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terça-feira, 8 de março de 2022

LIVRO DO ESCRITOR JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO

 Por José Mendes Pereira

Diletos amigos estudiosos da saga do Cangaço.

Nos onze anos que passei pesquisando para escrever “Lampião – a Raposa das Caatingas” (que já está na 4ª edição), colhi muitas informações sobre a rica história do Nordeste. Concebi então a ideia de produzir uma trilogia que denominei NORDESTE – A TERRA DO ESPINHO.

Completando a trilogia, depois da “Raposa das Caatingas”, acabo de publicar duas obras: “Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste” e “Capítulos da História do Nordeste”.

Na segunda obra – Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste –, sistematizei, na ordem temporal dos fatos, as arrepiantes lutas de famílias, envolvendo Montes, Feitosas e Carcarás, da zona dos Inhamuns; Melos e Mourões, das faldas da Serra da Ibiapaba; Brilhantes e Limões, de Patu e Camucá; Dantas, Cavalcanti, Nóbregas e Batistas, da Serra do Teixeira; Pereiras e Carvalhos, do médio Pajeú; Arrudas e Paulinos, do Vale do Cariri; Souza Ferraz e Novaes, de Floresta do Navio; Pereiras, Barbosas, Lúcios e Marques, os sanhudos de Arapiraca; Peixotos e Maltas, de Mata Grande; Omenas e Calheiros, de Maceió.

Reservei um capítulo para narrar a saga de Delmiro Gouveia, o coronel empreendedor, e seu enigmático assassinato.

Narro as proezas cruentas dos Mendes, de Palmeira dos Índios, e de Elísio Maia, o último coronel de Alagoas.

A obra contempla ainda outros episódios tenebrosos ocorridos em Alagoas, incluindo a morte do Beato Franciscano, a Chacina de Tapera, o misterioso assassinato de Paulo César Farias e a Chacina da Gruta, tendo como principal vítima a deputada Ceci Cunha.

Narra as dolorosas pendengas entre pessedistas e udenistas em Itabaiana, no agreste sergipano; as façanhas dos pistoleiros Floro Novaes, Valderedo, Chapéu de Couro e Pititó; a rocambolesca crônica de Floro Calheiros, o “Ricardo Alagoano”, misto de comerciante, agiota, pecuarista e agenciador de pistoleiros.

......................

Completo a trilogia com Capítulos da História do Nordeste, em que busco resgatar fatos que a história oficial não conta ou conta pela metade. O livro conta a história do Nordeste desde o “descobrimento” do Brasil; a conquista da terra pelo colonizador português; o Quilombo dos Palmares.

Faz um relato minucioso e profundo dos episódios ocorridos durante as duas Invasões Holandesas, praticamente dia a dia, mês a mês.

Trata dos movimentos nativistas: a Revolta dos Beckman; a Guerra dos Mascates; os Motins do Maneta; a Revolta dos Alfaiates; a Conspiração dos Suassunas.

Descreve em alentados capítulos a Revolução Pernambucana de 1817; as Guerras da Independência, que culminaram com o episódio do 2 de Julho, quando o Brasil de fato se tornou independente; a Confederação do Equador; a Revolução Praieira; o Ronco da Abelha; a Revolta dos Quebra-Quilos; a Sabinada; a Balaiada; a Revolta de Princesa (do coronel Zé Pereira),

Tem capítulo sobre o Padre Cícero, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, o episódio da Pedra Bonita (Pedra do Reino), Caldeirão do Beato José Lourenço, o Massacre de Pau de Colher.

A Intentona Comunista. A Sedição de Porto Calvo.

As Revoltas Tenentistas.

Quem tiver interesse nesses trabalhos, por favor peça ao Professor Pereira – ZAP (83)9911-8286. Eu gosto de escrever, mas não sei vender meus livros. Se pudesse dava todos de graça aos amigos...

Vejam aí as capas dos três livros:


https://www.facebook.com/profile.php?id=100005229734351

Adquira-os através deste endereço:

franpelima@bol.com.br

Ou com o autor através deste:


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PAULO AFONSO NOS GRANDES ENCONTROS CARIRI CANGAÇO !

 Por Manoel Severo

SAIBA DE TUDO ! "Nesta quarta-feira, ás 19h30 teremos a oportunidade de saber tudo o que acontecerá no Grande Cariri Cangaço Paulo Afonso: toda a infraestrutura, as conferências, os convidados, os debates, os lançamentos, as visitas técnicas e muito mais num AO VIVO eletrizante, IMPERDIVEL com João de Sousa Lima, Luma Holanda, Flávio Motta, Val Oliveira e Manoel Severo Barbosa. Você não pode ficar fora, é nesta quarta, dia 09, 19h30 ao vivo no canal do Cariri Cangaço no YouTube."

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/03/paulo-afonso-nos-grandes-encontros.html

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“OMNIS DIA EST DIA INTERNATIONAL FEMINA” " CADA DIA É DIA INTERNACIONAL FEMININO" 08 de março de 2022

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“OMNIS DIA EST DIA INTERNATIONAL FEMINA” 

" CADA DIA É DIA INTERNACIONAL FEMININO" 

08 de março de 2022 

 

NESTE DIA(08.03.2022) INTERNACIONAL DA MULHER, HOMENAGEAMOS AS MULHERES CIENTISTAS DA UCRÂNIA, EM NOME DE QUEM SAUDAMOS TODO AS AS MULHERESDO PLANETA TERRA, PRINCIPALMENTE AS MULHERES DO BRASIL, AS MULHERES DO RIO GRANDE DO NORTE, ESPECIALMENTE AS MULHERES ESCRITORAS, OU NÃO, MOSSOROENSES ! 

 

“Um levantamento, recente, feito pela Unesco aponta que apenas 30% dos cientistas em todo o mundo são mulheres. A média na Ucrânia, por sua vez, supera bastante esse número. No país europeu, as mulheres representam 46% desse total, elevando a nação à 12º posição do ranking entre os países do continente com maior taxa de atuação feminina na ciência”(por Carolina Fioratti). 

 

    HOMENAGEAMOS AS MULHERES UCRANIANAS, NESTE ANO COMO INCENTIVO QUE PREPONDERA RECONHECER, PERANTE O CONTUDENTE VALOR DE EXEMPLO ALCANÇADO, TAMBÉM PELAS MULHERES MAIS JOVENS.: OLHA KHARASAKHAL, ESTUDANTE DE 15 ANOS DA ACADEMIA JÚNIOR DE CIÊNCIAS DA UCRÂNIA, GANHOU DESTAQUE AO CRIAR UMA TECNOLOGIA ACESSÍVEL CAPAZ DE DETECTAR METÁSTASES NOS ESTÁGIOS INICIAIS DO CÂNCER. JÁ YELYZAVETA STOLYARCHUK, DE 18 ANOS, DESENVOLVEU UM MÉTODO DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS ENVOLVENDO ENERGIA SOLAR. 

 

    DESTACAMOS A PROFUNDA INDIVIDUALIDADE QUE REVERENCIA AS UCRANIANAS, NÃO APENAS PARA TENTAR AMENIZAR O CLIMA DE SOFRIMENTO E TENSÃO QUE ATINGE O PAÍS INDEPENDENTE DA UCRÂNIA, POR CAUSA DA INVASÃO (CONDENADA PELAS MAIORES AUTORIDADES DO MUNDO), MAS TAMBÉM PELA EVIDÊNCIA QUE AS CONSAGRAM ! (MAIOR PARTE DAS PESQUISADORAS UCRANIANAS ATUAM NAS ÁREAS DE CIÊNCIAS SOCIAIS (65,8%), MEDICINA (65,2%) E CIÊNCIAS HUMANAS (60,3%). 

 

   IMPRESSIONA COMO ESSAS CIENTISTAS CONTINUAM O LEGADO DE GRANDES NOMES UCRANIANOS, COMO NINA MOROZHENKO, QUE DEDICOU SUA VIDA AO ESTUDO DA FÍSICA DO SOL, E NATALIIA VYNOHRAD, EPIDEMIOLOGISTA E ESPECIALISTA DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) EM RESPOSTA A AMEAÇAS EPIDÊMICAS. 

 

   CURVAMO-NOS, PORTANTO EM MERECIDA REVERÊNCIA, PARA O ALÉM DA COMPREENSÃO HUMANA, ÀS MULHERES UCRANIANAS, ÍCONES DA CIENTIFICIDADE, EXEMPLOS  DE BRAVURA E RESISTÊNCIA, FICANDO PÉ EM DEFESA DOS SEUS FILHOS DA TERRA, PERPASSANDO À CONTRA-MÃO DA INVOLUÇÃO IMPOSTA PELO PUTIN, QUE AS CONDECORA, INDIRETAMENTE, RESILIENTES VENCEDORAS, ANTE O BORBARDEIO QUE A UCRÂNIA VEM SOFRENDO DESUMANAMENTE, NESSES ÚLTIMOS 12 DIAS, EM QUE CIDADES SÃO DESTRUIDAS E CIVIS SÃO MORTOS, CONSIDERADOS PELOS ÓRGÃOS MUNDIAS DE DEFESA DOS DIREITORS HUMANOS COMO “CRIME DE GUERRA” SOB INVESTIGAÇÃO !  

 

EM ENTREVISTAS À REVISTA NATURE, MUITOS PESQUISADORES RELATARAM PLANOS DE FUGA, ENQUANTO OUTROS INTERROMPERAM SEUS ESTUDOS PARA PEGAR EM ARMAS, A EXEMPLO DE MUITAS MULHERES, SOBRETUDO AS UCRANIANAS QUE LARGARAM SEUS ARSENAIS ARTÍSTICOS E NÃO ARREDAM PÉ DA TERRA QUE TANTO AMAM, PARA QUE A CIÊNCIA PROSPERE, EM DETRIMENTO DA PRÓPRIA VIDA. 

 

NOSSOS PARABENS A TODAS UCRANIANAS E MULHERES DESTE PLANETA TERRA ! QUE DEUS PROTEJA TODAS AS MULHERES, PRINCIPALMENTE AS QUE DEIXAM O LEGADO EM DEFESA DA PAZ E DOS DIREITOS CIENTÍFICOS E HUMANITÁRIOS PARA A POSTERIDADE PERPÉTUA DAS CIVILIZAÇÕES ! 

 

 FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO 

-PRESIDENTE DA ASCRIM ACADEM- 

 

P.S.: ESSA MENSAGEM NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO PESSOAL DOS ASSOCIADOS DA ASCRIM E ACADEM, QUE A CONTESTAR. 


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COLCHETE

 Clerisvaldo B. Chagas, 8 de março de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.669

Colchete é nome de acessório de roupa, colchete foi nome de cangaceiro, colchete é cancela, porteira de pobre no Sertão. E quando se diz porteira de pobre, é porque fica mais fácil e barato confeccionar, fechar e abrir uma passagem com o colchete de que com a porteira. A cancela ou porteira é comprada nas   feiras livres ou feitas de encomenda aos carpinas da região. O colchete, qualquer vaqueiro sabem fazer. Consiste em uma peça móvel composta de duas estacas e alguns fios de arame farpado. Uma estaca é grossa e fixa, a outra, ligada à primeira por fios de arame, é fina e móvel. Fica encostada à outra estaca atada por uma corda, arame liso ou outra coisa qualquer. O transeunte levante a corda, tira da amarração, pega na estaca móvel e a arrasta até o outro lado, abrindo a passagem. Faz ação contrária ao fechar.

Pense num objeto cabuloso do sertão! Carregar aquela coisa molenga de um lado para o outro e repetir fechando, cozinha a paciência de qualquer cidadão. Mas fazer o quê?  O dono das terras quer economizar, manda fazer a espécie de porteira que engole a paciência de quem passa por ela o dia todo. Detestamos o colchete do sertanejo. Acontece que tem gente melhorando o troço, tornando-o mais duro nas extremidades do aramado, porém, a parte do meio continua molenga e a chateação é a mesma, bem assim é a insuportável porteira de buracos, de travessas ou de caibros finos. Consiste em dois mourões fixos, um de um lado, outro no lado oposto, com buracos redondos cada, entre cinco ou seis. Esses buracos são preenchidos com caibros roliços.

O gado não passa com a porteira fechada, mas se deixar somente alguns caibros, algumas reses abusadas pulam sem dificuldades. O chato é que o amigo tem que retirar de um lado todos os caibros, passar e repetir os gestos fechando. Caso esteja muito apressado e não querendo enfrentar a chatice, pode-se passar agachado por entre os paus. Esses dois sistemas de abrir e fechar cercado, remontam aproximadamente aos anos trinta quando as propriedades rurais que não tinham cercas, iniciaram esse mister. Assim vamos descobrindo as coisas da nossa terra, não enxergadas antes, como se não possuíssem valor algum. Ainda tem o passador, sistema curvo, inteligente para passar apenas pessoas. Este sim, é bem louvável.

Sertão universidade!

Sertão que voltou a chover!

PORTEIRA DE BURACOS (FOTO: HORSE)

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A MORTE DE PEDRO DE CÂNDIDO

 

Por José Mendes Pereira

Os escritores Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Faustino contam no Livro “Lampião em Alagoas”, páginas 450 e 451, publicado no ano de 2012, que o amigo estudado por nós, o famoso coiteiro do rei Lampião Pedro de Cândido, após a hecatombe de Angico, quando houve festas e promoções policiais no Estado de Alagoas, felizmente, o tenente Zé Lucena (responsável pela morte do patriarca da família Ferreira, apesar de ter sido feita pelo seu comandado Benedito Caiçara) lembrou desta figura, e, o indicou ao comando da polícia para incluí-lo no efetivo da Força Policial, como recompensa, dando-lhe a patente de cabo, ficando destacado lá mesmo na cidade de Piranhas no Estado de Alagoas.


Três anos após a morte do rei Lampião e sua rainha Maria Bonita, uma notícia tomou conta da cidade de Piranhas, que um lobisomem estava tirando a tranquilidade da população daquela região, no local chamado Piranha de Baixo.

Nessa noite do dia 23 de agosto de 1941, um jovem de nome Sabino José Vieira passa no Bar de um senhor de nome Pedro Chico, sendo que este ambiente era muito frequentado pela população, e ali, a conversa sobre o lobisomem está sendo espalhada no recinto. Naquele tempo, as luzes da cidade tinham um controle, e eram apagadas às 23 horas (talvez, não sei, para economia de óleo diesel, já que naquele tempo, a maior parte das cidades dos Estados Brasileiros era movido por motores explosões, assim eram chamados).

Como morava um pouco distante de onde se encontrava, e inevitavelmente, tinha que passar por Piranhas de Baixo, Sabino põe a sua peixeira na mão, e seguiu viagem para sua residência. Em uma das curvas na estrada, ouviu um tropel, seguido de um ronco. Assustado, mas preparado, enfiou a sua peixeira no peito do suposto Lobisomem, ouvindo um gemido e a queda do corpo no chão. Às carreiras, Sabino José Vieira saiu em gritos, afirmando ter assassinado o lobisomem, que até então, para ele, era o suposto lobisomem.

“ - Eu matei o lobisomem”! “ - Eu matei o lobisomem! ”

O Sabino José caiu desmaiado em uma calçada. De repente, apareceu uma porção de gente do lugar, e cuidou dele, que mesmo no chão, continuava gritando, afirmando ter assassinado o lobisomem. Assim que se acalmou, Sabino contou como foi que assassinou o lobisomem.

Mas o Sabino José Vieira não havia assassinado um lobisomem, e sim, o famoso ex-coiteiro do rei do cangaço Lampião, o Pedro filho da dona Guilhermina e seu Cândido, lá de Piranhas, conhecido por Pedro de Cândido, que ali se encontrava envolvido num lençol de sangue.

Um dos participantes do reconhecimento do corpo de Pedro de Cândido com uma candeia, pôs a mão no peito da vítima para saber se ainda existia vida, mas findou dizendo: “- Acabou-se o homem”.

Fonte de pesquisa:
Livro: “Lampião em Alagoas”.
Páginas: 450 e 451.
Ano de publicação: 2012
Autores: Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Faustino.

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BRIÓ E ANTÔNIO CANELA: QUANDO AS PALAVRAS E AS AMEAÇAS SÃO SENTENÇAS DE MORTE

*Rangel Alves da Costa

Muitos foram os acontecidos no solo sertanejo de Poço Redondo, no sertão sergipano, naqueles idos cangaceiros, principalmente a partir dos anos 30. Fato curioso é que a saga cangaceira na região não envolveu somente a ferrenha luta entre cangaceiros e volantes, mas também personagens que mesmo estando à margem das vinditas, ainda assim foram alcançados pela cruel sangria.

Mais curioso ainda é o fato de que dois destes importantes acontecidos, de consequências verdadeiramente trágicas, tiveram por motivação as palavras ditas e as ameaças impensadas. Ou mesmo de forma pensada, mas sem se imaginar no fatal desfecho depois de proferidas. Depois da análise do relatado abaixo, logo será fácil compreender que perante o cangaço - incluindo o mundo das volantes - a palavra e o gesto possuíam tamanha força, tamanha consequência, que exsurgiam até como sentença de morte para aquele que erroneamente se expressasse.

Assim aconteceu, por exemplo, com Brió e Antônio Canela. Este de trágico fim nas proximidades da Estrada de Curralinho (Estrada Histórica Antônio Conselheiro) e aquele ladeando a Estrada da Maranduba (região das Queimadas, nas beiradas do Riacho do Braz), bem próximo ao local onde, em 1937, Zé Joaquim (José Machado Feitosa), um rapaz de Poço Redondo foi torturado e morto pelo grupo de Juriti e Zé Sereno, sob a falsa acusação de ter dito a Zé Rufino que o bando de Lampião estava emboscado à sua espera na Lagoa da Cruz.

Como dito, Antônio Canela, um modesto vaqueiro vivente entre as beiradas alagoanas de Bonito e sergipanas de Curralinho, falou demais e, além disso, ameaçou demais, e acabou trucidado pelas próprias ações do passado. Segundo consta, nos idos de 1937, o vaqueiro se juntou com outros sertanejos e prometeu dar cabo a Lampião assim que este chegasse a Entremontes, nas barrancas das Alagoas. Pegou em armas, preparou a tocaia, mas nada de o bando aparecer. Contudo, a história ganhou o vento e foi parar aos ouvidos da cangaceirama.

Certamente que amedrontado com a irrealizada promessa e as juras de dar fim ao rei cangaceiro, Antônio Canela resolveu se bandear para o outro lado do rio, região sergipana do Curralinho. Oficiando como vaqueiro, um dia foi atrás de um jumento pelos arredores da fazenda Camarões e mais adiante avistou, na sede da propriedade, uma festança. Vai até lá e se junta à beberança. Não sabia, contudo, que logo a cangaceirama chegaria para cobrá-lo na dor e no sofrimento aquela emboscada feita pra Lampião.

E a cangaceirama que chega é a comandada por Mané Moreno. O líder do subgrupo já havia sido informado que o vaqueiro “metido a valente” poderia estar por ali. Tanto estava que logo o reconheceu. Identificou e logo deu início à cruel vingança. Sem dar o mínimo de atenção aos rogos dos sertanejos ali presentes, o cangaceiro logo sentencia o vaqueiro de morte. E de forma mais bestial ainda ante a confissão feita de que só não matou Lampião por que este não apareceu. Uma coragem que equivalia a pedir pra morrer.

A morte de Canela foi de indescritível perversidade. Picotado pelo canivete de Alecrim, tombado ante o açoite do mosquetão de Cravo Roxo, e depois disso amarrado a um animal e levado à morte certa. Foi Mané Moreno quem deu o tiro fatal. Mais um. E já morto é sangrado. E, segundo Alcino Alves Costa em seu Lampião Além da Versão (p. 196), o cangaceiro Cravo Roxo se acerca do corpo e bebe do sangue que borbulhava em seu pescoço.

Antes disso, nos idos de fevereiro de 1935, o sertanejo Brió (Benjamin, irmão do cangaceiro Demudado), um moço de Poço Redondo, igualmente falou demais e pagou no além da conta pela sua ousadia. Num meio onde a mera suspeita de ser alcoviteiro de volante já era correr perigo, que se imagine um cabra dizer - mesmo mentirosamente - que iria se juntar ao comando de Zé Rufino para perseguir aqueles que fossem amigos, coiteiros ou protetores de cangaceiros.

Num forró na fazenda de Julião do Nascimento, pai do mesmo Zé de Julião que mais tarde se tornaria no cangaceiro Cajazeira, Brió se desentendeu com a família dos Lameu e, raivoso, disse que todos pagariam bem pago assim que entrasse na força de Zé Rufino, o que já estava prestes a acontecer. Mentiu, contudo. E sua mentira teve uma trágica consequência. Sua verdadeira intenção era se juntar ao grupo de cangaceiros que estavam acoitados naquelas proximidades, nas Capoeiras. Iria servir ao subgrupo do perverso Mané Moreno, contando ainda com Zé Sereno e Juriti.

Sem saber que Brió se juntaria ao grupo, então Zé de Julião apareceu no coito para contar a novidade: Brió havia prometido ser cabra de Zé Rufino. Foi o fim de uma mentira. Não demorou muito, eis que Brió se apresenta àquele que seria o seu futuro grupo cangaceiro. Só não sabia o que lhe esperava. A sentença foi rápida: morte certa ao traidor. Tentou desfazer a todo custo o mal-entendido, mas não teve jeito. Os cangaceiros levam-no até o Riacho do Braz e o enforcam.

Indaga-se: por que enforcamento e não de outra forma? Apenas por que Brió, ante a certeza da morte, rogou para não ser nem enforcado nem afogado. Assim a vida cangaceira e daqueles que estavam ao seu redor, suas sagas e seus desatinos, seus tortuosos caminhos.

Escritor

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MORTE DE MARIANO LAURINDO GRANJA

Por José Mendes Pereira

Diz o escritor e pesquisador do cangaço Ivanildo Alves da Silveira, que o cangaceiro Mariano Laurindo Granja nasceu em 1898, em Afogados da Ingazeira, no Estado de Pernambuco, e faleceu no dia 10 de outubro de 1936, entre os municípios de Porto da Folha e Garuru, sendo esta região conhecida como Cangaleixo.

Era genro do vaqueiro Lé Soares, sendo ele companheiro de Rosinha, irmã da cangaceira Adelaide. E segundo a pesquisadora do cangaço Juliana Pereira Ischiara, a companheira de Mariano, a Rosinha  foi morta a mando de Lampião. 

Mariano era um facínora que não gostava de praticar morte quando não achava necessária. Tinha um respeito enorme com o seu chefe Lampião. Tinha habilidade para tocar gaita e dono de uma simpatia. Estava sempre com gestos risonhos.

Em uma ocasião, quando Lampião e Volta Seca se estranharam nas caatingas, Mariano foi um dos que pediu ao cangaceiro que saísse do cangaço, e fosse embora, só assim acabaria aquela confusão. Lampião deixaria de tanto martirizá-lo, e ele salvaria a sua vida. 

Pelo que diz o escritor, exceto a morte de Juriti, eu acho que Mariano foi o cangaceiro que mais sofreu na hora de morrer. O escritor Alcindo Alves afirma que lá no combate do Cangaleixo, onde morreram: Mariano, Pai Veio, Pavão e o coiteiro João do Pão, Mariano ficou cercado sem ter a mínima chance de fugir. Sentindo que não haveria mais condição de se salvar, ordenou aos comandados que fugissem imediatamente, e que levassem a Rosinha, e não a abandonassem, pois, ele queria que ela se salvasse com o filho que já não mais demoraria nascer. 

Os cangaceiros não querendo ir embora, disseram que jamais o deixaria abandonado. Mas ele disse que dali em diante, só Deus saberia do seu destino. E sem obedecerem a sua ordem, o seguraram, carregam-no e saíram o levando para tentarem salvar a sua vida. Alguns asseclas davam coberturas aos que estavam carregando o Mariano. 

A volante não desistia, e continuava os perseguindo, que com certeza, todos seriam mortos naquele momento. Num momento, pediu para que os asseclas parassem de carregá-lo. Deitaram-no ao chão. Ele se acomodou, puxou a arma e obrigou que todos fossem embora. Do contrário, iria atirar neles pela a falta de obediência. Como já estava sabendo que era difícil uma recuperação, não queria que seus companheiros fossem pegos pela volante. 

Sem alternativa, o bando resolveu correr, o deixando entregue aos desejos dos policiais, que com certeza, iriam capturá-lo vivo ou morto. Mesmo já muito debilitado, Mariano continuou atirando na volante. Mas depois notou que em seu bornal, já não existiam mais balas. A partir dali, ou estaria acompanhado por Deus, ou entregue ao Diabo, sujeito passar pelas malditas mãos dos cangaceiros. Finalmente, o amaldiçoado combate chegou ao fim. Mariano foi morto ali mesmo.

José Mendes Pereira - Mossoró-Rn.
Fonte de Pesquisa: “Lampião Além da Versão – Mentiras e...”. – Alcino Alves.

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O VINGATIVO LAMPIÃO

 Por:José Mendes Pereira

Em 1927, mesmo após sete anos da morte do seu pai, Lampião resolveu tirar a tranquilidade do Estado de Alagoas, fazendo invasões constantes, usando o seu poder de vingança, e eliminando sertanejos, alegando que era protestando contra Zé Lucena, por ter assassinado o seu patriarca, o José Ferreira da Silva, no momento em que debulhava grãos em sua residência. 

Dizia ele que o que haviam feito com o seu generoso pai, jamais ficaria impune, ou no esquecimento, pois o velho não tinha nada a ver com os seus problemas de bandidagem. Se Zé Lucena o procurava para eliminá-lo do solo sertanejo, que tivesse enfrentado os cerrados, as caatingas por todos os recantos dos Estados do Nordeste, pois, era naqueles lugares que ele se encontrava,  e não tivesse exterminado a vida de um homem honrado, amante da tranquilidade, da paz, amigo dos amigos, bom esposo, bom pai, e era considerado um grande homem no meio de toda vizinhança. 

O outro motivo, era denegrir a imagem de Zé Saturnino, mesmo sendo lá da sua terra Vila Bela, no Estado de Pernambuco, que segundo ele, tinha sido o causador das declinações da família Ferreira, privando o direito deles serem felizes onde moravam, obrigando-os a fugirem do amado berço Pernambuco, e os empurrando para as desconhecidas terras alagoanas. 

Casa dos pais de Lampião

Lá no Estado de Pernambuco, onde nasceu a família, ele e os seus familiares deixaram para trás, tudo que haviam adquiridos com muito esforço: propriedade, agricultura, criações de gado e bodes, e o que mais lhe doía em toda família, eram os sonhos, e muitos sonhos que pretendiam realizar. Que infelicidade!

Tenente José Lucena

Já residindo no novo Estado que por pressão haviam ganhado, Alagoas, passaram por dois grandes desgostos invencíveis. O primeiro foi quando eles viram a mãe, dona Maria Sulena da Purificação cair em depressão. Ela ainda se sentindo magoada e desgostosa com os desrespeitos do Zé Saturnino, por ter afetado o caráter do esposo José Ferreira da Silva, seu coração não aguentando as maldades, faleceu no ano de 1920, na Fazenda Engenho Velho, de propriedade de um senhor chamado Luiz Fragoso. 

O segundo e mais doloroso, foi quando eles viram o pai envolvido em um horroroso lençol de sangue, todo crivado de balas pelas armas do tenente Zé Lucena.  Os desrespeitos que surgiram contra a sua família, alcançaram o topo do pico, deixando ele e seus irmãos sem rumo e sem decisões próprias, para enfrentarem as maldades dos poderosos perseguidores.

Dizia o rei no silêncio do seu “EU”, que não tinha dúvida, que o principal culpado das suas desventuras, era o Zé Saturnino, por não ter assumido a sua desonestidade, quando o assecla viu peles dos seus animais na casa de um dos moradores da Fazenda Pedreiras. Se o fazendeiro tivesse assumido o feito, não teria sido necessário ele e seus irmãos viverem embrenhados às matas, escondendo-se de policiais que os perseguiam. 

José Saturnino, primeiro inimigo de Virgulino

O rei ainda se lastimava que todos os seus antes amigos, viviam passeando pelas redondezas do lugar, livres de perseguições, e diariamente aconchegados às mocinhas do povoado, frequentando festas e bailes. E enquanto os outros gozavam da liberdade, ele e seus irmãos eram privados de participarem dos divertimentos que o povoado oferecia, devido às perseguições das volantes. Infelizmente, teriam que passar a vida inteira se amparando às árvores, castigados pela chuva, sol, poeira, dormindo no chão, misturados com caranguejas, lacraias, cobras e mais outros insetos venenosos, no meio de combates cerrados, tentando se livrarem dos estilhaços de balas. E na maioria das vezes, fome, fome, e muita fome, vivendo um horroroso sofrimento. 

Lampião assumia o seu feito, dizendo que antes da morte do seu patriarca, já havia praticado crimes. E em um desses, findou a vida de um sujeito que lhe roubara uma das suas cabras. Mas que todos que o julgavam como um bandido cruel, entendessem o porquê da sua prática criminosa. Fizera, simplesmente para defender o que lhe pertencia, e em prol de sua própria honra. Se ele e seus irmãos não defendessem o que lhes pertenciam, com o passar dos tempos, todos iriam querer pisá-los como se eles nada valessem na vida.

Lampião enquanto descansava sobre o chão, talvez imaginava,   que se o Zé Saturnino não tivesse manipulado o tenente Zé Lucena para assassinar o seu generoso pai, quem sabe, talvez ele não tivesse se tornado um bandoleiro; e sim, um fazendeiro, um engenheiro, um rábula qualquer, ou outra coisa parecida. Ou ainda teria se casado e construído uma linda e maravilhosa família. 

E agora, depois das grandes decepções que passaram, principalmente com a morte do pai, como os irmãos Ferreiras se vingariam das maldades que fizeram contra eles?

Lampião e seu mano, decepcionados e de cabisbaixas diante da vizinhança, e privados de tudo e de todos, já que não haviam como assassinarem os causadores das suas declinações, decidiram que o mais propício para amenizarem as suas dores, seria fazerem invasões constantes no Estado de Alagoas, não importando com o tipo de atrocidade, vingando-se a seu modo. Já que tinham perdido o respeito, diante da vizinhança, uma desordem a mais não influenciava nada.  

E a partir de 11 de janeiro de 1927, organizaram-se e partiram para bagunçarem o Estado de Alagoas, onde destruíam tudo que viam pela frente, não dando tranquilidade aos moradores sertanejos, e geralmente rios de sangue ficavam escorrendo por onde os vingadores passavam. 

Informação: 

O Livino Ferreira da Silva foi assassinado no ano de 1925, e o Antonio Ferreira da Silva foi morto no início de Janeiro de 1927. Possivelmente, neste período ele ainda estava vivo.

Fonte de Pesquisa: Lampião Além da Versão - Alcino Costa 

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O INIMIGO QUE NÃO QUIS ENVENENAR LAMPIÃO

 Por Na Rota do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=QMOOMBQxkkQ&ab_channel=NaRotaDoCanga%C3%A7o

Manoel de Souza Neto nasceu no dia 01 de novembro de 1901, num lugar denominado Ema no município de Floresta dos Navios. Não tendo estudado no período de infância em virtude da falta de professores no Sertão, dedicou-se ao trabalho agrícola. Era destemido, demonstrando desde cedo tendências para a vida militar. Apreciava com muita curiosidade o movimento de tropas e cangaceiros na região, transformando-se mais tarde num justiceiro, que combatia impiedosamente os cangaceiros que assolavam os sertões nordestinos.

Certa ocasião, foi chamado por um Tenente, para arquitetarem o plano da morte de Lampião por envenenamento.

Manoel Neto mostrou-se imediatamente contrário àquele tipo de assassinato. Dizendo para o Tenente:

- Lampião é meu inimigo pessoal e ele também me considera assim. Se eu puder pegá-lo no ponto do meu Mosquetão, acabarei com ele. Porém não o matarei envenenando a água que beba, pois Lampião sabe que o rastejo e nunca envenenou a água que eu bebo, mesmo lhe perseguindo.
Texto: Marco Túlio Transcrito por: Geraldo Antônio de Souza Júnior

Historias do Cangaco

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ENTREVISTA DE LAMPIÃO NA BAHIA | CNL | 1025

Por O Cangaço na Literatura 

https://www.youtube.com/watch?v=9EuYM__MOW0&ab_channel=OCanga%C3%A7onaLiteratura

Lampião em Pombal https://www.youtube.com/watch?v=0pVJ6...

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