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segunda-feira, 24 de março de 2014

Extra - Muito importante para todos nós que pensamos que os outros nada valem.

Por TV Cena


Adendo - blogdomendesemendes

Geralmente, o que nós dizemos com os outros, acreditamos que não dói. E como dói! Antes de tirarmos as máscaras do outros, vamos tirar primeiro as nossas.

Frase adquirida no facebook - TV Cena - página do Romero Cardoso.

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Inalda Cabral é homenageada com Tributo Ana Floriano




A Prefeitura de Mossoró homenageia a educadora Inalda Cabral com o Tributo Ana Floriano, honraria concedida anualmente a uma mulher que contribuiu para o desenvolvimento político, social, cultural ou econômico da cidade. A cerimônia de entrega da comenda acontecerá na próxima segunda, 24, às 10h no Palácio da Resistência.

O decreto Nº 4.301, de 8 de março de 2014, dispõe sobre a 9ª edição do Tributo e a homenageada. O documento destaca a contribuição dada por Inalda Cabral à educação mossoroense no ofício de professora da rede pública de ensino, sua capacidade de trabalho, experiências na área administrativa, empenho na busca por melhorias das escolas e renúncia pessoal e familiar para dedicar maior parte de seu tempo às exigências de suas funções profissionais.

O Tributo Ana Floriano faz parte das comemorações alusivas ao Dia Internacional da Mulher e foi instituído com o objetivo de homenagear as mulheres que contribuíram com o desenvolvimento de Mossoró.

Já foram agraciadas com a comenda, a professora América Rosado (2006), a contabilista Edy Moura (2007), as professoras Zuleide e Zilma Vieira de Sá (2008), a professora Dagmar Filgueira (2009), a artista plástica Marieta Lima (2010), a educadora Raimunda Almeida (2011), a irmã Ellen Sheringz (2012) e a irmã Zelândia (2013).


INALDA CABRAL ROCHA – Nasceu em 25 de janeiro de 1925, no Sítio Riacho do Meio, em Pau dos Ferros.  Caçula de dezessete filhos, Inalda aprendeu a ler no sítio. Aos cinco anos de idade, passou a frequentar o Grupo Escolar Joaquim Correia, numa luta diária, porque tinha que atravessar o Açude 25 de Março num barquinho.
 
Em dezembro de 1934, Inalda migrou com a família para a zona rural de Mossoró, mais precisamente para o Riacho Grande, na Fazenda São Pedro. Inalda e a irmã Guiomar vieram para Mossoró, onde estudaram como alunas internas no então Ginásio Sagrado Coração de Maria.
 
 Do colégio das irmãs, Inalda ingressou na Escola Normal de Mossoró, tendo concluído em 1944, aos 19 anos de idade. Com o diploma de professora na mão, retornou à Pau dos Ferros, tendo conseguido emprego de professora, chegando a diretora da escola.

Na época em que lecionava em Pau dos Ferros, Inalda conheceu e casou-se com o alfaiate, Pielson Dantas Rocha, um jovem viúvo, com um casal de filhos ainda na primeira infância. Em 1952, Inalda e Pielson se transferem para Mossoró, trazendo os quatro primeiros filhos, de doze que tiveram. Quatro deles faleceram na primeira infância.
Em Mossoró, Inalda passou a lecionar e dirigir diversas escolas públicas, como Escola Estadual Moreira Dias, Ambulatório Padre Dehon, Escola Princesa Izabel e Escola Municipal Joaquim da Silveira Borges. Chegou a ser perseguida por chefes políticos e foi transferida para outros municípios, como Assu e Jardim de Piranhas.
 
Nos anos 60, Inalda separou-se de Pielson, com sete filhos para criar, grávida da caçula e sem pensão alimentícia, assumiu sozinha a responsabilidade do lar, passando a se dedicar completamente ao trabalho. Com a ajuda de uma babá, Inalda foi à luta, progredindo paulatinamente, através de literatura pedagógica e cursos de reciclagem no Centro de Convenções em Ponta Negra, passando a assumir cargos de confiança na educação, na gestão do prefeito Raimundo Soares de Souza, como o cargo correspondente a secretária de educação.

Em 1972, na gestão do governador Cortez Pereira, assumiu o cargo de Chefe do então NURE – Núcleo Regional de Ensino, sendo responsável pelo ensino em nível do Governo do Estado, nos vinte municípios que compõem a Região Oeste, hoje Dired – Diretoria Regional de Ensino e Desporto.
 
Com a mudança de governador, assumiu Tarcísio Maia, tendo Inalda permanecido no cargo, até sua aposentadoria, em 1976, aos 51 anos de idade. Inalda Cabral trabalhou dos 19 aos 51, portanto, 32 anos de sua vida dedicada a educação, sem jamais tirar férias ou licença. 

Mas Inalda não parou. Em vez da ociosidade, assumiu por curto período o cargo de Coordenadora do Mobral, na gestão do prefeito João Newton da Escóssia, tendo abdicado do cargo para cursar a faculdade de Pedagogia, na UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
 
 Em 1986, recebeu homenagem em vida, com a inauguração da Escola Estadual Inalda Cabral, edificada no bairro Santo Antonio, pelo então governador José Agripino.

A professora Inalda Cabral Rocha educou os filhos baseado no que pregava em sala de aula e como gestora de educação. Todos os seus filhos estudaram em escolas públicas e, alguns deles, tiveram acesso a escolas particulares, através de bolsas de estudos, oferecidas, sem que jamais ela tenha solicitado.

A professora Inalda tinha uma habilidade no tratamento a alunos indisciplinados, convertendo-os, mediante orientação para tornarem-se responsáveis por seus destinos. Muitos deles são homens e mulheres de negócios, atuando em diversos segmentos.
 
Há alguns anos acometida de Síndrome do Pânico, lúcida, bem humorada, fazendo da leitura um hábito que a acompanha desde criança, ainda mantém sua própria biblioteca. Em 2011, a professora Inalda Cabral Rocha lançou suas memórias e experiências na área educacional com o livro A ESCOLA DO MEU TEMPO.

Trasladado do facebook, pág. Lúcia Rocha.


http://www.prefeiturademossoro.com.br/blog/inalda-cabral-e-homenageada-com-tributo-ana-floriano/1259/

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Comentário do cabo Francisco Carlos Jorge de Oliveira


Caro amigo Mendes e Antônio Oliveira: 

Fico muito feliz ao saber quando alguém demonstra interesse pelo cangaço e tudo que se liga a este mundo fantástico e infinito de casos, lendas e mitos.

Eu nasci no Paraná, sou paranaense do "pé vermelho" é este o apelido dado aos povos que nascem no norte desse grande estado, isto é devido a rubra terra que forma o copioso e verdejante vale do Rio Paranapanema, onde ainda se encontra os mais belos cafezais, o ouro verde que outrora em abundância tanto ajudou na economia do país, e que hoje pouco a pouco as terríveis "geadas" nos rouba este tesouro.

Amigos como vocês agora sabem, apesar de sulista eu sou loucamente apaixonado pelo nordeste e por este bravo povo nordestino, olha; eu acabei de terminar hoje um trabalho baseado em contos e casos do próprio povo nordestino meus amigos que aqui residem, cujo título é "Sabino Gomes e o Caboclo D' Água", tenho plena convicção que vocês vão adorar, e dedico o texto a você caro amigo Antônio Oliveira de Serrinha Bahia. E você Ilustríssimo Mestre Mendes, não encontro palavras nem adjetivos à altura para elogiar e enaltecer ainda mais você e seu Blog. Aguardem. 

Cabo Francisco Carlos Jorge de Oliveira - PMPR - RR "Saudações Militares" 

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FOGUEIRAS NA NOITE

Por Rangel Alves da Costa*


A noite possui fogueiras imensas, brasas ensandecidas que flamejam sedentas, línguas de fogo que derramam calor muito além das paredes. Fogaréus crepitam e tostam a pele, tomam os juízos, entontecem, adormecem, cravam o insuportável nos seres. E impiedosamente chegam a matar.

Os dias chuvosos ou ensolarados, os corpos aparentemente revigorados, as mentes visitadas pela racionalidade e a normalidade camuflada em tudo, não permitem que as chamas irrompam com suas línguas flamejantemente mortais. Eis que tudo adormecido nas cinzas, guardado no silêncio das horas.

As cinzas mortas são apenas vestígios das chamas ardentes da noite e madrugada passadas. Os resíduos calcinados se avolumam nos espaços, nos corpos, nos seres, prontas para abrasar novamente. O que foi ainda será porque novamente renascerão mais vivas, mais fortes, mais abrasadores ao cair da noite e na escuridão adiante.

Ninguém avista, apenas sente as fogueiras crepitando na escuridão. E os fogaréus noturnos se espalham de tal modo que os seres parecem embebidos e incendiados. São os corpos ardentes, amorosamente apaixonados, que crepitam, flamejam, soltam fagulhas e faíscas. E são outros seres tomados dos reflexos desapiedados das fogueiras.

Assim, não são apenas corpos tomados de ardências e chamas pelos amores extasiados, pelos braseiros invadindo os sexos e as tentações. Mas também as labaredas que se derramam sobre os corpos enfermos, sobre as mentes insanas, enlouquecidas, em tudo que seja modificado pela luz da lua, pelo negrume da noite ou pelos misteriosos visitantes.


Ora, a noite possui o dom de modificar pessoas, reacender as cinzas dos corpos, atiçar fogueira nos juízos fracos, lançar labaredas sobre corpos enfermos e fragilizados. Após o entardecer, assim que as sombras tomem os espaços, então tudo parece se modificar ferozmente. Quando a noite desce então os gritos distantes começam a bradar.

Somente a noite para aumentar as agonias nos corpos febris, para trazer de volta as doenças escondidas durante o dia, despertar as dores, os gritos e os sofrimentos. Um dia inteiro com a saúde parecendo revigorada, fortalecida, mas basta o sino tocar e tudo retoma seu lugar de aflição. Noite de suores, padecimentos, sofrimentos mortais.

Infelizmente é assim. E é do conhecimento de todos que a noite traz de volta as enfermidades, traz na escuridão a caixa de padecimentos. O corpo apenas febril de repente parece querer incendiar, tornar o doente em chamas. E torna, pois traz os maléficos com tamanho vigor que a morte não demora a surgir. Daí os gritos desesperados na noite, as grandes fogueiras da dor que crepitam ruidosamente.

Também o louco, ainda que tenha se mostrado com juízo racional o dia inteiro, não suporta a chegada da noite, principalmente quando de lua cheia. Então uma imensa fogueira toma sua mente e a faz querer explodir. Dessa imperfeição da vida, sem saber o que fazer diante das chamas que crepitam no juízo, se lança à janela, começa a gritar, quer subir à lua, quer se jogar no mar.

Coisas da noite, mistérios e segredos da noite. Também os lobos são tomados das chamas da solidão e correm às estepes para gritar seus uivos mais tristes. E das portas e janelas é possível avistar as fogueiras acesas ao longe, as chamas se espalhando no ar, labaredas crepitando por cima de tudo. Mas apenas a visão do fogo, pois ele apenas na imaginação de cada um.

Mas não há fogueira maior que a surgida nos corpos sedentos, enamorados, apaixonados, em busca de sexo ou já se deixando abrasar. Fogueiras pelos quartos, pelos corpos, nas alcovas, nos escondidos, em todo lugar. E as chamam avançam tão freneticamente que os gemidos logo se tornam grunhidos, os murmúrios ecoam prazeres gritantes. E os sexos abrasados lançam suas lavas pelas encostas da noite.

E mesmo que a chuva caia, desça a maior tempestade, nada consegue apagar as fogueiras da noite.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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Bilhetes e ameaças de Lampião



 Lampião e o seu fotógrafo Benjamim Abraão

Inteligência, além de seus significados exatos, significa trampolinagem. Indivíduos calmos, supostamente resignados ou omissos, de repente se desenroscam e picam: é o golpe peçonhento. Assim se entende ainda, e em proporção crescente, o dom da inteligência em todas as esferas sociais, agora reforçado pela tecnologia.

Lampião foi inteligente, neste sentido. Socialmente excluído, revoltou-se ao ponto de banir-se ele próprio. Tinha pouca instrução, faltava-lhe fluência no discurso imperativo de “interventor” ou “governador” dos sertões. No entanto, sabia ser claro e contundente nas mensagens, conforme se depreende dos bilhetes em português tosco reproduzidos pelo historiador Oleone Coelho Fontes.

A um sargento comandante do destacamento de Juazeiro do Norte, Ceará, em 1926:

“Il.mo sr. José António — Eu lhe faço esta, até não devia me sujeitar a te escrever porem, sempre mando te avisar, pois, eu soube que vc., no dia que eu cheguei ahi na fazenda vc., esteve pronto para vir me voltar orem, eu sempre lhe digo que você crie juízo, e deixe de violências, apois eu venho chamando é por homem, e mesmo assim vc. Com zuada não me faz medo. Eu tenho visto, é, coisa forte, e não me assombra, portanto vc. Deve tratar de fazer amigos não para fazer como vc. Diz. Sempre lhe aviso, que é para depois vc. não se arrepender e nada mais, não se zangue, isto é um conselho que lhe dou. — Do Capitão
Virgolino Pereira (?) da Silva”.

Ao Sr. José Batista, Fazenda Porteira, Cumbe (atual Euclides da Cunha), sem data — Sua saudação não pacei em sua casa soubi que não estava mas tenho estaque é para vancê manda por este portado 5 contos de rs.

“Olhi é para não deixar de mandar apois não mandando é pior para vancê apois aguardo sua resposta. ”Sem mais do Capm. “Virgulino Ferreira Lampião”.

Mais esta: “Sergipe. Ilmo Snr. João Apostolo Sua saudação.

Com todos lhe faço esta para o sr. Mandar-me Um conto de Rs. Apois não quero maçada faço esta com urgença Cp. Lampião”.

E, para findar os exemplos, este aviso curto e grosso a José da Costa Dórea, outubro de 1932: 

“Seu Dora se aprepare para morrer

Camp. Virgulino Ferreira Lampião”

http://www.vidaslusofonas.pt/lampiao.htm

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