a se arriscar, num gesto de altruísmo, intuindo que vidas não fossem ceifadas.

Papai, o senhor deveria ter pensado mais, ter raciocinado sobre inúmeras hipóteses, principalmente no sofrimento do seu filho único que tanto te amou e ainda te ama. O senhor deveria ter pensado em sua esposa que varava plantões no Hospital Distrital, mas, para ele, era a aventura de mostrar que não tinha medo que mais importava.

Ele me deixou de manhã, bem cedinho, na casa da irmã, minha mãe Cora, minha e também de Natalzinho. Rumou para a rua de baixo irresoluto. Tinha que cumprir àquela “missão” e se imortalizar no imaginário sertanejo, que tanto louva os bravos e destemidos. Mas a prudência deveria norteá-lo, não poderia pensar apenas na “glória”. E que glória é essa? Será “glorioso” deixar um órfão e uma viúva desamparados? Será “glorioso” morrer como herói?

Na cajazeira, os galhos vibravam ao sabor dos ventos, cada centímetro quadrado da árvore escondia a asa negra da morte. Era uma aventura inusitada que ele abraçava.

Dona Porcina de Zé Vicente, com a experiência dos sertanejos, logo percebeu o objetivo de Biró de Onofre. Avisou-lhe que ali não era lugar para se aventurar, para mostrar valentia. Tentou de todas as formas demovê-lo daquela empreitada absurda. Afinal, a companhia energética estava a caminho. Mas, desprezando os avisos, o que era natural num homem que não tinha medo de nada, ele subiu na cajazeira e logo começou a podar os galhos traiçoeiros da frondosa espécie nativa do semi-árido.

Não demorou muito e Chiquinha de Dozinho também engrossou a corrente a fim de que ele parasse com àquela sandice. Cortar uma árvore cujos galhos estavam em contato com uma trifásica era o mesmo que estar buscando a morte.

Mas ele nem ligou, continuou seu trabalho fatal. Era a última etapa de sua vida, não mais teria as chances que Deus havia lhe concedido. Antes disso, ele foi vítima com o primo Zé Cardoso de uma descarga elétrica estupenda, quando trabalhavam estendendo a fiação telefônica pela zona rural de Pombal. Os fios haviam se conectado com a mesma trifásica que o levou à eternidade.

Às 10 e 30 da manhã do dia dois de agosto de 1976, Biró de Onofre se despedia da vida, vítima daquilo que tanto lhe aconselharam a não fazer. A última galha era a mais perigosa, mas ele nem queria saber disso. Tentou cortá-la, e conseguiu o intento, mas como era bastante pesada, logo ela envergou em direção à alta-tensão, fulminando-o instantaneamente.

Biró, Severino Cruz Cardoso, este era seu nome completo, o senhor devia ter tido um pouco de paciência, pois depois de sua desencarnação os funcionários da companhia energética, comandados por um primo legítimo de sua esposa, chegavam ao local para fazer o trabalho que não era de sua competência.

Rogo a Deus Todo Poderoso, o Deus de nosso povo, o Grande Arquiteto do Universo, simbolizado na estrela disfarçada em Rosa no frontispício da casa dos seus tios Aarão Ignácio Cardoso D’Arão e Facunda Alencar, que lhe conduza ao reino dos justos e dos honrados, pois és a essência das reminiscências e das saudades de alguém que ficou neste plano terreno a chorar sua perda, a remoer a saudade de sua presença.     

Que Deus te proteja e te dê os Céus como recompensa pelo gesto de extremo altruísmo que protagonizastes.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-adjunto da UERN.

Enviado para este blog pelo professor Romero Cardoso

Quem matou Delmiro Gouveia?

Por: Gilmar Teixeira
 
 
Livro: Quem Matou Delmiro Gouveia?
Autor: Gilmar Teixeira
 

Edição do autor 152 págs.
Contato para aquisição
 
 
Valor: R$ 30,00 + R$ 5,00 (Frete simples)
Total R$ 35,00

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UMA COMPARAÇÃO MITOLÓGICA ENTRE OS AMORES DE ARES O DEUS DA GUERRA E LAMPIÃO O REI DO CANGAÇO

Por: Archimedes Marques


Foi nesse meio de sangue e morte em constantes batalhas que o guerreiro Ares se fez o Deus da Guerra a viver intensa paixão com a sua Deusa do Amor e, foi nesse meio fervilhante de sangue, poeira e sofrimento a lutar nas veredas dos sertões em constantes batalhas que a figura de Lampião se fez o Rei do Cangaço a viver intensa paixão com a sua linda e destemida cabocla, Maria Bonita.


UMA COMPARAÇÃO MITOLOGICA ENTRE OS AMORES DE ARES O DEUS DA GUERRA E LAMPIÃO O REI DO CANGAÇO


Ares, na mitologia grega é o Deus da Guerra. Alegrava-se com a luta e se animava com o calor das batalhas. Sempre esteve presente nos maiores conflitos, nas guerras mais horrendas e se rejubilava com a carnificina e o sangue humano. Usando da sua força bruta derrotava e matava impiedosamente os seus inimigos. O jovem Deus guerreiro, devido ao seu vigor físico e sua fama de vitorioso e impiedoso sanguinário, conquistou o coração de Afrodite, a Deusa do Amor e do Desejo, que apesar de casada com Hefesto, Deus do fogo, terminou por cair nos encantos do Senhor da Guerra. Do caso proibido representando o Amor e a Guerra nasceu a Harmonia. Três palavras tão importantes no contexto da história que parecem nunca se separar.

Lampião, na história nordestina é o Rei do Cangaço, o Senhor das Guerras das caatingas. A exemplo de Ares, era animado com o calor das batalhas, se rejubilava com a carnificina e o sangue humano e também esteve presente nos maiores conflitos com as polícias volantes ou com as populações armadas que dispunham enfrentá-lo. O destemido Rei guerreiro, devido a sua fama de vitorioso e impiedoso sanguinário, conquistou o coração de Maria Bonita, a linda cabocla sertaneja do Amor e do Desejo, que apesar de casada com



Zé de Neném, sapateiro afamado, terminou por cair nos encantos do Senhor dos Sertões passando então a ser o seu eterno amor, a sua louca paixão. Do Amor e do Desejo em meio a Guerra vividos por Lampião e Maria Bonita também havia a mesma Harmonia nascida de Ares e Afrodite.

Lutar e derrotar vendo os seus inimigos caindo aos seus pés era dos maiores atributos de Ares e de Lampião, verdadeiros guerreiros, verdadeiros líderes de batalhas diversas. Embora os seus exércitos tenham na maioria das vezes cometido atrocidades e barbaridades atrozes com assassinatos, estupros, torturas e demais crimes praticados até mesmo contra pessoas indefesas em ataques ou lutas desumanas e desiguais, eles viviam dos seus amores entre as guerras.

Foi nesse meio de sangue e morte em constantes batalhas que o guerreiro Ares se fez o Deus da Guerra a viver intensa paixão com a sua Deusa do Amor e, foi nesse meio fervilhante de sangue, poeira e sofrimento a lutar nas veredas dos sertões em constantes batalhas que a figura de Lampião se fez o Rei do Cangaço a viver intensa paixão com a sua linda e destemida cabocla, Maria Bonita.

Embora não fosse invencível, Ares era sempre acompanhado pela essência da Vitória. Era representado como um homem forte, persistente e predestinado a constantes triunfos. Por seu atributo, era uma divindade indesejada entre os antigos gregos que o invejavam e desejavam o seu posto. Encontrava, no entanto, justificada adoração por parte dos antigos romanos, povo de forte
natureza militar, que via no Deus da Guerra o eco para o desejo e o sucesso de sua expansão territorial.

Embora não fosse invencível, Lampião se impunha para todos os seus inimigos e também era acompanhado pela essência da Vitória. Homem de grande resistência física, persistente e perspicaz, logo se destacou pela inteligência, liderança inconteste, coragem, frieza e crueldade, ganhando fama
nacional e internacional como sendo dos maiores bandoleiros já havido na história do Brasil, indesejado e odiado por muitos e ao mesmo tempo, invejado, respeitado, adorado e querido por tantos outros.



Lampião foi morto na manhã do dia 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, aqui no nosso Estado de Sergipe, aos 41 anos de idade, virando um mito e ainda hoje adorado por muitos como sendo um dos grandes guerreiros que o nosso povo já viu, apesar de bandoleiro sanguinário. Certamente quando vivo, incorporou o espírito de Ares, o Deus da Guerra, e viveu o seu único e eterno amor com a sua Maria Bonita.


Autor: Archimedes Marques - Delegado de Polícia Civil no estado de Sergipe. (Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br

 
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“Aos Pés de São Sebastião”: Um resgate histórico

Por: Jerdivan Nóbrega de Araújo

Ao banhar-se nas preciosas águas do velho açude de Condado, o sertanejo não imagina quantas histórias há a lhe contemplar do alto daquele imenso e inexorável paredão, construído com barro sangue e o suor do homem sertanejo.

As pedras que calçam as ruas de Condado, Malta e Pombal também são testemunhas incontestes destas histórias que o tempo trata de sepultar, juntamente com a memória dos seus anti-heróis. Mas, e os livros, o que estes dizem a respeito destes fatos?

O regionalismo de Ignez Mariz em “A barragem” e José Américo com “A bagaceira” trouxe aos nossos dias a fadiga diária do homem do sertão e a sua luta para sobreviver nas terras dos seus senhores, porém, por serem ambos parte da elite exploradora, se negaram a mostrar a face dos que realmente sobreviviam da exploração do sertanejo em sua condição de homens oprimidos. Relataram o sofrimento do sertanejo como se fosse, este sofrimento, a consequência natural do esturricante sol que queima as caatingas. O que aconteceu na Paraíba foi o espelho dos mesmos fatos acontecidos, num mesmo tempo, em todo o Nordeste coronelista e poderia ser contado por

Graciliano Ramos (desenho de Cândido Portinari)

Graciliano Ramos 

Ficheiro:Euclides da Cunha.jpg

 ou por Euclides da Cunha e até, por que não, pelo grande Luiz Gonzaga.


Porém, este também descreveu o homem sempre como vítimas dos poderes de Deus, personalizado - este poder - na seca causticante que põe o homem com o pé na estrada. 

Existe, no relato desses fatos, uma lacuna a ser preenchida. Se havia explorado, acredito, deveria haver exploradores, porém, quem seriam eles? Não pode toda a culpa recair sobre o clima e os poderes de Deus. 

Confesso que quando fui convidado pelo escritor e professor universitário


José Romero Araújo Cardoso para fazer a apresentação de Aos pés de São Sebastião, eu pensei ser mais uma novela regionalista onde o homem do sertão aparece como vitima da seca. Fiquei surpreso, ao encontrar naquele relato o outro lado da medalha: um algoz a mais que não fosse só os “castigos de Deus”. Encontrei ali a figura do Coronel, dono da terra e de tudo que há sobre a mesma, inclusive os destinos dos homens. 

“Aos Pés de São Sebastião” teve, entre outros, o mérito de contar em um micro espaço físico o que acontecia, na época, em toda uma região. A força política sobrepondo-se aos interesses de uma maioria; a seca produzindo riqueza para uma minoria e, afinal, colocando, como diria mãe Lourdes (**), o preto no branco. Se há explorado tem que haver exploradores e, no relato de Aos pés de São Sebastião, este preto e este branco se apresentaram de forma clara.

Ao contrário do que eu esperava, o sertanejo entra como coadjuvante necessário, numa trama envolvendo a arrogância de famílias poderosas que se alternavam no comando do destino do homem do sertão. É a luta do coronel com o coronel. “No fritar dos ovos”, ambos ganham e só sertanejo perde. 

Muitas histórias de coronéis ainda hão de surgir em páginas de livros. Não se trata de revanche ou da tentativa de denegrir imagens de pessoas que hoje dão nome às ruas em cidades do sertão, pois, também os coronéis, foram produtos do meio. É, antes de tudo, uma forma de lembrar que o coronelismo não derrubava apenas governos provincianos: muitos sertanejos foram, e continuam sendo, derrubados pelo coronelismo que ainda impera no nosso sertão. 

Lembrar, também, que do açude de Condado ao Canal da Redenção nada, para o sertanejo, mudou. No primeiro caso, quem teve em suas mãos a construção do açude ganhou a prefeitura. Hoje é a Paraíba que se rende ao canal da redenção. Se em Condado o açude represou água, poder e voto, o canal não tem função diferente.

(*) Jerdivan Nóbrega de Araújo é Bacharel em Direito, escritor, poeta e funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

(**) Mãe Lourdes (Benigna Lourdes de Sousa) era natural de Pombal, estado da Paraíba, nascida a 04 de outubro de 1901 e falecida a 21 de abril de 1995 em João Pessoa, estado da Paraíba.
Enviado para este blog pelo escritor e professor José Romero Araújo Cardoso.

A PROPAGANDA DA FÁBRICA DE DELMIRO GOUVEIA EM MOSSORÓ

Por: Rostand Medeiros
Photo

- Dedicado ao amigo José Mendes Pereira, organizador do site



 http://blogdomendesemendes.blogspot.com/ e um orgulhoso mossoroense.
Há poucos dias neste “Tok de História”, publiquei uma informação sobre o lançamento do interessante livro “Quem Matou Delmiro Gouveia”, do amigo
Gilmar Teixeira Santos, competente historiador baiano (Ver –http://tokdehistoria.wordpress.com/2011/10/26/novo-livro-sobre-delmiro-gouveia-e-a-sua-morte/).
Motivado por este lançamento, andei cascavilhando meus alfarrábios e encontrei em antigas páginas do jornal “O Mossoroense”, de 1917, pouco antes do assassinato de Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, a propaganda do seu empreendimento mais famoso, a “Fábrica da Pedra”.
Manchete da morte de Delmiro
Localizada na Vila da Pedra, atual município de Delmiro Gouveia, as margens do Rio São Francisco, foi aqui que este industrial, nascido em Ipu, Ceará, em 5 de junho de 1863, com sua inigualável visão empresarial, criou o que os estudiosos definem como o primeiro polo industrial do Nordeste brasileiro, através da criação da primeira fábrica voltada para a indústria têxtil em pleno sertão alagoano.
Jornal "O Mossoroense"
Denominada Companhia Agro Fabril Mercantil, iniciou sua produção em junho de 1914. O lugarejo logo prosperou, tendo sido criados o telégrafo, realizada a abertura de 520 quilômetros de estradas para escoar a sua produção, isenção de impostos para a futura fábrica, permissão para captar energia da cachoeira de Paulo Afonso, construção de 200 casas de alvenaria na Vila Operária da Pedra e outros benefícios para seus trabalhadores. Segundo dados existentes, nesta fábrica chegaram a serem produzidos, em 1916, mais de 500.000 carretéis de linhas para costura.
O negócio chegou ao ponto de exportar sua produção para a outras nações, como Argentina, Chile, Peru e Bolívia.
O Rio Grande do Norte teve uma larga participação neste negócio. Se no início Delmiro importou algodão do Egito como matéria prima, logo estava utilizando o algodão de fibra longa, vindos do nosso Seridó. Já tive oportunidade de ler notícias do embarque de fardos desta malvácea, via navio, em direção a Vila da Pedra.
Porpaganda da Fábrica da Pedra no Rio Grande do Norte
Nesta relação com nosso estado, chama atenção a divulgação de seus produtos em jornais potiguares, tanto de Natal como de Mossoró.
Nesta última cidade o representante era a firma S. Gurgel, onde a propaganda nos jornais locais da Companhia Agro Fabril Mercantil enaltecia a marca “Estrella”, vendida em território nacional e a marca e “Barrilejo” para o resto da América Latina.
A divulgação era realizada de forma agressiva, onde escancaradamente o produto da Fábrica da Pedra era anunciado como “Melhor que a afamada marca estrangeira Corrente, esta vendida a preços elevadíssimos e a nossa a preços baratíssimos”.
Outro ponto enaltecido era que o carretel de linha estaria por “500 réis ou mais”, se não fosse a fabricação das linhas “Estrella”. Delmiro fazia questão de mostrar o benefício para a população da quebra do monopólio de fabricação de linhas de costura, então um negócio dominado pela fábrica inglesa Machine Cotton, produtora dos carretéis da marca Corrente.
Segundo o site Wikipédia (http://pt.wikipedia.org), a empresa Machine Coats ou Coats Corrente, Coats PLC, ou simplesmente Coats, foi fundada em 1755, na cidade de Paisley, na Escócia, com a fusão das empresas pertencentes aos industriais James Coats e James Clark. Esta é considerada até hoje a maior empresa multinacional de materiais têxteis e de costura para uso doméstico e industrial. Possui mais de 25.000 empregados, com linhas de produção em 65 nações nos cinco continentes e seus produtos são vendidos em mais de 150 países.
No Brasil a Coats se estabeleceu inicialmente em São Paulo, no dia 18 de junho de 1907, no bairro do Ipiranga, com o nome comercial de Linhas Corrente. Atualmente a empresa tem quatro filiais em nosso país.
Não sei se de forma exagerada, ou não, mas a propaganda afirmava que a fábrica da Vila da Pedra empregava “2.000 pessoas”.
A destacada propaganda da Companhia Agro Fabril Mercantil, publicada no jornal “O Mossoroense” de 1917, mostra como a empresa estava atuante no mercado nacional e sua propaganda enaltecia fortemente o seu progresso e um caráter tipicamente nacionalista, muito comum naquela época.
Mas naquele mesmo ano, como mostra o livro “Quem Matou Delmiro Gouveia”, do amigo Gilmar Teixeira Santos, o preogressista industrial foi brutalmente assassinado. Consta que por pressão da Machine Coats, os herdeiros de Delmiro venderam a fábrica à esta  empresa inglesa. Em uma atitude típica de capitalistas detentores de monopólios e com espirito tipicamente de colonizadores, os ingleses mandaram destruir as máquinas de Delmiro, demolir os prédios, e lançar tudo no Rio São Francisco, buscando apagar uma incômoda concorrência e retirar da memória local qualquer ideia de empreendedorismo.
Em minha opinião, apesar de tudo que aconteceu, Delmiro Gouveia não possui o merecido reconhecimento quando o assunto é a história do Nordeste brasileiro.
ADENDO
Antonio Ferreira da Silva Neto, de Natal-RN, organizador do "Blog do Neto", http://afnneto.blogspot.com/2011/10/novo-livro-sobre-delmiro-gouveia-e-sua.html fez o seu comentário sobre Delmiro Gouveia.
Caro amigo Rostand.
Muito boa sua matéria, gostei muito.
Concordo com você, quando diz que o Coronel Delmiro Gouveia não tem merecido reconhecimento quando o assunto é a história do Nordeste brasileiro, tanto esse grande empreendedor, quanto outros que fizeram parte da nossa história, não são devidamente lembrados. Fico muito feliz com essas postagens, pois é uma maneira de resgatarmos os acontecimentos que marcaram época no nosso país. Uma maneira de divulgar para as populações que existiram pessoas que contribuiram para e empreedorismo e história do nosso Brasil, seja no nordeste ou região sul. 
Atenciosamente,
Neto
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Extraído do blog "Tok de História, do historiógrafo
Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.wordpress.com/

Um homem de lutas e de amizades

Por: José Mendes Pereira

Hoje, bem cedinho, seis horas da manhã, ouvi uma música que me veio a lembrança de um dos mais conhecidos no meio do estudo "cangaço", e tenho plena certeza, que todos que compõem a saga cangaceiróloga do nordeste brasileiro, gostariam de oferecer esta canção ao ex-prefeito de Poço Redondo (por três gestões), e escritor:


Alcindo Alves da Costa.

A canção diz o que realmente, cada admiração por alguém, seja preservada  e deve  ser  guardada debaixo de sete chaves.

Não o conheço pessoalmente, apenas através de fotos e vídeos, mas pelo que os seus confrades dizem sobre a sua generosidade com as pessoas, o respeito, a admiração que guarda de cada um, merece a "Canção da América". 

A "Canção da América" não é oferecida a qualquer um (é como um troféu, nem todos têm direito a ele),  é para aquele que todos falam bem dele, e que o elegeram como o melhor amigo, e que jamais ouviram ele dizer algo machucante contra os outros. 

Não adianta querer ser merecedor da "Canção da América". Ela é oferecida por expontânea vontade dos  amigos, não com exigência. Não adianta endeusar os outros na presença, e quando se retira, lá fora, o outro é um verdadeiro satanáz. Ser amigo é não escolher por riquezas, por beleza, por cor, ou outra coisa parecida; cada um é como Deus o fez.

Não adianta morrer por amigo, defendê-lo é muito arriscado, pois estará  colocando a sua vida em perigo. Não adianta dizer ao amigo o que os outros dizem contra ele, pois estará o colocando num mundo de desavença. O certo é se retirar do lugar e fim de conversa.

Para o amigo, se deseja o bem, e não o mal.

"CANÇÃO DA AMÉRICA"

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.



 Uma homenagem ao decano de Poço Redondo: Alcindo Alves da Costa

Hoje , 19 H , Encontro na Saraiva

 
Hoje, terça-feira, dia 01 de novembro
as 7 da noite, novo encontro
Cariri Cangaço-GECC
no espaço Rachel de Queiroz
da livraria Saraiva do
Shopping Iguatemi, em Fortaleza

 
Imperdível !
Noite Cariri Cangaço - GECC
Saraiva do Shopping Iguatemi
Fortaleza - Ceará
dia 1 de Novembro
19 H
 

Lampião na Bahia

Por: Luiz Ruben
 
O que a imprensa registrou na época em que Lampião agiu na Bahia. Resultado de aproximadamente 150 mil páginas dos jornais: A Tarde, Diário da Bahia, Diário de Notícias, Era Nova, O Imparcial, do período de 1928 a 1940. Este livro tem no seu início, o Jornal O Povo, de Fortaleza no Ceará, apresentando uma reportagem datada de 4 de junho de 1928, setenta e oito dias antes da decisão de Lampião entrar na Bahia. Esta matéria dá uma visão da situação do chefe cangaceiro e de seu exíguo grupo ao fugir para o nordeste baiano.

Textos transcritos com a ortografia atual. As palavras em inglês foram aportuguesadas ou traduzidas, para melhor compreensão. No final das matérias do ano 1928 e no final do livro iconografia apresentando páginas dos jornais e de recortes. As notícias que a imprensa publicava sobre Lampião tinham seu nome sempre grafado "Lampeão", como mostram as fotos. Os jornais também grafavam Virgulino, embora o registro de batismo e nascimento estejam grafados com (o) Virgolino.

As localidades que tiveram seu nome modificado ao longo dos anos também foram atualizados. As matérias publicadas sobre Lampião pelos diferentes jornais, com o mesmo assunto é uma prova do interesse que o público baiano começou a despertar quando da chegada de Lampião na Bahia. Manchetes abrangendo o período de 23 de agosto de 1928 até 28 de dezembro de 1929. A primeira foi divulgada pelo Jornal A Tarde em 23 de agosto de 1928 com a seguinte manchete “Quem é Vivo... O grupo de Lampião ruma para a Bahia”.

Verão que o secretário de segurança pública, senhor Madureira de Pinho, acusa o jornal Diário de Notícias de ser seu inimigo, dando assim uma cobertura das tropelias de Lampião, desfavorável ao seu governo, mas os fatos noticiados mostravam a ação de Lampião. Não existia um jornalismo investigativo sobre a presença de Lampião na Bahia, as matérias publicadas nem sempre eram assinadas pelos jornalistas, os periódicos da capital não focavam apenas as manchetes, mas também opiniões, comentários e editoriais.

Serviço
"Lampião conquista a bahia"-Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Edição do autor - 422 págs.
Valor: R$ 35,00 + (Frete simples) R$ 5,00. Total R$ 40,00
Pedidos: graf.tech@yahoo.com.br
ou (75) 3281 - 5080

Fonte: www.lampiaoaceso.blogspot.com
http://cariricangaco.blogspot.com/2011/11/lampiao-na-bahia.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com