Por José Mendes Pereira
Diz o escritor
e pesquisador do cangaço Ivanildo Alves da Silveira, que o cangaceiro Mariano
Laurindo Granja nasceu em 1898, em Afogados da Ingazeira, no Estado de
Pernambuco, e faleceu no dia 10 de outubro de 1936, entre os municípios de
Porto da Folha e Garuru, sendo esta região conhecida como Cangaleixo.
Era genro do vaqueiro Lé Soares, sendo ele companheiro de Rosinha, irmã da cangaceira Adelaide. E segundo a pesquisadora do cangaço Juliana Pereira Ischiara, a companheira de Mariano, a Rosinha foi morta a mando de Lampião.
Mariano era um facínora que não gostava de praticar morte quando não achava
necessária. Tinha um respeito enorme com o seu chefe Lampião. Tinha habilidade
para tocar gaita e dono de uma simpatia. Estava sempre com gestos risonhos.
Em uma ocasião, quando Lampião e Volta Seca se estranharam nas caatingas, Mariano foi um dos que pediu ao cangaceiro que saísse do cangaço, e fosse embora, só assim acabaria aquela confusão. Lampião deixaria de tanto martirizá-lo, e ele salvaria a sua vida.
Pelo que diz o escritor, exceto a morte de Juriti, eu acho que Mariano foi o cangaceiro que mais sofreu na hora de morrer. O escritor Alcindo Alves afirma que lá no combate do Cangaleixo, onde morreram: Mariano, Pai Veio, Pavão e o coiteiro João do Pão, Mariano ficou cercado sem ter a mínima chance de fugir. Sentindo que não haveria mais condição de se salvar, ordenou aos comandados que fugissem imediatamente, e que levassem a Rosinha, e não a abandonassem, pois, ele queria que ela se salvasse com o filho que já não mais demoraria nascer.
Os cangaceiros não querendo ir embora, disseram que jamais o deixaria abandonado. Mas ele disse que dali em diante, só Deus saberia do seu destino. E sem obedecerem a sua ordem, o seguraram, carregam-no e saíram o levando para tentarem salvar a sua vida. Alguns asseclas davam coberturas aos que estavam carregando o Mariano.
A volante não desistia, e continuava os perseguindo, que com certeza, todos seriam mortos naquele momento. Num momento, pediu para que os asseclas parassem de carregá-lo. Deitaram-no ao chão. Ele se acomodou, puxou a arma e obrigou que todos fossem embora. Do contrário, iria atirar neles pela a falta de obediência. Como já estava sabendo que era difícil uma recuperação, não queria que seus companheiros fossem pegos pela volante.
Sem alternativa, o bando resolveu correr, o deixando entregue aos desejos dos
policiais, que com certeza, iriam capturá-lo vivo ou morto. Mesmo já muito
debilitado, Mariano continuou atirando na volante. Mas depois notou que em seu
bornal, já não existiam mais balas. A partir dali, ou estaria acompanhado por
Deus, ou entregue ao Diabo, sujeito passar pelas malditas mãos dos cangaceiros.
Finalmente, o amaldiçoado combate chegou ao fim. Mariano foi morto ali mesmo.
José Mendes Pereira - Mossoró-Rn.
Fonte de Pesquisa: “Lampião Além da Versão – Mentiras e...”. – Alcino Alves.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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